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Washington Araújo : Introdução ao Pensamento de Bahá'u'lláh
Introdução ao Pensamento de Bahá'u'lláh
Organizado por Washington Araújo
EDITORA PLANETA PAZ
Bahá'u'lláh - UMA BIOGRAFIA
A Fonte da Nova Ordem Mundial
Washington Araújo

A vida de Bahá'u'lláh é uma vida, por todos os motivos, incomum. Nosso pensamento ocidental, acostumado a mensurar por parâmetros lineares a vida de qualquer biografado, sente-se tolhido neste caso. Um Personagem como Bahá'u'lláh encontra o palco do mundo pequeno para conter aquele Espírito que, vez por outra, toma a forma de "templo humano" e "habita entre nós". É nada menos que "o verbo feito carne". Sua influência ultrapassa os limites de Sua época, impulsionando significativamente a civilização.

A verdade é que se torna uma dessas "missões impossíveis" querer circunscrever nosso Biografado na forma linear do ciclo nascimento/morte. O desafio é: como descrever o que é puro Espírito?

Daí, decorre uma segunda questão: Como apresentar esta vida se não por parâmetros a que estamos acostumados? Buscarei me aventurar nesta trilha, embora convencido de que as palavras serão toscas para transmitir de forma adequada quem foi Bahá'u'lláh. A característica predominante em Sua vida é a qualidade de um amor intenso pelo gênero humano.

Bahá'u'lláh nasceu em Teerã, entre a alvorada e o nascer do sol de 12 de novembro de 1817. Filho de um vizir da corte persa, logo se sobressaiu pela elevada conduta moral, pela sensibilidade ante o sofrimento dos necessitados e por uma inteligência inata. Estes predicados valeram-Lhe o título de "Pai dos Pobres" e fizeram com que fosse, ainda que informalmente, um conselheiro da Corte.

Sua juventude teve tranqüilidade até 1844, data em que abraçou com intrepidez e ardor a Causa do Báb, uma Causa que trazia novo alento de vida não apenas à Pérsia, mas, como se veria nos anos e décadas seguintes, ao próprio corpo da humanidade, e estava destinada a promover a maior revolução espiritual de todos os tempos. Primeiro, comovendo os alicerces da sociedade persa, engolfando em um mutirão messiânico, ricos e pobres, cultos e iletrados, homens e mulheres de todas as idades. E, progressivamente, conquistando corações e mentes além fronteiras. Ninguém poderia ser indiferente ao que estava se desenvolvendo naqueles anos.

Convém mencionar algumas características sobre a Pérsia, hoje Irã, em meados do século passado. Um relato histórico sobre aquela época é enfático:

Todos os observadores concordam em representar a Pérsia como uma nação débil e atrasada, dividida em si por práticas corruptas e feroz intolerância. Ineficiência e miséria - frutos da decadência moral - grassavam em todo lugar. Nas camadas mais altas até às mais baixas, parecia não haver capacidade para se efetivar reformas nem sequer a vontade de instruí-las seriamente. A vaidade nacional pregava uma grandiosa auto-satisfação. Uma mortalha de imobilidade pairava sobre todas as coisas, e uma prevalecente paralisia mental tornava impossível qualquer desenvolvimento.

Recebida com feroz oposição, acirrando os ânimos do fanatismo e da intolerância religiosa do Islã, berço de onde nascia a nova Revelação, a verdade é que a Causa do Báb, na medida em que trazia a Voz de Deus aos ouvidos de milhões de pessoas, transformou de forma incontestável a vida social, moral e espiritual da Pérsia. O país não foi mais o mesmo. O mundo não foi mais o mesmo.

O próprio Autor de tão estupenda revelação foi alvo de perseguição e violências de um clero muçulmano rebelado à Sua Palavra e de um sistema teocrático de governo carcomido pela corrupção e ambição sem paralelo dentre as monarquias então existentes no contexto internacional.

Aprisionado em fortalezas nas regiões montanhosas do país, como as de Mah'ku e Chihriq, o Báb, a despeito de dias tão turbulentos, esteve placidamente a transmitir Seus novos ensinamentos e a alimentar a chama que se ateou nos corações que atenderam a Seu chamado. Vinte mil pessoas foram trucidadas pelo crime de não renegarem a nova Fé. Cenas trágicas da alvorada de uma nova Fé, que encontrava claros paralelos com a saudação que a mesma humanidade, muitas gerações antes, oferecera a Jesus de Nazaré. Na descrição do renomado historiador Ernest Renan, temos uma visão do heroísmo suscitado naqueles dias:

"Um dia que talvez não tenha igual na história do mundo, foi aquele em que ocorreu o grande massacre de Bábís em Teerã. Avançavam, entre carrascos, mulheres e crianças com pavios acesos, flamejantes, nas feridas. As vítimas erram arrastadas com cordas e obrigadas a caminhar com chicotadas. Quando chegavam ao lugar do suplício, lhes era oferecida a vida novamente desde que abjurassem sua Fé. Um algoz disse a um pai que se não abjurasse, serraria o pescoço de seus dois filhos sobre seu peito - eram dois garotos, o maior dos quais tinha quatorze anos... vermelhos com seu próprio sangue, com as carnes dilaceradas, escutavam calmamente o diálogo - o pai respondeu, deitando-se no chão, que estava pronto e, o maior dos filhos, reclamando com ímpeto os direitos de primogênito, pediu para ser decapitado primeiro..."

Foi a essa Causa que Mirza Husayn 'Ali, depois cognominado Bahá'u'lláh, dedicou Sua vida: Tinha então 27 anos. Deixava atrás de Si o conforto e a tranqüilidade de um lar, os privilégios de uma das mais tradicionais famílias de Mazindarán. Líder inato, tornou-se referencial da oprimida massa de seguidores do Báb, ainda cumprindo rigoroso encarceramento.

Sua sabedoria e argúcia levaram-No a coordenar, em junho de 1848, a primeira reunião dos seguidores no vilarejo de Badasht.

Ali, naquela aldeia, a pauta de temas incluía desde um plano para libertação do Báb, até uma proclamação inequívoca dos postulados básicos da mensagem divina da qual Ele era o portador, firmando-a como uma religião independente, com seus próprios ensinamentos e tendo seu próprio Livro Sagrado, O Bayán.

O drama vivido pelo Báb teve o ato final com o Seu fuzilamento, aos 31 anos de idade, em uma praça pública de Tabríz, ao meio-dia de 9 de julho de 1850. As peculiaridades deste drama inspiraram os intelectuais da época, como o filósofo Leon Tolstoi, o eminente orientalista britânico Edward Granville Browne, e inspirou a peça teatral intitulada, O Báb, protagonizada em Moscou por Olga Grinewskaia e depois encenada em prestigiosos palcos de diversas capitais da Europa.

Em agosto de 1852, perturbado com o destino de Seu Mestre, tendo sido inclusive testemunha ocular de Seu assassinato, um jovem chamado Sadíq disparou uma pistola no Xá, buscando vingar a trágica morte de seu Amado. No entanto, utilizara balas de festim. Em decorrência deste ato impensado instaurou-se uma nova onda de massacre aos seguidores da nova Fé. Bahá'u'lláh foi condenado à prisão no Siyáh-Chál (Cova Negra), um calabouço subterrâneo em Teerã, que em anos passados servira como reservatório púbico de água. Acompanharam-no diversos de seus companheiros.

Diariamente um deles era escolhido para a sessão de tortura ou mesmo para ser trucidado. Quando o carrasco vinha buscar um deles, aquele cujo nome era chamado "dançava literalmente de júbilo, beijava com êxtase as mãos de Bahá'u'lláh, abraçava seus companheiros de crença e, então, não se contendo de alegria, avançava para o local do martírio".

Durante quatro penosos meses, na companhia de cerca de 150 delinqüentes, assassinos e salteadores de estradas, com o pescoço agrilhoado pelas pesadas correntes Qará-Guhár (hoje em museu de Teerã) Mirza Husayn 'Ali recebeu a missão divina - o "manto de profeta". Este mesmo Espírito Imortal que ha 5.000 anos passados revelara-se a Moisés no Monte Sinai, através da Voz que fluía da Sarça Ardente; ha 3.000 anos na forma do Fogo Sagrado inspirara Zoroastro; ha 2.000 anos através da pomba que baixava sobre a cabeça de Jesus Cristo, na Judéia; e ha 1.300 anos comunicara-Se com Maomé através do Anjo Gabriel, agora, ali, naquele fétido calabouço, o chamado divino inspirava Mirza Husayn 'Ali personificado por uma Jovem.

Estas lutas infrutíferas, essas guerras ruinosas hão de passar e a Paz Maior há de chegar.

- Bahá'u'lláh

Sobre essa memorável ocasião, Bahá'u'lláh escreveu:

Uma noite, em sonho, estas exaltadas palavras foram ouvidas de todos os lados: "Verdadeiramente, Nós Te faremos vitorioso por Ti Mesmo e por Tua Pena. Não lamentes pelo que Te tem sobrevindo, nem temas, pois estás em segurança. Em breve, Deus fará que se ergam os tesouros da Terra - homens que hão de ajudar-Te por Ti e por Teu Nome, por meio do qual Deus ressuscitou o coração dos que O reconheceram."

Mas logo ficou comprovado de forma irrefutável que Bahá'u'lláh não tivera qualquer envolvimento com o atentado à vida do Xá, tendo inclusive o ministro russo atestado a pureza do seu caráter. Com a saúde debilitada, o Xá ordenou que Ele fosse exilado para Bagdá, na Mesopotâmia.

Em 1863, o governo turco, atendendo pedido do governo persa, baniu Bahá'u'lláh para Constantinopla. Esta notícia causou grande comoção aos Seus discípulos. Afluíram à casa de seu Mestre para hipotecar sua solidariedade e demonstrar seu desapontamento. A família viu-se forçada a acampar por doze dias no Jardim de Najíb Pashá, nos arredores da cidade de Bagdá. Foi durante estes doze dias (21 de abril a 2 de maio de 1863), dezenove anos após a declaração do Báb, que Bahá'u'lláh deu a vários de Seus adeptos as boas novas de ser Ele o Prometido de todos os Profetas do passado.

Aquele jardim onde se consumou tão eloqüente proclamação veio a ser então conhecido pelos Bahá'ís como O Jardim do Ridvan e aqueles dias passaram à história como O Festival do Ridvan, anualmente celebrado em cerca de 125 mil localidades onde residem Bahá'ís.

A viagem a Constantinopla durou de três a quatro meses. A caravana contava com Bahá'u'lláh, Sua família e mais vinte e seis seguidores. Suportaram um inverno rigoroso e permaneceram naquela cidade apenas quatro meses, sendo novamente o grupo banido para Adrianópolis, terminando por passar cerca de 23 anos de Sua existência terrena confinado na cidade-prisão de 'Akká, na antiga Palestina, hoje Israel.

Sobre esta prisão um provérbio popular na região dizia que "os pássaros que sobrevoassem 'Akká cairiam mortos tão nauseabundo era o ar".

Dali, o Prisioneiro dirigiu mensagens aos reis e governantes da Terra, bem como aos líderes espirituais das grandes religiões. Ele anunciava que as promessas de todos os tempos estavam cumpridas. Em um tempo em que o esplendor e a ostentação dos monarcas refletiam o vasto poder que exerciam, era curioso observar com que poder e majestade a eles Ele se dirigiu, de forma coletiva:

Ó Reis da Terra! Já veio aquele que é a Senhor soberano de todos. O Reino é de Deus, o onipotente Protetor; O que subsiste por Si Próprio.

Ó Reis da Terra! A Maior Lei foi revelada neste Lugar, nesta cena de transcendente esplendor. Tudo oculto veio à luz...

Sois apenas vassalos, ó reis da terra! Aquele que é o Rei dos Reis apareceu, adornado de Sua glória... e vos convoca a Ele Mesmo...

As Epístolas de Bahá'u'lláh, dirigidas individualmente aos governantes do mundo foram enfáticas e claras. Disse-lhes que a não ser que os laços de afeição e unidade entre todos os homens fossem ampliados, a não ser que as nações se unissem em amigável cooperação para trazer paz ao mundo, a não ser que os direitos de todos os homens e especialmente os dos pobres e humildes fossem garantidos e salvaguardados, a não ser que os homens e especialmente os líderes vivessem suas vidas de acordo com o que fosse do agrado de Deus e não de seu próprio agrado - seus reinos, suas possessões, seus privilégios, seus prazeres - todos lhes seriam tirados pelo Senhor da Vinha (O Messias) o qual então daria a vinha (a Terra) àquelas almas dignas entre os eleitos, que sobrevivessem da grande aflição que a humanidade teria trazido para si mesma. Recusando-se, em sua maioria, a atender ao seu Chamado, os destinatários destas inspiradas mensagens tiveram o seguinte destino:

Sultão 'Abdu'l-Azíz, Rei do Império Otomano, foi deposto após uma rebelião do Palácio e assassinado em 1876. A I Guerra Mundial resultou na dissolução do Império Otomano, na abolição do Sultanado e na proclamação de uma República.

Alexandre Nicolau II, o Czar da Rússia, após sofrer vários atentados contra sua vida, morreu assassinado. Uma revolução sangrenta que culminou com a perseguição do clero, sendo então executado o Czar e sua família, extinguindo-se assim a dinastia dos Romanoff.

Francisco José, Imperador da Áustria e Rei da Hungria, foi engolfado em tragédias e calamidades que afligiram sua nação, criando-se uma república das ruínas de seu vão Santo Império Romano, desaparecendo por conseguinte do mapa político da Europa.

Napoleão III, Imperador da França que, ao receber a Epístola de Bahá'u'lláh teria declarado: "Se isto é de Deus, eu sou duas vezes Deus", teve humilhante derrota na Batalha de Sedan (1870) que foi registrada como uma das grandes capitulações militares da história moderna. Ele perdeu seu reino e passou os últimos anos de vida no exílio, seu império entrou em colapso e uma feroz guerra civil foi seguida pela coroação de William I, o Rei Prussiano, como Imperador do Império Germânico Unido, que passou a ocupar o Palácio de Versalhes.

