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Luis Henrique Beust : Fé Bahá'í - Verbetes e erratas
FÉ BAHÁ'Í
VERBETES e ERRATA
Preparado para a

ASSEMBLÉIA ESPIRITUAL NACIONAL DOS Bahá'ís DO BRASIL

por Luis Henrique Beust
Apresentação

O presente documento visa fornecer correções aos principais equívocos a respeito da Fé Bahá'í. existentes em enciclopédias e dicionários publicados no Brasil.

A grande maioria desses equívocos está relacionada à antigüidade das fontes de referência utilizadas para a composição dos verbetes - em geral documentos de historiadores do século passado que, por estarem demasiado próximos do início da história da Fé Bahá'í, não puderam reconhecer devidamente suas características.

Hoje, porém, um grande número de excelentes referências já pode ser encontrado tanto em trabalhos de historiadores quanto em enciclopédias e documentos de organismos como a Organização das Nações Unidas. É intenção do Departamento Bahá'í de Informação Pública, através deste trabalho, iniciar um processo de correção dos erros encontrados e atualizar as informações sobre a Fé Bahá'í existentes na literatura publicada em português.

Orientações

a) Na seção "VERBETES" são encontrados exemplos de textos para alguns verbetes relacionados com a Fé Bahá'í. Os textos fornecem os dados considerados essenciais para a compreensão de cada verbete e são apresentados na forma mais sintética possível. Os verbetes são: FÉ BAHÁ'Í, FÉ BábÍ, Bahá'u'lláh, Báb, 'Abdu'l-Bahá, SHOGHI EFFENDI, CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA, GUARDIÃO DA CAUSA DE DEUS, ASSEMBLÉIA ESPIRITUAL;

b) Na seção "COMPLEMENTAÇÃO DOS VERBETES" encontram-se textos mais detalhados a respeito dos principais verbetes, de onde podem ser obtidas maiores informações que venham a ser necessárias para a composição de novos textos ou para a elucidação de alguma dúvida. A Complementação inclui os seguintes itens: ESTATÍSTICAS, FÉ Bahá'í (abrangendo: história, ensinamentos, ordem administrativa, escritura sagrada, templos e práticas), HISTÓRIA BAHÁ'Í, ADMINISTRAÇÃO Bahá'í (abrangendo: processo decisório, reuniões, calendário, alicerce financeiro), FÉ BábÍ, Bahá'u'lláh, 'Abdu'l-Bahá;

c) Na seção "ERRATA" são fornecidas correções de alguns dos mais comuns enganos cometidos com relação à Fé Bahá'í em enciclopédias e dicionários brasileiros. Os enganos corrigidos dizem respeito tanto à interpretação de fatos históricos e aspectos distintivos da Fé Bahá'í, quanto à grafia de nomes e títulos e à exatidão de datas. São esclarecidos os seguintes pontos: A POSIÇÃO DO Báb, A RELAÇÃO ENTRE AS RELIGIÕES, RELIGIÃO E SEITA, LIVROS SAGRADOS, DEUS É UNO, ECLETISMO E SINCRETISMO, O PAPEL DE 'ABDU'L- BAHÁ. É apresentada a correta grafia e o significado de nomes e títulos, bem como datas a eles relacionadas em GRAFIA, SIGNIFICADO E DATAS; é apresentada uma cronologia dos principais eventos na história Bahá'í em DATAS E EVENTOS.

Pede-se atenção especial para o conteúdo da ERRATA, já que ele remedia a totalidade dos enganos encontrados nos textos enciclopédicos sobre a Fé Bahá'í.

VERBETES
Bahá'í, Fé

Religião independente nascida na Pérsia (Irã) em 1844, fundada por Mirza Husayn' 'Ali (1817-1892), conhecido como Bahá'u'lláh ("A Glória de Deus").

Em 1844, Siyyid 'Ali-Muhammad (1819-1850), conhecido coma o Báb ("A Porta"), proclamou uma nova Revelação de Deus, dando origem a Fé Bábí. Além de anunciar ser o Qá'im aguardado pelos muçulmanos, o Báb afirmava que Sua principal missão era preparar a vinda de um profeta ou Manifestante de Deus ainda maior que Ele próprio, a Quem chamava "Aquele que Deus tornará Manifesto".

Em 1863, em Baghdad, Bahá'u'lláh proclamou ser o Prometido pelo Báb e pelas demais religiões mundiais. Afirmou ser o Portador de uma Mensagem Divina destinada a estabelecer a unidade mundial e eliminar os preconceitos e as divisões. Escreveu epístolas aos principais soberanos da época, exortando-os à paz e à concórdia. Sofreu aprisionamento, tortura e exílios durante 40 anos até ser aprisionado definitivamente em 'Akká (Acre) na Terra Santa, hoje Israel.

Designou Seu filho mais velho 'Abbás Effendi (1844-1921), conhecido por 'Abdu'l-Bahá ("0 Servo da Glória"), o "Centro do Convênio" - o único intérprete autorizado de Seus ensinamentos, ao qual todos os Bahá'ís deveriam se voltar. 'Abdu'1-Bahá, por Sua vez, designou Seu neto, Shoghi Effendi Rabbani (1897-1957), o "Guardião da Causa de Deus", responsável único pela continuação do trabalho de interpretação autoritativa. Em 1963 foi eleita a Casa Universal de Justiça - órgão máximo da Fé Bahá'í - que agora é responsável pela guia mundial das atividades Bahá'ís.

