Announcing: BahaiPrayers.net


More Books by Biblia-AT (Trad. Joao Ferreira de Almeida)

1o-Crónicas
1o-Reis
1o-Samuel
2o-Crónicas
2o-Reis
2o-Samuel
Ageu
Amós
Canticos de Salom¦o
Daniel
Deutrenómio
Eclesiastes
Esdras
Ester
Exodo
Ezequiel
Genesis
Habacuque
Isaías
Jeremias
Joel
Jonas
Josué
Juízes

LamentaçSes de Jeremias
Levitico
Malaquias
Miquéas
Naum
Neemias
Numeros
Obadias
Oseias
Provérbios
Rute
Salmos
Sofonias
Zacarias
Free Interfaith Software

Web - Windows - iPhone








Biblia-AT (Trad. Joao Ferreira de Almeida) : Daniel
LIVRO DE DANIEL

--------------------------------------------------------------------------------

Capitulo 1

1 No ano terceiro do reinado de Jeoiaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei de Bábilónia, a Jerusalém, e a sitiou.

2 E o Senhor entregou nas suas mäos a Jeoiaquim, rei de Judá, e uma parte dos utensílios da casa de Deus, e ele os levou para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e pós os utensílios na casa do tesouro do seu deus.

3 E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real e dos príncipes,

4 Jovens em quem näo houvesse defeito algum, de boa aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e doutos em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para assistirem no palácio do rei, e que lhes ensinassem as letras e a língua dos caldeus.

5 E o rei lhes determinou a porçäo diária, das iguarias do rei, e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, para que no fim destes pudessem estar diante do rei.

6 E entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias;

7 E o chefe dos eunucos lhes pós outros nomes, a saber: a Daniel pós o de Beltessazar, e a Hananias o de Sadraque, e a Misael o de Mesaque, e a Azarias o de Abednego.

8 E Daniel propós no seu coraçäo näo se contaminar com a porçäo das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse näo se contaminar.

9 Ora, Deus fez com que Daniel achasse graça e misericórdia diante do chefe dos eunucos.

10 E disse o chefe dos eunucos a Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a vossa comida e a vossa bebida; pois por que veria ele os vossos rostos mais tristes do que os dos outros jovens da vossa idade? Assim porias em perigo a minha cabeça para com o rei.

11 Entäo disse Daniel ao despenseiro a quem o chefe dos eunucos havia constituído sobre Daniel, Hananias, Misael e Azarias:

12 Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias, e que se nos dêem legumes a comer, e água a beber.

13 Entäo se examine diante de ti a nossa aparência, e a aparência dos jovens que comem a porçäo das iguarias do rei; e, conforme vires, procederás para com os teus servos.

14 E ele consentiu isto, e os experimentou dez dias.

15 E, ao fim dos dez dias, apareceram os seus semblantes melhores, e eles estavam mais gordos de carne do que todos os jovens que comiam das iguarias do rei.

16 Assim o despenseiro tirou-lhes a porçäo das iguarias, e o vinho de que deviam beber, e lhes dava legumes.

17 Quanto a estes quatro jovens, Deus lhes deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras, e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda a visäo e sonhos.

18 E ao fim dos dias, em que o rei tinha falado que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe diante de Nabucodonosor.

19 E o rei falou com eles; e entre todos eles näo foram achados outros tais como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; portanto ficaram assistindo diante do rei.

20 E em toda a matéria de sabedoria e de discernimento, sobre o que o rei lhes perguntou, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos astrólogos que havia em todo o seu reino.

21 E Daniel permaneceu até ao primeiro ano do rei Ciro.

--------------------------------------------------------------------------------

Capitulo 2

1 E no segundo ano do reinado de Nabucodonosor, Nabucodonosor teve sonhos; e o seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o sono.

2 Entäo o rei mandou chamar os magos, os astrólogos, os encantadores e os caldeus, para que declarassem ao rei os seus sonhos; e eles vieram e se apresentaram diante do rei.

3 E o rei lhes disse: Tive um sonho; e para saber o sonho está perturbado o meu espírito.

4 E os caldeus disseram ao rei em aramáico: O rei, vive eternamente! Dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretaçäo.

5 Respondeu o rei, e disse aos caldeus: O assunto me tem escapado; se näo me fizerdes saber o sonho e a sua interpretaçäo, sereis despedaçados, e as vossas casas seräo feitas um monturo;

6 Mas se vós me declarardes o sonho e a sua interpretaçäo, recebereis de mim dádivas, recompensas e grande honra; portanto declarai-me o sonho e a sua interpretaçäo.

7 Responderam segunda vez, e disseram: Diga o rei o sonho a seus servos, e daremos a sua interpretaçäo.

8 Respondeu o rei, e disse: Percebo muito bem que vós quereis ganhar tempo; porque vedes que o assunto me tem escapado.

9 De modo que, se näo me fizerdes saber o sonho, uma só sentença será a vossa; pois vós preparastes palavras mentirosas e perversas para as proferirdes na minha presença, até que se mude o tempo; portanto dizei-me o sonho, para que eu entenda que me podeis dar a sua interpretaçäo.

10 Responderam os caldeus na presença do rei, e disseram: Näo há ninguém sobre a terra que possa declarar a palavra ao rei; pois nenhum rei há, grande ou dominador, que requeira coisas semelhantes de algum mago, ou astrólogo, ou caldeu.

11 Porque o assunto que o rei requer é difícil; e ninguém há que o possa declarar diante do rei, senäo os deuses, cuja morada näo é com a carne.

12 Por isso o rei muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios de Bábilónia.

13 E saiu o decreto, segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a Daniel e aos seus companheiros, para que fossem mortos.

14 Entäo Daniel falou avisada e prudentemente a Arioque, capitäo da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios de Bábilónia.

15 Respondeu, e disse a Arioque, capitäo do rei: Por que se apressa tanto o decreto da parte do rei? Entäo Arioque explicou o caso a Daniel.

16 E Daniel entrou; e pediu ao rei que lhe desse tempo, para que lhe pudesse dar a interpretaçäo.

17 Entäo Daniel foi para a sua casa, e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros;

18 Para que pedissem misericórdia ao Deus do céu, sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros näo perecessem, juntamente com o restante dos sábios de Bábilónia.

19 Entäo foi revelado o mistério a Daniel numa visäo de noite; entäo Daniel louvou o Deus do céu.

20 Falou Daniel, dizendo: Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele säo a sabedoria e a força;

21 E ele muda os tempos e as estaçöes; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos.

22 Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz.

23 O Deus de meus pais, eu te dou graças e te louvo, porque me deste sabedoria e força; e agora me fizeste saber o que te pedimos, porque nos fizeste saber este assunto do rei.

