Assembléia Espiritual Nacional dos Bahá'ís do Brasil
IntroduçãoOcorre, algumas vezes, que um Bahá'í parece não encontrar em sua Fé as condições de alegria e felicidade, e paz de espírito e tranqüilidade de consciência que tão necessárias lhe são nesta vida atribulada.
Porém, cabe aqui perguntar: Estamos realmente cumprindo o que Bahá'u'lláh nos determinou? Vivemos a vida conforme os padrões promulgados por Ele? Obedecemos Seus mandamentos, fielmente?
No Kitáb-I-AQDAS, o Livro Mais Sagrado da Revelação de Bahá'u'lláh, o Livro de Suas Leis, existem muitos preceitos e ensinamentos que são obrigatórios a todos os Bahá'ís. Representam a vontade de Deus para nós e são para nossa guia infalível na vida. Sabemos quais são? Vivemo-los realmente?
Adib Taherzadeh, em seu livro A REVELAÇÃO DE Bahá'u'lláh, volume III, original em inglês, 1983, da Editora George Ronald, discorre sobre o Kitáb-I-AQDAS em cinco capítulos seguidos, num total de 124 páginas. Dada a importância dos mesmos, para todos os indivíduos Bahá'ís, selecionamos trechos destes capítulos dos seguintes assuntos (seguidos pelas páginas a fonte no original):
* Leitura Diária das Escrituras Bahá'ís (p. 322-326)
* Oração Obrigatória Diária (p. 348-350)Ainda incluímos o tópico Testes e Provações (p. 47-51).
Que o leitor, ao meditar sobre cada um dos temas, faça uma auto-análise de sua vida e chegue a uma conclusão se realmente está cumprindo com o que Bahá'u'lláh determina nesses aspectos da vida espiritual de Seus discípulos. Talvez encontre a resposta que busca e a solução de seus problemas de consciência. Aceitar e viver tais preceitos é responsabilidade exclusiva do indivíduo.
Osmar MendesNo Kitáb-I-AQDAS encontram-se muitas exortações aos crentes para viverem uma vida santificada e se adornarem de um bom caráter e virtudes divinas.
Existem muitas pessoas, não-Bahá'ís, que foram criadas para terem uma vida condigna, de acordo com suas próprias tradições. São treinadas, desde crianças, para serem corteses, bondosas e carinhosas. Demonstram muitas boas qualidades, que lhes foram inculcadas de tal forma que se tornaram uma segunda natureza. Realizam bons atos com naturalidade. Tais pessoas merecem o mais elevado respeito. Mas porque estão privadas do espírito da fé trazido pelo Mensageiro de Deus para esta época, elas são como lâmpadas especiais, mas que não foram acesas. Viver a vida como Bahá'í é diferente, no fato de que o coração está iluminado com o amor de Bahá'u'lláh. É este amor que faz a diferença e que capacita o crente a espelhar os ensinamentos de Bahá'u'lláh aos outros. Sem isso é impossível a um Bahá'í realizar tudo o que pode nesta vida. Na verdade, a história de todas as religiões é escrita na linguagem do amor. Algumas pessoas reconhecem Bahá'u'lláh intelectualmente. Isso não é suficiente. Se o indivíduo não se tornar um verdadeiro amante de Bahá'u'lláh, não poderá adquirir a capacidade espiritual para servir, de forma completa, a Causa de Deus neste dia.
"Imergi-vos no oceano de Minhas Palavras"Como acontece com a maioria das coisas que crescem nesta vida, existe sempre um começo para este amor a Bahá'u'lláh. Quando o indivíduo abraça a Causa de Deus, a centelha da fé se acende em seu coração. Ele então começa sua caminhada de amor em direção a Bahá'u'lláh. A lâmpada de seu coração foi apenas acesa. Esse amor deve ser permitido crescer; essa luz precisa receber as condições para se transformar em um grande fogo.
Quando a pessoa encontra um amigo de quem realmente gosta, a única forma de estreitar os laços de amizade e amor com ele é conhecê-lo melhor e tornar-se mais íntimo com ele. Se se afastar e permanecer longe do amigo, a amizade não se consolidará.
O começo de um grande amor pode ocorrer numa simples apresentação. Mas só crescerá quando há associação entre o amante e a amada, e quando quem ama é sincero e dedicado, e vai em busca do ser amado.
Semelhantemente, um crente deve dar prosseguimento à sua caminhada de amor até Bahá'u'lláh. Não deve ficar apenas no contato inicial. O passo mais importante para isso é ler as palavras de Bahá'u'lláh, a fim de comungar com Ele e tornar-se atraído à Sua Sagrada Pessoa. Na verdade, este é um de Seus mandamentos no Kitáb-i-Aqdas. Ele prescreve aos Seus seguidores recitarem Suas Palavras duas vezes ao dia, de manhã e à noite, e afirma que aqueles que não o fazem falham em cumprir seu compromisso com o Convênio de Deus. Estas são Suas palavras naquele Livro:
"Recitai os versos de Deus toda manhã e noite. Quem não os recita, na verdade falhou no cumprimento de seu compromisso para com o convênio de Deus e Seu Testamento, e quem, neste dia, Dele se afasta, afastou-se em verdade de Deus desde tempo imemorial. Temei a Deus, ó concurso de meus servos."
