FAMÍLIA GLOBAL - do Lar, - Espiritual - Planetária Instituição responsável por esta obra: UNISOES - União de Sociedades Espiritualistas, Filosóficas, Científicas e Religiosas. Em comemoração ao ANO INTERNACIONAL DA FAMÍLIA, da Organização das Nações Unidas. 1a edição, janeiro de 1997 Editor responsável: UNISOES 1a edição: janeiro de 1997. Endereço para correspondência: UNISOES - Av. Angélica, 2436 - apto. 112 01228-200 - São Paulo - SP UNISOES - R. Cônego Eugênio Leite, 350 05414-001 - São Paulo, SP Distribuidor Nacional: Editora Bahá'í do Brasil Cx. Postal, 1085 13800-973 - Mogi Mirim, SP Fone/Fax: (19) 3806-9220 ÍNDICE Introdução: 1. O Ano Internacional da Família ..................... 7 2. A UNISOES ....................................................8 Capítulo 1 - A Família do Lar 1. Definição. ......................................................... 11 2. Os filhos e as responsabilidades educacionais dos pais...............................13 3. Alimente ações saudáveis............14 4. A Espiritualidade como fator de harmonia......16 5. Respeito e corretas relações humanas ............19 6. Elementos essenciais em relacionamentos e a família.................... 21 Capítulo 2 - A Família Espiritual 1. A família Espiritual - Definição de valores espirituais ............ 25 2. Diferentes agrupamentos familiares ................ 29 3. Identificando o próprio grupo familiar .......... 31 4. O equilíbrio familiar - a Unidade Espiritual ................... 34 5. Rumo ao novo paradigma, holístico ................37 6. Rede espiritual mundial - O poder transformador .................................... 38 Capítulo 3 - A Família Planetária: 1. Justificativas espirituais/cósmicas ...................40 2. O estado atual da família no planeta ..............41 3. Fatores que têm impedido a unidade familiar planetária ..............42 4. Como remover os fatores da separatividade......45 5. A unidade familiar no planeta ........................ 47 Apêndice: UNIÃO - Como base da unidade espiritual. O que é a UNISOES? ......................................... 49 Como funciona a UNISOES ............................... 50 INTRODUÇÃO 1. O ANO INTERNACIONAL DA FAMÍLIA A Organização das Nações Unidas designou 1994 como o Ano Internacional da Família. A razão é óbvia, pois o fato público no mundo inteiro estar a instituição da Família em uma fase perigosa de sobrevivência. Afinal, durante toda a história humana, a família foi sempre a célula viva da sociedade, o componente social imprescindível para a unidade de um grupo de pessoas ligadas por laços sangüíneos e de parentesco. Vital, também, é a família para a criação e educação harmoniosa das crianças. A instituição da família está em crise, e a ONU tentou, com esta louvável iniciativa de promover a família durante u ano inteiro de 1994, dar início a uma fase que se estenderá por muitos anos, conscientizar pessoas, governos e organizações não-governamentais sobre o problema, para levantar soluções e motivar a todos para ajudarem na estabilidade e continuidade da instituição da família. Diz um autor, em recente trabalho sobre a Família, que esta instituição passou da fase do machismo, do domínio do elemento masculino (meninos e homens adultos) sobre o elemento feminino da Família (meninas e mulheres adultas), para uma fase de permissividade e imediatismo, onde praticamente tudo é permitido no âmbito da família, com o respeito mútuo e a moral relegados a segundo plano, acentuando-se a busca intensa dos prazeres da carne e onde os interesses financeiros são muito valorizados. A educação das crianças é desleixada. Os pais transferem essa responsabilidade a terceiros. Há falta de amor entre os familiares. Surgem as reações violentas de parte dos filhos. Os casais não se suportam. Lares são desfeitos com muita facilidade e por razões banais. A ONU sente que se deve repensar o problema da Família e partir para soluções novas, já que os governos e a sociedade atual não estão podendo resolvê-lo. 2. A UNISOES A UNIÃO DE SOCIEDADES ESPIRITUALISTAS, FILOSÓFICAS, CIENTÍFICAS E RELIGIOSAS - a UNISOES - que congrega diferentes instituições, unidas estruturalmente para a criação de uma unidade espiritual sem fronteiras - um esforço vivencial que representa uma característica marcante da Nova Era - tem como conceito básico de seu trabalho o da UNIDADE NA DIVERSIDADE, com o amor fraterno, o respeito mútuo, e a cooperação alicerçando todas as suas atividades. A UNISOES também deseja contribuir aos objetivos das Nações Unidas, apresentando alguns conceitos sobre a Família que enfocam o tema de forma singular, objetiva e em uma abrangência mais ampla, não só da Família do lar, mas também a Família espiritual e a Família planetária. A UNISOES tem uma perspectiva universalista e holística do relacionamento humano e da vivência grupal das pessoas no planeta. Está convicta de que a solução - e limita apenas ao grupo humano chamado Família do lar, onde os laços mais fortes são os sangüíneos e os do parentesco familiar. Sente que o fator espiritual é imprescindível, e aqui o conceito de Família se amplia, abrangendo pessoas e princípios e de vivências afins, inspiradas e orientadas por pessoas e princípios fundamentalmente espirituais, com base elevada e reconhecimento de valores inspiradores, os valores espirituais. Tais famílias são as religiões e as instituições espiritualistas em geral, que também precisam reciclar-se internamente em busca da harmonia e da unidade. Em espírito de cooperação, apoio e respeito mútuos, unindo-se pelos pontos em comum e sendo compreensivas com aquelas que representam a diversidade conceitual de acordo as características próprias a cada Escola de Vida que são - as instituições espiritualistas formam, nesse sentido, grande família espiritual. Já em uma área ainda mais ampla, abrangendo culturas, raças, nacionalidades, profissões, meio ambiente e desenvolvimento social e econômico - a UNISOES reconhece haver uma autêntica Família planetária, dentro do conceito básico de que "A Terra é um só país, e os seres humanos, seus cidadãos". Todos os seres humanos, unidos, formam efetivamente uma Família planetária. São todos, homens e mulheres, cidadãos do mundo. O planeta é o lar comum da humanidade. A Família planetária tem como objetivo a convivência fraterna, pacífica, solidária, 'para a criação de uma Nova Era, de uma nova civilização humana, de paz, justiça, amor e progresso, progresso esse alicerçado em princípios morais e espirituais. Um sonho de todos, certamente, e que dia a dia é mais visível no mundo. Para muitos, ainda um ideal, uma visão profética milenar. Para milhares e milhares, felizmente, é como a alvorada de um novo dia, o Terceiro Milênio à vista. Para estes, a esperança é quase uma certeza. Que seja uma realidade, muito breve. - - - - - - - - - Esclarecimento Esclarecemos que algumas palavras ou expressões constantes dos textos deste livro poderão ter conotações diferentes, dependendo do significado particular que têm à· luz de diferentes escolas de pensamento. No entanto, o objetivo básico da obra é expressar o significado essencial, acima de eventuais pontos de vista individualizados. Em um trabalho universalistas, como este livro, os conceitos emitidos devem ter um significado supra-instituicional, valendo efetivamente o conteúdo cuja essência é comum a diferentes filosofia ou religiões. CAPÍTULO 1 A Família do Lar Roteiro: 1) Definição 2) Filhos e responsabilidades educacionais dos pais 3) Alimente ações saudáveis Espiritualidade no lar como fator de harmonia 4) Respeito e corretas relações humanas 5) Elementos essenciais em relacionamentos e na família. 