Násiri'd-Din Sháh, o Rei da Pérsia, na plenitude de seu poder, foi assassinado quando orava, na noite da celebração do seu jubileu, que ficaria na história como "o maior dia" nos anais da Nação Persa. Seus descendentes foram rápida e ignominiosamente eclipsados, marcando o desaparecimento da dinastia Qajár.

Rainha Vitória, do Império Britânico, a única cabeça coroada louvada por Bahá'u'lláh - por suas ações proibindo o tráfico de escravos e por ter confiado o reino ao conselho dos representantes do povo - foi preservada, sendo a mais longa de qualquer dinastia britânica. Sua bisneta, a Rainha Maria da Romênia, espontaneamente atestou a grandeza da Mensagem de Bahá'u'lláh, vindo a se declarar Sua seguidora.

Kaiser Guilherme I, da Alemanha, enfrentou duas tentativas de assassinato de sua vida. Seu trono foi usurpado por Guilherme II, cujo orgulho levou a Europa à Guerra de 1914/1918, precipitando a revolução na capital da Alemanha, ensejando o aparecimento do comunismo em várias cidades do país. A Constituição de Weimar marcou a extinção do Império, em severos termos que provocaram "as lamentações" profetizadas por Bahá'u'lláh na metade do século anterior.

O Papa Pio IX, o inquestionado cabeça da mais poderosa Igreja da Cristandade foi compelido a submeter-se à deposição do Estado Papal e da própria Roma, na qual a bandeira do Papa havia tremulado por mil anos e para testemunhar a humilhação das ordens religiosas sob sua jurisdição, sofrendo de enfermidades físicas e mentais, terminou seus anos. A virtual extinção da soberania temporal do Papa foi simbolizada pelo reconhecimento formal do Reino da Itália.

Daquela longínqua prisão em 'Akká, foi liberado ao mundo o espírito da nova era. Os ensinamentos de Bahá'u'lláh giram em torno da unidade do gênero humano. Para a consecução desta extraordinária meta, ele delineou os princípios básicos, que, levados à prática, dariam início a um novo estágio na história humana.

A livre pesquisa da verdade, sem influência ou preconceito. A verdade é uma só e é indivisível. Alertava a humanidade para ver Deus "com seus próprios olhos" e não pelos de outrem. Assim formulara o princípio de que a revelação divina é contínua e progressiva. Ou seja: existe Um Deus, Uma Verdade, Uma Humanidade. Estamos diante de uma grande escola que seria a humanidade. Os professores desta escola chamaram-se Abraão, Krishna, Moisés, Zoroastro, Cristo, Buda, Maomé, o Báb e agora Bahá'u'lláh. Todos ensinaram o amor ao próximo, o amor a Deus e trouxeram leis e ensinamentos adequados à época em que vieram. Seus livros sagrados são recitados por seus milhões de seguidotes nas diversas regiões do planeta: o Baghavad-Gita, o Pentateuco, o Evangelho de Buda, o Zend-Avesta, o Novo Testamento, o Alcorão, o Bayán, o Kitáb-i-Aqdas. O Reitor é o mesmo: Aquele que lhes enviou para impulsionar a civilização.

A igualdade de direitos e oportunidades para o homem e a mulher passa a ser um dos predicados para uma Nova Ordem Mundial. Desde seus primórdios, com a designação de uma mulher extraordinária como discípula nesta Causa, a poetisa Tahirih (1817-1852), que protagonizou um drama único nos anais da história religiosa e cujas palavras finais ante aqueles que the tiraram a vida ecoam ainda hoje como fonte de consolo para a libertação feminina: "Podeis me matar quando bem o quiserdes, mas não podeis impedir a emancipação das mulheres". Visualizando a humanidade como um pássaro, no qual uma asa representa a homem e a outra asa, a mulher, para concluir que o pássaro não pode alçar vôo no espaço ilimitado sem o equilíbrio entre as asas. Neste aspecto, Sua mensagem soou como "um dobre de finados" pelos longos séculos em que a mulher fora brutalmente discriminada.

A harmonia essencial entre a religião, a ciência e a razão, considerando que sendo a verdade una, não seria racional aceitar um aspecto em detrimento de outro. Seus ensinamentos são enfáticos ao afirmar que "o conhecimento é um ponto, os ignorantes o multiplicaram".

A eliminação das diversas formas de preconceitos. Ele concebia um mundo uno, onde diferenças raciais, nacionais, culturais, dentre outras, não encontravam abrigo à sombra de Deus.

É comovente imaginar Bahá'u'lláh, em sua cela na prisão de 'Akká proclamar: "Vós sois as folhas e os ramos de uma única árvore, as gotas de um mesmo mar; as estrelas de um mesmo céu" ou mesmo concluir uma reflexão com estas palavras: "Quando o homem volve a face para Deus vê que todos são seus irmãos" ou que "a luz da unidade é tão poderosa que pode iluminar a Terra inteira".

Para Bahá'u'lláh, a humanidade ultrapassou os estágios evolutivos de família (Patriarcado), tribo (Tribos de Judá), cidade-estado (Jerusalém), nação (Arábia) e dirige-se inevitavelmente para a unidade mundial. Em suas palavras, afirmava-se o conceito todo-abrangente de cidadania mundial: "A Terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos." É no mínimo instigante constatar que, por caminhos muitas vezes inovadores ou pouco ortodoxos, as nações envidam esforços para atingir este novo estágio a que são convocadas desde o século passado.

A educação compulsória universal, a que todos deveriam ter acesso, foi um dos princípios delineados por Bahá'u'lláh, para se alcançar o entendimento mundial; e que seja conducente a um sentimento de mútua responsabilidade pela família humana. Referindo-se ao ser humano como "uma mina rica em jóias de inestimável valor" e afirmando que a educação, tão somente, poderia faze-lo "revelar suas potencialidades", estavam lançadas as bases para tornar realidade a profecia do Antigo Testamento de um tempo predito no qual "o conhecimento enchesse a terra assim como as águas enchiam a mar".

Ainda mais, os ensinamentas Bahá'ís declaram que "a ignorância é indiscutivelmente a principal razão para o declínio e a queda dos povos, e para a perpetuação dos preconceitos."

O restabelecimento do primado da justiça recebeu consideração especial. Ele declarou que "a Justiça é a mais amada dentre todas as coisas" e também que ela se sustenta em dois pilares: recompensa e punição. Parte considerável de seus escritos relaciona-se com a Justiça, enquanto bem supremo e abrigo ideal para a civilização. Com efeito, bem podemos colocar a situação caótica em que o mundo se defronta como sendo a ausência da administração da justiça em seus afazeres.

Com o olhar no retrovisor da história, pode-se afirmar que com o poder liberado por Suas palavras, a força de Seu verbo regenerador e, sobretudo, a excelência desta vida consagrada à unificação dos povos e raças Terra, somos impelidos a uma profunda reflexão sobre o destino glorioso a que é alçado o ser humano. Aconselhando-o, primeiramente, a "possuir um coração puro, bondoso e radiante", Ele o convoca para "ser amigo de sua alma nos reinos espirituais", a purificar o próprio coração "para sua descida" e a nada plantar nele, salvo "a rosa do amor".

Ao anunciar que a humanidade atingiu a época de maturidade, Ele declarou que fomos criados para "conhecer e adorar a Deus" e para "levar avante uma civilização em constante evolução". Dessa maneira, Ele deu uma nova meta espiritual aos seres humanos, qual seja, buscar a salvação coletiva e não, tão somente, a individual. É necessário destacar que a palavra "Deus", que é um símbolo para aquela transcendente realidade através da qual toda a existência é regida e mantida, Deus, não é o produto da imaginação humana, uma criação da mente, ou mesmo uma fantasia inventada, irreal ou mesmo um mero reflexo de circunstâncias particulares, tanto social como econômica.

Os ensinamentos de Bahá'u'lláh asseguram que Deus não pode ser conhecido em Sua essência. Ele está além de nossa compreensão. De acordo com Seus ensinamentos, Sua essência permanecerá para sempre oculta dos homens, pois como Ele diz "Ele é o Oculto dos Ocultos e o Manifesto dos Manifestos". Deus, aquela "Essência Incognoscível", é mais que o criador do homem, Ele é também, o Senhor da História.

Os ensinamentos e as orações por Ele reveladas trazem, conforme atestou a Rainha Maria da Romênia, "paz à alma e esperança ao coração" e são, nas palavras do Mahatma Gandhi "um consolo para a humanidade".

Em Suas orações, o coração sensível pode contemplar a perfeita comunhão entre o amante e o Amado: "Não sei, ó meu Deus, qual é este fogo que ateaste em meu ser... nem o céu nem a terra podem nublar seu esplendor... Ó meu Deus, faze de Tua Beleza meu alimento... Ó Tu Senhor Bondoso! Une a todos, faze as religiões concordarem e torna as nações uma só, para que sejam como uma só família..."

A prisão foi por fim mitigada pela mobilização das tropas turcas, ficando aquele quartel requisitado para utilização das tropas. Bahá'u'lláh e Sua família foram transferidos para uma casa nas imediações, ficando Seus adeptos acomodados numa estalagem, na cidade. Bahá'u'lláh permaneceu por mais sete anos prisioneiro nessa casa. Num pequeno quarto junto daquele que Lhe fora designado, treze pessoas de Sua família, de ambos os sexos, tiveram que se acomodar como melhor pudessem. De início, sofreram excessivamente em conseqüência da acomodação inadequada, alimentação escassa e da falta dos usuais confortos da vida. Depois de certo tempo, porém, alguns quartos adicionais foram postos à sua disposição, podendo eles assim viver com relativa comodidade. Depois que Bahá'u'lláh e Seus companheiros deixaram o quartel, visitas eram-Lhe permitidas, e gradativamente as severas restrições impostas pelos éditos imperiais foram sendo relaxadas mais e mais, embora de vez em quando novamente aplicadas por algum tempo.

Mesmo durante a época pior de seu encarceramento, os Bahá'ís jamais desanimaram; ao contrário, mantiveram inabaláveis a sua confiança e tranqüilidade. Quando ainda no quartel de 'Akká, Bahá'u'lláh escreveu a alguns amigos: "Não tenhais medo. Estas portas abrir-se-ão. Mm/ia tenda será erguida no Monte Carmelo, e o maior contentamento será atingido." Constituiu esta declaração grande fonte de consolo para Seus adeptos, e no devido tempo se realizou literalmente Sua profecia.

Bem-Aventurado e feliz é aquele que se levanta para promover os melhores interesses dos povos e raças da Terra.

- Bahá'u'lláh

Tendo nos primeiros anos de durezas mostrado como se deve glorificar a Deus embora num estado de pobreza e ignomínia, Bahá'u'lláh nos últimos anos da vida em Bahjí, no início da década de 1890, mostrou como, cercado de honras e afluência, ainda se deve glorificar ao mesmo Deus.

Apesar de termos descrito a Sua vida em Bahjí como realmente majestosa no mais verdadeiro sentido da palavra, não se deve imaginar, porém, que fosse caracterizada por esplendor material ou extravagância. A Abençoada Beleza, um dos inúmeros títulos com que a Ele seus seguidores se dirigiam, e Sua família, viviam com a maior simplicidade e modéstia; o gasto com luxo egoísta era coisa desconhecida naquele lar.

Perto de Sua casa fizeram-Lhe os amigos um jardim que denominaram de Ridvan, no qual Ele passava muitos dias consecutivos, ou mesmo semanas, dormindo à noite numa pequena cabana. De quando em quando, Ele ia mais longe, fazendo algumas visitas à 'Akká e Haifa, e mais de uma vez armando a Sua tenda no Monte Carmelo, como predissera enquanto ainda encarcerado no quartel de 'Akká. A maior parte de Seu tempo era dedicada à prece e meditação, a revelação dos Livros Sagrados e Epístolas, e a educação espiritual dos amigos.

Assim passou Bahá'u'lláh simples e serenamente o outono da Sua vida na Terra, até que, após um ataque de febre, expirou, em 29 de maio de 1892, com a idade de setenta e cinco anos. Entre as últimas Epístolas por Ele reveladas, figura Seu Testamento, escrito do próprio punho e devidamente assinado e lacrado.

Nove dias após a Sua morte os selos por Ele postos neste documento foram quebrados pelo Seu filho mais velho, na presença dos membros da família e de alguns amigos, e o seu conteúdo, curto mas notável, foi revelado. Por este Testamento, 'Abdu'l-Bahá foi constituído o representante do Pai e o expositor de Seus ensinamentos, devendo os outros parentes e todos os adeptos dirigir-se a Ele e obedecê-Lo. Isso constituiu uma barreira contra o sectarismo e uma garantia à unidade da Causa.

A lembrança dos dias de Bahá'u'lláh é um legado único para a humanidade. Pois foram em dias atribulados e de tão intensos sofrimentos que pôde prosperar a árvore sempre verdejante desta Causa.

O amor que Ele infundiu naqueles que abraçaram Sua Causa tem concedido um sentido nobre às suas existências. Nos últimos 150 anos, milhares de pessoas deixaram seus países para se estabelecer em outras regiões do planeta, proclamando as boas novas de Sua vinda. São profissionais liberais, comerciantes, cientistas, educadores ou pessoas muito simples que se deixaram consumir pela visão de um novo mundo, sem fronteiras e sem guerras.