"Cuidai para que a leitura excessiva e muitos atos de piedade durante o dia e a noite não vos tornem vaidoso. Se uma pessoa recitar um único verso dos escritos sagrados, em espírito de alegria e radiância, isso lhe será melhor que recitar cansativamente todas as escrituras de Deus, o amparo no perigo, o que subsiste por si próprio."
"Recitai os versos de Deus de tal forma que não sejais tomados pela fadiga ou tédio. Não sobrecarregueis vossas almas até lhes causar exaustão e opressão, mas, sim, esforçai-vos para torná-las leves, de forma que possam alçar vôo nas asas dos versos revelados, alcançando a alvorada de seus sinais. Isto conduz a um acesso mais próximo de Deus, fosseis vós compreendê-Lo." *
Em outra passagem do Kitáb-i-Aqdas, Bahá'u'lláh afirma:
"Imergi-vos no oceano de minhas palavras, para que possais descobrir seus segredos e encontrar todas as pérolas de sabedoria que jazem ocultas em suas profundezas."
A leitura das palavras de Bahá'u'lláh exerce a mesma influência sobre a alma que o alimento o faz para o corpo. Possibilita à alma aproximar-se de Bahá'u'lláh e tornar-se plena de Seu Amor. Sem a leitura regular dos Escritos, duas vezes ao dia, um Bahá'í não pode crescer espiritualmente, não existindo alternativa para compensar esta perda. No Kitáb-i-Aqdas, Bahá'u'lláh afirma não existir mérito em ler Suas Palavras quando a pessoa está cansada. Ele diz que ler umas poucas linhas com espírito de alegria e radiância é melhor que ler um livro inteiro quando deprimido ou fatigado. Este mandamento está bem em harmonia com a lei da natureza que prescreve que uma pessoa ingira seu alimento somente quando está com fome. Outra semelhança é que na natureza a pessoa deve se alimentar regularmente todos os dias. Alimentar-se apenas uma vez na vida não é suficiente. Assim também com a leitura das Palavras de Deus, que são o alimento do espírito. Ler os Escritos Sagrados apenas de vez em quando não é suficiente. Conforme ordenado por Bahá'u'lláh, para crescer espiritualmente o indivíduo deve ler Suas Palavras conforme estão registradas em Suas Epístolas, duas vezes ao dia. Tais palavras, com todas as suas forças vivificadoras, devem, então, penetrar o coração e fortalecer a fé da pessoa.
A leitura das palavras de Bahá'u'lláh não somente possibilita ao crente aumentar seu amor por Ele cada dia, como também aprofunda-o na Fé. O significado da expressão "aprofundamento na Fé" é muitas vezes mal-entendido. É considerado como sendo a participação em classes de estudo e discussões intelectuais. Muitas vezes, nessas discussões, a pessoa pode injetar suas próprias idéias, como também teorias modernas, nos ensinamentos de Bahá'u'lláh, podendo dar a entender ser a Fé algo complicado, uma teoria científica sofisticada. Na verdade, o estudo da Fé é tão simples que qualquer pessoa, de senso comum, mesmo que prescinda de educação, pode entender perfeitamente suas verdades, contando que seu coração seja puro. Se observarmos as palestras de 'Abdu'l-Bahá no mundo ocidental, notaremos a simplicidade da linguagem que utilizou para explicar assuntos tão profundos.
O aprofundamento real ocorre quando o crente lê os Escritos com os olhos da fé, sabendo que está lendo a Palavra de Deus e não as palavras dos homens - uma Palavra que está carregada de um tremendo poder. O aprofundamento também ocorre quando o crente se associa com alguém que está fervente de amor por Bahá'u'lláh. Apenas a companhia de tal pessoa aumenta nos outros a Fé de Deus. Bahá'u'lláh afirma em "Palavras Ocultas":
"Quem procura comungar com Deus, que busque a companhia de seus amados; e quem deseja escutar a Palavra de Deus, que dê ouvidos às palavras de seus eleitos."
Esta é a razão pela qual aqueles que encontram um verdadeiro servo de Bahá'u'lláh freqüentemente se tornam plenos de um novo espírito.