1. DEFINIÇÃO A Família é um núcleo inteligente por si mesmo, comportando-se universalmente como início, proposição, finalidade e grandes desafios, numa composição simples e ao mesmo tempo complexa; a idéia e a razão da nossa existência. Como seres individuais e personalizados, somos determinados a compor a holografia da vida em manifestações densas e ao mesmo tempo sutis para realizarmo-nos, produzindo um maravilhoso e fantástico espetáculo de vida. Para entendermos conceitualmente o que é uma Família e o que significa Família do lar, rememoremos o seu sentido a orientação didática de nosso uso costumeiro. Assim, temos, segundo o Novo Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, algumas definições: Família: pessoas do mesmo sangue; pessoas aparentadas, que vivem, em geral, na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos; ascendência, linhagem, estirpe. Familiar: Respeitante à, ou próprio da Família; doméstico. Familiaridade: Qualidade ou caráter do que é familiar; ausência de cerimônia, de formalismo, porém sem grosseria. Lar: A parte da cozinha onde se acende o fogo; a casa de habitação; a pátria. Então, unindo todos estes conceitos teremos o seguinte significado para Família: É o conjunto formado por pai, mãe e filhos, pessoas do mesmo sangue, que descendem de uma mesma linhagem, e que tornam-se íntimos num ambiente doméstico, familiarizando-se assim num núcleo de onde se origina o conceito de natalidade, que determina o idealismo patriótico, formando um sistema onde criam seus descendentes e formam suas leis até constituírem-se em cidadãos, que elaboram outras tantas leis que tornam-se as bases administrativas de um país, desenvolvidas por seus dirigentes e que podem ter repercussões internacionais. A partir de tais conceitos, podemos entender que dentro do relacionamento entre pais e filhos é necessário levar em consideração aspectos importantes como relacionamentos, educação, valores, alimentação, etc., e é sobre isto que abordaremos nos itens seguintes. 2. OS FILHOS E AS RESPONSABILIDADES EDUCACIONAIS DOS PAIS Os filhos representam a verdadeira consolidação da família. O início do núcleo que se considera família é exatamente no momento em que chegam os filhos. Antes disto havia apenas um casal que na verdade aspiram à formação de uma família. Sendo a família o núcleo básico da formação de todos os demais núcleos da sociedade humana, a responsabilidade é muito grande, já que com a criança seguem o futuro e parte do presente da humanidade cuja herança inquestionável a Vida legou a cada ser humano. Os filhos representam o prosseguimento das características físicas, mentais e espirituais dos pais geradores, tanto pela herança genética como pela educação e influência que venham a receber durante sua vida e enquanto permanecerem sob a custódia dos pais. O interessante é que há muito a ser dado ao filho, para que ele possa fazer parte de uma sociedade que seja harmoniosa, para que ele tanto possa receber para seu crescimento individual como contribuir para o crescimento do conjunto humano. Por isso, a necessidade dos pais possuírem qualidades morais e espirituais, a fim de que possam transmitir ao filho a base estável de seu desenvolvimento, e não ficar à sorte das influências externas, sociais, quase sempre negativas e prejudiciais ao ser humano. A orientação familiar aos filhos deve ser completa, inclusive na parte alimentar, material, como na intelectual, pela educação correta, como espiritual, para que conheça, ame e dê vivência aos valores morais da vida humana. A necessidade básica e primordial do filho, a criança, é o alimento sadio que lhe possibilite uma base física de qualidade. A necessidade secundária e de igual importância é a cultura mental através da educação científica em todos os seus campos, e a terceira é a educação espiritual que pode colocar a criança em contato mais íntimo e direto com o seu princípio de vida, o espírito e a alma que lhe permitem a expressão individual. Como se pode conceber uma família que gere filhos sem que possua todos os elementos enumerados anteriormente? Cabe, então, a cada indivíduo na medida em que descobre outros campos de interesse, buscar o seu próprio autoconhecimento para que assim possa também contribuir para a melhora e a elevação da qualidade de vida dos grupos humanos, podendo então, também, contribuir com novos elementos que poderão vir a ser influenciadores do caráter humano. 3. ALIMENTE AÇÕES SAUDÁVEIS "Há muito de verdade no dito de que o homem se torna aquilo que come. Quanto mais grosseiro o alimento, tanto mais grosseiro o corpo" Gandhi. O alimento que comemos constrói o corpo e é evidente que nossos corpos nada mais são senão aquilo que comemos. E também há o fato de que no alimento há um elemento sutil, um magnetismo que se desprende e afeta a mente. Assim, as pessoas que comem alimentos grosseiros e pesados tendem a ter mentes grosseiras e pesadas. É por isso que os buscadores de uma harmonia orgânica preferem geralmente uma alimentação não carnívora. A natureza nos tem suprido com suficientes alimentos do reino vegetal para mantermos nossos corpos em boa saúde. "Quando renunciais a carne, tendes menos que fazer na pacificação da mente. No entanto uma vez encontrada a verdade não importa se comeis ou não carne, embora prefirais continuar numa dieta vegetariana por outras razões." Paul Brunton. Sabemos que a vida é necessária ao aperfeiçoamento dos seres. Nosso corpo material está envolto em corpos mais sutis que necessitam de alimentos para manterem-se harmônicos e saudáveis; temos o dever de mantermo-nos vivos, cuidando de nossos corpos atentamente e cooperando para a sanidade da vida em todas as suas expressões: física, emocional, mental e espiritual. Em todos os reinos, a nutrição varia conforme a delicadeza e a sensibilidade das espécies; enquanto o verme se alimenta do subsolo, o beija-flor se alimenta do néctar das flores.. Assim também o homem, considerado mais evoluído e avançado que o animal, deve alimentar seus corpos de modo que o seu físico esteja apto para um trabalho consciente, livre de toxinas e doenças, e que seus corpos se harmonizem para um vôo espiritual mais alto. O estudo da anatomia e fisiologia comparada dos homens e animais nos mostra que o homem pertence a espécie frutívora. E muitas ainda perguntam; "Não possuem vida também os vegetais? A resposta à pergunta é que o reino vegetal doa-se aos outros reinos e neste doar ele se eleva e evolui. O fruto quando está na sua plenitude e se desprende da árvore, é o momento adequado para ingeri-lo pois sua composição está equilibrada em nutrientes e vitalidade. É bom lembrar que o indivíduo é um microcosmo; sendo assim, o equilíbrio é fundamental, não só a qualidade da comida é importante como também a quantidade e o momento ideal do ritmo de cada um e da família. No lar, um dos momentos que proporcionam a união, são os horários de refeição e neste núcleo primário é onde a convivência pacífica, alegre, saudável e útil deve ser cultivada. É importante também que no ato de ingerir os alimentos tenhamos um sentimento de gratidão ao Supremo Criador e Sustentador da Vida. Portanto, quando quisermos ter uma família harmoniosa, lembremo-nos de: ALIMENTAR... AÇÕES SAUDÁVEIS! 4. ESPIRITUALIDADE COMO FATOR DE HARMONIA Se observarmos como funciona uma sociedade, perceberemos que ela sempre gira em torno de interesses comuns entre os indivíduos que a compõem, e a bem conhecida desarmonia entre os componentes de todos os segmentos da sociedade é apenas o fruto da ruptura dos interesses comuns. Os conflitos e a ansiedade aumentam em todos os setores, seja com os outros ou com o nosso planeta. A atitude egoísta e a visão apenas do contexto individual têm impedido o homem de viver socialmente em harmonia com seu semelhante. Interesses pessoais, comuns nesta era egocêntrica, têm sido o principal elemento deteriorante das associações feitas entre grupos de indivíduos - seja num sindicato, numa escola, grêmios, política, religião, etc. Nessa batalha do cada um por si e que se danem os outros, muito poucos vêem a possibilidade de uma transformação efetiva desse quadro. Um indivíduo, numa coletividade, pensando apenas em satisfazer o seu ego não só está agindo errado, porém, mais grave, está apontando um caminho errado para os outros. E olhando para toda essa diversidade de interesses, um buscador desprovido de determinação ficará confuso olhando os jogos dos seres humanos; pois diante de tanta diversidade de comportamento qual será o correto? - pensará. Perdeu-se