24 Por isso Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para matar os sábios de Bábilónia; entrou, e disse-lhe assim: Näo mates os sábios de Bábilónia; introduze-me na presença do rei, e declararei ao rei a interpretaçäo.

25 Entäo Arioque depressa introduziu a Daniel na presença do rei, e disse-lhe assim: Achei um homem dentre os cativos de Judá, o qual fará saber ao rei a interpretaçäo.

26 Respondeu o rei, e disse a Daniel (cujo nome era Beltessazar): Podes tu fazer-me saber o sonho que tive e a sua interpretaçäo?

27 Respondeu Daniel na presença do rei, dizendo: O segredo que o rei requer, nem sábios, nem astrólogos, nem magos, nem adivinhos o podem declarar ao rei;

28 Mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de acontecer nos últimos dias; o teu sonho e as visöes da tua cabeça que tiveste na tua cama säo estes:

29 Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus pensamentos, acerca do que há de ser depois disto. Aquele, pois, que revela os mistérios te fez saber o que há de ser.

30 E a mim me foi revelado esse mistério, näo porque haja em mim mais sabedoria que em todos os viventes, mas para que a interpretaçäo se fizesse saber ao rei, e para que entendesses os pensamentos do teu coraçäo.

31 Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta estátua, que era imensa, cujo esplendor era excelente, e estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível.

32 A cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços de prata; o seu ventre e as suas coxas de cobre;

33 As pernas de ferro; os seus pés em parte de ferro e em parte de barro.

34 Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mäo, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou.

35 Entäo foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como pragana das eiras do estio, e o vento os levou, e näo se achou lugar algum para eles; mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou grande monte, e encheu toda a terra.

36 Este é o sonho; também a sua interpretaçäo diremos na presença do rei.

37 Tu, ó rei, és rei de reis; a quem o Deus do céu tem dado o reino, o poder, a força, e a glória.

38 E onde quer que habitem os filhos de homens, na tua mäo entregou os animais do campo, e as aves do céu, e fez que reinasse sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro.

39 E depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de bronze, o qual dominará sobre toda a terra.

40 E o quarto reino será forte como ferro; pois, como o ferro, esmiúça e quebra tudo; como o ferro que quebra todas as coisas, assim ele esmiuçará e fará em pedaços.

41 E, quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois viste o ferro misturado com barro de lodo.

42 E como os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte, e por outra será frágil.

43 Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-äo com semente humana, mas näo se ligaräo um ao outro, assim como o ferro näo se mistura com o barro.

44 Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que näo será jamais destruído; e este reino näo passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre,

45 Da maneira que viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mäos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro; o grande Deus fez saber ao rei o que há de ser depois disto. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretaçäo.

46 Entäo o rei Nabucodonosor caiu sobre a sua face, e adorou a Daniel, e ordenou que lhe oferecessem uma oblaçäo e perfumes suaves.

47 Respondeu o rei a Daniel, e disse: Certamente o vosso Deus é Deus dos deuses, e o Senhor dos reis e revelador de mistérios, pois pudeste revelar este mistério.

48 Entäo o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitas e grandes dádivas, e o pós por governador de toda a província de Bábilónia, como também o fez chefe dos governadores sobre todos os sábios de Bábilónia.

49 E pediu Daniel ao rei, e constituiu ele sobre os negócios da província de Bábilónia a Sadraque, Mesaque e Abednego; mas Daniel permaneceu na porta do rei.

--------------------------------------------------------------------------------

Capitulo 3

1 O rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, cuja altura era de sessenta cóvados, e a sua largura de seis cóvados; levantou-a no campo de Dura, na província de Bábilónia.

2 Entäo o rei Nabucodonosor mandou reunir os príncipes, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os capitäes, e todos os oficiais das províncias, para que viessem à consagraçäo da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado.

3 Entäo se reuniram os príncipes, os prefeitos e governadores, os capitäes, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, e todos os oficiais das províncias, à consagraçäo da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado; e estavam em pé diante da imagem que Nabucodonosor tinha levantado.

4 E o arauto apregoava em alta voz: Ordena-se a vós, ó povos, naçöes e línguas:

5 Quando ouvirdes o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles, e de toda a espécie de música, prostrar-vos-eis, e adorareis a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tem levantado.

6 E qualquer que näo se prostrar e näo a adorar, será na mesma hora lançado dentro da fornalha de fogo ardente.

7 Portanto, no mesmo instante em que todos os povos ouviram o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério e de toda a espécie de música, prostraram-se todos os povos, naçöes e línguas, e adoraram a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado.

8 Por isso, no mesmo instante chegaram perto alguns caldeus, e acusaram os judeus.

9 E responderam, dizendo ao rei Nabucodonosor: O rei, vive eternamente!

10 Tu, ó rei, fizeste um decreto, pelo qual todo homem que ouvisse o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério, e da gaita de foles, e de toda a espécie de música, se prostrasse e adorasse a estátua de ouro;

11 E, qualquer que näo se prostrasse e adorasse, seria lançado dentro da fornalha de fogo ardente.

12 Há uns homens judeus, os quais constituíste sobre os negócios da província de Bábilónia: Sadraque, Mesaque e Abednego; estes homens, ó rei, näo fizeram caso de ti; a teus deuses näo servem, nem adoram a estátua de ouro que levantaste.

13 Entäo Nabucodonosor, com ira e furor, mandou trazer a Sadraque, Mesaque e Abednego. E trouxeram a estes homens perante o rei.

14 Falou Nabucodonosor, e lhes disse: É de propósito, ó Sadraque, Mesaque e Abednego, que vós näo servis a meus deuses nem adorais a estátua de ouro que levantei?

15 Agora, pois, se estais prontos, quando ouvirdes o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles, e de toda a espécie de música, para vos prostrardes e adorardes a estátua que fiz, bom é; mas, se näo a adorardes, sereis lançados, na mesma hora, dentro da fornalha de fogo ardente. E quem é o Deus que vos poderá livrar das minhas mäos?

16 Responderam Sadraque, Mesaque e Abednego, e disseram ao rei Nabucodonosor: Näo necessitamos de te responder sobre este negócio.

17 Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará da fornalha de fogo ardente, e da tua mäo, ó rei.

18 E, se näo, fica sabendo ó rei, que näo serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste.

19 Entäo Nabucodonosor se encheu de furor, e mudou-se o aspecto do seu semblante contra Sadraque, Mesaque e Abednego; falou, e ordenou que a fornalha se aquecesse sete vezes mais do que se costumava aquecer.

20 E ordenou aos homens mais poderosos, que estavam no seu exército, que atassem a Sadraque, Mesaque e Abednego, para lançá-los na fornalha de fogo ardente.