Na idade heróica da Causa os crentes eram aprofundados na Fé encontrando-se regularmente e compartilhando entre si seu conhecimento e amor por Bahá'u'lláh. Um devotado Bahá'í que tivesse estado em Sua presença, cujo coração estava repleto de Seu amor, ou que havia recebido uma Epístola dEle, podia compartilhar seu fogo e sua fé, como também seu conhecimento e sua compreensão, com outras pessoas que se associavam a ele. Naqueles dias os crentes não tinham acesso a todos os Escritos e muitas vezes poucos sabiam dos ensinamentos de Bahá'u'lláh. Mas seus corações estavam tão plenos de Seu Amor que um grande número deles deram suas próprias vidas em Seu caminho.
Pode haver uma tendência, nos dias atuais, para nos tornarmos muito acadêmicos, até mesmo mecânicos no estudo da Fé. Um esforço puramente intelectual pode de tal forma obscurecer o coração que os raios do sol da Verdade fiquem impossibilitados de brilhar dentro dele. O que o crente precisa, além do conhecimento da Fé, é abrir seu coração às influências da Revelação de Bahá'u'lláh, comungar com Seu Espírito, regozijar-se em Seu Nome, e buscar especialmente a companhia de Seus verdadeiros amantes. Sem a efusão do espírito da fé em sua vida sem voltar seu coração em humanidade para Bahá'u'lláh, ele não pode aprofundar-se na Causa, porque o conhecimento de Deus é primeiramente refletido dentro do coração do homem, para depois seu intelecto poder entendê-lo. Isto está claro nos Escritos.
E agora uma palavra de advertência com relação a este assunto vital. Ler os escritos de Bahá'u'lláh, importante como é, não poderá nunca levar ao progresso espiritual a não ser que seja combinado com o serviço à Causa. Se uma pessoa se alimentar regularmente e em abundância, mas não se movimentar, não usar seus músculos todos os dias, tornar-se-á logo uma inválida. Da mesma forma, o estudo dos Escritos deve ser acompanhado por ações, ações que foram prescritas por Bahá'u'lláh em Seus ensinamentos e em Suas leis.
Se o indivíduo, que reconheceu a posição de Bahá'u'lláh, imerge no oceano de Suas palavras, se ele abre seu coração às influências de Sua Revelação, se ele se associa com outros devotados Bahá'ís, que estão ativos na Fé, e evita a companhia dos ímpios*, e se se levanta para servir a Causa, então seu amor por Bahá'u'lláh crescerá dia após dia e ele se tornará um verdadeiro crente.
Oração Obrigatória DiáriaUm dos mandamentos de Bahá'u'lláh no Kitáb-I-AQDAS é a oração obrigatória diária. É determinada a todo crente a partir da idade de 15 anos, que deve observar tal prática na privacidade de seu próprio aposento. Esta prática é um dos rituais da Fé de Bahá'u'lláh para o indivíduo. Mas nenhuma pessoa, ou instituição da Causa, tem o direito de impor esta lei. Somente o crente é responsável diante de Deus por este ato de devoção a Ele. Ao recitar a Oração Obrigatória diária, o Bahá'í deve fazer todo o ritualismo que as acompanham, incluindo voltar-se para o Qiblih do mundo bahá'í. (O local onde se encontra o Túmulo de Bahá'u'lláh em Bahjí, 'Akká, na Terra Santa.)
Bahá'u'lláh revelou três orações obrigatórias para o indivíduo e determinou que uma delas fosse recitada todos os dias. Tais orações são conhecidas como as Orações Obrigatórias, a longa, a média e a curta. Nas duas primeiras, Bahá'u'lláh ordenou certas genufluxões, que objetivam elevar a devolução dos crentes e seu espírito de servitude ao Criador.
Bahá'u'lláh deu a máxima importância à ORAÇÃO OBRIGATÓRIA. 'Abdu'l-Bahá, em uma de Suas Epístolas, descreveu-a como "a própria base da Causa de Deus", e como a "causa da vida espiritual" para o indivíduo. Em outra Epístola afirma que a obediência ao mandamento da oração obrigatória é devida a todos e nenhuma desculpa é aceitável, exceto quando a pessoa está mentalmente doente ou se defronta com circunstâncias extraordinárias.
Existem muitas outras orações na Fé, reveladas pelas Figuras Centrais, que os crentes são livres de fazê-las quando o desejarem. Não são obrigatórias. Podem ser feitas privativamente ou em público.
ALGUNS ASPECTOS DO ENSINO DA FÉEm muitas de Suas Epístolas, Bahá'u'lláh determinou aos Seus seguidores ensinarem Sua Fé aos povos do mundo. No Kitáb-I-AQDAS Ele também exorta aos fiéis para se levantarem no serviço de Sua Causa e se refere ao ENSINO como a consagração suprema de todo ato virtuoso. O propósito primordial do ensino é ajudar uma alma encontrar seu próprio Deus, o que é considerado por Bahá'u'lláh como "o mais meritório de todos os feitos".