o referencial correto e com isso a forma harmoniosa de interagir. Olhando para os seres humanos, hoje, mesmo aqueles com uma atitude egoísta, percebe-se a falta de satisfação na vida; todos sentem que está faltando algo - é a natureza sociável do homem que implora por manifestar-se. Quando os seres humanos tornam-se confusos neste setor, buscam uma ajuda fora de si para solucionar esta questão. Prestando um pouco mais de atenção àqueles indivíduos com uma mente religiosa, iremos notar que estes encontram-se mais próximos da sociabilidade - não procuram associar-se por motivos egoístas, mas, antes disto, pelo desejo de servir. Utilizando-se da devoção, que é uma atitude de respeito e admiração por almas santas e elevadas, da oração que é uma conversação com Deus, a contemplação e a meditação que são formas comumente usadas para vislumbrar, um estado mais elevado ou experimentar nosso estado original por alguns momentos; todas estas práticas ganham força extra quando começamos a colocar na vida prática as aquisições advindas de qualquer um destes meios. Não há outro propósito na espiritualidade senão aquele de melhorar nossa existência na terra. Para isto a associação com Um Ser Supremo funciona como uma força extra. Quando começamos a traduzir para o cotidiano as experiências obtidas através da espiritualidade, começa a ocorrer uma harmonia interpessoal, pois a atitude de respeito, que é o principal elemento nessa interação, começa a manifestar-se. Atitudes de menosprezo ou arrogância acabam com o respeito entre os indivíduos - são atitudes de alguém que, dentro da espiritualidade, ainda não conseguiu entender o verdadeiro propósito desta. Para tais almas ignorantes deve-se também o respeito pelo seu empenho e votos de melhora - pois esta é, sim, uma atitude espiritualmente correta. A espiritualidade não só nos conduz a um melhor e mais correto meio de agir e interagir, mas também nos dá forças suficientes para entender e aceitar as deficiências alheias, isto é, permanecer num estado de paz, sem nenhum conflito interno; ter uma atitude mental amorosa e positiva; criar um desejo genuíno de aprender e compreender as situações, o ambiente e o tempo. Todos esses elementos contribuem para a harmonia. Atitudes preconceituosas acabam com o respeito, e sem respeito a harmonia não pode manifestar-se. Toda estrutura das relações humanas tem sua base em valores éticos e espirituais, sendo que o respeito é um dos valores que formam a base destas relações. A cada dia os conflitos e ansiedade aumentam nos relacionamentos com os outros e com o nosso planeta. A desarmonia nos rodeia e sabemos que é fruto da ruptura de interesses comuns. Abriu-se uma porta para os hábitos negativos, uma mentalidade negativa e velhas maneiras de pensar; e o meio para eliminar esses germes da personalidade, é começar por introduzir em nossa personalidade as virtudes que são vitais na prática da espiritualidade. Todos precisam de poder para lidar com as pressões da vida moderna e criar harmonia em suas vidas. Quando há necessidade de melhorar a força do corpo, o poder desenvolvido é o físico. Para mudar a qualidade dos pensamentos é necessário poder mental, mas para mudar a natureza do ser é necessário poder espiritual. Conforme vamos nos consolidando com tais atributos, não restará mais espaço para as deficiências. Estaremos então em harmonia com nosso universo interno. A harmonia interna é o primeiro passo a ser dado por aqueles que almejam a harmonia com o meio, e esta é conseguida através do empenho sincero, onde o coração encontra-se com a razão e juntos elevam a condição da vida humana. 5. RESPEITO E CORRETAS RELAÇÕES HUMANAS O que são realmente relações corretas entre os seres humanos? O que é o tão reivindicado respeito? As Nações Unidas já decretaram tantos tipos de direitos que cada segmento da sociedade merece: "Os direitos da criança, os direitos da mulher, etc." Nenhum destes segmentos hesita em levantar a bandeira dos seus direitos quando estes são ameaçados ou violados. O difícil é ver alguém que se preocupe em cumprir com os seus deveres sem que lhe seja cobrado; o que revelará na pessoa um caráter de corretibilidade e imparcialidade. É normal dentro de uma sociedade pobre, de pessoas carentes de tudo, a preocupação ser maior para o que se tem como direito que para com seus deveres. Nesta simples atitude revela-se a falta de imparcialidade nas interações. O aspecto social é simplesmente o reflexo daquilo que acontece nas relações mais imediatas de indivíduo para indivíduo, pais e filhos, cônjuges, parentes, amigos, etc. Ninguém hesita em pôr seus tentáculos no objeto da sua relação, para arrancar-lhes a energia que sente ser necessária para preencher sua carência. O que anteriormente era uma relação de dar e receber, transformou-se em uma relação de tomar, tomar e tomar. Longe de ser correta, é uma relação egoísta, onde a preocupação com o "nós", cedeu lugar a preocupação demasiada com o "eu". Negar os direitos de alguém é faltar-lhe com o respeito. Excesso de amor por si mesmo e interesses pessoais são simplesmente os dois lados de uma mesma moeda, o egoísmo; a moeda corrente das relações humanas na atualidade. Se formos procurar as raízes desta atitude errada, nos espantaríamos com o achado. Acostumados com a identificação demasiada com o lado corpóreo da existência, a alma humana perdeu-se numa floresta de ilusões. Com isso o respeito para consigo mesmo, enquanto Ser eterno, também foi perdido. As pessoas e objetos imediatamente à sua volta tornaram-se um referencial para localizá-la no tempo e no espaço. Como nada é estático quando estes referenciais se movem, uma nova adaptação tem que ser feita a cada mudança. A sociedade tem passado por mudanças a cada segundo. Se estas são mudanças corretas ou não, cabe a cada membro desta verificar por si mesmo. O fato é que nestas mudanças a maioria dos seus membros não fazem uma opção, simplesmente seguem a massa (um grande perigo). Por omissão ou medo de tomar uma posição, o indivíduo prefere acompanhar o movimento da maioria como marionete nas mãos daquele que o opera. Neste ponto, o respeito para consigo já foi deixado de lado. Quando alguém perde o respeito para consigo mesmo, o que resta de respeito para permear a relação com terceiros? Deixando de lado o seu direito de optar, sentirá que tem direito a optar por outros em determinado momento. Nessa atitude, manifesta-se o desrespeito para com seu semelhante. Ao reivindicar para si mesmo aquilo que lhe é de direito, ou seja, a maestria sobre si, o indivíduo recupera a sua dignidade. Alguém digno, terá atenção com seus pensamentos, palavras e conduta e terá o cuidado para tornar todos os três iguais. Estando então bem posicionado e definido nos seus propósitos, será possível para ele colocar-se no lugar de outra pessoa para analisar seu próprio procedimento. 6. ELEMENTOS ESSENCIAIS EM RELACIONAMENTOS E NA FAMÍLIA A seguir, alguns pontos para haver relacionamentos ideais dentro da família. 1. Comprometimento é de importância primordial para relacionamentos bem sucedidos. Comprometimento significa que meus próprios desejos limitados e "necessidades" percebidas tornam-se secundários aos da família ou relacionamento. 2. Apreciação. Para manter bons relacionamentos é necessário valorizar as virtudes, qualidades e conquistas dos outros. Ver outros sob sua melhor luz. As pessoas em famílias fortes jamais repisam sobre as faltas e falhas uns dos outros. 3. Comunicação. Nós devemos ser capazes de comunicar sobre toda e qualquer coisa, em qualquer momento, sem medo e como iguais. Nas famílias fortes, os membros comunicam-se muito mais freqüentemente do que, por exemplo, o casal médio que mantém apenas aproximadamente 17 minutos de conversação não superficial por semana, de acordo com um estudo recente. Também é importante escutar bem, com interesse. Se um membro de uma família fortemente ligada não está se comunicando, os outros membros procuram descobrir o porquê conversando sobre isso e tentando resolver quaisquer dificuldades juntos. Eles tentam entender uns aos outros. Os membros não tentam intimidar, lograr, incriminar, dominar ou controlar uns aos outros. Similarmente, é necessário manter as linhas de comunicação abertas o tempo todo com os familiares e com Deus. 4. Despender tempo juntos é necessário para manter relacionamentos. As pessoas em famílias fortes são geralmente ocupadas e têm que "criar tempo" umas para as outras. Qualidade e quantidade de tempo, ambos são importantes. Quando indagadas, as crianças universalmente responderam que "fazer coisas juntas" é a coisa mais importante na vida familiar. 