Bahá'u'lláh EM SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS

Eu era apenas um homem como os outros, adormecido em meu leito, quando, eis, os sopros do Todo-Glorioso manaram sobre Mim e Me deram o conhecimento de tudo o que já existia. Isso não provém de Mim, mas de Um que é o Todo-Poderoso e Onisciente. E Ele ordenou que Eu levantasse Minha voz entre a terra e o céu, e por isso Me sucedeu o que fez correrem as lágrimas de todo homem de compreensão... Este Ser é apenas uma folha movida pelos ventos da Vontade de teu Senhor, o Todo-Poderoso, Alvo de todo louvor... Seu chamado predominante atingiu-Me e Me fez expressar Seu louvor entre todos os povos. Em verdade, era Eu como um morto, quando Seu imperativo foi anunciado. A mão da Vontade de teu Senhor, o Compassivo, o Misericordioso, transformou-Me.

Por Minha vida! Não Me revelei por Minha vontade, mas Deus, por Sua própria vontade, quis Manifestar-Me. Sempre que Eu procurava entregar-Me ao silêncio e repouso, eis que a Voz do Espírito Santo à Minha direita, despertava-Me, e o Supremo Espírito aparecia-Me, o anjo Gabriel Me encobria com sua sombra e o Espírito da Glória se agitava dentro de Meu peito, concitando-Me a levantar e a romper Meu silêncio.

Certo dia, num sonho, estas exaltadas palavras foram ouvidas em toda parte: Verdadeiramente, Nós te faremos vitorioso por Ti Mesmo e por Tua Pena. Não te aflijas pelo que Te tem acontecido, nem temas, por que Tu estás em segurança. Muito em breve Deus levantará Os tesouros da Terra - homens que te auxiliarão por meio de Ti Mesmo e de Teu Nome, com que Deus revigorou os corações daqueles que O reconheceram.

Durante os dias em que permaneci na prisão de Teerã, embora o peso esmagador das correntes e o nauseabundo ar ambiente pouco Me permitissem dormir, contudo, em tais raros momentos de repouso, tinha a sensação de alguma coisa estar fluindo de Minha cabeça para o Meu peito, assim como uma poderosa torrente que, vertendo de uma altíssima montanha, se precipitasse ao solo. Em conseqüência, cada fibra de Meu corpo ardia como fogo. Em tais momentos, Minha língua dizia coisas que nenhum homem poderia suportar.

Enquanto mergulhado em amarguras, ouvi uma voz, a mais doce e maravilhosa, a chamar sobre Minha cabeça. Voltando Meu rosto, vi uma Jovem - personificação do Nome de Meu Senhor - suspensa no espaço diante de Mim. Tão jubilosa estava em sua própria alma, que seu semblante irradiava a graça divina e suas faces inflamavam-se com o esplendor do Todo-Misericordioso. Pairando entre o céu e a terra, fez uma exortação que cativou o coração e a mente dos homens. Deu-Me a conhecer as boas novas que alegraram todo o Meu Ser e as almas dos honrados servos de Deus. Apontando para a Minha cabeça, dirigiu-se a todos os que estavam no céu e a todos que estavam sobre a terra, dizendo: 'Per Deus! Este é o Mais Amado em todos os mundos, mas ainda não compreendeis isso! Ele representa a Formosura de Deus entre vós e o poder de Sua soberania em vosso seio - saberíeis, se vos fosse dado entender! Este é o Mistério de Deus e Seu Tesouro, a Causa de Deus e Sua Glória, para todos os que estão nos domínios da revelação e nos reinos criados - saberíeis, se estivésseis entre aqueles que percebem!

Meu Deus, Meu Mestre, Meu Desejo... Tu criaste este átomo de pó mediante o consumado poder de Tua grandeza e O nutriste com Tuas mãos, as quais por ninguém podem ser acorrentadas... A Ele tens destinado provas e sofrimentos que língua alguma pode descrever, nem qualquer uma de Tuas Epístolas relatar de um modo adequado. A garganta que Tu acostumaste ao toque de seda, tens, afinal, cingido de fortes correntes, e o corpo ao qual deste o conforto de brocados e veludos, tens sujeitado, por fim, à degradação de um calabouço. Teu decreto Me prendeu com inumeráveis grilhões e ao redor do pescoço Me pôs correntes que ninguém pode romper. Passaram-se alguns anos, durante os quais aflições, assim como chuvas de misericórdia, sobre mim caíram... Quantas foram as noites em que o peso de correntes e grilhões nenhum repouso Me permitia, e quão numerosos os dias durante os quais paz e tranqüilidade Me eram negadas, por causa daquilo com que as mãos e as línguas dos homens Me afligiram! Tanto o pão como a água - que Tu, através de Tua misericórdia que a tudo abarca, tens concedido aos animais do campo - eles, a este servo, tem por algum tempo negado, e as coisas que recusaram infligir àqueles que se tem apartado de Tua Causa, as mesmas eles deixaram ser infligidas a Mim, até que, finalmente, Teu decreto irrevogável foi determinado, e Teu mandato intimou este servo a que partisse da Pérsia (atual Irã), acompanhado por um grupo de homens debilitados e crianças de tenra idade, neste tempo em que o frio é tão intenso que não se pode nem falar, e o gelo e a neve está tão abundante que é impossível se mover.

Ao suportar durezas e tribulações, bem como ao revelar versículos e expor provas, foi sempre o propósito deste Oprimido extinguir o fogo do ódio e da animosidade, a fim de que os horizontes dos corações humanos sejam talvez iluminados com a luz da concórdia e atinjam a verdadeira tranqüilidade.

Vaguei pelo deserto da resignação, viajando de tal modo que, no Meu exílio, todos os olhos pranteavam Minhas penas e todas as criaturas vertiam lágrimas de sangue em razão de Minha angústia. Os pássaros do céu eram os Meus companheiros e os animais do campo a Mim se associavam.

De Meus olhos vertiam lágrimas angustiosas e de Meu coração dilacerado surgia um oceano de agônicos pesares. Muitas noites não tive com que Me alimentar e muitos dias Meu corpo não encontrou repouso... Sozinho comunguei com Meu espírito, alheado do mundo e de tudo o que nele existe.

O dilúvio de Noé é apenas a medida de lágrimas por Mim vertidas, e o fogo de Abraão uma ebulição de Minha alma. O pesar de Jacó é apenas um reflexo de Minhas tristezas e as aflições de Jó uma fração de minha calamidade... Derrama sobre Mim paciência, ó Meu Senhor, e faze-Me vitorioso sobre os transgressores.

Sabe tu, em verdade, que este Jovem, ao voltar os olhos para Seu próprio Ser, o acha a mais insignificante de todas as criaturas. Quando, porém, contempla o esplendoroso fulgor que Ele foi habilitado a manifestar, eis este Ser, diante Dele, transfigurado numa Potência soberana que penetra a essência de todas as coisas visíveis e invisíveis. Glória Àquele que, através do poder da verdade, enviou o Manifestante de Si Próprio e O incumbiu de transmitir Sua mensagem a toda a humanidade.

Magnificado seja Teu Nome, ó Senhor meu Deus! Não sei com que água Tu me criaste, ou que fogo acendeste dentro de mim, ou com que argila me moldaste. A agitação de todo mar aquietou-se, menos a agitação deste Oceano que se move à mercê dos ventos de Tua Vontade. A chama de todo fogo já se extinguiu, salvo a Chama que as mãos de Tua onipotência acenderam e cujo esplendor Tu, pelo poder de Teu Nome, fizeste irradiar ante todos em Teu céu e todos sobre Tua terra. E seu ardor cresce, à medida que as tribulações se aprofundam.

Nenhum dos reis da terra tem o poder de me impedir de Tua comemoração ou do enaltecimento de Tuas virtudes. Fossem eles coligar-se - como já se coligaram - contra mim, ameaçando-me com suas espadas mais aguçadas e seus dardos mais aflitivos, eu não hesitaria em magnificar Teu Nome diante de todos os que se acham em Teu céu e sobre Tua terra. Não, antes, eu exclamaria dizendo: "Esta, ó meu Amado, é minha face, e este é meu espírito que sacrifiquei por Teu espírito, e este é o meu sangue que se agita em minhas veias em seu ardente desejo de se derramar par amor a Ti e em Teu caminho."

Bahá'u'lláh
PENSAMENTOS
1

O equilíbrio do mundo foi perturbado pela influência vibrante desta nova e mais grandiosa Ordem Mundial.

2

Imergí-vos no oceano de Minhas palavras, a fim de que possais desvendar seus segredos e descobrir todas as pérolas de sabedoria que jazem ocultas em suas profundezas.

3

Meu primeiro conselho é este: possue um coração puro, bondoso e radiante, para que seja tua uma soberania antiga, imperecível e eterna.

4

A mais amada de todas as coisas, a Meu ver, é a justiça; não te desvies dela, se é que Me desejas.

5

O objetivo fundamental que anima a Fé de Deus e Sua Religião é proteger os interesses da humanidade e promover a unidade, e nutrir o espírito de amor e amizade entre os homens.

6

Sê generoso na prosperidade e grato no infortúnio.

Sê digno da confiança de teu próximo e dirige-lhe um olhar afetuoso e acolhedor.

Sê um tesouro para o pobre, advertência ao rico, resposta ao clamor do necessitado, guarda fiel da santidade de tua promessa.

Sê reto no teu julgamento e discreto nas tuas palavras. Com ninguém sejas injusto e a todos mostra brandura.

Sê como lâmpada para os que caminham nas trevas, alegria para o triste, água para o sedento, refúgio ao abatido, sustentáculo e defesa da vítima da opressão. Integridade e retidão sejam a divisa de todos os teus atos.

Sê lar para o forasteiro, bálsamo para o sofredor, fortaleza para o perseguido.

Sê olhos para os cegos e farol para os pés dos desencaminhados.

Na face da verdade, sê adorno; coroa na fronte da fidelidade; coluna no templo da retidão; sopro de vida, no corpo da humanidade; emblema dos que buscam a justiça; estrela sobre o horizonte da virtude; orvalho no solo do coração; arca no oceano do conhecimento; sol no céu da generosidade; jóia no diadema da sabedoria; luz radiante no firmamento de tua geração; fruto na árvore da humanidade.

7

Tão poderosa é a luz da unidade que pode iluminar a Terra inteira.

8

Incumbe a todo homem, neste Dia, firmar-se naquilo que possa promover os interesses e exaltar a condição de todas as nações e governos justos.

9

Se algumas diferenças surgirem entre vós, vede-Me diante de vossa face e não olheis as faltas um do outro, por respeito a Meu nome e em sinal de vosso amor à Minha manifesta e resplandecente Causa.

10

Em tempos antigos foi revelado: O amor à pátria é elemento da Fé Divina. A língua da Grandeza no Dia de Seu Manifestante, porém, proclamou: Não se vanglorie quem ama sua pátria, mas, sim, quem ame o mundo.

11

Quem se dedica, hoje, ao serviço da inteira raça humana é, em verdade, um homem.

12

A veracidade e a benevolência, em todos os tempos, têm distinguido suas relações com todos os homens. Sua conduta exterior é apenas um reflexo de sua vida interior, e sua vida interior um espelho de sua conduta exterior.

13

Se a tribulação te atingir por Minha Causa, recorda de Minhas aflições e de Meus sofrimentos; lembra-te de Meu exílio e Minha prisão.

14

As artes, os ofícios e ciências elevam o mundo do ser e conduzem à sua sublimidade. O conhecimento é como asas para a vida do homem, e uma escada pela qual ele pode subir. Incumbe a todos sua aquisição.

15

Ó amigos! Não desprezeis as virtudes das quais fostes dotados, nem descuideis de vosso alto destino... Vós sois as estrelas do céu da compreensão, a brisa que se agita ao romper do dia, as águas suaves das quais deve depender a própria vida de todos os homens, as letras inscritas em seu sagrado pergaminho.

16

Entoa, ó Meu Servo, os versículos de Deus por ti recebidos, assim como os entoam os seres que Dele se aproximaram, a fim de acender tua própria alma com a doçura de tua melodia e atrair os corações de todos os homens.

17

Um só ato reto é dotado de tal potência que pode elevar o pó além do céu dos céus. Pode romper todo o laço e tem o poder de restaurar a força que foi gasta e se desvaneceu.

18

Uma língua bondosa é o imã dos corações dos homens. É o pão do Espírito, veste as palavras com significado, é a fonte da luz da sabedoria e compreensão.

19

Bem-aventurado é o lugar, a casa e o coração, e bem-aventurada a cidade, a montanha, o refúgio, a caverna e o vale, a terra e o mar, o prado e a ilha, onde se haja feito menção de Deus e celebrado Seu louvor.

20

Bem-aventurado o homem que do Sol de Minha Palavra buscou iluminação.

21

Bem-aventurado e feliz é aquele que se levanta para promover os melhores interesses dos povos e raças da Terra.

22

Grande é a bem-aventurança que espera os pobres que suportam pacientemente e ocultam seus sofrimentos, e felizes os ricos que doam suas riquezas aos necessitados e os preferem a si próprios.

23

Grande é a bem-aventurança daquele sacerdote que não tenha permitido que o conhecimento se tornasse um véu entre ele e aquele Ser, Objeto de todo o conhecimento e, ao aparecer o Subsistente por Si Próprio, se haja volvido para Ele com face radiante. Em verdade, ele é contado entre os sábios. Os habitantes do Paraíso procuram a bênção de seu sopro, e sua lâmpada brilha sobre todos os que estão no céu e sobre a terra.

24

Uma nova vida, nesta era, agita-se dentro de todos povos da Terra; e no entanto ninguém lhe descobriu a causa, nem percebeu o motivo. Ó vós, filhos dos homens, o propósito fundamental que anima a Causa de Deus e Sua Religião é o de salvaguardar os interesses e promover a unidade da raça humana...

25

Todos os homens foram criados a fim de levarem avante uma civilização que sempre evolua.

26

A Terra é um só país e a humanidade seus cidadãos.

27

O mundo é apenas uma peça de teatro; é vão e vazio, simplesmente nada, uma simulação da realidade. Não lhe dediqueis vossa afeição. Não rompais o laço que vos une com vosso Criador e não sejais dos que erraram e se desviaram de Seus caminhos. Em verdade, digo, o mundo é como o vapor no deserto, que o sedento imagina ser água e se empenha com todas as suas forças em alcançar, até que ao faze-lo verifica ser apenas uma ilusão...