Os pré-requisitos para o ensino são encontrados nos Escritos de Bahá'u'lláh e 'Abdu'l-Bahá, e Shoghi Effendi enumerou alguns deles em sua carta intitulada "O Advento da Justiça Divina". Podem ser resumidos em poucas palavras: "VIVER A VIDA DE ACORDO COM OS ENSINAMENTOS Bahá'ís". Bahá'u'lláh afirma em uma de suas Epístolas:
"Deus prescreveu a cada um o dever de ensinar sua causa. Quem quer que se levante para desincumbir-se deste dever, há que, ao proclamar Sua Mensagem, adornar-se com o ornamento de um caráter reto e louvável, de forma que suas palavras possam atrair os corações daqueles que estão receptivos ao seu chamado. De outra forma, não pode esperar jamais influenciar seus ouvintes."
Esta Declaração não deixa espaço para dúvida, pois Bahá'u'lláh diz:
"De outra forma, não pode esperar jamais influenciar seus ouvintes."
A palavra "JAMAIS" é muito enfática e exclui qualquer outro método. Em numerosas outras Epístolas revela afirmativas semelhantes.
'Abdu'l-Bahá escreve em uma Epístola:"O propósito é este. A intenção de quem ensina deve ser pura, seu coração independente, seu espírito atraído, seu pensamento em paz, sua resolução firme, sua magnanimidade exaltada, e no amor de Deus uma tocha brilhante. Se assim proceder, seu hálito santificado afetará até mesmo a rocha; de outra forma, não haverá resultado algum."
A ênfase na última sentença é clara: "de outra forma, não haverá resultado algum." Existem muitas outras Epístolas de 'Abdu'l-Bahá com conclusões semelhantes.
Shoghi Effendi também chamou nossa atenção para esta verdade em muitas de suas cartas. Para citar uma conhecida passagem:
"Não pela força dos números, nem pela mera exposição de um conjunto de novos e nobres princípios, nem por uma organizada campanha de ensino, - não importando quão abrangente e elaborada seja em seu caráter - nem mesmo pela constância de nossa fé, ou pela exaltação de nosso entusiasmo, podemos, em última instância, vindicar aos olhos de uma era crítica e cética a asserção suprema da Revelação de Abha! Uma coisa, e somente uma, infalivelmente e sozinha, assegurará o triunfo indubitável desta Causa Sagrada, a saber, a extensão na qual nossa própria vida íntima e nosso caráter pessoal espelharem, em seus múltiplos aspectos, o esplendor daqueles princípios eternos proclamados por Bahá'u'lláh."
Aqui Shoghi Effendi não deixa alternativa para este pré-requisito vital do ensino, pois diz (e observemos sua dupla ênfase): Uma coisa, e somente uma, assegurará o triunfo indubitável desta Causa Sagrada."
Não existem métodos ou procedimentos determinados, embora tenhamos recebido certos princípios e orientações do próprio Autor da Fé, como também de 'Abdu'l-Bahá e Shoghi Effendi. Esses princípios e orientações não seguem os modelos e os métodos utilizados fora da Fé, onde freqüentemente todos os expedientes são usados para influenciar as pessoas e convertê-las a várias ideologias.
A Causa de Bahá'u'lláh está fundamentada na verdade da Revelação de Deus, e a verdade não pode ser revestida de falsos padrões. Não pode empregar as técnicas de venda, propaganda, conveniências ou comprometimentos. Os métodos usados no mundo comercial para atrair as pessoas a novas idéias como publicidade extravagante e sensacionalista baseada em slogans, afirmativas extremistas e atrações semelhantes, são todas incompatíveis com a Causa de Deus.
Em seu trabalho de ensino, um Bahá'í apresenta a Mensagem de Bahá'u'lláh como ofereceria um presente a um rei. Desde que seu objetivo principal no ensino não é aumentar números, e sim despertar almas para que se encaminhem ao seu próprio Deus, ele deverá dirigir-se aos seus semelhantes com sentimentos de amor e humildade, e, acima de tudo, procurando transmitir a eles o poder transformador de Bahá'u'lláh. Na verdade, se ele tentar projetar-se a si mesmo, procurando impressionar o ouvinte com seus conhecimentos e realizações, e querendo impor-se por seus argumentos enquanto ensina a Fé, impede com isso que o poder de Bahá'u'lláh chegue até ele, ficando destituído do único poder que pode realmente acender no coração do ouvinte a chama da Fé de Bahá'u'lláh.