5. Habilidade de Enfrentar. Os problemas unem as famílias fortes, enquanto as dificuldades separam as famílias fracas. Nas famílias fortes, os membros se unem para enfrentar desafios e crises. Devido ao comprometimento anterior e aos canais de comunicação abertos, as famílias fortes parecem saber como resolver problemas juntas. Deus lida . conosco com amor e paciência ilimitados e nós devemos lidar com os· problemas dos outros do mesmo modo. 6. Valores Espirituais Mais Elevados são mantidos pelas famílias cujos membros são próximos e que permanecem juntos. Embora possam ser de uma variedade de formações espirituais, elas demonstram as qualidades de integridade, honestidade, lealdade, consciência (escrúpulos), virtude, ética, valores, utilidade, auto-estima e importância. Elas têm uma dimensão de caráter. Elas vivem por um código de comportamento que transcende de longe o egoísmo raso. Viver pelos valores espirituais mais elevados é o ideal e meta para o comportamento em todos os momentos. CAPÍTULO 2 A Família Espiritual Roteiro: 1) A Família espiritual - definição dos valores espirituais. 2) Diferentes agrupamentos familiares. 3) Identificando o próprio grupo familiar: 4) O equilíbrio familiar - a unidade espiritual. 5) Rumo ao novo paradigma holístico. 6) Rede espiritual mundial - o poder transformador. A seguir, alguns aspectos dos temas acima: INTRODUÇÃO Na primeira parte deste livro, foi explicado o que é a Família do Lar; em síntese, o conjunto de pessoas unidas por laços sangüíneos e de parentesco. Neste tipo de união familiar, o vínculo de unidade grupal é limitado pelas próprias características estruturais da família do lar. Na terceira parte do livro, focalizando a Família Planetária, o objetivo será esclarecer o fato cada vez mais reconhecido de que todos os seres humanos no mundo pertencem a uma mesma espécie, a raça humana, e que o planeta é como um só país e a humanidade, seus cidadãos. Destaca-se a conscientização e a vivência supranacional, supra-racial e supra-religiosa, mostrando os laços universalistas de unidade na diversidade, reconhecendo-se a origem comum de todos, filhos de um mesmo Deus Criador, almas em aperfeiçoamento nesta vida terrena, em um mundo que caminha para uma era de paz e fraternidade e onde as diferenças sociais, raciais, nacionais e religiosas são nuanças apenas de uma unidade fundamental. Nesta segunda parte do livro, o enfoque é sobre a Família Espiritual, ou seja, agrupamentos humanos unidos por conceitos espirituais comuns a todos os integrantes, de âmbito restrito de atuação, podendo ser grupos pequenos, médios ou até bem numerosos, vivendo próximos uns dos outros ou até em países diferentes. Não precisam ser parentes, como na família do lar, nem representantes de todas as nuanças raciais, nacionais e sociais, como na família planetária, mas há pontos em comum, bem definidos. 1. A FAMÍLIA ESPIRITUAL - DEFINIÇÃO DE VALORES ESPIRITUAIS Sendo os valores espirituais o vínculo comum a todos os integrantes da família espiritual, bem como o laço de união entre todas as famílias espirituais do mundo, necessário estarmos bem conscientes do que sejam esses "valores espirituais" . O Dr. Hossayn Danesh, médico e psiquiatra canadense, em seu livro "A Família Livre de Violência" (Edições Planeta Paz, 1994) escreve o seguinte sobre a espiritualidade: "A espiritualidade é o aspecto da natureza humana mais incompreendido e rejeitado da cultura humana. Alguns com fundem espiritualidade com religiosidade, e outros, com emocionalidade. Muitos consideram a espiritualidade como equivalente à superstição e falta de racionalidade. Ainda outros consideram a espiritualidade como propriedade das artes e da natureza, unicamente. Há os que consideram tudo o que estiver além de sua compreensão como sendo espiritual. Existem ainda outras noções de espiritualidade." Na verdade, a espiritualidade tem algumas das qualidades citadas nessas diferentes definições. Porém, a espiritualidade é uma realidade muito mais complexa e abrangente. De fato, a espiritualidade é a realidade fundamental do ser humano. Refere-se ao poder humano da consciência e nossa constante busca de significado e propósito para a vida. A espiritualidade conecta o passado, o presente e o futuro. Coloca nossos conceitos de mortalidade e imortalidade em uma moldura bem ampla, permitindo-nos enfrentar a morte numa perspectiva de existência em vez de aniquilação. A espiritualidade liga-nos com a fonte de toda a criação, e neste processo permite sermos nós próprios criadores; ela toma possível ao ser humano ser igualmente distinto e unido, removendo, desta forma, de uma vez para sempre, a dicotomia existente em nossa mente que trouxe e continua a trazer tanta destruição e tristeza na vida da humanidade. Outra abordagem à definição proposta é encontrar valores, conceitos, qualidades, vivências, que sejam reconhecidos universalmente como de origem suprafísica, estáveis, elevados, benéficos a todos indistintamente. Alguns destes termos seriam, por exemplo: a) Deus: Criador divino, essência, eterno, infinito, semente da árvore humana, o ser mais elevado. Deus é comum a todos os grupos espiritualistas como uno, único, embora variem alguns conceitos particulares sobre a natureza e atuação dEle. Mas não existe espiritualidade sem Deus, ou seja, o conceito de Deus é comum e aceito por todas as "famílias espirituais". b) Alma humana ou espírito humano: algo interno a cada ser humano que forma a sua realidade permanente, que sobrevive à morte e decomposição do corpo físico. Há muitas classificações para o que seja a ALMA, pontos de vista diversos, dependendo do enfoque utilizado. Porém, comum a todos os espiritualistas é a crença na existência de uma consciência supramaterial, e também supraemocional e supra-intelectual, que forma a realidade interna do ser humano e que sobrevive à morte física. c) Amor: Qualidade destacada, tanto na natureza de Deus, como em sua manifestação às criaturas humanas. Amor no sentido universal e espiritual, todo abrangente, infinito e puro, acima de todo e qualquer preconceito, luz que une todos os corações e que nos une ao Criador. d) Sabedoria: Qualidade inata, como o amor a Deus e que como dádiva divina é concedida ao ser humano que vai além das limitações do conhecimento humano. e) Pureza: A qualidade da pureza, da sublimação dos apegos materiais e egoístas, da inocência espiritual, do esforço constante para manter a mente e o coração livres de todas as formas de degradação e tendências instintivas é um objetivo comum a alcançar na vida de todo o espiritualista autêntico. f) Serviço: Serviço no sentido de expressão em atos de todas as qualidades anteriores (amor, sabedoria, pureza) e muitas outras mais, de origem espiritual. Uma característica comum a todos os grupos espiritualistas é a de que todo aprimoramento pessoal, físico ou espiritual, só terá valor ser for utilizado para fins úteis à coletividade. Não se aceita o amor, por exemplo, como uma essência pura de um perfume que ficasse fechado num vidro para sempre. Ou o conhecimento, alguém que tudo sabe, mas nunca utiliza seu conhecimento para resolver problemas diversos que eventualmente lhe sejam apresentados. O sábio que nunca fala de sua sabedoria não demonstra o conhecimento que tem. Há que se expressar. A pureza, outro exemplo, deve ser visível na vida pessoal e diária, na forma de pensar e agir com o próximo, nos sentimentos que nutre, no respeito e devoção às forças divinas e ao Criador Supremo. g) Outras qualidades, apenas como exemplos: Alegria: A espiritualidade