28

Velado em Meu Ser imemorial e na eternidade antiga de Minha essência, conheci Meu amor por ti e assim te criei, gravando em ti Minha imagem e revelando-Te Minha beleza.

29

Teu paraíso é Meu amor; teu lar celestial, a reunião Comigo. Entra nele e não tardes. Isto é o que te foi destinado em Nosso Reino nas alturas e em Nosso excelso domínio.

30

Eu te criei rico, per que te empobreces? Nobre te fiz; por que te rebaixas? Da essência da sabedoria, Eu te concedi a existência; por que buscas iluminação de outro, senão de Mim? Da argila do amor, te moldei; como é que te ocupas com outro? Volve teus olhos a ti mesmo, a fim de que, dentro de ti, Me possas encontrar forte, poderoso, O que subsiste por Si Próprio.

31

Volve tua face à Minha e renuncia a tudo salvo a Mim, pois Minha soberania perdura e Meu domínio não perece. Se buscares outro, que não seja Eu, ainda que procures eternamente no universo, tua busca será em vão.

32

Não Me peças o que Nós não te desejamos; que estejas contente, então, com aquilo que ordenamos, por amor a ti, pois é o que te dará proveito, se com isto te contentares.

33

Insuflei em ti um sopro de Meu próprio Espírito, a fim de que Me pudesses amar. Porque Me abandonaste e quiseste outro, senão a Mim, como teu bem-amado?

34

Nobre Eu te criei, mas tu te tens rebaixado. Eleva-te, pois, àquilo para que foste criado.

35

Não te enalteças acima do pobre, pois Eu o guio em seu caminho, enquanto te vejo em tua lastimável condição e te humilho para sempre.

36

Nem sequer sussurres os pecados alheios enquanto tu próprio fores pecador. Fosses tu transgredir este mandamento, mal aventurado serias, e disto dou testemunho.

37

Sabe tu, em verdade, quem exorta os homens a serem justos mas comete, ele mesmo, iniqüidades, não pertence a Mim, ainda que seja chamado por Meu Nome.

38

Não atribuas a nenhuma alma o que não desejarias que a ti fosse atribuído, nem digas o que não cumpres. É este Meu mandamento a ti; observa-o.

39

Não negues a servo Meu, se a ti ele algo pedir, porque sua face é Minha face. Sê humilde, pois, diante de Mim.

40

Tenho feito da morte a mensageira de teu júbilo. Por que lamentas? A luz, Eu a fiz derramar sobre ti o seu esplendor. Por que te ocultas diante deste esplendor?

41

Não te entristeças, salvo por te encontrares longe de Nós, nem exultes, a menos que te estejas aproximando, de regresso a Nós.

42

Prossegue em Minhas leis, por amor a Mim, e renuncia o que tu desejas, se aspiras a Meu prazer.

43

Não descuides de Meus mandamentos, se amas a Minha beleza, nem te esqueças de Meus conselhos, se quiseres alcançar Meu beneplácito.

44

Faze menção de Mim em Minha Terra, para que Eu, em Meu Céu, possa Me lembrar de ti; assim os Meus olhos e os teus acharão consolo.

45

Teu ouvido é Meu ouvido; que ouças com ele. Tua vista é Minha vista; com ela deves tu ver, para que, no imo de tua alma, possas testemunhar Minha santidade sublime e Eu, dentro de Mim Mesmo, possa te atestar uma posição excelsa.

46

Para tudo há um sinal. O sinal do amor é fortaleza em Meu decreto e paciência em Minhas provações.

47

Minha calamidade é Minha providência; exteriormente, é fogo e vingança, mas, interiormente, é luz e misericórdia. Apressa-te para ela, a fim de que venhas a ser uma luz eterna e um espírito imortal. É este Meu mandamento a ti; observa-o.

48

Teu coração é Meu lar; santifica-o para Minha descida. Teu espírito é a sede de Minha Revelação; purifica-o, para que nele Eu possa Me manifestar.

49

Sois Meu tesouro, pois em vós entesourei as pérolas de Meus mistérios e as jóias de Meu conhecimento. Guardai-as dos estranhos entre Meus servos e dos ímpios em meio a Meu povo.

50

No jardim de teu coração nada plantes salvo a rosa do amor e não te desprendas do rouxinol do afeto e do desejo. Estima a companhia dos justos...

51

Sabe tu, em verdade, o coração no qual resta ainda o menor vestígio de inveja, jamais atingirá Meu domínio eterno, nem inalará os doces e sagrados aromas que emanam de Meu reino de santidade.

52

Cega teus olhos, a fim de contemplares Minha beleza; fecha teus ouvidos, para que possas escutar a doce melodia de Minha voz: esvazia-te de todos os conhecimentos, para que possas participar de Minha sabedoria; e santifica-te da riqueza, a fim de obteres uma porção duradoura do oceano de Minha riqueza eterna. Cega teus olhos, isto é, para tudo salvo Minha beleza; fecha teus ouvidos para tudo que não seja Minha Palavra; esvazia-te de toda erudição, salvo o conhecimento de Mim; para que assim, com uma visão clara, um coração puro e ouvidos atentos, possas entrar na corte da Minha santidade.

53

Porque usais as vestes de pastor, quando, interiormente, vos tornaste lobo, visando Meu rebanho? Sois semelhantes à estrela que nasce antes do amanhecer e que, embora pareça radiante e luminosa, desvia os caminhantes de Minha cidade, conduzindo-os pelas veredas da perdição.

54

Pondera tu um pouco. Já ouviste dizer que amigo e inimigo devessem morar em um só coração? Expulsa, pois, o estranho, para que o Amigo possa entrar em seu lar.

55

Muitas vezes, ao alvorecer, a brisa de Minha terna misericórdia soprava sobre ti e te encontrava no leito da incúria, completamente adormecido. Lastimando, pois, teu triste estado, regressava ao lugar de onde viera.

56

Rompe tua gaiola e, assim como a fênix do amor, alça vôo para o firmamento da santidade. Renuncia a ti mesmo e, prenhe do espírito da misericórdia, habita no reino da santidade celestial.

57

Purifica da malícia o teu coração e, inocente de inveja, entra na corte divina da santidade.

58

Sede tolerantes uns com os outros e não vos afeiçoeis às coisas terrenas. Não vos orgulheis de vossa glória, nem vos envergonheis da humilhação. Por Minha beleza! Criei do pó todas as coisas e novamente ao pó farei que voltem.

59

Ao rico, falai dos suspiros do pobre à meia-noite, para que a indiferença não o conduza ao caminho da destruição e o prive da Àrvore da Riqueza. O dar e ser generoso são atributos Meus; bem-aventurado quem se adorna com Minhas virtudes.

60

Retirai as vossas mãos da tirania, porque jurei não perdoar a injustiça de nenhum homem. Este é o Meu convênio, o qual decretei irrevogavelmente, na epístola preservada, e selei com Meu selo de glória.

61

És assim como uma espada de fina têmpera, oculta na escuridão de sua bainha, cujo valor se esconde do conhecimento do artífice. Que saias, pois, da bainha do ego e do desejo, para que teu mérito resplandeça e se manifeste ao mundo inteiro.

62

Sois as árvores de Meu jardim; deveis dar frutos belos e maravilhosos, para que vós e outros sejam por eles beneficiados. Assim, compete a cada um ocupar-se em ofícios ou profissões, pois o segredo da riqueza está nisso, ó homens de compreensão! Resultados dependem de meios e a graça de Deus vos será toda-suficiente. Árvores infrutíferas sempre foram e serão destinadas ao fogo.

63

Os mais ignóbeis dos homens são os que nenhum fruto produzem na terra. Tais homens são, em verdade, contados entre os mortos; ou antes, os mortos são melhores aos olhos de Deus do que essas almas vadias e sem valor.

64

Lembrai-vos do convênio que fizestes comigo no Monte Parán, sito na sagrada região de Zamán. Invoquei o testemunho da assembléia nas alturas e dos habitantes da cidade imortal; entretanto, a ninguém encontro, agora, fiel ao convênio. De certo, o orgulho e a rebeldia apagaram-me dos corações, de tal modo que já não resta traço sequer. Embora Eu soubesse disso, ainda esperei, não o revelando.

65

Aonde pode ir o apaixonado senão à terra de sua bem-amada? E aquele que procura, poderá ficar tranqüilo longe do desejo de seu coração? Para quem ama verdadeiramente, a união é vida, e a separação, morte. Vazio de paciência está seu peito; privado de paz, seu coração. A miríades de vidas, ele renunciaria, a fim de se apressar para onde se encontra a bem-amada.

66

A humildade eleva o homem ao céu da glória e do poder, enquanto o orgulho o rebaixa até as profundezas da miséria e da degradação.

67

O homem é o talismã supremo. A falta da devida educação, porém, privou-o daquilo que ele inerentemente possui... Considerai o homem como uma mina rica em jóias de inestimável valor. A educação, tão somente, pode faze-lo revelar seus tesouros e habilitar a humanidade a tirar dela algum beneficio.

68

Nós, em verdade, não falhamos em Nosso dever de exortar os homens e de entregar aquilo de que fomos incumbidos por Deus, o Todo-Poderoso, o Togo-Glorificado... Haverá qualquer desculpa para alguém? Não, por Deus, o Senhor do Trono Poderoso! Meus sinais abrangem a Terra toda e Meu poder envolveu a humanidade inteira.

69

Se levada ao excesso, a civilização tomar-se-á uma fonte tão prolífera do mal como havia sido do bem enquanto mantida dentro dos limites da moderação... sua chama devorará as cidades.

70

...Não te esqueças de Minha graça, enquanto Eu estiver ausente. Lembra-te de Meus dias durante os teus dias, e de Minha angústia e Meu exílio nesta remota prisão. E sê tão constante em Meu amor que jamais teu coração vacile...

71

Quando o mar da Minha Presença se achar esgotado, e o Livro da Origem tiver atingido seu fim, volvei-vos para Aquele ('Abdu'l-Bahá) que é desejado por Deus - Aquele que precede desta Raiz antiga.

72

A alma depois de sua separação do corpo continuará a progredir até que atinja a Presença de Deus, num estado e condição que nem a revolução dos tempos e séculos mudará, nem os acasos e vicissitudes deste mundo poderão alterar.

73

Brevemente a Ordem atual passará e uma nova Ordem se estenderá em seu lugar.

74

Vós sois as folhas e os ramos de uma mesma árvore, as gotas de um mesmo mar, as estrelas de um mesmo céu.

75

Sede unidos, ó soberanos da Terra!... Para que desse modo sejam acalmadas as tempestades entre vós e vossos povos encontrem o sossego. Se algum de vós levantar armas contra outro, erguei-vos todos contra ele, pois isto nada mais é que justiça manifesta.

76

Em verdade, Ele (Jesus) disse: Vinde após Mim e Eu vos farei pescadores de homens. Neste dia, porém, dizemos: - Vinde após Mm para que vos possamos tornar os vivificadores da humanidade.

77

Ó Meus amigos que habitais sobre a Terra! Aquele que é o Mais Amado já veio!... Regozijemo-nos e que todos os ouvidos se alegrem, pois é chegado o tempo de fitarmos Sua beleza e agora é o tempo para ouvirmos a Sua voz.

78

Chama Sião, ó Carmelo, e anuncia as jubilosas novas: Veio Aquele que estava oculto dos olhos mortais! Está manifesta Sua soberania predominante; revela-se Seu esplendor que a tudo abrange.

79

Se acreditardes em Mim, Eu vos farei amigos de Minha alma no Reino de Minha grandeza e companheiros de Minha perfeição no Reino de Meu poder, eternamente.

80

Meu cativeiro não pode Me causar dano. O que Me pode prejudicar é a conduta dos que Me amam, que se dizem estar relacionados Comigo e, no entanto, perpetrar o que faz gemer Meu coração e Minha pena.

81

A noite sucedeu ao dia, e o dia sucedeu à noite, e as horas e os momentos de vossas vidas vieram e se foram e, no entanto, nenhum de vós consentiu em se desligar - nem sequer por um instante - daquilo que perece. Despertai, para que os breves momentos que ainda vos restam não se dissipem e se percam.

82

O amor é a causa da Revelação de Deus ao Homem, é o laço vital que, de acordo com a criação divina, é inerente às realidades das coisas... O amor é a maior lei que governa este grande ciclo celestial, o poder único que liga os diversos elementos deste mundo material, a suprema força magnética que dirige os movimentos das esferas nos domínios celestiais.

83

Todo homem de discernimento, enquanto caminha sobre a terra sente-se realmente envergonhado, porquanto compreende perfeitamente que aquilo que é a fonte de sua prosperidade, sua riqueza, sua força, sua exaltação, seu avanço e seu poder é, como ordenado por Deus, a própria terra que é pisada pelos pés de todos os homens. Indubitavelmente, aquele que é conhecedor dessa verdade está purificado e santificado de toda arrogância e vaidade.

84

Ó meu irmão! Enquanto não entrares no Egito do amor, jamais haverás de encontrar o José da Beleza do Amigo; e como Jacó, até que abandones teus olhos exteriores jamais haverás de abrir os olhos do teu ser interior; e até que ardas com o fogo do amor, jamais haverás de comungar com o Amante, Alvo do Anelo.

85

Deve-se julgar a busca (do Bem-Amado) pelo padrão do Majnún do Amor. Conta-se que, um dia, encontraram-no ocupado em peneirar o pó, enquanto lhe corriam as lágrimas. Perguntaram-lhe: Que fazes?, ao que respondeu: Busco Laylí! - Ai de ti! exclamaram, Laylí é de puro espírito e tu a buscas no pó! Disse-lhes: Eu a busco em toda parte; quiçá algures a possa encontrar.

Sim, embora para os sábios seja vergonhoso procurar no pó o Senhor dos Senhores, isso, no entanto, indica intenso ardor na busca.