O sucesso no ensino depende da habilidade e da presteza da pessoa em utilizar o poder de Bahá'u'lláh. Não existe outra alternativa. Se o crente não abre o caminho para Bahá'u'lláh, através de seu amor a Ele, através de sua vida, e pelo ensino de Sua Causa com devoção, Suas confirmações e ajuda não podem alcançá-lo e o Bahá'í falhará em seu serviço a Ele. Aqueles que têm sido os maiores instrutores Bahá'ís sempre foram conscientes da presença de Bahá'u'lláh em todos os estágios de suas atividades de ensino. Foi por causa de sua conscientização da presença de Bahá'u'lláh, que eles puderam se dirigir com genuíno amor e humildade àqueles que estavam buscando a verdade, atraindo-os com amor de sua Fé e com o poder criativo de suas palavras. Foi esta conscientização que os capacitou a irradiarem a glória da recém nascida Fé de Deus, para demonstrarem sua veracidade, promoverem seus interesses, suportarem os ataques dos inimigos e ganharem para Seu Senhor vitórias imperecíveis.
Bahá'u'lláh freqüentemente aconselhava Seus seguidores como ensinar a Fé. Por exemplo: Determinou que Hají Muhammad-Tahir-i-Malmiri, quando este deixava Sua santa presença, fosse ensinar em sua cidade natal, Yazd, e lhe deu algumas instruções de como ensinar. Destacada dentre essas instruções foi a de orar por aquele que busca, e orientar a ele para também orar, a fim de que as confirmações de Deus pudessem alcançá-lo e abrir seus olhos à verdade da Causa.
Outro conselho foi de começar o ensino falando da história das religiões do passado e seus Fundadores, com relatos como os que foram dados no Kitáb-I-IQAN. Isso permitirá ao inquiridor obter um vislumbre de sua própria religião, para que possa reconhecer a verdade e a realidade do Fundador de sua própria Fé. Quando este estágio era alcançado, a pessoa estava pronta para apreciar e entender a Causa de Deus para este dia.
Para citar outro exemplo: existe uma Epístola de Bahá'u'lláh na qual, Farís (um sírio cristão que abraçou a Fé em Alexandria) é exortado a ensinar com sabedoria. Bahá'u'lláh o aconselha a não revelar às pessoas tudo sobre a Causa no início, mas ensiná-la pouco a pouco até que estejam prontas para absorver mais. Compara este processo com a alimentação de bebês, que precisam receber pouco leite de cada vez, até que cresçam e sejam capazes de digerir outro alimento. Esta exortação de Bahá'u'lláh é a base do ensino da Causa de Deus. Os princípios envolvidos são muito semelhantes àqueles que um mestre-escola emprega ao ensinar seus alunos, pouco a pouco e de acordo com a capacidade de aprenderem. Antes de ensinar a Causa a qualquer pessoa, é importante conhecer sua formação e capacidade. Os instrutores mais bem sucedidos são aqueles que, depois de se familiarizarem com as crenças e as idéias de uma pessoa, revelam as verdades da Fé gradualmente a ela. Mas o pouco que transmitem deve ser o remédio correto e de tal poder que possa influenciar e estimular a alma, e capacitá-la a dar um passo adiante, tornando-a preparada para absorver mais.
Haji Mirza Haydar-Alí, o famoso instrutor bahá'í, deixou à posteridade o seguinte relato de uma de suas memoráveis entrevistas com Bahá'u'lláh em 'Akká, no curso da qual a Abençoada Beleza falou a ele as seguintes palavras sobre o ensino da Causa de Deus:
"A forma de ensinar é ter uma disposição agradável e tratar as pessoas com um espírito de amorosa bondade. Deve-se dar atenção a qualquer coisa que a pessoa diga, mesmo que sejam vãs imaginações, crenças que resultam da imitação cega, ou conversa absurda. Deve-se evitar entrar em argumentações, ou apresentar provas que levem a outra pessoa à teimosia e à contenda. Isso ocorre porque a pessoa se sente derrotada e faz com que ela se afaste ainda mais da verdade, aumentando também sua obstinação.
A forma certa é dar atenção às afirmativas da outra pessoa e então apresentar a ela um ponto de vista alternativo e convidá-la para examiná-lo, para ver se é verdadeiro ou falso. Naturalmente, quando isso lhe é apresentado com cortesia, afeição e benevolência, ela ouvirá e não pensará em termos de auto-defesa, para buscar respostas e provas para seu próprio ponto de vista.
Ela reconhecerá e admitirá os pontos apresentados. Quando a pessoa se dá conta que o propósito por trás das discussões não é a contenda, nem questão de ganhar em argumentos, mas sim transmitir a verdade e revelar qualidades humanas e perfeições divinas, ela com toda a certeza mostrará imparcialidade. Abrir-se-ão seus olhos e ouvidos internos, como também seu coração, e, através da graça de Deus, tornar-se-á uma nova criação e passará a ter novos olhos e ouvidos espirituais.
Bahá'u'lláh falou muito sobre os males da argumentação controvertida e da intenção de se tornar um vencedor nas discussões. E então, disse: "O Ramo Mais Sagrado ('Abdu'l-Bahá), dará atenção a qualquer fala absurda com tal interesse que a pessoa que fala pensará que ele está recebendo iluminação dela. Contudo, pouco a pouco, e de uma forma que a pessoa não percebe, Ele terá conferido a ela uma nova visão e um novo entendimento."