21 Entäo estes homens foram atados, vestidos com as suas capas, suas túnicas, e seus chapéus, e demais roupas, e foram lançados dentro da fornalha de fogo ardente.

22 E, porque a palavra do rei era urgente, e a fornalha estava sobremaneira quente, a chama do fogo matou aqueles homens que carregaram a Sadraque, Mesaque, e Abednego.

23 E estes três homens, Sadraque, Mesaque e Abednego, caíram atados dentro da fornalha de fogo ardente.

24 Entäo o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa; falou, dizendo aos seus conselheiros: Näo lançamos nós, dentro do fogo, três homens atados? Responderam e disseram ao rei: É verdade, ó rei.

25 Respondeu, dizendo: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem sofrer nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante ao Filho de Deus.

26 Entäo chegando-se Nabucodonosor à porta da fornalha de fogo ardente, falou, dizendo: Sadraque, Mesaque e Abednego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde! Entäo Sadraque, Mesaque e Abednego saíram do meio do fogo.

27 E reuniram-se os príncipes, os capitäes, os governadores e os conselheiros do rei e, contemplando estes homens, viram que o fogo näo tinha tido poder algum sobre os seus corpos; nem um só cabelo da sua cabeça se tinha queimado, nem as suas capas se mudaram, nem cheiro de fogo tinha passado sobre eles.

28 Falou Nabucodonosor, dizendo: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, que enviou o seu anjo, e livrou os seus servos, que confiaram nele, pois violaram a palavra do rei, preferindo entregar os seus corpos, para que näo servissem nem adorassem algum outro deus, senäo o seu Deus.

29 Por mim, pois, é feito um decreto, pelo qual todo o povo, e naçäo e língua que disser blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas um monturo; porquanto näo há outro Deus que possa livrar como este.

30 Entäo o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abednego, na província de Bábilónia.

--------------------------------------------------------------------------------

Capitulo 4

1 Nabucodonosor rei, a todos os povos, naçöes e línguas, que moram em toda a terra: Paz vos seja multiplicada.

2 Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito para comigo.

3 Quäo grandes säo os seus sinais, e quäo poderosas as suas maravilhas! O seu reino é um reino sempiterno, e o seu domínio de geraçäo em geraçäo.

4 Eu, Nabucodonosor, estava sossegado em minha casa, e próspero no meu palácio.

5 Tive um sonho, que me espantou; e estando eu na minha cama, as imaginaçöes e as visöes da minha cabeça me turbaram.

6 Por isso expedi um decreto, para que fossem introduzidos à minha presença todos os sábios de Bábilónia, para que me fizessem saber a interpretaçäo do sonho.

7 Entäo entraram os magos, os astrólogos, os caldeus e os adivinhadores, e eu contei o sonho diante deles; mas näo me fizeram saber a sua interpretaçäo.

8 Mas por fim entrou na minha presença Daniel, cujo nome é Beltessazar, segundo o nome do meu deus, e no qual há o espírito dos deuses santos; e eu lhe contei o sonho, dizendo:

9 Beltessazar, mestre dos magos, pois eu sei que há em ti o espírito dos deuses santos, e nenhum mistério te é difícil, dize-me as visöes do meu sonho que tive e a sua interpretaçäo.

10 Eis, pois, as visöes da minha cabeça, estando eu na minha cama: Eu estava assim olhando, e vi uma árvore no meio da terra, cuja altura era grande;

11 Crescia esta árvore, e se fazia forte, de maneira que a sua altura chegava até ao céu; e era vista até aos confins da terra.

12 A sua folhagem era formosa, e o seu fruto abundante, e havia nela sustento para todos; debaixo dela os animais do campo achavam sombra, e as aves do céu faziam morada nos seus ramos, e toda a carne se mantinha dela.

13 Estava vendo isso nas visöes da minha cabeça, estando eu na minha cama; e eis que um vigia, um santo, descia do céu,

14 Clamando fortemente, e dizendo assim: Derrubai a árvore, e cortai-lhe os ramos, sacudi as suas folhas, espalhai o seu fruto; afugentem-se os animais de debaixo dela, e as aves dos seus ramos.

15 Mas deixai na terra o tronco com as suas raízes, atada com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e seja a sua porçäo com os animais na erva da terra;

16 Seja mudado o seu coraçäo, para que näo seja mais coraçäo de homem, e lhe seja dado coraçäo de animal; e passem sobre ele sete tempos.

17 Esta sentença é por decreto dos vigias, e esta ordem por mandado dos santos, a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer, e até ao mais humilde dos homens constitui sobre ele.

18 Este sonho eu, rei Nabucodonosor vi. Tu, pois, Beltessazar, dize a interpretaçäo, porque todos os sábios do meu reino näo puderam fazer-me saber a sua interpretaçäo, mas tu podes; pois há em ti o espírito dos deuses santos.

19 Entäo Daniel, cujo nome era Beltessazar, esteve atónito por uma hora, e os seus pensamentos o turbavam; falou, pois, o rei, dizendo: Beltessazar, näo te espante o sonho, nem a sua interpretaçäo. Respondeu Beltessazar, dizendo: Senhor meu, seja o sonho contra os que te têm ódio, e a sua interpretaçäo aos teus inimigos.

20 A árvore que viste, que cresceu, e se fez forte, cuja altura chegava até ao céu, e que foi vista por toda a terra;

21 Cujas folhas eram formosas, e o seu fruto abundante, e em que para todos havia sustento, debaixo da qual moravam os animais do campo, e em cujos ramos habitavam as aves do céu;

22 És tu, ó rei, que cresceste, e te fizeste forte; a tua grandeza cresceu, e chegou até ao céu, e o teu domínio até à extremidade da terra.

23 E quanto ao que viu o rei, um vigia, um santo, que descia do céu, e dizia: Cortai a árvore, e destruí-a, mas o tronco com as suas raízes deixai na terra, e atada com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e a sua porçäo seja com os animais do campo, até que passem sobre ele sete tempos;

24 Esta é a interpretaçäo, ó rei; e este é o decreto do Altíssimo, que virá sobre o rei, meu senhor:

25 Serás tirado dentre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e te faräo comer erva como os bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-äo sete tempos por cima de ti; até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer.

26 E quanto ao que foi falado, que deixassem o tronco com as raízes da árvore, o teu reino voltará para ti, depois que tiveres conhecido que o céu reina.

27 Portanto, ó rei, aceita o meu conselho, e pöe fim aos teus pecados, praticando a justiça, e às tuas iniqüidades, usando de misericórdia com os pobres, pois, talvez se prolongue a tua tranqüilidade.

28 Todas estas coisas vieram sobre o rei Nabucodonosor.

29 Ao fim de doze meses, quando passeava no palácio real de Bábilónia,

30 Falou o rei, dizendo: Näo é esta a grande Bábilónia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder, e para glória da minha magnificência?