86

Ó meu irmão! Um coração puro é como um espelho; limpa-o com o polimento do amor e do desprendimento de tudo exceto de Deus, para que nele possa brilhar o sol verdadeiro e amanheça a manhã eterna. Tu verás então com clareza, o que significa "Nem Minha Terra nem Meu céu Me contém, mas, sim, o coração de Meu fiel servo Me contém." E tomarás tua vida em tua mão e a lançarás com infinito anelo diante do novo Bem-Amado.

87

Sou o Falcão real no braço do Onipotente. Desdobro as asas caídas de todo pássaro prostrado e impulsiono-lhe o vôo.

88

Aquele que é o vosso Senhor, o Todo-Misericordioso, acalenta o desejo de contemplar a raça humana inteira como uma só alma e um só corpo.

89

O fanatismo e o ódio religiosos são um fogo devorador do mundo, cuja violência ninguém pode conter. A Mão do poder divino, tão somente, é capaz de livrar a humanidade dessa aflição desoladora.

90

Em todos os assuntos, a moderação é desejável. Se uma coisa for levada ao excesso, provará ser fonte de mal. ...Coisas estranhas e espantosas existem na Terra, mas se ocultam da mente e da compreensão dos homens. Tais coisas são capazes de alterar toda a atmosfera da Terra, e sua contaminação mostrar-se-ia letal...

Bahá'u'lláh
Palavras de Sabedoria

A origem de todo o bem é a confiança em Deus e a submissão ao Seu mando, e o contentamento com Sua Santa Vontade e Seu Arbítrio.

A essência da sabedoria é o temor de Deus, o medo de Seu flagelo e a apreensão de Sua justiça e Seu decreto.

A essência da religião consiste em se dar testemunho daquilo que o Senhor revelou e seguir o que Ele ordenou em Seu poderoso Livro.

A origem de toda a glória está em se aceitar qualquer coisa que o Senhor tenha concedido, e se contentar com aquilo que Deus ordenou.

A essência do amor é que o homem volva o coração para o Bem-Amado, se desprenda de tudo exceto de Deus e nada deseje salvo o que for o desejo de seu Senhor.

A verdadeira comemoração consiste em se mencionar o Senhor, Alvo de todo louvor, e se esquecer de tudo salvo Dele.

A verdadeira segurança é que o servo siga sua profissão ou vocação no mundo, se apóie no Senhor, nada busque senão Sua graça, desde que em Suas mãos está o destino de todos os Seus servos.

A essência do desprendimento é que o homem volva a face para as cortes do Senhor, entre em Sua Presença, contemple Seu semblante e dê testemunho diante Dele.

A essência da compreensão é que o homem ateste sua pobreza e se submeta à Vontade do Senhor, o Soberano, o Benévolo, o Onipotente.

A origem da coragem e do poder está na promoção da Palavra de Deus e na constância em Seu amor.

A essência da caridade é que o servo relate as bênçãos de seu Senhor e Lhe dê graças em todos os tempos e sob todas as condições.

A essência da riqueza é o amor por Mim Quem me ama é o possuidor de todas as coisas, e aquele que não me tem amor é realmente dos pobres e necessitados Eis o que o Dedo da Glória e do Esplendor revelou...

A essência da fé está na escassez de palavras e na abundância de ações; a morte daquele cujas palavras excedem os atos, é melhor que sua vida.

A origem de todo o mal é que o homem se afaste de Seu Senhor e prenda o coração às coisas ímpias.

O fogo mais ardente está em se duvidar dos sinais de Deus, disputar futilmente com aquilo que Ele revelou, negá-Lo e portar-se orgulhosamente diante Dele.

A origem de toda a erudição é o conhecimento de Deus - exaltada seja Sua Glória - e este não pode ser atingido a não ser através do conhecimento de Seu Manifestante Divino.

A essência do rebaixamento está em se apartar da sombra do Misericordioso e buscar o amparo do Ente Mau.

A origem do erro é a descrença em Deus Uno e Verdadeiro, a confiança em outra coisa senão Nele, e o afastamento de Seu Decreto.

O verdadeiro prejuízo é para aquele que passou seus dias em completa ignorância de seu próprio ser verdadeiro.

A essência de tudo o que Nós te temos revelado é a Justiça; é que o homem se deve livrar das vãs fantasias e da imitação, discernir com os olhos da unidade Sua gloriosa obra, e averiguar todas as coisas com vista perscrutadora.

Assim Nós te instruímos, manifestando-te palavras de sabedoria, a fim de que sejas grato ao Senhor, teu Deus, e nisto te glories entre todos os povos.

Bahá'u'lláh
Cronologia
1817

12 de novembro - Nasce Bahá'u'lláh em Teerã, capital da Pérsia, hoje Irã, recebendo o nome de Mirza Husayn Alí. Seu pai é Mirza Buzurg de Núr e sua mãe, Khadijih Bagum.

1819

20 de outubro, nasce em Shiráz (cidade do Irã) Mirza Ali Muhammad, o Báb. Filho de Siyyid Muhammad Ridá e de Fatimih Bagum.

1835

Bahá'u' lláh se casa com Asiyyih Khanum, Navvab, que "será Sua companheira por todos os mundos de Deus".

1839
Falece o pai de Bahá'u'lláh, Mirza Buzurg de Núr.
1844

23 de maio, em Shiráz, Siyyid Ali Muhammad, o Báb, declara-se portador de uma Mensagem enviada por Deus, vindo a ser Precursor de Bahá'u'lláh. O Báb tinha então 25 anos, 4 meses e 4 dias. No mesmo dia nasce Abbás Effendi, o filho mais velho de Bahá'u'lláh, mais tarde chamado por ele de 'Abdu'l-Bahá, que viria a ser a personificação do padrão de vida bahá'í.

20 de dezembro, o Báb, tocando a porta da Kaaba, na cidade sagrada de Meca, repete três vezes a frase: "Eu sou o Qa'im (Prometido), cujo advento estais esperando."

Estes são seis dos maiores governantes contemporâneos aos quais Bahá'u'lláh dirigiu epístolas especiais. (Páginas 13 a 15 do livro)

Kaiser Guilherme I
Nasiri'd-Din Sháh
Czar Alexandre II
Napoleão III
Papa Pio IX
Sultão 'Abdu'l-'Aziz
1846

Nascimento de sua filha, Bahiyyih, A Folha Mais Sagrada.

1847

No verão, o Báb é encarcerado na fortaleza de Mah-Ku, onde viria a revelar seu livro sagrado, o Bayán Árabe e o Bayán Persa, além de As Sete Provas. O Bayán Persa continha nada menos que 8.000 mil versículos. Neste ano, Bahá'u'lláh é aprisionado em Qasvín, quando ajudava Tahirih, umas das discípulas do Báb, naquela cidade.

1848

Em junho, Bahá'u'lláh coordena a primeira conferência com seus discípulos, na aldeia de Badasht, tendo duração de 22 dias. Em cada dia, Bahá'u'lláh revelava uma Epístola. Os crentes mais destacados receberam dele um novo nome. Dela participaram a célebre heroína da emancipação feminina, Tahirih (A Pura) e seus bem-amados discípulos Mulláh Husayn e Quddús.

Em dezembro, na cidade persa de Amul, Bahá'u'lláh é aprisionado por ordem do Xá, sofrendo o doloroso castigo da bastonada.

1850

Ao meio-dia de 9 de julho, com a idade de 31 anos, 7 meses e 22 dias, o Báb é fuzilado na praça pública de Tabriz, por um pelotão de 750 soldados, cumprindo ordem do Xá.

1851

Nascimento de seu filho Mirza Mihdí, o Ramo Mais Puro.

1852

16 de agosto - Bahá'u'lláh, então com 36 anos, é aprisionado no Siyáh-Chál (A Cova Negra) de Teerã. Juntamente com cerca de 150 criminosos, muitos deles salteadores de estradas. Durante cerca de 4 meses, esteve confinado nessa prisão subterrânea, em um ambiente pútrido e úmido. Nestas circunstâncias recebeu o Chamado Divino, assumindo a condição de Mensageiro de Deus.

1853

12 de janeiro, Bahá'u'lláh é banido para Bagdá, no Iraque, junto com alguns membros de sua família e escoltado por um oficial da guarda pessoal do Imperador, tendo início um longo e memorável exílio, destinado a durar até o fim de sua vida, no decurso dos anos, até Adrianópolis, na Turquia Européia e a terminar com seu encarceramento de vinte e quatro anos em 'Akká, antiga Palestina, hoje Israel. A viagem transcorreu em meio a um rigoroso inverno, durando 3 meses. Em Bagdá revelou sua Epístola Kullu't-Taám.

1854

10 de abril - Bahá'u'lláh, sem informar a ninguém, nem mesmo aos membros de Sua própria família, parte para as montanhas do Curdistão. Em trajes rústicos, assume o nome de Derviche Muhammad. Em comunhão com Seu Espírito, revela poemas misticos como Os Sete Vales e outras inspiradas orações.

1856

19 de marco, Bahá'u'lláh retoma de sua solidão nas regiões montanhosas do Curdistão.

1858

As margens do Rio Tigre, em Bagdá, Bahá'u'lláh revela os famosos 162 versículos que compõem sua obra As Palavras Ocultas.

1862

Em honra a Hájí Mirza Siyyid Muhammad, tio paterno do Báb, Bahá'u'lláh revela o Kitáb-i-Iqán, O Livro da Certeza.

1863

21 de abril - Bahá'u'lláh revela, em Bagdá, a Missão que lhe fora confiada no Siyáh-Chál, dando início à primeira etapa de sua viagem de quatro meses à capital do Império Otomano, Constantinopla. Este dia histórico ficou conhecido como o primeiro dia do Festival do Ridvan (Paraíso). A natureza da declaração pode ser apreciada em várias referências que Bahá'u'lláh faria a Sua Missão em muitos de Seus escritos posteriores: "...este é o Dia em que a humanidade pode contemplar a Face do Prometido e ouvir-Lhe a Voz. O Chamado de Deus ergueu-se e a luz de Seu Semblante resplandesceu sobre os homens..."

16 de Agosto - Chegada de Bahá'u'lláh a Constantinopla.

12 de Dezembro - Bahá'u'lláh chega em Adrianópolis (atualmente Edirne, na Turquia Européia), permanecendo nesta etapa do exílio até l2 de agosto de 1868. Neste período de 4 anos, 8 meses e 22 dias, Ele revela Epístolas aos Reis, incluindo a primeira Epístola a Napoleão III e ao Xá da Pérsia, orações para o jejum, dentre outras epístolas.

1868

31 de agosto - Bahá'u'lláh chega em 'Akká. Durante 23 anos estará confinado na cidade-prisão. Neste período revela o Kitáb-i-Aqdas - O Livro Sacratíssimo, bem como Suas famosas Epístolas dirigidas à Rainha Vitória, ao Czar da Rússia, ao Papa Pio IX, dentre outras.

1869

Julho - É executado Aqá Buzurg Khourasaní, conhecido posteriormente como Badí (O Maravilhoso). Badí fora portador da Epístola de Bahá'u'lláh ao Xá da Pérsia, Násiri'd-Din. Posteriormente, Bahá'u'lláh designou-o como "O Sal de Minhas Epístolas".

1870

23 de junho - Morte de Mirza Mihdí, o Ramo Mais Puro, o filho mais novo de Bahá'u'lláh.

1877

Em junho, Bahá'u'lláh concorda em deixar a cidade-prisão de 'Akká, indo residir em Mazraih, uma propriedade rural a alguns quilômetros de 'Akká.

1887

Sua esposa Navvab falece na cidade-prisão de 'Akká, sendo sepultada nas encostas do Monte Carmelo, em Haifa, Israel.

...Este é o Dia em que a humanidade pode contemplar a face do Prometido e ouvir-Lhe a Voz.

O Chamado de Deus ergueu-se e a luz de Seu semblante resplandeceu sobre os homens.

É dever de cada um apagar da tábua do coração o traço de cada palavra vã, e com a mente aberta e imparcial, fixar os olhos nos sinais de Sua Revelação, nas provas de Sua missão e nas evidências de Sua glória...

- Bahá'u'lláh
1888

11 de dezembro - Nabíl, apresenta sua memorável crônica da História da Fé, chamada "Os Rompedores da Alvorada", a Bahá'u'lláh, na cidade-prisão de 'Akká.

1890

No período de 15 a 20 de abril, o eminente orientalista britânico, Professor Edward Granville Browne visita Bahá'u'lláh durante quatro ocasiões em Bahjí, Israel.

1891

Bahá'u'lláh revela, em 'Akká, A Epístola ao Filho do Lobo, dirigida ao Shaykh Muhammad Taqí, cujo pai, Shaykh Muhammad Baqir, estigmatizado por Bahá'u'lláh como "O Lobo", junto com Mir Muhammad Husayn de Isfahán, causaram o martírio de Mirza Hasán (O Rei dos Mártires) e seu irmão, Mirza Husayn (O Bem-Amado dos Mártires).

No fim deste ano, Bahá'u'lláh disse àqueles que estavam com Ele que Sua missão estava concluída e que desejava "partir deste mundo". Ele estava sendo chamado, disse, "para Seus outros domínios", domínios "nunca percorridos pela vista dos mortais".

1892

29 de maio - Bahá'u'lláh, após contrair febre, seguida por uma breve enfermidade, falece em 'Akká, aos 75 anos, às 3 horas da madrugada.

1893

Na América do Norte, a primeira referência pública à Fé Bahá'í aconteceu no "Parlamento das Religiões", durante a realização da Feira Mundial de Chicago, quando um conferencista cristão concluiu sua palestra com as palavras de Bahá'u'lláh dirigidas ao professor Edward G. Browne, em 1890.

Nessa mesma época, um comerciante sírio, Ibrahim Kheiralla, que declarou-se Bahá'í no Cairo, imigrou para os Estados Unidos onde iniciou uma série de palestras sobre a Fé Bahá'í. O primeiro Bahá'í norte-americano foi Thorton Chase.