traz sempre alegria, uma alegria iluminada, muito mais que uma emoção mental. Contentamento e radiância: É o estado de graça espiritual, "Blissfulness" em inglês. Meta de vida para todo espiritualista sincero. Talvez muito difícil de alcançar e mais ainda de manter quando alcançada, mas é o sonho e o objetivo de vivência efetiva de todo "discípulo verdadeiro". Oração e meditação: Não falamos de rituais, que variam de grupo a grupo. Oração é o estado de voltar-se ao Criador e "falar com Ele", agradecer, louvá-Lo, exaltá-Lo, e pedir ajuda, renovando, todos os dias. Meditação, no sentido de, "tendo ouvido a mensagem divina", refletir sobre ela, analisá-la, procurando entendê-la, e decidir colocar em prática, em ação, o que lhe é recomendado. Na oração, nós falamos a Deus e aos seres Divinos do Invisível. Na meditação, buscamos entender e fazer aquilo que é certo, pelos padrões divinos. Em tese, todos os grupos espiritualistas se utilizam da oração e da meditação em seu viver diário e estas ações formam mais um elo da unidade essencial a todas as "famílias espirituais." Bondade e generosidade: Estão ligadas ao serviço, e são qualidades importantes no modo de ser e agir dos membros de qualquer família espiritual. São características comuns a todas as famílias espirituais, também. 2) DIFERENTES AGRUPAMENTOS FAMILIARES Definidos os "valores espirituais", ou seja, os componentes da estrutura de unidade dos grupos humanos que denominamos de "famílias espirituais", o passo seguinte é entender a diversidade de famílias existentes e ver se será possível uni-las todas numa "grande família espiritual", de âmbito mundial que reconheça os "graus de parentescos" espirituais existentes entre elas. Ao longo dos séculos, é fato mais que comprovado não haver uniformidade na vida humana. Cada pessoa é um microcosmo em muitos sentidos. Na aparência física somos todos diferentes. Até mesmo pessoas gêmeas têm alguns traços que permitem ser diferenciadas. Cada ser humano desenvolve uma individualidade própria, com traços emocionais diferentes, com conhecimentos intelectuais distintos, embora possam até ter seguido o mesmo currículo de estudo a vida inteira. Uns aprendem mais facilmente, outros não. As influências do meio-ambiente, da cultura, dos costumes, da criação no lar, além das qualidades ou carências inatas, genéticas, fazem da espécie humana uma variedade multicolorida e multiforme, embora intrinsecamente iguais. Há um único Deus, a alma humana é uma unidade de luz, potencialmente una para todos os seres humanos, mas em sua expressão externa infinitamente variada. Cada corpo físico, cada personalidade humana, são unidades separadas, diferentes. Cada pessoa tem suas inclinações naturais, subjetivas, suas preferências e hábitos. Desta forma, justificam-se as diferentes escolas de espiritualidade existentes, os diferentes mestres que as criam e dirigem, os métodos de aprimoramento espiritual que adotam, as vivências diárias que praticam, as formas de serviço que prestam. As instituições espiritualistas são externamente diferentes, mas, intrinsecamente, giram todas em torno de objetivos comuns e se baseiam nos mesmos pilares espirituais que as sustentam. Não há qualquer justificativa para atitudes preconceituosas umas com as outras, ou, ainda pior, para atitudes agressivas ou de rejeição sumária dos ideais e das ações fraternas de suas "co-irmãs" na grande Família espiritual da Humanidade. Elas são como diferentes escolas e faculdades de ensino. Há escolas mais pobres ou mais ricas, com melhores ou piores professores, com métodos mais modernos ou mais conservadores. Há faculdades para diferentes ramos do conhecimento humano, ciências exatas, humanas, sociais, tecnológicas. Há enorme variedade também na estrutura operacional de cada escola ou faculdade, em seus métodos de ensino e na avaliação do conhecimento. Porém, todas atuam para uma mesma finalidade: Preparar a criança, o jovem e o adulto para adquirirem e aplicarem conhecimentos acumulados pela cultura humana ao longo dos séculos e o que comprova, irrefutavelmente, é que temos, por exemplo, "bons engenheiros", de incontáveis regiões do planeta. O que conta, realmente, é o conteúdo, a essência comum a todas as escolas e faculdades. O conhecimento humano tem um registro supra-escolar, supra-nacional. É um acervo da humanidade, que pertence a todos. Da mesma forma com as escolas espirituais, com os grupos humanos que se unem em propósitos comuns, que mais se adaptem à pessoa, ou que melhor atendam às características pessoais de seus participantes. Por exemplo, há "famílias espirituais" que têm como hábito alimentar o vegetarianismo, e que definitivamente não podem aceitar em seu habitat pessoas carnívoras, embora uns e outros aceitem inúmeros, ou praticamente todos os postulados espirituais da "escola", ou da "família espiritual" em foco. A análise e avaliação de uma "família espiritual" não devem ser feitas pelos pontos divergentes entre elas, que são fundamentalmente secundários, complementares, mas sim pelo seu conteúdo, seus objetivos e sua ação de serviço comunitário. E a convivência fraternal entre todas é condição indispensável à sua existência e reconhecimento como "família espiritual" . 3) IDENTIFICANDO O PRÓPRIO GRUPO FAMILIAR Cada buscador, cada discípulo da escola da vida espiritual, deve analisar bem o grupo, a família espiritual na qual deseja ingressar, e, uma vez decidido, cooperar com todos os seus postulados espirituais, morais e de vivência física e diária. Ao discípulo em qualquer escola, leiga ou espiritual, não cabe criar conflitos à instituição na qual ingressou. Está lá para aprender, para viver o que lhe é ensinado. Por isso, deve escolher bem, e saber se o currículo é realmente o que deseja estudar, se as formas de vida no dia-a-dia estão de acordo com o que gosta de fazer, ou do que é capaz de assimilar e realizar. No caso da família do lar, dada a convivência com nossos parentes; pai, mãe, irmãos, esposo, tios, avós, primos, cunhados, acostumamo-nos com eles, com seu modo pessoal de pensar e agir. Há muitas diferenças entre as pessoas, entre os membros da família do lar, mas há uma unidade básica entre todos, há laços familiares, sangüíneos ou não, unindo a todos. Pode haver também desentendimentos, rusgas ,e até violência algumas vezes, pois os laços físicos, de sangue ou parentesco, são limitados, muitas vezes baseados na paixão, no interesse pessoal, no comodismo vivencial, e por isso se rompem facilmente, desmoronando a unidade familiar. Por isso é que na atualidade muitos grupos são criados. É uma questão de sobrevivência, mas quantas vezes essas células familiares consideram a criação desses grupos como um perigo à família. Na realidade, entretanto, constata-se o contrário. Vêem-se jovens que sem se entenderem com suas famílias, tão logo encontram um grupo espiritual com o qual se comunicam bem, acabam por encontrar também a ponte entre a Família e a sociedade, e acabam por funcionar de maneira mais harmoniosa, restabelecendo, além disso, seus liames com a célula familiar original. A coesão, pois, do indivíduo permite que seja refeita a coesão de diversos sistemas familiares e em vez de haver luta entre famílias sangüíneas e espirituais deveria haver cooperação entre elas, pois uma família espiritual harmoniosa é um elemento que permite manter uma coesão na Família sangüínea e, por conseqüência, uma melhor atividade nos quadros da família do lar. É evidente que o indivíduo vai estar à procura de sua essência imortal. E por isso se ele se condensar e cristalizar muito nas diligências do tipo material no seio da Família do lar, terá o seu tempo restringido e ver-se-á sem a liberdade necessária para se consagrar a uma busca de ordem espiritual. Para sair desta situação, é preciso que possa passar pela intermediação de uma Família espiritual, que vai permitir-lhe desenvolver um tipo de trocas psíquicas e mentais que não serão baseadas unicamente na ordem material, mas em trocas que concernem às percepções internas do indivíduo e, progressivamente, à descoberta de uma dimensão interior que lhe permitirá desenvolver os elementos que o conduzirão à realização de uma sinergia com a espiritualidade. Já os laços espirituais são muito mais fortes e perenes, estão acima do parentesco e do relacionamento do lar. A consciência de unidade, aqui, supera os conceitos limitados, egoístas. As pessoas se unem sob a bandeira de ideais supramateriais, supranacionais, supra-raciais, sentem-se "parentes" espirituais, "irmãos e irmãs", "amigos verdadeiros". No entanto, para satisfação de todos, para alegria vivencial do grupo, para um companheirismo sadio e fraterno, pessoas individualmente têm que estar harmonizadas com todos os aspectos estruturais e vivenciais do grupo. Por esta razão, cada pessoa deve buscar conhecer bem todos os detalhes da doutrina, da disciplina, do viver diário prático e dos ideais norteadores do grupo da "família espiritual". E uma vez integrada, deve dedicar-se de "corpo e alma" à sua nova Família - espiritual! 