31 Ainda estava a palavra na boca do rei, quando caiu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonosor: Passou de ti o reino.

32 E serás tirado dentre os homens, e a tua morada será com os animais do campo; far-te-äo comer erva como os bois, e passar-se-äo sete tempos sobre ti, até que conheças que o Altíssimo domina sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer.

33 Na mesma hora se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor, e foi tirado dentre os homens, e comia erva como os bois, e o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe cresceu pelo, como as penas da águia, e as suas unhas como as das aves.

34 Mas ao fim daqueles dias eu, Nabucodonosor, levantei os meus olhos ao céu, e tornou-me a vir o entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é um domínio sempiterno, e cujo reino é de geraçäo em geraçäo.

35 E todos os moradores da terra säo reputados em nada, e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; näo há quem possa estorvar a sua mäo, e lhe diga: Que fazes?

36 No mesmo tempo tornou a mim o meu entendimento, e para a dignidade do meu reino tornou-me a vir a minha majestade e o meu resplendor; e buscaram-me os meus conselheiros e os meus senhores; e fui restabelecido no meu reino, e a minha glória foi aumentada.

37 Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, exalço e glorifico ao Rei do céu; porque todas as suas obras säo verdade, e os seus caminhos juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba.

--------------------------------------------------------------------------------

Capitulo 5

1 O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus senhores, e bebeu vinho na presença dos mil.

2 Havendo Belsazar provado o vinho, mandou trazer os vasos de ouro e de prata, que Nabucodonosor, seu pai, tinha tirado do templo que estava em Jerusalém, para que bebessem neles o rei, os seus príncipes, as suas mulheres e concubinas.

3 Entäo trouxeram os vasos de ouro, que foram tirados do templo da casa de Deus, que estava em Jerusalém, e beberam neles o rei, os seus príncipes, as suas mulheres e concubinas.

4 Beberam o vinho, e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de madeira, e de pedra.

5 Na mesma hora apareceram uns dedos de mäo de homem, e escreviam, defronte do castiçal, na caiadura da parede do palácio real; e o rei via a parte da mäo que estava escrevendo.

6 Mudou-se entäo o semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro.

7 E gritou o rei com força, que se introduzissem os astrólogos, os caldeus e os adivinhadores; e falou o rei, dizendo aos sábios de Bábilónia: Qualquer que ler este escrito, e me declarar a sua interpretaçäo, será vestido de púrpura, e trará uma cadeia de ouro ao pescoço e, no reino, será o terceiro governante.

8 Entäo entraram todos os sábios do rei; mas näo puderam ler o escrito, nem fazer saber ao rei a sua interpretaçäo.

9 Entäo o rei Belsazar perturbou-se muito, e mudou-se-lhe o semblante; e os seus senhores estavam sobressaltados.

10 A rainha, por causa das palavras do rei e dos seus senhores, entrou na casa do banquete, e respondeu, dizendo: O rei, vive para sempre! Näo te perturbem os teus pensamentos, nem se mude o teu semblante.

11 Há no teu reino um homem, no qual há o espírito dos deuses santos; e nos dias de teu pai se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, o rei, o constituiu mestre dos magos, dos astrólogos, dos caldeus e dos adivinhadores;

12 Porquanto se achou neste Daniel um espírito excelente, e conhecimento, e entendimento, interpretando sonhos e explicando enigmas, e resolvendo dúvidas, ao qual o rei pós o nome de Beltessazar. Chame-se, pois, agora Daniel, e ele dará a interpretaçäo.

13 Entäo Daniel foi introduzido à presença do rei. Falou o rei, dizendo a Daniel: És tu aquele Daniel, um dos filhos dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá?

14 Tenho ouvido dizer a teu respeito que o espírito dos deuses está em ti, e que em ti se acham a luz, e o entendimento e a excelente sabedoria.

15 Agora mesmo foram introduzidos à minha presença os sábios e os astrólogos, para lerem este escrito, e me fazerem saber a sua interpretaçäo; mas näo puderam dar a interpretaçäo destas palavras.

16 Eu, porém, tenho ouvido dizer de ti que podes dar interpretaçäo e resolver dúvidas. Agora, se puderes ler este escrito, e fazer-me saber a sua interpretaçäo, serás vestido de púrpura, e terás cadeia de ouro ao pescoço e no reino serás o terceiro governante.

17 Entäo respondeu Daniel, e disse na presença do rei: As tuas dádivas fiquem contigo, e dá os teus prêmios a outro; contudo lerei ao rei o escrito, e far-lhe-ei saber a interpretaçäo.

18 O rei! Deus, o Altíssimo, deu a Nabucodonosor, teu pai, o reino, e a grandeza, e a glória, e a majestade.

19 E por causa da grandeza, que lhe deu, todos os povos, naçöes e línguas tremiam e temiam diante dele; a quem queria matava, e a quem queria conservava em vida; e a quem queria engrandecia, e a quem queria abatia.

20 Mas quando o seu coraçäo se exaltou, e o seu espírito se endureceu em soberba, foi derrubado do seu trono real, e passou dele a sua glória.

21 E foi tirado dentre os filhos dos homens, e o seu coraçäo foi feito semelhante ao dos animais, e a sua morada foi com os jumentos monteses; fizeram-no comer a erva como os bois, e do orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre o reino dos homens, e a quem quer constitui sobre ele.

22 E tu, Belsazar, que és seu filho, näo humilhaste o teu coraçäo, ainda que soubeste tudo isto.

23 E te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos à tua presença os vasos da casa dele, e tu, os teus senhores, as tuas mulheres e as tuas concubinas, bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que näo vêem, näo ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mäo está a tua vida, e de quem säo todos os teus caminhos, a ele näo glorificaste.

24 Entäo dele foi enviada aquela parte da mäo, que escreveu este escrito.

25 Este, pois, é o escrito que se escreveu: MENE, MENE, TEQUEL, UFARSIM.

26 Esta é a interpretaçäo daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino, e o acabou.

27 TEQUEL: Pesado foste na balança, e foste achado em falta.

28 PERES: Dividido foi o teu reino, e dado aos medos e aos persas.

29 Entäo mandou Belsazar que vestissem a Daniel de púrpura, e que lhe pusessem uma cadeia de ouro ao pescoço, e proclamassem a respeito dele que havia de ser o terceiro no governo do seu reino.

30 Naquela noite foi morto Belsazar, rei dos caldeus.

31 E Dario, o medo, ocupou o reino, sendo da idade de sessenta e dois anos.

--------------------------------------------------------------------------------

Capitulo 6

1 E pareceu bem a Dario constituir sobre o reino cento e vinte príncipes, que estivessem sobre todo o reino;

2 E sobre eles três presidentes, dos quais Daniel era um, aos quais estes príncipes dessem conta, para que o rei näo sofresse dano.