1897

1º de março - Nasce Shoghi Effendi, o primeiro neto de 'Abdu'l-Bahá. Em 1921, com o falecimento de seu avô e a abertura de seu testamento, Shoghi Effendi é indicado como Guardião da Fé Bahá'i.

1898

10 de dezembro - Chega a 'Akká o primeiro grupo de peregrinos Bahá'ís do Ocidente, composto por 15 pessoas. Dentre estes, a filantropa milionária Phoebe Hearst, o Dr. Edward Getsinger e sua esposa, Lua Getsinger. O grupo é recepcionado por 'Abdu'l-Bahá, ainda um prisioneiro do Governo Turco.

1908

A Revolução dos Jovens Turcos liberta todos os prisioneiros políticos e religiosos do Império Otomano. 'Abdu'l-Bahá, então com 64 anos, é libertado.

1909

20 de marco - Na presença de Bahá'ís do Oriente e do Ocidente, 'Abdu'l-Bahá deposita os restos mortais do Báb em um magnificente sarcófago de mármore doado pelos Bahá'ís de Burma, que é então entronizado no santuário de pedra edificado nas encostas do Monte Carmelo, naquele exato lugar escolhido por Bahá'u'lláh, muitos anos antes, na cidade de Haifa, Israel.

1911

11 de agosto - Acompanhado por um pequeno número de assistentes, 'Abdu'l-Bahá viaja a bordo do navio SS Corsica para Marselha, iniciando assim suas históricas viagens que durarão 28 meses através do mundo ocidental. Estas viagens incluem duas visitas a Londres, Paris e Stuttgart e breves visitas a outros centros europeus, bem como uma viagem cruzando a América do Norte. Nas inúmeras reuniões realizadas, Ele apresenta a Mensagem de Bahá'u'lláh.

1912

11 de abril - 'Abdu'l-Bahá chega a New York. Durante esta viagem aos Estados Unidos, ele visitou quase 40 cidades, de costa a costa, dando entrevistas a jornais e fazendo conferências para diversas audiências.

1920

27 de abril - O Governo Britânico, impressionado com as volumosas obras de 'Abdu'l-Bahá em prol da fraternidade humana, conferelhe o título de Knight (Cavalheiro) do Império Britânico. A cerimônia teve lugar em Haifa, Israel, oficiada pelo Coronel Stanton.

1921

Na manhã de 28 de novembro, após uma breve enfermidade, 'Abdu'l-Bahá falece, aos 78 anos.

Bahá'u'lláh
Visto pelo Mundo
LEON TOLSTOI
Escritor e filósofo russo

Os ensinamentos de Bahá'u'lláh nos apresentam, agora, a forma mais elevada e pura do ensinamento religioso.

Nós desperdiçamos nossas vidas tentando desvendar os mistérios do universo, mas havia um prisioneiro do governo turco, Bahá'u'lláh, em 'Akká, Palestina, que possuía a chave.

Conheci os Bahá'ís durante muito tempo e sempre me interessaram seus ensinamentos. Portanto, simpatizo com os ensinamentos Bahá'ís de todo o meu coração, já que ensinam a fraternidade, a equanimidade e o sacrifício da vida material em favor do serviço de Deus.

AUGUSTO FOREL
Cientista e Psiquiatra suíço

Em 1920, conheci em Karlshure a religião mundial não confessional dos Bahá'ís, fundada no Oriente há setenta anos por um persa, Bahá'u'lláh. Esta é a verdadeira religião do "Bem-Estar Social", sem dogmas ou sacerdotes, unindo a todos os homens deste nosso pequeno globo terrestre. Eu me tornei bahá'í. Que esta religião viva e prospere para o bem da humanidade. Este é o meu mais ardente desejo... Com toda segurança, chegará um dia em que haverá um estado mundial, um idioma universal e uma religião universal. O Movimento Bahá'í pela unidade da humanidade é, em meu apreço, o maior movimento hoje em dia que está trabalhando para a paz universal e fraternidade.

RAINHA MARIA DA ROMENIA

O ensinamento Bahá'í traz paz à alma e esperança ao coração... É como um amplo abraço que reúne a todos os que buscaram, durante muito tempo, palavras de esperança. Aceita todos os Profetas anteriores, não destrói nenhum credo e deixa todas as portas abertas. Entristecida pela contenda contínua entre os crentes de muitas religiões e aborrecida pela intolerância de uns para com os outros, descobri nos ensinamentos Bahá'ís o verdadeiro espírito de Cristo, que é tão amiúde negado e mal compreendido. A unidade em vez da dissensão, a esperança em vez da condenação, o amor em vez do ódio e uma grande confiança renovada para todos os homens. Hoje, mais do que nunca, quando o mundo se defronta com uma crise de confusão e intranqüilidade, temos que nos manter firmes na fé e buscar aquilo que une, em vez do que divide. Para aqueles que buscam a luz, os ensinamentos Bahá'ís oferecem uma estrela que os guiará para a compreensão mais profunda, dando-lhes a certeza da paz e boa vontade para com todos os homens.

ARNOLD J. TOYNBEE
Historiador

Minha opinião é que (1) a Fé Bahá'í é, sem dúvida alguma, uma religião; (2) a Fé Bahá'í é uma religião independente, a par com o Islamismo, o Cristianismo e outras religiões mundiais. A Fé Bahá'í não é uma seita derivada de alguma outra religião; é uma religião independente e tem a mesma posição que as demais religiões conhecidas. Esta opinião se baseia tanto no estudo como em meu conhecimento pessoal dos Bahá'ís.

BENJAMIN JOWETT
Universidade de Balliol, Oxford

Este Movimento Bahá'í é a maior luz que apareceu no mundo desde o tempo de Jesus Cristo. Devem observa-lo e nunca perde-lo de vista. É demasiado grande e está demasiadamente próximo para que esta geração o compreenda. Somente o futuro poderá revelar sua importância.

EDUARDO BENES
Ex-Presidente da Tchecoslováquia

O Ensinamento Bahá'í é uma das forças espirituais absolutamente necessárias nestes momentos, para por em primeiro plano o espírito, nesta batalha contra as forças materiais... É um dos grandes instrumentos para a vitória final do espírito e da humanidade.

Estou mais convencido do que nunca que com o aumento da crise moral e política do mundo, devemos ter maior coordenação internacional. Faz-se necessária uma Fé, como a Causa Bahá'í, que pavimente o caminho para uma organização universal de paz.

ÉRICO VERÍSSIMO
Escritor

Gostaria de caminhar sem pressa por suas ruas (de Haifa) e subir um dia, à hora do poente, os degraus de mármore que, por entre solenes ciprestes, me levariam ate à porta do Templo Bahá'í... e talvez à salvação espiritual.

EDWARD G. BROWNE
Professor da Universidade de Cambridge

Não me foi preciso perguntar em cuja presença estava, enquanto me curvei diante Daquele que é objeto de uma devoção e um amor que os reis poderiam invejar e os imperadores almejar em vão! Uma voz cheia de dignidade e doçura convidou-me a sentar e prosseguiu: "Louvado seja Deus por teres atingido... Vieste ver um prisioneiro e exilado... Só desejamos o bem do mundo e a felicidade das nações; não obstante, nos consideram provocadores de luta e sedição, dignos de cativeiro e exílio... Que todas as nações se unam em uma mesma fé e todos os homens sejam fortalecidos; que cesse a diversidade de religião, e as diferenças de raças sejam anuladas - que mal há nisso?... E assim há de ser: essas lutas infrutíferas, essas guerras arruinadoras, hão de passar e a Paz Máxima há de vir... Vós na Europa não precisais disso também? Não foi o que Cristo predisse?... Vemos, entretanto, vossos reis e governantes gastarem os tesouros mais livremente com os meios da destruição da humanidade do que com aquilo que lhes pudesse proporcionar felicidade... Essas lutas, carnificinas e discórdias devem cessar, e todos os homens ser como uma família... Que o homem não se vanglorie pelo amor à pátria e sim pelo amor à sua espécie..." Se não me falha a memória, foram estas as palavras que além de muitas outras, ouvi de Bahá'u'lláh. Que aqueles que as lêem julguem por Si mesmos se o propagador de tal doutrina merece morte e encarceramento, e se é mais provável que o mundo ganhe ou perca com a sua difusão.

MAHATMA GHANDI
A Fé Bahá'í é um consolo para a humanidade...
HELLEN KELLER
Educadora e escritora cega, muda e surda

A filosofia de Bahá'u'lláh merece a melhor atenção que nós lhe possamos prestar... Que tema mais nobre do que o bem do mundo e a felicidade das nações para ocupar nossas vidas? A mensagem da paz universal há seguramente de prevalecer. É inútil opor-se a uma idéia que contém a potência de criar uma nova terra e um novo céu, e de animar os seres humanos com uma Santa paixão por servir.

T. K. CHEYNE
Escritor, Professor da Universidade de Oxford

Eu deveria expressar minha própria adesão ao líder Bahá'í em termos mais brilhantes. Se existiu algum profeta nos últimos tempos, é para Bahá'u'lláh que nos devemos voltar. O Caráter é o juiz final. Bahá'u'lláh foi um homem da mais alta classe - aquela dos profetas.

CHARLES BALDOUIN
Escritor

Escreve referindo-se aos ensinamentos de Bahá'u'lláh como sendo um código de ética dominado pela lei do amor ensinada por Jesus e por todos os profetas. Nos mil e um detalhes da vida prática, esta lei está sujeita a diversas interpretações. A de Bahá'u'lláh é inegavelmente uma das mais compreensivas de todas, uma das mais elevadas, uma das mais satisfatórias para a mentalidade moderna...

DR. GLENN SHOOK

Cientista e Diretor do Departamento de Física do Colégio Wheaton, EUA

Aqui está um poderoso rio do conhecimento. Dirige-se tanto ao cientista quanto ao leigo. Os ensinamentos de Bahá'u'lláh respondem ao desafio de nossa época frente a frente e oferecem soluções positivas e razoáveis. Tem sido uma valiosa descoberta para mim, como indivíduo.

SIR HERBERT SAMUEL

Alto Comissário da Palestina sob o Mandato Britânico

Os Bahá'ís são geralmente considerados como valiosos elementos na população, inteligentes, ordeiros, bem-educados, e acima de tudo, dignos de confiança. Como funcionários públicos ou como comerciantes, são muito estimados por serem livres de corrupção... pessoas de boa conduta, corteses para com o próximo. A Fé Bahá'í provoca o respeito e a boa vontade de seus vizinhos.

J. TYSSUL DAVIS

Escritor, citado em seu livro "A League of Religions"

A Religião Bahá'í impôs-se porque satisfaz as necessidades de seu dia. Adapta-se ao vasto panorama de nosso tempo melhor que as antigas fés, rígidas e exclusivas... Aceita todas as grandes religiões como verdadeiras e suas escrituras como inspiradas... Seu ideal ético é muito elevado. O que impressiona o estudioso não é tanto a parte ética ou filosófica... mas a extraordinária reação que seu ideal despertou num tão grande número de pessoas, a influência poderosa que seu padrão de vida exerce sobre a conduta humana... Podemos dirigir a essa jovem religião uma mensagem de boas vindas completas. Não podemos deixar de reconhecer em sua atividade uma outra prova, um testemunho vivo em nossos dias, do trabalho do infatigável espírito de Deus nos corações dos homens...

GEORGE TOWNSHEND

Escritor, Ex-Cônego da Catedral de St. Patrick, Dublin e Arquidiácono de Clonfert

A mais eloqüente prova de ser Profeta que alguém pode exibir, é a sua própria pessoa e a eficácia de Seu Verbo. Bahá'u'lláh reacendeu as chamas da fé e da felicidade no coração dos homens. Seu saber era inato e espontâneo, não adquirido em qualquer escola. A ninguém foi possível refutar ou resistir à sua sabedoria, e mesmo os Seus mais arraigados inimigos admitiam Sua grandeza. Todas as perfeições humanas foram Nele encarnadas. Sua força era infinita. Penas e sofrimentos só serviram para tornar mais sólidas Sua decisão e fortaleza. Como um médico divino, Ele diagnosticou o mal da época e prescreveu o remédio. Seus ensinamentos foram de âmbito universal e iluminaram toda a humanidade.

GIBRAN KHALIL GIBRAN
Poeta libanês

Referindo-se ao filho mais velho de Bahá'u'lláh, 'Abdu'l-Bahá disse: "Pela primeira vez vi uma forma suficientemente nobre para ser o recipiente do Espírito Santo." "Às 9 horas o desenho ficou pronto e o nobre 'Abdu'lBahá - O Exemplo Perfeito da Vida Bahá'í - sorriu..." Em seguida 'Abdu'l-Bahá disse-me em árabe: "Aqueles que trabalham com o Espírito trabalham bem. Você tem dentro de si o poder de Alá." Em seguida citou Maomé: "Os profetas e os poetas vêem com a luz de Deus", e tornou a sorrir. Em seu sorriso havia o mistério da Síria, da Arábia e da Pérsia... Os seguidores de 'Abdu'l-Bahá gostaram do desenho porque é um verdadeiro retrato de seu Mestre. Eu gosto dele porque é uma verdadeira expressão do meu melhor eu! É tão bom quanto o de Rodin; talvez, de certa forma, seja até melhor!

LÁZARO L. ZAMENHOF
Inventor do Esperanto

Referindo-se a 'Abdu'lBahá, o exemplo perfeito dos ensinamentos de Bahá'u'lláh, disse: "Estimo muitíssimo a personalidade de 'Abdu'l-Bahá e seu trabalho. Nele vejo um dos grandes benfeitores que a humanidade já produziu!"

UDO SCHAEFFER
Escritor Alemão

A Fé Bahá'i, de acordo com sua própria interpretação, não almeja ser uma reforma ou restauração do Islã, mas fundamenta sua origem em um novo ato de Deus, em uma nova efusão do espírito divino, em um novo convênio divino. A base da crença e da lei é a palavra divina revelada por Bahá'u'lláh.