As palestras de 'Abdu'l-Bahá no Ocidente nos dão o melhor exemplo da sabedoria ao ensinar. Ele se dirigiu a audiências que desconheciam quase que totalmente a história e a origem da Fé, e que não estavam familiarizadas com as afirmativas e posição de Seu Fundador. No entanto, Ele expunha, com simplicidade e brevidade, apenas aquelas verdades essenciais que eram capazes de entender e que se constituíam nos primeiros passos para seu eventual reconhecimento da estupenda Mensagem de Bahá'u'lláh. Claramente evitava, naquele estágio inicial, de se aprofundar nas muitas implicações ligadas à posição de Bahá'u'lláh e Sua Revelação, como também na exposição de Suas leis e de Sua Ordem Mundial no futuro. Em vez disso, conferia a cada um conforme sua capacidade, uma medida de Seu amor todo-abrangente, que deu vida e sustento espiritual àqueles poucos que abraçaram a Fé no Ocidente em Seu tempo.
Talvez seja uma tentação para quem ensina, especialmente para aqueles que conhecem bem a Fé, derramar sobre um ouvinte todo o seu conhecimento, e bombardeá-lo com uma série de profundas afirmativas e longas explanações, a fim de prover ao pesquisador o máximo de provas para justificar a veracidade de seus próprios argumentos. Mas, quando isso ocorre, bloqueia o caminho para que o poder de Bahá'u'lláh alcance o coração daquele que busca e o ilumine com a luz da Fé.
TESTES E PROVAÇÕESTestes são parte integrante da criação. Mesmo no mundo físico existem testes. Enquanto um objeto estiver estacionário não existirão testes para ele. Mas no momento em que começa a se movimentar haverá resistência, que é uma forma de teste da natureza. Quanto mais rápido se mover, maior será a resistência. Por exemplo, um avião moderno voando mais rápido que o som, encontra tal resistência por sua alta velocidade que seu exterior se torna vermelho de calor.
Isso também é verdade no sentido espiritual. Deus prova Seus servos. Está escrito no Corão:
"Nós, seguramente, vos provaremos, afligindo-vos de alguma maneira, com temor, fome, decréscimo de riqueza, perda de vidas e escassez de frutos..."
Em muitas de Suas Epístolas, Bahá'u'lláh fala dos testes, especialmente neste Dia quando Deus, revelando-se a Si mesmo, põe em prova até mesmo as realidades dos Profetas e dos escolhidos. Estas são as palavras de Bahá'u'lláh:
"Pela retidão de Deus! Estes são os dias nos quais Deus tem provado os corações da inteira companhia de seus mensageiros e profetas, e além deles aqueles que montam guarda em Seu Sagrado e Inviolável Santuário, os habitantes do pavilhão celestial e residentes do Tabernáculo da Glória."
Quando o indivíduo abraça a Causa de Deus, ele é provado de muitas formas, muitas vezes sem se aperceber de que está sendo provado. Cada vez que passa um teste, adquire maior iluminação espiritual e se fortalece na Fé. Chegará mais perto de Deus, será elevado a um grau mais alto de serviço e seu teste será mais difícil da próxima vez. Mas se através do "ego", que é a forma mais prejudicial de apego a este mundo, ele falhar nisso, sua fé será enfraquecida e poderá até perdê-la completamente. Existiram muitos crentes dentre os instrutores Bahá'ís mais destacados, que serviram com grande distinção e habilidade, e defenderam a Causa contra seus adversários, mas quando os ventos das provações sopraram, sua insinceridade e ambições egoístas tornaram-se aparentes, roubando deles o manto da fé e levando-os a perecerem espiritualmente.
A natureza das provações que confrontam os crentes pode variar de época para época. Nos dias do Báb, de Bahá'u'lláh e de 'Abdu'l-Bahá, os testes ocorriam principalmente na forma de perseguições e martírios. Os crentes viam-se freqüentemente diante de situações nas quais ou renegam sua fé em público, ou davam suas vidas. Mas a mão do poder divino de tal forma os tinha sustentado e fortalecido, que a grande maioria manteve-se firme até o fim e heroicamente sorveu o cálice do martírio.
Hoje, na Idade Formativa, os testes dos Bahá'ís provêm principalmente de duas fontes: a primeira situa-se fora da comunidade bahá'í: é o desafio em viver o modo de vida Bahá'í em um mundo corrupto, espiritualmente falido, e caracterizado por todas as más influências de uma civilização decadente. Dentro de tal mundo, que caminha rapidamente para a destruição, os Bahá'ís devem aprender a ser felizes e confiantes, apegarem-se à visão de Bahá'u'lláh sobre a sociedade futura, e adornarem-se com as características da vida bahá'í. Viver de acordo com os ensinamentos de Bahá'u'lláh em um mundo tão decaído quanto o atual, é um teste muito difícil, pelo qual todos os Bahá'ís devem passar.