3 Entäo o mesmo Daniel sobrepujou a estes presidentes e príncipes; porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava constituí-lo sobre todo o reino.

4 Entäo os presidentes e os príncipes procuravam achar ocasiäo contra Daniel a respeito do reino; mas näo podiam achar ocasiäo ou culpa alguma; porque ele era fiel, e näo se achava nele nenhum erro nem culpa.

5 Entäo estes homens disseram: Nunca acharemos ocasiäo alguma contra este Daniel, se näo a achar-mos contra ele na lei do seu Deus.

6 Entäo estes presidentes e príncipes foram juntos ao rei, e disseram-lhe assim: O rei Dario, vive para sempre!

7 Todos os presidentes do reino, os capitäes e príncipes, conselheiros e governadores, concordaram em promulgar um edito real e confirmar a proibiçäo que qualquer que, por espaço de trinta dias, fizer uma petiçäo a qualquer deus, ou a qualquer homem, e näo a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leöes.

8 Agora, pois, ó rei, confirma a proibiçäo, e assina o edito, para que näo seja mudado, conforme a lei dos medos e dos persas, que näo se pode revogar.

9 Por esta razäo o rei Dario assinou o edito e a proibiçäo.

10 Daniel, pois, quando soube que o edito estava assinado, entrou em sua casa (ora havia no seu quarto janelas abertas do lado de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças diante do seu Deus, como também antes costumava fazer.

11 Entäo aqueles homens foram juntos, e acharam a Daniel orando e suplicando diante do seu Deus.

12 Entäo se apresentaram ao rei e, a respeito do edito real, disseram-lhe: Porventura näo assinaste o edito, pelo qual todo o homem que fizesse uma petiçäo a qualquer deus, ou a qualquer homem, por espaço de trinta dias, e näo a ti, ó rei, fosse lançado na cova dos leöes? Respondeu o rei, dizendo: Esta palavra é certa, conforme a lei dos medos e dos persas, que näo se pode revogar.

13 Entäo responderam ao rei, dizendo-lhe: Daniel, que é dos filhos dos cativos de Judá, näo tem feito caso de ti, ó rei, nem do edito que assinaste, antes três vezes por dia faz a sua oraçäo.

14 Ouvindo entäo o rei essas palavras, ficou muito penalizado, e a favor de Daniel propós dentro do seu coraçäo livrá-lo; e até ao pór do sol trabalhou para salvá-lo.

15 Entäo aqueles homens foram juntos ao rei, e disseram-lhe: Sabe, ó rei, que é lei dos medos e dos persas que nenhum edito ou decreto, que o rei estabeleça, se pode mudar.

16 Entäo o rei ordenou que trouxessem a Daniel, e lançaram-no na cova dos leöes. E, falando o rei, disse a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, ele te livrará.

17 E foi trazida uma pedra e posta sobre a boca da cova; e o rei a selou com o seu anel e com o anel dos seus senhores, para que näo se mudasse a sentença acerca de Daniel.

18 Entäo o rei se dirigiu para o seu palácio, e passou a noite em jejum, e näo deixou trazer à sua presença instrumentos de música; e fugiu dele o sono.

19 Pela manhä, ao romper do dia, levantou-se o rei, e foi com pressa à cova dos leöes.

20 E, chegando-se à cova, chamou por Daniel com voz triste; e disse o rei a Daniel: Daniel, servo do Deus vivo, dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leöes?

21 Entäo Daniel falou ao rei: O rei, vive para sempre!

22 O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca dos leöes, para que näo me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; e também contra ti, ó rei, näo tenho cometido delito algum.

23 Entäo o rei muito se alegrou em si mesmo, e mandou tirar a Daniel da cova. Assim foi tirado Daniel da cova, e nenhum dano se achou nele, porque crera no seu Deus.

24 E ordenou o rei, e foram trazidos aqueles homens que tinham acusado a Daniel, e foram lançados na cova dos leöes, eles, seus filhos e suas mulheres; e ainda näo tinham chegado ao fundo da cova quando os leöes se apoderaram deles, e lhes esmigalharam todos os ossos.

25 Entäo o rei Dario escreveu a todos os povos, naçöes e línguas que moram em toda a terra: A paz vos seja multiplicada.

26 Da minha parte é feito um decreto, pelo qual em todo o domínio do meu reino os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel; porque ele é o Deus vivo e que permanece para sempre, e o seu reino näo se pode destruir, e o seu domínio durará até o fim.

27 Ele salva, livra, e opera sinais e maravilhas no céu e na terra; ele salvou e livrou Daniel do poder dos leöes.

28 Este Daniel, pois, prosperou no reinado de Dario, e no reinado de Ciro, o persa.

--------------------------------------------------------------------------------

Capitulo 7

1 No primeiro ano de Belsazar, rei de Bábilónia, teve Daniel um sonho e visöes da sua cabeça quando estava na sua cama; escreveu logo o sonho, e relatou a suma das coisas.

2 Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando na minha visäo da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar grande.

3 E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar.

4 O primeiro era como leäo, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da terra, e posto em pé como um homem, e foi-lhe dado um coraçäo de homem.

5 Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne.

6 Depois disto, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas costas; tinha também este animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio.

7 Depois disto eu continuei olhando nas visöes da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres.

8 Estando eu a considerar os chifres, eis que, entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas.

9 Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um anciäo de dias se assentou; a sua veste era branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça como a pura lä; e seu trono era de chamas de fogo, e as suas rodas de fogo ardente.

10 Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e milhöes de milhöes assistiam diante dele; assentou-se o juízo, e abriram-se os livros.

11 Entäo estive olhando, por causa da voz das grandes palavras que o chifre proferia; estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo desfeito, e entregue para ser queimado pelo fogo;

12 E, quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia foi-lhes prolongada a vida até certo espaço de tempo.

13 Eu estava olhando nas minhas visöes da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao anciäo de dias, e o fizeram chegar até ele.

14 E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, naçöes e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que näo passará, e o seu reino tal, que näo será destruído.

15 Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi abatido dentro do corpo, e as visöes da minha cabeça me perturbaram.

16 Cheguei-me a um dos que estavam perto, e pedi-lhe a verdade acerca de tudo isto. E ele me disse, e fez-me saber a interpretaçäo das coisas.

17 Estes grandes animais, que säo quatro, säo quatro reis, que se levantaräo da terra.

18 Mas os santos do Altíssimo receberäo o reino, e o possuiräo para todo o sempre, e de eternidade em eternidade.

19 Entäo tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro e as suas unhas de bronze; que devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que sobrava;

20 E também a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça, e do outro que subiu, e diante do qual caíram três, isto é, daquele que tinha olhos, e uma boca que falava grandes coisas, e cujo parecer era mais robusto do que o dos seus companheiros.