EÇA DE QUEIROZ
Escritor português

Calado, invadido pelo pensamento do Báb - o Arauto da Fé Bahá'í - revolvia comigo o confuso desejo de me aventurar nessa campanha espiritual... Por que não? Tinha a mocidade, tinha o entusiasmo... Via-me discípulo do Báb... E partia logo a pregar, a espalhar o verbo Bábista. Aonde iria? A Portugal, certamente, levando de preferência a salvação às almas que me eram mais caras.

CONDE VON PROKESCH-OSTEN
Embaixador Austríaco no Irã, no século passado

Declarou que nutria grande "veneração" por Bahá'u'lláh, considerando-o "uma personalidade de grande distinção, conduta exemplar, grande moderação e uma figura muito dignificada".

A.L.M. NICOLAS

Historiador e Representante Consular do Governo Francês no Irã, no século passado

Referindo-se ao Báb, o Profeta-Precursor de Bahá'u'lláh, escreveu:

Este é um dos mais magnificentes exemplos de coragem que a humanidade tem testemunhado e é também uma admirável prova do amor nutrido por nosso herói por seus semelhantes. Ele sacrificou-se pela humanidade, deu seu corpo e sua alma, sofreu provações, insultos, indignidades, tortura e martírio. Ele selou com seu sangue o pacto da fraternidade universal e como Jesus, deu sua vida como o arauto do reino da concórdia, justiça e amor por seu próximo.

SIR VALENTINE CIHROL
Ex-Editor do The Times

Aquele movimento que testemunhou o nome apostólico do mártir religioso (O Báb), que foi condenado em Tabriz... é ainda uma força viva na Pérsia e é quase universalmente reconhecido. Socialmente, uma das mais interessantes conquistas do Bábismo é a elevação da condição da mulher... O próprio Báb tinha uma mulher como discípula, que tendo compartilhado todos os perigos das primeiras missões apostólicas, desafiou e morreu com coragem viril, como uma mártir. A nova Dispensação deve ser lembrada como a continuação e o cumprimento das prévias Dispensações Mosaica, Cristã e Muçulmana. Os judeus não esperam ainda o Prometido Messias, os cristãos a segunda vinda de Cristo e os muçulmanos pelo aparecimento do Mihdí? O Bábismo é a manifestação que todos eles estão esperando...

ROMAIN ROLLAND

Romancista e biógrafo francês, Prêmio Nobel de Literatura em 1916

Eu primeiro conheci o Bahaísmo em Genebra... Ela é ou deseja ser uma fusão de todas as religiões do Oriente e do Ocidente. Ela é acima de tudo uma religião ética, que não concebe a religião sem a prática e que busca estar de acordo com a ciência e a razão, sem cultos ou sacerdotes. O primeiro dever é que cada um tenha uma profissão: o trabalho é sagrado, é uma bênção divina. Tenho observado uma analogia com a Ciência Cristã. Em meu espírito, eu prefiro o Bahaísmo. Eu o considero mais flexível e refinado. E ele oferece uma rica festa à imaginação poética. Suas raízes estão fincadas nos grandes sonhos metafísicos do Oriente... Existem também, algumas páginas luminosas nas palestras de 'Saint-Jean D'Arc' (O Esplendor da Verdade) de 'Abdu'l-Bahá... Bahá'u'lláh, um prisioneiro, escrevendo e respondendo algumas epístolas de admirável beleza moral sob o nome de 'O Oprimido'...

MARK TOBEY
Pintor norte-americano

A Causa Universal de Bahá'u'lláh conduz o homem ao desenvolvimento de seus frutos, desafia-o e o atrai para ver a luz deste dia que é a unidade em toda a vida. Ela o despoja de lidar com a herança automática do meio ambiente, busca criar nele uma visão absolutamente necessária à existência. Os ensinamentos de Bahá'u'lláh são, em si próprios, a luz com a qual podemos nos guiar na estrada da evolução. Certamente que nós falamos hoje em estilos internacionais, mas eu penso que nós falaremos em estilos universais... O futuro do mundo deve ser a compreensão de sua unidade, que é o ensinamento básico que tenho encontrado na Fé Bahá'í e de cuja unidade naturalmente se desenvolverá um novo espírito na arte, uma que é isso o que ela é. A arte é espírito e não apenas novas palavras e novas idéias.

Mirza Buzurg, o pai de Bahá'u'lláh.

Mirza Mihdí, filho mais jovem de Bahá'u'lláh. Faleceu acidentalmente na prisão-fortaleza de 'Akká, em 1870.

JOSÉ HERMÓGENES
Escritor, Pioneiro do Yoga no Brasil

Não existe no Irã somente a ira dos violentos e ignorantes, mas de lá vem a mensagem de verdadeira e luminosa paz, a que os Bahá'ís reivindicam.

Exatamente porque a mensagem é de um ecumenismo irrestrito e pretende implantar a unidade das nações, não em proveito de um ismo, seja religioso, ideológico ou político, mas fundamentado em amor, auto-sacrifício, pureza, renúncia, justiça e verdade, desde seus primeiros dias, seus profetas e seguidores foram massacrados pelos violentos e ignorantes, que dispondo de poderes governamentais e inspirados por sua falsa interpretação de guerra santa, os martirizaram. O Báb foi exilado nas montanhas, depois em fortalezas e finalmente fuzilado em praça pública no estilo dos maus seguidores do Islã. Bahá'u'lláh, seu sucessor, foi encarcerado em Teerã e, em 1852, foi exilado, e na cidade-prisão de 'Akká, foi encarcerado por 24 anos. Em certa fase, vinte e cinco mil seguidores foram barbaramente trucidados... Em seu afã de profeta, Bahá'u'lláh escreveu inspiradas epístolas aos maiores estadistas e políticos de seu tempo, convocando-os para a unidade e paz da humanidade.

Esta guerra contra a mentira, a ignorância, o egoísmo... na qual as armas são a verdade e o amor é a tição que o profeta da paz - Bahá'u'lláh, desde o século passado, de sua pátria, o Irã, lançou ao mundo.

ERVIN LASZLO

Filósofo, Escritor, Editor da Enciclopédia Mundial da Paz e Membro do Clube de Roma

Há mais de cem anos, Bahá'u'lláh, o fundador da Fé Bahá'i, proclamou que a unidade da humanidade seria conseguida em etapas evolutivas repletas de lutas, caos e desordens. O desenvolvimento histórico começa com o nascimento da família, a chegada à sociedade tribal, e continua através da constituição da cidade-estado e de outras unidades políticas. Em tempos recentes estas unidades se têm expandido em nações soberanas ë independentes. Bahá'u'lláh ensinou que a próxima etapa nesta evolução social é a organização da sociedade humana como uma civilização planetária que será caracterizada pelo aparecimento de uma comunidade, a consciência de uma cidadania mundial e a fundação de uma civilização e cultura mundiais que permitirão uma infinita diversidade nas características de seus componentes.

Um governo mundial, consumação da evolução humana., aparecerá através de períodos de transtornos. As diferentes etapas no desenvolvimento da humanidade se assemelham às etapas da vida de um indivíduo: o tempo presente caótico e comparado com a etapa da adolescência que antecede à culminação da maturidade.

Confinado durante a vida na colônia penal de 'Akká, até fins do século dezenove, Bahá'u'lláh escreveu, advertindo que "os ventos do desespero" estavam soprando de todas as direções. A luta que divide e aflige a raça humana está aumentando; os sinais de convulsões iminentes podem discernir-se. Uns cem anos mais, seus seguidores, membros da rapidamente crescente comunidade mundial Bahá'í atual, que reconhecem esta tendência evolutiva não linear, estão comprometidos a atuar de acordo com ela.

Deve ser agregado a esta resenha do humanismo inerente aos grandes sistemas de crenças, a doutrina da Fé Bahá'í, a mais nova e rapidamente crescente religião mundial. Fundamentada nos escritos do profeta persa do século XIX, Bahá'u'lláh, a doutrina Bahá'í vê o conjunto da humanidade como uma unidade orgânica em processo evolutivo. Todas as grandes religiões e todos os seus profetas desempenham um papel na religião deste processo. Todas as revelações, de Abraão a Moisés, passando por Jesus, Maomé e Buda, funcionam como marcos referenciais no caminho da humanidade para um estágio final de unidade e unicidade que ora se aproxima.

FRIEDRICH HEILER
Teólogo Protestante Alemão

Bahá'u'lláh é o criador de uma nova religião. De um lado, a relação da Fé Bahá'í com o Islã é comparável àquela existente entre o Islã, o Judaísmo e o Cristianismo. Classificar a Fé Bahá'í entre as seitas islâmicas ou sub-comunidades é tão inadequado como classificar o Islã como uma seita judaica ou cristã. O próprio feito de que Bahá'u'lláh, como portador da última e mais exaltada revelação, assuma a posição que o Islã tem reservado para Maomé, torna clara a independência da religião Bahá'í em relação ao Islã. Como um fenômeno histórico, a religião Bahá'í se situa, então, em um status igual ao das outras religiões universais: Hinduismo, Budismo, Islã, Sikh e Cristianismo.

GERHARD ROSENKRANZ
Teólogo Protestante Alemão

A Fé Bahá'í é uma nova religião... de um ponto de vista histórico-religioso constitui desde suas primeiras origens um verdadeiro movimento profético... com a Fé Bahá'í nos deparamos, não com uma dessas pseudomodernas religiões que se encontram no Ocidente, com um movimento religioso original.

HELMUT VON GLASENAPP
Cientista e Teólogo

É verdade que a Fé Bahá'í tem suas origens no Islã, mas representa uma forma independente de adoração e não uma seita islâmica. De outra forma teria que se considerar o Cristianismo como uma seita judaica, uma vez que surgiu do Judaísmo.

JEAN-FRANÇOIS MAYER
Historiador Francês

Através de publicações e declarações Bahá'ís se evidencia a aspiração e instauração da paz universal e o estabelecimento de uma nova ordem mundial entendida como um processo gradual que faz necessária hoje a interdependência de todos os povos. A Comunidade Mundial Bahá'í é considerada como a prefiguração desta nova era.

PEPE RODRÍGUEZ
Escritor e Jornalista Espanhol

A Fé Bahá'í é uma maneira atípica e privilegiada de viver a espiritualidade. Coloca o homem à altura de Deus e Deus à altura do homem porque para servir a um não é imperativa a destruição do outro. É uma religião que respeita à Deus e ao homem - em vez de utilizar Deus contra o homem, tal como e normativo na maioria das religiões estabelecidas - e isto a torna transcendente, crível e desejável aos olhos de qualquer pessoa interessada na prática religiosa... A história futura - sempre a inexorável verdade que o tempo escreve e ninguém pode modificar nem alterar, dentro de alguns séculos, terá situado a Fé Bahá'í em sua verdadeira dimensão.

CURIOSIDADES

Bahá'u'lláh descendia de um lado, de Abraão, através de sua esposa, Quetura, e de outro, de Zoroastro, como também de Yazdgird, o último rei da Dinastia Sassânica. Ele era ainda descendente de Jessé e pertenceu, através de Seu pai, Mirza Buzurg de Núr, a uma das mais antigas e renomadas famílias de Mazindarán.

Bahá'u'lláh nasceu na província de Mazindarán, na Pérsia (hoje Irã). Essa parte do país já era conhecida há muito tempo como a Terra da Promessa. Foi escrito o seguinte sobre Mazindarán: "Existem muitas lendas sobre a província. Diz-se que nela crescerá uma arvore celestial, cujos galhos atingirão o céu. O fruto dessa árvore será destinado para a vida de todas as nações. Muitas pessoas viajaram para essa região, na esperança de encontrar a árvore maravilhosa." Outra lenda diz que o rei da guerra e do ódio tinha sido feito prisioneiro em uma das altas montanhas do lugar.

A casa do Vizir em que Bahá'u'lláh nasceu, era das mais luxuosas daquela época, nela não faltava nenhuma comodidade, o mesmo que na casa de verão de sua família em Takur. Esta também tinha sido construída por Mirza Buzurg expressamente para seu filho predileto, e intuindo, quiçá, sua posição divina, fez gravar no dintel da porta os seguintes versos:

"Quando chegares a este limiar do Amado, Dizei: 'Eis-me aqui, Deus meu!' Já que uma saudação qualquer aqui não basta. Detém teu passo. A terra em que pisas é santa. Retira, pois, tuas sandálias."

Quando tinha 22 anos de idade, Bahá'u'lláh ficou órfão de pai e, como era costume na Pérsia (Irã), o governo quis que ele ocupasse o cargo do seu genitor no Ministério. Bahá'u'lláh, entretanto, a isso se recusou. O Primeiro-Ministro então disse: "Deixa-o. Tal posição não lhe é digna. Ele tem em mira algum ideal mais elevado. Não o posso entender, mas estou convencido de que está destinado a alguma carreira elevada. Seus pensamentos não são iguais aos nossos."

Em 1852, como um prisioneiro, Bahá'u'lláh teve que caminhar muitas milhas até uma prisão subterrânea em Teerã. Suas vestes foram arrancadas no caminho e foi oprimido e ridicularizado, tal como acontecera com Cristo. Um registro histórico daquele tempo descreve: "A pé e exposto aos fortes raios de um sol de pleno verão, Ele foi obrigado a cobrir, pés descalços e cabeça descoberta, toda a distância entre Shimiran e o calabouço. Durante todo o percurso foi vítima de agressão e aviltamento de populares... E quando se aproximava do calabouço, uma mulher de idade tentou acertar-lhe uma pedrada. Ela implorava aos soldados: - 'Dai-me uma chance para eu atirar a minha pedra em sua face!'

Bahá'u'lláh viu-a correndo atrás dele. Disse então aos guardas:

- 'Não sofra essa mulher o desapontamento. Não negueis a ela o que considera meritório aos olhos de Deus.'"