A outra fonte de provações situa-se dentro da própria comunidade bahá'í. Aqueles que viveram e trabalharam na Idade Heróica não passaram por estes testes, como passa a presente geração e passarão as gerações futuras, porquanto estavam em contato direto com a Suprema Manifestação de Deus e com o Centro de Seu Convênio. Intoxicados pelo vinho de Suas Palavras, aquelas almas esqueceram-se de si mesmas e, através de seu amor e atração, tornaram-se gigantes espirituais desta Dispensação. Havia muito menos condição para ressentimento e incompreensões entre os crentes, pois não havia atividade comunitária como a conhecemos hoje.
Mas nesta Idade Formativa, os Bahá'ís trabalham juntos dentro das comunidades. Sua Ordem Administrativa, agora amadurecendo em sua forma embrionária, cria muitos testes, abarcando, como o faz, pessoas de diferentes camadas da sociedade humana, ricos e pobres, jovens e velhos, cultos e ignorantes, veteranos e recém ingressos na Fé, os quais devem trabalhar em unidade para o progresso da Causa. Trabalhar dentro de tal comunidade, que é o próprio núcleo e modelo da sociedade futura, nem sempre é livre de provações.
Hoje, então, os maiores testes vêm do indivíduo em sua inabilidade de agir no verdadeiro espírito bahá'í, seja dentro das instituições da Ordem Administrativa, ou em relação com outros Bahá'ís. O problema básico tem sua raiz na inadequada compreensão da natureza das instituições da Fé.
Das tradições religiosas antigas vem a idéia de que as instituições religiosas são criadas pelo homem, adicionalmente aos ensinamentos do Manifestante. Tal idéia pode agir subconscientemente como um preconceito na mente do indivíduo quando estuda os ensinamentos de Bahá'u'lláh. Conseqüentemente, ele pode não apreciar corretamente o fato de que, diferente de outras religiões, na Fé Bahá'í foi o próprio Autor quem criou suas instituições administrativas, como parte integrante da religião de Deus e que os princípios administrativos da Fé estão par a par com seus princípios espirituais.
Outro fator que contribui para este mal-entendido origina-se do mundo profano, onde as instituições criadas pelo homem tornaram-se pontos focais de disputa e rivalidade. Tais pensamentos, sejam originários de antigas religiões ou das atuais instituições sociais e políticas, estão de tal forma gravados nas mentes dos homens que se tornam obstáculos subconscientes para uma compreensão apropriada da Ordem Administrativa Bahá'í. Há necessidade de um aprofundamento real sobre as verdades da Fé, antes que o efeito destas mal-julgadas noções possa ser completamente erradicado.
As instituições da Ordem Administrativa são órgãos inseparáveis da Fé de Bahá'u'lláh. Os aspectos fundamentais desta ordem divina foram delineados pelo próprio Bahá'u'lláh e por 'Abdu'l-Bahá. Foi Shoghi Effendi, o Guardião da Fé, quem eregiu suas fundações e explicou suas funções. Em sua magistral descrição do nascimento da Ordem Administrativa. Shoghi Effendi resumiu sua gênese nas seguintes palavras:
"O momento é agora chegado para que o imperecível e mundialmente vitalizante espírito - que nasceu em Shiráz, que foi inflamado em Teerã, que se transformou em chama acesa em Bagdá e Adrianópolis, que foi levado para o Ocidente e que agora ilumina as bordas de cinco continentes - se encarne em instituições que canalizem suas energias disseminantes e estimulem seu crescimento."
("Presença de Deus")Esta grande e penetrante visão de Shoghi Effendi, o infalível Intérprete da Palavra de Deus, mostra em termos claros e simples a relação entre a Revelação de Bahá'u'lláh e a Ordem Administrativa de Sua Fé. É claramente enfatizado que as instituições da Causa não são adições criadas pelo homem, mas sim canais divinos através dos quais as energias liberadas pela Revelação de Bahá'u'lláh podem fluir para a humanidade.
O edifício que coroa a Ordem Administrativa é a Casa Universal de Justiça, sua instituição suprema. É essencial para o Bahá'í aceitar a autoridade deste corpo augusto e crer que, nas palavras de 'Abdu'l-Bahá, ele é "... a fonte de todo o bem e livre de todo erro...". Esta é uma das verdades essenciais da Fé que um crente deve aceitar de todo o coração quando abraça a Causa de Bahá'u'lláh. Nenhum crente fiel irá questionar a autoridade ou a infalibilidade deste corpo supremo que está sob a guia do Báb e de Bahá'u'lláh.