21 Eu olhava, e eis que este chifre fazia guerra contra os santos, e prevaleceu contra eles.

22 Até que veio o anciäo de dias, e fez justiça aos santos do Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino.

23 Disse assim: O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços.

24 E, quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantaräo dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis.

25 E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles seräo entregues na sua mäo, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo.

26 Mas o juízo será estabelecido, e eles tiraräo o seu domínio, para o destruir e para o desfazer até ao fim.

27 E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu seräo dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o serviräo, e lhe obedeceräo.

28 Aqui terminou o assunto. Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos muito me perturbaram, e mudou-se em mim o meu semblante; mas guardei o assunto no meu coraçäo.

--------------------------------------------------------------------------------

Capitulo 8

1 No ano terceiro do reinado do rei Belsazar apareceu-me uma visäo, a mim, Daniel, depois daquela que me apareceu no princípio.

2 E vi na visäo; e sucedeu que, quando vi, eu estava na cidadela de Susä, na província de Eläo; vi, pois, na visäo, que eu estava junto ao rio Ulai.

3 E levantei os meus olhos, e vi, e eis que um carneiro estava diante do rio, o qual tinha dois chifres; e os dois chifres eram altos, mas um era mais alto do que o outro; e o mais alto subiu por último.

4 Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte e para o sul; e nenhum dos animais lhe podia resistir; nem havia quem pudesse livrar-se da sua mäo; e ele fazia conforme a sua vontade, e se engrandecia.

5 E, estando eu considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chäo; e aquele bode tinha um chifre insigne entre os olhos.

6 E dirigiu-se ao carneiro que tinha os dois chifres, ao qual eu tinha visto em pé diante do rio, e correu contra ele no ímpeto da sua força.

7 E vi-o chegar perto do carneiro, enfurecido contra ele, e ferindo-o quebrou-lhe os dois chifres, pois näo havia força no carneiro para lhe resistir, e o bode o lançou por terra, e o pisou aos pés; näo houve quem pudesse livrar o carneiro da sua mäo.

8 E o bode se engrandeceu sobremaneira; mas, estando na sua maior força, aquele grande chifre foi quebrado; e no seu lugar subiram outros quatro também insignes, para os quatro ventos do céu.

9 E de um deles saiu um chifre muito pequeno, o qual cresceu muito para o sul, e para o oriente, e para a terra formosa.

10 E se engrandeceu até contra o exército do céu; e a alguns do exército, e das estrelas, lançou por terra, e os pisou.

11 E se engrandeceu até contra o príncipe do exército; e por ele foi tirado o sacrifício contínuo, e o lugar do seu santuário foi lançado por terra.

12 E um exército foi dado contra o sacrifício contínuo, por causa da transgressäo; e lançou a verdade por terra, e o fez, e prosperou.

13 Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visäo do sacrifício contínuo, e da transgressäo assoladora, para que sejam entregues o santuário e o exército, a fim de serem pisados?

14 E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhäs; e o santuário será purificado.

15 E aconteceu que, havendo eu, Daniel, tido a visäo, procurei o significado, e eis que se apresentou diante de mim como que uma semelhança de homem.

16 E ouvi uma voz de homem entre as margens do Ulai, a qual gritou, e disse: Gabriel, dá a entender a este a visäo.

17 E veio perto de onde eu estava; e, vindo ele, me amedrontei, e caí sobre o meu rosto; mas ele me disse: Entende, filho do homem, porque esta visäo acontecerá no fim do tempo.

18 E, estando ele falando comigo, caí adormecido com o rosto em terra; ele, porém, me tocou, e me fez estar em pé.

19 E disse: Eis que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira; pois isso pertence ao tempo determinado do fim.

20 Aquele carneiro que viste com dois chifres säo os reis da Média e da Pérsia,

21 Mas o bode peludo é o rei da Grécia; e o grande chifre que tinha entre os olhos é o primeiro rei;

22 O ter sido quebrado, levantando-se quatro em lugar dele, significa que quatro reinos se levantaräo da mesma naçäo, mas näo com a força dele.

23 Mas, no fim do seu reinado, quando acabarem os prevaricadores, se levantará um rei, feroz de semblante, e será entendido em adivinhaçöes.

24 E se fortalecerá o seu poder, mas näo pela sua própria força; e destruirá maravilhosamente, e prosperará, e fará o que lhe aprouver; e destruirá os poderosos e o povo santo.

25 E pelo seu entendimento também fará prosperar o engano na sua mäo; e no seu coraçäo se engrandecerá, e destruirá a muitos que vivem em segurança; e se levantará contra o Príncipe dos príncipes, mas sem mäo será quebrado.

26 E a visäo da tarde e da manhä que foi falada, é verdadeira. Tu, porém, cerra a visäo, porque se refere a dias muito distantes.

27 E eu, Daniel, enfraqueci, e estive enfermo alguns dias; entäo levantei-me e tratei do negócio do rei. E espantei-me acerca da visäo, e näo havia quem a entendesse.

--------------------------------------------------------------------------------

Capitulo 9

1 No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus,

2 No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o SENHOR ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolaçöes de Jerusalém, era de setenta anos.

3 E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oraçäo e súplicas, com jejum, e saco e cinza.

4 E orei ao SENHOR meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos;

5 Pecamos, e cometemos iniqüidades, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos;

6 E näo demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, como também a todo o povo da terra.

7 A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós a confusäo de rosto, como hoje se vê; aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel, aos de perto e aos de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa das suas rebeliöes que cometeram contra ti.

8 O Senhor, a nós pertence a confusäo de rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, porque pecamos contra ti.

9 Ao Senhor, nosso Deus, pertencem a misericórdia, e o perdäo; pois nos rebelamos contra ele,

10 E näo obedecemos à voz do SENHOR, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas.

11 Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se para näo obedecer à tua voz; por isso a maldiçäo e o juramento, que estäo escritos na lei de Moisés, servo de Deus, se derramaram sobre nós; porque pecamos contra ele.

12 E ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós, e contra os nossos juízes que nos julgavam, trazendo sobre nós um grande mal; porquanto debaixo de todo o céu nunca se fez como se tem feito em Jerusalém.

13 Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, näo suplicamos à face do SENHOR nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniqüidades, e para nos aplicarmos à tua verdade.

14 Por isso o SENHOR vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós; porque justo é o SENHOR, nosso Deus, em todas as suas obras, que fez, pois näo obedecemos à sua voz.

15 Agora, pois, ó Senhor, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mäo poderosa, e ganhaste para ti nome, como hoje se vê; temos pecado, temos procedido impiamente.