4) O EQUILÍBRIO FAMILIAR - A UNIDADE ESPIRITUAL Algumas qualidades de vida são vitais para haver o equilíbrio em qualquer grupo familiar, do lar, espiritual ou planetário. São as seguintes: ' a) Humildade A humildade não pode ser confundida com submissão, passividade e falta de iniciativa; ao contrário, ela exige uma ação concreta de cooperação. Ela ativa o processo de dinâmica existencial. A humildade é a qualidade que cria união e demonstra a grandeza do grupo. Havendo diferenças ou antipatias entre pessoas, ambas devem ceder suas inclinações ou gostos pessoais à verdade aceita por todos os membros da Família espiritual de que "fomos criados à imagem e semelhança de Deus" e que em nossa realidade mais íntima somos puros e perfeitos. Devemos nos ver como almas, e não apenas como personalidades, naturalmente sempre diferentes. b) Constância e paciência Ao longo do caminho, encontram-se flores, mas muitos espinhos também. O tempo e o clima nem sempre são claros e amenos. Há tempestades inesperadas e escuridão assustadora que se alternam com dias ensolarados e noites enluaradas. O caminho espiritual é assim também, e se não houver constância e paciência, vêm a fraqueza, a dúvida, a frustração, e o "discípulo" se perde, e por si mesmo se afasta de seus "irmãos" e de sua "Família espiritual". São qualidades imprescindíveis o tempo todo. c) Lealdade e honestidade Ser leal aos princípios universais, à espiritualidade e ao objetivo intrínseco original da família espiritual na qual se encontra, e, por conseqüência, ser leal com seus companheiros. Este estado favorece que a verdade flua dentro do grupo. d) Gratidão e serviço Ser grato é apenas um ato de justiça; afinal como não ser permanentemente grato à sua Família espiritual, aquela que lhe dá certeza da vida imortal, que lhe proporciona alegria e felicidade em todos os planos da vida e que é tão significativa pela integração, unidade e solidariedade de seus irmãos e "parentes" espirituais? E uma das formas de mostrar gratidão é pelo serviço dedicado, sincero, desinteressado, onde for mais útil e necessário, sem imposição, anônimo ou destacado, não importa. Estas duas ações; gratidão e serviço, realmente são o corolário da condição de membro da Família espiritual, garantem o equilíbrio funcional e perpetuam a unidade espiritual. e) Comunicabilidade A base para uma vida espiritual equilibrada é usar corretamente a arte de comunicação. De que forma? O que se busca na comunicação correta? Aprender, transmitir nossos pensamentos, convencer os outros de nossos pontos de vista? São aspectos práticos da comunicação humana. Mas, também nos comunicamos através de sentimentos e emoções, de nossas atitudes e do esforço para a expressão das qualidades divinas de nosso ser. Qualquer que seja a razão de nossa comunicabilidade, devemos exercê-la de forma pacífica, clara, veraz, sincera e amorosa. E devemos ter paciência se não formos bem entendidos. f) Realização do bem comum A busca do bem comum estabelece um equilíbrio no esforço humano. Dentro de uma instituição, faz-se necessário priorizar os assuntos de interesse comum, para dar ritmo e organização, bem como manter a unidade em torno do que foi julgado prioritário. Realizar o bem comum é ter a habilidade de renunciar suas individualidades em prol da comunidade. Por quê? Porque representam a certeza da harmonização vivencial de pessoas de diferentes raças, nacionalidades, posição social, cultura, sexo e idade. Famílias unidas demonstram na prática a integração de todos os valores humanos, começando pelos espirituais. Não são teorias sociais ou grupos experimentais. São realidades, grupos de pessoas atuantes, que trabalham sob o prisma de uma unidade orgânica. Várias células, diferentes órgãos, mas todos harmonizados e viventes para a saúde e desenvolvimento do organismo como um todo. São milhares no mundo, pequenas e grandes - as famílias espirituais. Todas estão buscando o aprimoramento espiritual de seus membros e trabalham para a construção de um mundo melhor, de paz, fraternidade, de amor, unidade e progresso - que é a fé comum a todas elas, sob a égide de um Deus Uno e Infinito. 5) RUMO AO NOVO PARADIGMA HOLÍSTICO A tendência-atual em praticamente todas as filosofias de vida e religiões é que o progresso material e espiritual, de pessoas, de famílias e da própria sociedade, deve fundamentar-se num novo paradigma vivencial, holístico, todo abrangente interna e externamente, no ser humano, na natureza e nas coletividades. O homem é um todo inseparável, uma unidade integrada. Corpo, mente e espírito, interagindo mutuamente. Para a natureza também, sua vida é uma unidade, seus elementos e as espécies diferentes dependem uns dos outros e interagem, influenciando a parte e o todo. Destruir qualquer parte da natureza, prejudica o todo. Preservar o meio-ambiente sadio e natural é vital para a saúde humana, como também para a riqueza-natural, vegetal e animal. Novas ciências surgiram e continuam a se desenvolver para estudar a vida humana e a vida da natureza em todo o planeta, dentro de novos padrões e novos conhecimentos. O termo holístico retrata a tendência mais atual na educação e no desenvolvimento humano, e para que seja completo o aspecto espiritual é imprescindível. O invisível é uma realidade. Há muitos fatores na natureza e na vida humana que não podem ser vistos, mas são sentidos e podem ser desenvolvidos. As famílias espirituais são importantíssimas nesse novo paradigma vivencial. 6) REDE ESPIRITUAL MUNDIAL - O PODER TRANSFORMADOR A família planetária, que será objeto da última parte deste livro, é como um grande organismo vivo e dinâmico. As famílias espirituais são como órgãos desse corpo universal que é a humanidade. Órgãos que funcionam harmoniosamente e cumprem funções específicas vitais no corpo da humanidade. A família do lar é a célula vital do organismo mundial, célula viva da sociedade como comumente é chamada. Os indivíduos são energias de vida nas células, componentes internos mas inseparáveis na vida celular. Todos têm um lugar muito especial na vida desse superior organismo humano, que é a humanidade, individualmente ou como grupos: famílias ou instituições, com base comum na espiritualidade e atuantes em todas as áreas da vida - no corpo, na mente e na alma da espécie humana. Conscientes desta realidade, as famílias espirituais deveriam unir-se em ações diversas em prol do bem-estar de todos, pois há uma corrente de vida circulando em todo o organismo HUMANIDADE, passando por todos os órgãos, vivificando todas as células, o sangue vital da espiritualidade, invisível, mas real e imprescindível. Todas as famílias espirituais e todas as instituições espiritualistas são convocadas a se unirem em orações, regularmente, praticarem meditações objetivas pelo bem comum, realizarem atividades conjuntas em favor da coletividade, demonstrarem sempre o amor, a unidade e o espírito fraternal que as caracterizam. São incontáveis as oportunidades à disposição de todas as instituições. E o grande beneficiado será sempre o corpo inteiro da Humanidade, mais diretamente as "células" humanas e alguns "órgãos" que se encontram doentes ou carentes de energia vital para sua saúde e crescimento. O exemplo em ação, a confiança na certeza da realidade espiritual, a persistência no trabalho, a ampliação da rede de participantes, a pesquisa cientificamente orientada isso tudo irá despertando e trazendo ao plano físico energias espirituais de grande poder, proporcionando a todos os seres humanos a ajuda espiritual imprescindível à melhoria de vida no planeta, em todos os sentidos. A meta final, a maturidade plena da espécie humana, será com certeza atingida! CAPÍTULO 3 A Família Planetária Roteiro: 1) Justificativas espirituais / cósmicas. 