A cidade-prisão de 'Akká, onde Bahá'u'lláh passou grande parte de sua vida como prisioneiro e exilado, recebeu a seguinte descrição nos livros sagrados do passado:

...flanqueada pela 'Glória do Líbano' e repousando à plena vista do 'esplendor do Carmelo', aos pés das colinas que circundam a cidade natal do próprio Jesus Cristo, foi descrita por Davi como a 'Cidade Forte', citada per Oséias como 'uma porta de esperança' e referida por Ezequiel como 'o portal que olha para o caminho do Oriente', por onde 'entrou a Glória do Deus de Israel vinda pelo caminho do Oriente', sendo Sua voz como 'o ruído de muitas águas'.

A essa cidade se havia referido o Profeta da Arábia (Maomé) como 'uma cidade na Síria à qual Deus tem mostrado Sua misericórdia especial', situada 'entre duas montanhas... no meio de um prado' à orla do mar... suspensa sob o Trono, 'alva, cuja alvura apraza Deus'.

'Bem-aventurado o homem', declarara Ele ainda mais - assim como Bahá'u'lláh confirma - 'que tem visitado 'Akká, e bem-aventurado aquele que tem visitado o visitante de 'Akká'.

Além disso, em uma tradição extraordinária que se encontra na obra de Shaykh Ibu'l-Arabí, e que é reconhecida como afirmação autêntica de Maomé, há esta predição significativa: 'Todos eles (Os companheiros do Qa'im) serão trucidados, salvo Um só -Aquele que alcançará a planície de 'Akká, o Salão dos Banquetes do Deus'.

Uma das grandes mestras desta Fé, em seus primórdios, foi uma mulher. Seu nome era Tahirih. Foi martirizada por causa de sua religião. Antes de sua morte trabalhou ardorosamente pela Fé e pela elevação da condição da mulher. Foi chamada de a primeira mártir do sufrágio feminino. Com bravura e arrojo gritou para seus algozes: "Podeis me matar quando bem o quiserdes, mas não podeis impedir a emancipação das mulheres!"

A data de 23 de maio de 1844 é uma data extremamente significativa.

Nesta data que marca o nascimento da Fé Bahá'í no Oriente, com a Declaração do Báb, no Ocidente, Samuel Morse passava a primeira mensagem telegráfica do mundo.

As palavras que cortaram os céus como "relâmpagos", transmitidas de Baltimore para Washington foram extraídas do Antigo Testamento:

- O que Deus realizou!

Ao ser perguntado se Bahá'u'lláh fizera um estudo especial da literatura ocidental, fundando Seus ensinamentos de acordo com elas, seu filho mais velho, 'Abdu'l-Bahá, disse que os livros de Bahá'u'lláh, escritos e impressos em tempos tão remotos como a década de 1870, continham os ideais agora tão familiares ao Ocidente, embora naquele tempo estas idéias não tivessem sido impressas ainda e nem concebidas.

O ano Bahá'í tem 19 meses com 19 dias cada mês, mais 4 dias intercalares nos anos ordinários e 5 dias nos anos bissextos, adicionados entre os 18º e 19º meses.

O Báb designou os meses com os atributos de Deus: Soberania, Domínio, Sublimidade, Esplendor, Glória, Beleza, Grandeza, Luz, Misericórdia, Palavras, Perfeição, Nomes, Força, Vontade, Conhecimento, Poder, Discurso, Perguntas e Honra.

O ano novo bahá'í, como o antigo ano persa, é astronomicamente fixado, começando no equinócio (21 de março) e a era Bahá'í tem início em 1844.

O Britannica Year Book (Livro do Ano da Enciclopédia Britannica) de 1988 indica que, embora o número de membros da comunidade Bahá'í não ultrapasse cerca de 5 milhões, a Fé já se tornou a religião mais amplamente difundida na Terra depois do Cristianismo. Existem hoje 174 Assembléias Nacionais Bahá'ís em países independentes e nos principais territórios do globo e mais de 17.000 Assembléias eleitas a funcionar em nível local. Estima-se que 2.112 nacionalidades e tribos estejam representadas na comunidade, muitas das quais residem em lugares remotos: ilhas do Pacífico, extensões do Ártico, vilarejos nas selvas tropicais, cordilheira dos Andes.

Desde 1948, a Comunidade Bahá'í tem representações na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, em Genebra e no Programa do Meio Ambiente, em Nairóbi. A representação da Fé Bahá'í é independente e apolítica, não sendo subsidiada por nenhum governo e não aceitando qualquer contribuição financeira que não venha das próprias comunidades Bahá'ís.

Em 1970 a Comunidade Bahá'í foi distinguida, obtendo caráter consultivo no Conselho Econômico e Social (ECOSOC) e, em 1976, no Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

No período 1976/1983, a Comunidade Bahá'í participou de mais de 200 conferências, seminários e reuniões promovidas pela ONU em diversos países do mundo.

Os Bahá'ís têm uma mensagem especial aos povos indígenas. Sentem ser necessário que nutramos um profundo sentimento do respeito pela ascendência antiga dos povos indígenas, bem como uma compreensão adequada de seu destino, buscando erradicar por completo este quase generalizado sentimento de superioridade racial, cultural e social que vimos cultivando, infantilmente, ao longo das gerações.

"É um grave equívoco acreditar que, porque as pessoas são analfabetas ou vivem uma vida primitiva", assinalou Shoghi Effendi, o Guardião da Fé Bahá'í, "sejam desprovidas de inteligência ou de sensibilidade. Ao contrário, elas podem muito bem olhar para nós, com os males de nossa civilização, com a corrupção moral, com as guerras ruinosas, hipocrisia e vaidade, como pessoas que devem ser observadas tanto com suspeita como com desprezo."

Na primavera de 1963, exatamente 100 anos após Bahá'u'lláh ter declarado Sua missão diante de um pequeno grupo de seguidores no Jardim do Ridvan, os membros de 56 Assembléias Nacionais Bahá'ís, de todo o mundo, elegeram a primeira Casa Universal de Justiça, que é a suprema instituição administrativa bahá'í. O cosmopolitismo dos membros da Casa Universal de Justiça é particularmente adequado à natureza e funções desta instituição: os nove membros dos quatro continentes são originários das três maiores religiões mundiais (Judaísmo, Cristianismo o Islamismo).

Existem sete Casas de Adoração Bahá'í no mundo. Com seus nove lados o encimados por uma cúpula simbolizando a união das nove grandes religiões mundiais louvando um único Criador, devendo ser os mais belos possíveis quanto a estilo e acabamento. Estão assim localizadas:

Na Europa, está localizado em Langenhain, próximo a Frankfurt, na Alemanha. Foi inaugurado no dia 4 de julho de 1964.

Arquiteto: Teuto Rocholl.

Na África, em Kampala (Uganda), foi inaugurado no período de 13 a 16 de janeiro de 1961.

Arquiteto: Charles Mason Remey.

Na Austrália, em Sidney, foi inaugurado em 15 de setembro de 1961.

Arquiteto: Charles Mason Remey.

Na América do Norte, às margens do Lago Michigan, em Wilmette, Ill., Estados Unidos. Foi inaugurado em 2 de maio de 1953.

Arquiteto: Louis Bourgeois.

Na América Latina, na Cidade do Panamá, Panamá. Foi inaugurado no período de 29 a 30 de abril de 1972.

Arquiteto: Peter Tillotson.

No Oceano Pacífico, em Apia, Samoa Ocidental. Foi inaugurado em 1º de setembro de 1984.

Arquiteto: Husayn Amanat.

No sub-continente Indiano, em Nova Delhi, Índia. Foi inaugurado em 24 de dezembro de 1986.

Arquiteto: Fariburz Sahbá.
GLOSSÁRIO

'Abdu'l-Bahá: "Servo da Glória", título de 'Abbás Effendi, o filho mais velho de Bahá'u'lláh.

Báb: "Porta". Título assumido por Mirza 'Alí Muhammad depois da declaração de sua missão em Shiráz em 23 de maio de 1844.

Bahá'u'lláh: Nome que em árabe significa "glória, luz e esplendor de Deus". Ao pronunciar-se o primeiro "h" tem o som de "r". Título com que se designa Mirza Husayn Alí.

Bahá'í: Seguidor de Bahá'u'lláh.

Bahjí: Mansão onde Bahá'u'lláh, na cidade-prisão de 'Akká passou seus últimos anos de vida. Significa "De leite".

Bayán: "Expressão", "Explicação"; nome do Livro Sagrado revelado pelo Báb.

Hájí: Um muçulmano que tenha feito peregrinação a Meca.

Imame: Título dos doze sucessores xiitas de Muhammad (Maomé). Também se aplica aos dirigentes religiosos muçulmanos.

Imame Jum'ih: O imame principal de uma cidade. Chefe dos mullás.

Irã: Sob o reinado da dinastia Pahleví (1925-1979) o antigo nome Irã substituiu a designação Pérsia. Em geral se refere à Pérsia quando trata-se de eventos históricos anteriores ao século XX. Os eventos mais recentes referem-se àquele país como Irã.

Khánum: Senhora.
Kitáb: Livro.

Kitáb-i-Aqdas: O Livro Mais Sagrado, o Livro das Leis de Bahá'u'lláh.

Kitáb-i-Iqán: O Livro da Certeza.

Mirza: Quando se coloca depois de um nome significa "Príncipe"; só à frente, simplesmente "Senhor".

Mullá: Clérigo muçulmano.

Naw-Rúz: "Novo Dia". Nome que se dá ao Ano Novo Bahá'í.

Qa'im: O Prometido, conforme as Sagradas Escrituras do Islã.

Ridvan: "Paraíso".
Siyyid: Descendente de Maomé.

Siyáh-Chál: "Cova Negra", prisão subterrânea onde foi aprisionado Bahá'u'lláh.

Vizir: Ministro da Corte Persa.
Xá: Rei da antiga Pérsia, hoje Irã.
Xiitas: Seita do Islamismo.
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'Abdu'l-Bahá - O Mestre como chamava Seu Pai na juventude, e como ficou conhecido até o final da vida. No entanto, escolheu para si o nome de 'Abdu'l-Bahá, que significa "servo de Bahá".

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Shoghi Effendi, o Guardião da Fé Bahá'í, em foto dos anos cinqüenta. Foi o grande líder mundial que orientou os Bahá'ís, de 1921 a 1957, na construção de uma comunidade internacional unida, solidária e ativa, no objetivo comum da paz, da unidade e da fraternidade universal.

BIBLIOGRAFIA
1. Obras publicadas em português:
As Palavras Ocultas de Bahá'u'lláh
Editora Bahá'í
Kitáb-i-Iqán, O Livro da Certeza
Bahá'u'lláh
Editora Bahá'í
Seleções dos Escritos de Bahá'u'lláh
Editora Bahá'í
Epístolas de Bahá'u'lláh
Editora Bahá'í
As Bem-Aventuranças de Bahá'u'lláh
Editora Bahá'í
Os Sete Vales
Bahá'u'lláh
Editora Bahá'í
A Presença de Deus
Shoghi Effendi
Editora Bahá'í
Bahá'u'lláh e a Nova Era
John Esslemont
Editora Bahá'í
A Revelação Bahá'í
Seleções das Sagradas Escrituras Bahá'ís
Editora Bahá'í
Ladrão na Noite
William Sears
Editora Bahá'í
Os Rompedores da Alvorada (Volumes I e II)
Nabíl
Editora Bahá'í
Bahá'u'lláh
Comunidade Internacional Bahá'í
Editora Bahá'í
Orações Bahá'ís
Editora Bahá'í
Cristo e Bahá'u'lláh
George Townshend
Editora Bahá'í
O Renascimento da Civilização
David Hoffman
Editora Bahá'í
Portais para a Liberdade
Howard Colby Ives
Editora Bahá'í
Educação Bahá'í - Uma Compilação
Editora Bahá'í
A Mensagem Bahá'í - Fatos Básicos
Editora Bahá'í
Padrão de Vida Bahá'í - Uma Compilação
Editora Bahá'í
Nova Ordem Mundial, Novos Paradigmas
Washington Araújo
Editora Planeta Paz
Política, Uma Perspectiva Bahá'í
Mohiman Shafa
Editora Bahá'í
Israel em Abril
Érico Veríssimo
Editora Globo
A Correspondência de Fradique Mendes
Eça de Queiroz
Edição Livros do Brasil / Lisboa

Fundamentos Espirituais para uma Sociedade Ecologicamente Sustentável

Edição Livros do Brasil / Lisboa
Convite a Não-Violência
Hermógenes
Editora Record
O Grande Amor do Profeta
Gibran Kahlil Gibran / Mary Haskell
Editora Record
2. Obras publicadas em outros idiomas:
The Bahá'í World, Vol. XVI
An International Record
Bahá'í World Centre
Haifa, Israel
E. G. Browne and The Bahá'í Faith
Hasan Balyuzi
George Ronald Publishers, Oxford
Bahá'u'lláh, The King of Glory
Hasan Balyuzi
George Ronald Publishers, Oxford
The Bábí and Bahá'í Religions, 1844/1944
Moojam Momen
San Francisco
George Ronald, Oxford
The Bahá'í Faith: The Emerging Global Religion
William S. Hatcher / J. Douglas Martin
Harper & Row Publishers
For the Good of Mankind
August Forel & The Bahá'í Faith
John Paul Vader George Ronald, Oxford
The Promise of World Peace
The Universal House of Justice
One World Publications, London
The Light Shineth in Darkness
Udo Schaefer
George Ronald Publishers, Oxford
Names and Numbers
A Bahá'í History Reference File
Elias Zohoori
NSA of Bahá'ís of Jamaica
World Peace Conference
New Delhi, India NSA of Bahá'ís of India
Relatos de La Vida de 'Abdu'l-Bahá
Annamaria Honnold
Editorial Bahá'í de Espanha
Maria de Rumania Y La Fe Bahá'í
Alejandro Reid
Ebila, Argentina

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