16 O Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte; porque por causa dos nossos pecados, e por causa das iniqüidades de nossos pais, tornou-se Jerusalém e o teu povo um opróbrio para todos os que estäo em redor de nós.

17 Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oraçäo do teu servo, e as suas súplicas, e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor.

18 Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os teus olhos, e olha para a nossa desolaçäo, e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque näo lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias.

19 O Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age sem tardar; por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo säo chamados pelo teu nome.

20 Estando eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do SENHOR, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus,

21 Estando eu, digo, ainda falando na oraçäo, o homem Gabriel, que eu tinha visto na minha visäo ao princípio, veio, voando rapidamente, e tocou-me, à hora do sacrifício da tarde.

22 Ele me instruiu, e falou comigo, dizendo: Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido.

23 No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; considera, pois, a palavra, e entende a visäo.

24 Setenta semanas estäo determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressäo, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visäo e a profecia, e para ungir o Santíssimo.

25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificaräo, mas em tempos angustiosos.

26 E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas näo para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundaçäo; e até ao fim haverá guerra; estäo determinadas as assolaçöes.

27 E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblaçäo; e sobre a asa das abominaçöes virá o assolador, e isso até à consumaçäo; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.

--------------------------------------------------------------------------------

Capitulo 10

1 No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma palavra a Daniel, cujo nome era Beltessazar; a palavra era verdadeira e envolvia grande conflito; e ele entendeu esta palavra, e tinha entendimento da visäo.

2 Naqueles dias eu, Daniel, estive triste por três semanas.

3 Alimento desejável näo comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com ungüento, até que se cumpriram as três semanas.

4 E no dia vinte e quatro do primeiro mês eu estava à borda do grande rio Hidequel;

5 E levantei os meus olhos, e olhei, e eis um homem vestido de linho, e os seus lombos cingidos com ouro fino de Ufaz;

6 E o seu corpo era como berilo, e o seu rosto parecia um relámpago, e os seus olhos como tochas de fogo, e os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como a voz de uma multidäo.

7 E só eu, Daniel, tive aquela visäo. Os homens que estavam comigo näo a viram; contudo caiu sobre eles um grande temor, e fugiram, escondendo-se.

8 Fiquei, pois, eu só, a contemplar esta grande visäo, e näo ficou força em mim; transmudou-se o meu semblante em corrupçäo, e näo tive força alguma.

9 Contudo ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo o som das suas palavras, eu caí sobre o meu rosto num profundo sono, com o meu rosto em terra.

10 E eis que certa mäo me tocou, e fez com que me movesse sobre os meus joelhos e sobre as palmas das minhas mäos.

11 E me disse: Daniel, homem muito amado, entende as palavras que vou te dizer, e levanta-te sobre os teus pés, porque a ti sou enviado. E, falando ele comigo esta palavra, levantei-me tremendo.

12 Entäo me disse: Näo temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coraçäo a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, säo ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras.

13 Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia.

14 Agora vim, para fazer-te entender o que há de acontecer ao teu povo nos derradeiros dias; porque a visäo é ainda para muitos dias.

15 E, falando ele comigo estas palavras, abaixei o meu rosto para a terra, e emudeci.

16 E eis que alguém, semelhante aos filhos dos homens, tocou-me os lábios; entäo abri a minha boca, e falei, dizendo àquele que estava em pé diante de mim: senhor meu, por causa da visäo sobre-vieram-me dores, e näo me ficou força alguma.

17 Como, pois, pode o servo do meu senhor falar com o meu senhor? Porque, quanto a mim, desde agora näo resta força em mim, e nem fólego ficou em mim.

18 E aquele, que tinha aparência de um homem, tocou-me outra vez, e fortaleceu-me.

19 E disse: Näo temas, homem muito amado, paz seja contigo; anima-te, sim, anima-te. E, falando ele comigo, fiquei fortalecido, e disse: Fala, meu senhor, porque me fortaleceste.

20 E ele disse: Sabes por que eu vim a ti? Agora, pois, tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia.

21 Mas eu te declararei o que está registrado na escritura da verdade; e ninguém há que me anime contra aqueles, senäo Miguel, vosso príncipe.

--------------------------------------------------------------------------------

Capitulo 11

1 Eu, pois, no primeiro ano de Dario, o medo, levantei-me para animá-lo e fortalecê-lo.

2 E agora te declararei a verdade: Eis que ainda três reis estaräo na Pérsia, e o quarto acumulará grandes riquezas, mais do que todos; e, tornando-se forte, por suas riquezas, suscitará a todos contra o reino da Grécia.

3 Depois se levantará um rei valente, que reinará com grande domínio, e fará o que lhe aprouver.

4 Mas, estando ele em pé, o seu reino será quebrado, e será repartido para os quatro ventos do céu; mas näo para a sua posteridade, nem tampouco segundo o seu domínio com que reinou, porque o seu reino será arrancado, e passará a outros que näo eles.

5 E será forte o rei do sul; mas um dos seus príncipes será mais forte do que ele, e reinará poderosamente; seu domínio será grande.

6 Mas, ao fim de alguns anos, eles se aliaräo; e a filha do rei do sul virá ao rei do norte para fazer um tratado; mas ela näo reterá a força do seu braço; nem ele persistirá, nem o seu braço, porque ela será entregue, e os que a tiverem trazido, e seu pai, e o que a fortalecia naqueles tempos.

7 Mas de um renovo das raízes dela um se levantará em seu lugar, e virá com o exército, e entrará na fortaleza do rei do norte, e operará contra eles, e prevalecerá.

8 Também os seus deuses com as suas imagens de fundiçäo, com os seus objetos preciosos de prata e ouro, levará cativos para o Egito; e por alguns anos ele persistirá contra o rei do norte.

9 E entrará no reino o rei do sul, e tornará para a sua terra.

10 Mas seus filhos interviräo e reuniräo uma multidäo de grandes forças; e virá apressadamente e inundará, e passará adiante; e, voltando levará a guerra até a sua fortaleza.

11 Entäo o rei do sul se exasperará, e sairá, e pelejará contra ele, contra o rei do norte; este porá em campo grande multidäo, e aquela multidäo será entregue na sua mäo.

12 A multidäo será tirada e o seu coraçäo se elevará; mas ainda que derrubará muitos milhares, contudo näo prevalecerá.

13 Porque o rei do norte tornará, e porá em campo uma multidäo maior do que a primeira, e ao fim dos tempos, isto é, de anos, virá à pressa com grande exército e com muitas riquezas.

14 E, naqueles tempos, muitos se levantaräo contra o rei do sul; e os violentos dentre o teu povo se levantaräo para cumprir a visäo, mas eles cairäo.