Os testes são muitas vezes criados quando servimos em instituições locais ou nacionais. Para citar um exemplo: durante o período de consulta os membros quase sempre são testados, provavelmente sem se darem conta disso.
Os parâmetros de conduta que devem governar os motivos e as ações dos membros das Assembléias durante as consultas são nobres e muito elevados. As seguintes palavras de 'Abdu'l-Bahá confirmam alguns destes elevados parâmetros:
"Os requisitos primários para aqueles que desejam participar de uma consulta são: pureza de motivos, espírito radiante, desprendimento de tudo o que não seja de Deus, atração às suas divisas fragrâncias, humildade entre seus amados, paciência e resignação em dificuldades e serviço ao seu exaltado limiar...
A primeira condição é absoluto amor e harmonia entre os membros da Assembléia. Eles devem estar inteiramente livres de alienação e manifestarem em si próprios a unidade divina, porque são as ondas do mesmo mar, as gotas do mesmo rio, as estrelas do mesmo céu, os raios do mesmo sol, as árvores de um só pomar e as flores de um só jardim..."
Os parâmetros estabelecidos por 'Abdu'l-Bahá na Epístola acima mencionada são requisitos essenciais para uma consulta Bahá'í e não estão sujeitos a modificações ou comprometimentos. A falha na aplicação deles pode transformar a reunião de uma Assembléia Espiritual em uma arena de batalha para seus membros, cuja fé e firmeza no Convênio podem ser fortemente testadas durante a consulta. As batalhas espirituais dentro do coração começam quando o ego surge em cena. Um crente sofrerá muito e trará sérias provações para si mesmo, ao ponto de esquecer as exortações do próprio 'Abdu'l-Bahá, permitindo-se que interesses egoístas, ou práticas não-Bahá'ís.
A prática dos princípios espirituais da Consulta deve ser genuína e verdadeira. Os sentimentos de amor, unidade, paciência, humildade, servitude, devoção, cortesia e outras virtudes mencionadas por 'Abdu'l-Bahá, devem vir do coração. Se não, o crente não venceu suas provas, e a batalha espiritual não foi ganha.
ADIB TAHERZADEHPor ocasião da visita do querido Conselheiro, Sr. Adib Taherzadeh, a Assembléia Espiritual Nacional gostaria de homenageá-lo trazendo ao público Bahá'í trechos de sua magnífica obra THE REVELATION OF Bahá'u'lláh, uma série de quatro volumes que discorre sobre as Escrituras Sagradas de Bahá'u'lláh reveladas durante os quase 40 anos de exílio passados em Bagdá, Constantinopla, Adrianópolis e 'Akká, na Terra Santa. O Sr. Taherzadeh descreve muitas Epístolas até então desconhecidas no Ocidente, com relatos minuciosos traduzidos tanto de originais como traduções autênticas do inglês.
Abaixo, damos breves dados biográficos do Sr. Adib Taherzadeh.
Os seus avós paternos reconheceram o Báb (1819-1850) em Yazd, na memorável ocasião da visita de Vahid. Seu pai, Háji-Muhammad-Tahir-i-Mahlmiri, foi um dos primeiros discípulos de Bahá'u'lláh. Ele dedicou a maior parte de sua vida centenária ao serviço ativo Bahá'í em Yazd e arredores como instrutor e historiador da Fé, deixando memórias escritas que foram ricas fontes para a pesquisa posterior de seus filhos. Pelo lado da mãe, o Sr. Adib é a 5ª geração Bahá'í descendente dos mártires de Nayriz. Crescendo na então fanática cidade de Yazd, ele foi ridicularizado, apedrejado por outras crianças, interrogado durante sua juventude e freqüentemente acompanhava o pai em situações de grande perigo.
Depois de se formar na Universidade de Teerã, seguido de trabalho na Inglaterra, ele voltou para a Grã-Bretanha em 1949 para ajudar no Plano de Seis Anos da Comunidade Bahá'í Britânica em Glascow e Dublin. Ele foi durante 12 anos membro da Assembléia Espiritual Nacional da Irlanda. Em 1976 foi nomeado membro do Corpo Continental de Conselheiros para a Europa. Trabalhava como diretor técnico de uma firma de engenharia em Bray; hoje, porém, dedica seu tempo integral ao serviço da Fé.
O Sr. Taherzadeh é bem conhecido na Inglaterra pelos seus conhecimentos da Fé Bahá'í e eloqüente narração de sua história. Ele tem também feito conferências na Europa, Canadá e Estados Unidos.
* Nota: A leitura das palavras de Bahá'u'lláh, conforme determina o Kitáb-i-Aqdas, não deve ser confundida com orar, que é um mandamento completamente diferente. (Ver página 6.)
* Nota: Ímpia: pessoa que vive de forma contrária aos ensinamentos de Deus.