2) O estado atual da família no planeta. 3) Fatores que têm impedido a unidade familiar planetária. 4) Como remover os fatores da separatividade. 5) A unidade familiar no planeta. 1. JUSTIFICATIVAS ESPIRITUAIS/CÓSMICAS: Olhemos para a imensidão cósmica. O que vemos? Vemos uma incalculável quantidade de corpos celestes, agrupados em sistemas que denominamos de galáxias, constelações, sistemas planetários e que formam uma imensa família cósmica que, à semelhança das famílias humanas, é constituída de seres de diferentes massas, cores, graus evolutivos e necessidades, embora todos tenham em comum um mesmo criador, DEUS, o Supremo Arquiteto Cósmico e as mesmas finalidades: evoluir sempre, para propiciar ao ser humano o habitat ideal para a sua ascensão espiritual, até a reintegração com o Criador. E como essa família cósmica se comporta e vive? Cada corpo celeste, como membro dessa família cósmica, interage com os demais, respeitando-se mutuamente, aproximando-se e repelindo-se de modo natural, numa gravitação constante, sem choques, cada qual em sua órbita. E esse movimento eterno promove as suas ascensões evolutivas, ao ponto de, um dia, permitir o surgimento dos seres que os habitarão, para ajudá-los nessa jornada evolutiva, transformando suas massas, aprimorando-os cada vez mais, até ao ponto de sua transformação total. Tudo isso, então, nos aponta para uma conclusão lógica e racional: somos todos uma só Família, constituída de DEUS, o Pai dessa família, da Natureza, nossa Mãe e provedora de tudo o que viermos a necessitar, em cumprimento às determinações do Pai, e, finalmente, dos seres humanos, obra prima do Criador, que se inspirou na sua própria essência., para nos criar iguais a Si, em qualidades e aspirações, porém, mantendo essas qualidades essenciais em estado de latência, sendo missão do ser humano, transformar esse estado de latência em potência, para sua ascensão de volta ao Criador, único determinismo existente de Deus para com o ser humano. 2. O ESTADO ATUAL DA FAMÍLIA NO PLANETA Bem diferente do que nos mostra o cosmo, a Família planetária se desagrega, se entrechoca, se agasta, se separa e busca os opostos aos ideais de unidade e fraternidade. Passando os olhos pela história humana em nosso planeta, chegaremos à triste conclusão que os seres'humanos não seguem a rotina cósmica de respeito à desigualdade evolutiva dos seres, mas de total receptividade à inferioridade dos seus semelhantes, permitindo a aproximação por certo tempo, para, depois, repulsá-los com suavidade, nessa gravitação natural. Os seres humanos, ao contrário, reagem com violência à aproximação de seus semelhantes, provocando e fomentando a separatividade. Foram os seres humanos colocados pela Natureza, em locais diversos do planeta, para ajudá-los na sua transformação. Proporcionou a Natureza a cada grupo humano condições corpóreas adequadas ao meio que habitariam, razão pela qual temos as diversas características físicas que denominamos de raças ou etnias. Jamais pretendeu a Natureza, com isso, criar empecilhos à unidade da família planetária. Ao contrário, o desejo da Natureza, expressando a vontade de Deus, é mostrar que a desigualdade física, aparente, deverá servir para, cada vez mais, aproximar os seres e fazê-los entender a obra de Deus, que se faz de seres desiguais em forma exterior, mas, iguais em essência, em objetivos, finalidades e aspirações. Então, o que se passou com a humanidade deste orbe? Que razões ou fatores motivaram a separatividade atual reinante? Tentaremos mostrar alguns, sem a pretensão de ser exaustivos no assunto, mas, apenas, como contribuição à discussão de tão grave problema social planetário. 3. FATORES QUE TÊM IMPEDIDO A UNIDADE FAMILIAR PLANETÁRIA Dentre os inúmeros fatores que consideramos impeditivos ao entendimento de uma unidade familiar no planeta, arrolamos alguns que, a nosso ver, têm sido os mais preponderantes, que são os seguintes: Fatores religiosos; Fatores culturais; Fatores políticos; Fatores geográficos; Fatores lingüísticos. Analisando o primeiro, o religioso, veremos esse fator como determinante maior das razões da separatividade humana, pois as lideranças religiosas, acreditando estar cumprindo finalidades nobres e elevadas, transformaram as religiões no maior instrumento de desagregação da unidade familiar planetária. Cada religião acreditou-se a única portadora da realidade e da missão de conduzir os seres humanos, desprezando as demais e instigando seus adeptos a não conviverem com outras pessoas, que não aceitem suas crenças. Lugares há, neste planeta, em que o simples cruzar com a sombra de outro homem, seguidor de outra religião, obriga o crente a purificações, para se limpar do contato havido com seu semelhante. Criaram as religiões, com seus métodos e crenças fora da realidade unitária de todos os seres humanos, verdadeiros fanáticos, dissidentes da realidade cósmica, e descaracterizaram a unidade planetária. Olhando a humanidade atual, vemos países de alto desenvolvimento científico e notável progresso, com suas populações divididas por problemas religiosos, tais como, a Grã Bretanha, a antiga Iugoslávia, a Rússia e suas antigas repúblicas. Vemos os países Árabes e Judeus em constantes lutas fratricidas, se destruindo e se matando por desigualdades religiosas, fomentadas e mantidas pelos seus líderes religiosos. Fatores culturais têm sido, também, responsáveis por lutas e separatismos, pela crença arraigada em algumas pessoas, de que determinadas culturas e seus portadores são superiores a outros povos e que os mais fracos devem submeter-se ao domínio da superioridade dos mais fortes. Tivemos o exemplo da pretensa superioridade da raça ariana liderada por Hitler, que levou à hecatombe da II Guerra Mundial e ao massacre de milhões de judeus. A política tem sido, também, fator dos mais importantes a provocar a cisão entre membros da família planetária. De modo análogo às religiões, os sistemas políticos, em sua ação, têm criado barreiras à compreensão da unidade familiar planetária, pois cada sistema político, por seus líderes, tem o desejo de se impor aos demais seres como o único sistema, o sistema ideal, portador de uma superioridade aparente, criando, dessa forma, obstáculos a um entendimento maior e desejável entre os seres humanos. Os exemplos da ação política destrutiva do ideal de unidade, são inúmeros na história. O comunismo foi uma tentativa, como o é o capitalismo quando foge dos limites da moderação e tenta se impor como solução exclusiva para a economia e para a vida social da humanidade. Fatores geográficos entram também no estímulo à separatividade. Determinadas regiões do planeta são possuidoras de recursos naturais, favorecendo ou dificultando a vida e o progresso de seus habitantes, proporcionando o surgimento de lutas por sua posse. O apego a regiões, lugares, nações, destrói no ser humano a noção de uma unidade familiar planetária e induz a lutas, que acentuam o processo de separatividade. Finalmente, um dos grandes fatores que contribuem para a desagregação da Família planetária é a dificuldade de entendimento pela linguagem falada ou escrita. Cada nação tem seu próprio idioma, e, muitas vezes, até dezenas de dialetos. A falta de entendimento, ao falar e escrever, dificulta os laços de amizade e fraternidade, pois é uma forma de segregação. Comunicar-se claramente, com entendimento mútuo, leva à unidade, à cooperação e à fraternidade. 