15 E o rei do norte virá, e levantará baluartes, e tomará a cidade forte; e os braços do sul näo poderäo resistir, nem o seu povo escolhido, pois näo haverá força para resistir.

16 O que, pois, há de vir contra ele fará segundo a sua vontade, e ninguém poderá resistir diante dele; e estará na terra gloriosa, e por sua mäo haverá destruiçäo.

17 E dirigirá o seu rosto, para vir com a potência de todo o seu reino, e com ele os retos, assim ele fará; e lhe dará uma filha das mulheres, para corrompê-la; ela, porém, näo subsistirá, nem será para ele.

18 Depois virará o seu rosto para as ilhas, e tomará muitas; mas um príncipe fará cessar o seu opróbrio contra ele, e ainda fará recair sobre ele o seu opróbrio.

19 Virará entäo o seu rosto para as fortalezas da sua própria terra, mas tropeçará, e cairá, e näo será achado.

20 E em seu lugar se levantará quem fará passar um arrecadador pela glória do reino; mas em poucos dias será quebrantado, e isto sem ira e sem batalha.

21 Depois se levantará em seu lugar um homem vil, ao qual näo tinham dado a dignidade real; mas ele virá caladamente, e tomará o reino com engano.

22 E com os braços de uma inundaçäo seräo varridos de diante dele; e seräo quebrantados, como também o príncipe da aliança.

23 E, depois do concerto com ele, usará de engano; e subirá, e se tornará forte com pouca gente.

24 Virá também caladamente aos lugares mais férteis da província, e fará o que nunca fizeram seus pais, nem os pais de seus pais; repartirá entre eles a presa e os despojos, e os bens, e formará os seus projetos contra as fortalezas, mas por certo tempo.

25 E suscitará a sua força e a sua coragem contra o rei do sul com um grande exército; e o rei do sul se envolverá na guerra com um grande e mui poderoso exército; mas näo subsistirá, porque maquinaräo projetos contra ele.

26 E os que comerem os seus alimentos o destruiräo; e o exército dele será arrazado, e cairäo muitos mortos.

27 Também estes dois reis teräo o coraçäo atento para fazerem o mal, e a uma mesma mesa falaräo a mentira; mas isso näo prosperará, porque ainda verá o fim no tempo determinado.

28 Entäo tornará para a sua terra com muitos bens, e o seu coraçäo será contra a santa aliança; e fará o que lhe aprouver, e tornará para a sua terra.

29 No tempo determinado tornará a vir em direçäo do sul; mas näo será na última vez como foi na primeira.

30 Porque viräo contra ele navios de Quitim, que lhe causaräo tristeza; e voltará, e se indignará contra a santa aliança, e fará o que lhe aprouver; voltará e atenderá aos que tiverem abandonado a santa aliança.

31 E braços seräo colocados sobre ele, que profanaräo o santuário e a fortaleza, e tiraräo o sacrifício contínuo, estabelecendo abominaçäo desoladora.

32 E aos violadores da aliança ele com lisonjas perverterá, mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e fará proezas.

33 E os entendidos entre o povo ensinaräo a muitos; todavia cairäo pela espada, e pelo fogo, e pelo cativeiro, e pelo roubo, por muitos dias.

34 E, caindo eles, seräo ajudados com pequeno socorro; mas muitos se ajuntaräo a eles com lisonjas.

35 E alguns dos entendidos cairäo, para serem provados, purificados, e embranquecidos, até ao fim do tempo, porque será ainda para o tempo determinado.

36 E este rei fará conforme a sua vontade, e levantar-se-á, e engrandecer-se-á sobre todo deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas espantosas, e será próspero, até que a ira se complete; porque aquilo que está determinado será feito.

37 E näo terá respeito ao Deus de seus pais, nem terá respeito ao amor das mulheres, nem a deus algum, porque sobre tudo se engrandecerá.

38 Mas em seu lugar honrará a um deus das forças; e a um deus a quem seus pais näo conheceram honrará com ouro, e com prata, e com pedras preciosas, e com coisas agradáveis.

39 Com o auxílio de um deus estranho agirá contra as poderosas fortalezas; aos que o reconhecerem multiplicará a honra, e os fará reinar sobre muitos, e repartirá a terra por preço.

40 E, no fim do tempo, o rei do sul lutará com ele, e o rei do norte se levantará contra ele com carros, e com cavaleiros, e com muitos navios; e entrará nas suas terras e as inundará, e passará.

41 E entrará na terra gloriosa, e muitos países cairäo, mas da sua mäo escaparäo estes: Edom e Moabe, e os chefes dos filhos de Amom.

42 E estenderá a sua mäo contra os países, e a terra do Egito näo escapará.

43 E apoderar-se-á dos tesouros de ouro e de prata e de todas as coisas preciosas do Egito; e os líbios e os etíopes o seguiräo.

44 Mas os rumores do oriente e do norte o espantaräo; e sairá com grande furor, para destruir e extirpar a muitos.

45 E armará as tendas do seu palácio entre o mar grande e o monte santo e glorioso; mas chegará ao seu fim, e näo haverá quem o socorra.

--------------------------------------------------------------------------------

Capitulo 12

1 E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve naçäo até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro.

2 E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitaräo, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno.

3 Os que forem sábios, pois, resplandeceräo como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente.

4 E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correräo de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará.

5 Entäo eu, Daniel, olhei, e eis que estavam em pé outros dois, um deste lado, à beira do rio, e o outro do outro lado, à beira do rio.

6 E ele disse ao homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio: Quando será o fim destas maravilhas?

7 E ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio, o qual levantou ao céu a sua mäo direita e a sua mäo esquerda, e jurou por aquele que vive eternamente que isso seria para um tempo, tempos e metade do tempo, e quando tiverem acabado de espalhar o poder do povo santo, todas estas coisas seräo cumpridas.

8 Eu, pois, ouvi, mas näo entendi; por isso eu disse: Senhor meu, qual será o fim destas coisas?

9 E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estäo fechadas e seladas até ao tempo do fim.

10 Muitos seräo purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederäo impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderäo.

11 E desde o tempo em que o sacrifício contínuo for tirado, e posta a abominaçäo desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias.

12 Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias.

13 Tu, porém, vai até ao fim; porque descansarás, e te levantarás na tua herança, no fim dos dias.

--------------------------------------------------------------------------------


Table of Contents: Albanian :Arabic :Belarusian :Bulgarian :Chinese_Simplified :Chinese_Traditional :Danish :Dutch :English :French :German :Hungarian :Íslenska :Italian :Japanese :Korean :Latvian :Norwegian :Persian :Polish :Portuguese :Romanian :Russian :Spanish :Swedish :Turkish :Ukrainian :