4. COMO REMOVER OS FATORES DA SEPARATIVIDADE Os fatores religiosos serão eliminados através do conhecimento das Leis Universais. Caberá à ciência papel . preponderante na religião do futuro, que será lastreada no conhecimento demonstrado na fé pelo saber, na certeza de que tudo contribui para a unificação humana. As desigualdades aparentes irão desaparecer, levando todos a conhecer as Leis Naturais, e a igualdade de todos os seres será amplamente conhecida, sentida e compreendida, sem imposições ou lutas. A compreensão dessas Leis, levará o ser humano a sentir a imortalidade da Alma, a responsabilidade pessoal pelos atos cometidos, ao sentimento da unidade familiar, determinando uma mudança de hábitos, usos e costumes danosos a essa unidade. A fraternidade deixará de ser uma aspiração, para se transformar em um exercício constante entre os seres. Compreenderá, então, a humanidade, a lógica da vida e se esforçará para mudar, para melhor, a vida de toda a família planetária. Os fatores culturais serão vencidos facilmente por um sistema educacional voltado ao aperfeiçoamento integral do ser humano, pelo despertar do conhecimento latente em todos os seres, pelo desenvolvimento das faculdades perceptivas e pela descoberta do belo, do justo, do perfeito, essência de todas as artes e culturas. As barreiras políticas, serão vencidas pelo diálogo fraterno entre os povos. Os líderes políticos serão escolhidos pela sua capacidade de trabalhar em benefício da unidade, pela compreensão de sua necessidade. A educação da humanidade contribuirá, também, para o aperfeiçoamento do sistema político e surgimento da verdadeira democracia. Barreiras geográficas cederão lugar a tratados entre os povos, com a eliminação de fronteiras' físicas, como já começa a acontecer com a unificação da Europa em um tratado de livre comércio, em que necessidades se completam e todos têm a ganhar com as facilidades criadas, favorecendo a eliminação da desconfiança entre povos irmãos. A compreensão clara da interdependência de todos os povos, como uma única e real Família, levará a uma exploração racional dos recursos existentes nos ambiente.s planetários. Tudo isso, coadjuvado pela compreensão das Leis Naturais, levará os seres humanos a perceber as razões espirituais e morais da realidade da Família planetária. Todos compreenderão que, como disse um sábio oriental, "A Terra é um só país, e os seres humanos, seus cidadãos." A necessidade imperiosa de um idioma universal auxiliar, como o Esperanto, criado no século passado por Lázaro Zamenhof, levará os governos a adoção de um dos idiomas já existentes, ou à criação de outro, que melhor se adapte e possa ser ensinado em todas as escolas do mundo, como uma segunda língua, o que irá facilitar muito o entendimento e a comunicação entre todos os povos e nações. 5. A UNIDADE FAMILIAR NO PLANETA: Inspirados por Deus e por seres divinos que têm surgido em diferentes partes do planeta, é cada vez maior o número de pessoas e instituições que buscam vivenciar os ideais de unidade mundial e que trabalham por uma paz duradoura e pelo verdadeiro progresso humano, englobando todos os aspectos da vida: material, social, cultural, moral e espiritual. A Organização das Nações Unidas tem como objetivo manter a paz e criar condições para a erradicação das doenças, dos problemas sociais e dos conflitos belicosos na Terra. Centenas de Organizações Não-Governamentais trabalham seriamente, na área dos direitos humanos, na proteção da criança, na valorização da mulher, na educação em geral, na proteção ambiental e no desenvolvimento social e econômico dos povos carentes. Hoje, felizmente, as condições planetárias, pelo menos no aspecto conceitual e no esforço de pessoas e instituições sinceras e idealistas, são muito propícias ao estabelecimento definitivo da Família Planetária - unida, coesa, fraterna. A UNISOES, movimento de cunho espiritualista responsável pela edição desta obra, representa também uma tentativa prática de reunir líderes e sociedades, aparentemente discordantes entre si, por serem diferentes em seu enfoque no estudo dos problemas da vida, mas que estão descobrindo, no convívio regular que mantém entre si, que têm todas as mesmas finalidades e objetivos, quando se trata do interesse maior - o bem-estar da coletividade e o progresso espiritual de todos os seres humanos. O ideal da unidade familiar no planeta pode parecer utópico para os que desconhecem as Leis Divinas. Mas, lembrando Confúcio e sua assertiva de que para se andar mil milhas é necessário dar o primeiro passo, associamo-nos aos que já deram os primeiros passos nessa direção, pois esses acreditam, fazem e realizam sob a inspiração dos Grandes Mestres Espirituais e de Deus, a grande obra da unificação humana. Apêndice União, como Base da Unidade Espiritual: O que é a UNISOES? UNISOES - UNIÃO DE SOCIEDADES ESPIRITUALISTAS, FILOSÓFICAS, CIENTÍFICAS E RELIGIOSAS - do ponto de vista estrutural é um exemplo de união, do ponto de vista filosófico pode ser considerada um modelo de unidade espiritual. Como "União", é um movimento informal que teve início em Junho de 1989, em Salvador, Bahia, e que se expandiu para outras localidades do Brasil. É um movimento sem fins lucrativos que trabalha para promover a união de idéias religiosas, filosóficas e espirituais. Surgiu de uma idéia espiritual que impulsionou diversas sociedades espiritualistas a se unirem com o propósito do bem-comum. É fato reconhecido que a desintegração de valores e a agressão ao meio-ambiente, bem como a intolerância dos seres humanos na diversidade de doutrinas e metodologias de ordem religiosa ou espiritual, têm sido causa de conflitos que assolam o mundo. A UNISOES acredita que tais diferenças são apenas superficiais, e que muito pode ser resgatado daquilo que é verdadeiro e bom, se apenas se conscientizarem dos pontos comuns existentes em todas as crenças e escolas espiritualistas, convivendo fraternal e compreensivamente com essas diferenças e cultivando princípios éticos como a tolerância e o respeito mútuo. Compreender o bem-comum significa agir sem interesse próprio, sem egoísmo. Significa a aplicação dos ensinamentos espirituais comuns a todas, como o amor, a justiça, a paz, a fraternidade, o perdão, o desapego material e a espiritualização da vida. COMO FUNCIONA A UNISOES: A UNISOES é constituída por um colegiado onde todos os representantes das sociedades ou grupos participantes trabalham para o mesmo fim, movidos pelo espírito de cooperação global. As reuniões ocorrem alternadamente em cada sociedade ou grupo, com um tema previamente sugerido e aprovado por todos, cabendo à sociedade anfitriã a direção dos trabalhos, procurando estudar e vivenciar assuntos comuns, aprofundando-os e praticando-os no seio do colegiado, a fim de que essa experiência seja o fruto cm o qual todos contribuem para a concretização da meta de ampliar a consciência de união para o bem-comum, num futuro que já se faz presente. O colegiado reúne-se regularmente no terceiro sábado de cada mês, buscando sempre uma unidade de expressão uma unidade na diversidade, sendo seu objetivo retratar sempre a visão otimista que tem da humanidade, por saber que a purificação global que se verifica atualmente irá conduzi-la a um Mundo Novo por todos esperado. O trabalho que realiza de unir as entidades e as pessoas é, na prática, uma proposta viável no trabalho de construção deste mundo novo. A unidade espiritual é a meta supra-religiosa, supranacional, supra-racial, em cuja direção a espécie humana caminha inexoravelmente em seu destino evolutivo rumo à raça perfeita, a que estará perfeitamente integrada física, intelectual, emocional e espiritualmente - uma nova raça de homens, para habitar o Mundo Novo, a Nova Era profetizada em todas as religiões reveladas. A UNISOES é uma vereda nesse sentido, atuando através das sociedades espiritualistas, e, com elas, unindo uma variedade enorme de pontos de vista particulares, alcançando a unidade na diversidade. Consegue tal realidade pela integração e convivência fraterna, pela paz e solidariedade, pela unidade espiritual e eterna, neste e em todos os planos da vida cósmica.