Não existe sacerdócio na Fé Bahá'í, nem qualquer forma de profissionalismo religioso. As atividades são coordenadas por corpos de nove membros eleitos pelos Bahá'ís. Tais corpos existem em nível local e nacional: as Assembléias Espirituais Locais e Nacionais, e internacional: a Casa Universal de Justiça. As eleições Bahá'ís são secretas e não existe qualquer tipo de candidatura, nomeação, campanha eleitoral ou partidos. Todos os Bahá'ís maiores de 21 anos podem votar e ser votados.

Os ensinamentos Bahá'ís enfatizam a necessidade da unidade mundial e da eliminação de todos os preconceitos e delineiam as instituições que devem sustentar a concórdia mundial.

Bahá'u'lláh ensinou que todas as religiões mundiais, tais como o Hinduísmo, o Budismo, o Zoroastrismo, o Judaísmo, o Cristianismo, o Islamismo e a Fé Bábí são enviadas pelo mesmo e único Deus. Cada Revelação Divina é transmitida à humanidade por um profeta ou Manifestante de Deus, e Suas mensagens são adaptadas à época em que surgem. Todas se complementam num processo evolutivo. Representam etapas do crescimento espiritual da humanidade. Outros ensinamentos Bahá'ís são: a livre investigação da verdade, a igualdade de direitos e privilégios para homens e mulheres, a harmonia entre a ciência e a religião, a eliminação dos preconceitos e dos extremos de riqueza e de pobreza, uma língua internacional auxiliar.

Existem comunidades Bahá'ís (Abril 1981) em 363 países e territórios, em mais de 111.000 localidades, reunindo representantes de mais de 1600 grupos étnicos. A literatura Bahá'í está traduzida em cerca de 650línguas e dialetos. Existem templos Bahá'ís nos cinco continentes. A sede mundial da Fé Bahá'í fica no Monte Carmelo, em Haifa, Israel. A Comunidade Internacional Bahá'í recebeu a distinção de membro de caráter consultivo na Organização das Nações Unidas- no Conselho Econômico e Social e no UNICEF.

Bábí, Fé

Religião independente nascida na Pérsia em 1844, fundada por Siyyid 'Ali-Muhammad (1819- 1850), conhecido como o Báb ("A Porta"). O Báb proclamou ser o Qá'im ("Aquele Que Se Levanta") aguardado pelos muçulmanos, cuja missão era introduzir uma nova era na história da humanidade. Antes da Revelação do Báb, a escola Shaykhí do Islã xiita, fundada por Shaykh Ahmad-i-Ahsá'í e continuada por Siyyid Kázim-i-Rashtí, anunciava que a manifestação do Qá'im estava próxima. Era esperado também o surgimento de uma segunda manifestação imediatamente após o advento do Qá'im.

A Proclamação do Báb causou grande excitação no povo de toda a Pérsia. Seu primeiro discípulo foi um dos mais eminentes Shaykhís, Mullá Husayn, e, em breve, além de grandes contingentes populares, também outros eminentes personagens, alguns dos mais destacados sacerdotes do país, abraçaram Sua Revelação e prestaram a fidelidade à Sua Causa.

Os ensinamentos do Báb estabeleciam a igualdade entre homens e mulheres, enfatizavam a unidade de todas as religiões e exortavam o povo ao abandono da conduta frívola e da tradição cega. Porém, Sua maior incumbência, segundo Suas próprias escrituras, era anunciar a breve Revelação de "Aquele Que Deus Tornará Manifesto"- o Manifestante de Deus esperado por todas as religiões mundiais e que cumpriria as promessas milenares de um mundo unido e em paz.

O Báb foi perseguido pelo ortodoxismo religioso e aprisionado em vários locais. Como as tentativas de diminuir Sua fama e influência não surtiram resultado, foi martirizado publicamente em 9 de julho de 1850 em Tabríz, no Irã. Mais de 20000 de Seus seguidores foram mortos também.

Em 1863, em Baghdád, no Iraque, Mirza Husayn 'Ali, que recebera do Báb o título de Bahá'u'lláh ("A Glória de Deus") proclamou ser o Prometido pelo Báb e pelas demais religiões. A grande maioria dos Bábís aceitou a nova Revelação, passando a ser conhecidos como Bahá'ís.

A Fé está hoje (1981) estabelecida em 363 países e territórios, congregando mais de 1600 grupos étnicos.

Bahá'u'lláh

Mirza Husayn 'Ali (1817- 1892), conhecido como Bahá'u'lláh ("A Glória de Deus") foi o fundador da Fé Bahá'í. Descendente dos reis sassânidas, Bahá'u'lláh era filho de um influente ministro da corte do Xá. Não aceitou o cargo do pai quando este morreu, dedicando-se a uma vida de serviço e abnegação. Ao ficar sabendo da Declaração do Báb como um Profeta de Deus, abraçou a Fé Bábí e tornou-se um de seus mais destacados defensores. Por Suas atividades, foi aprisionado em 1853 em um calabouço subterrâneo em Teerã. Ali recebeu a Revelação Divina que O deixou consciente de Sua futura Missão. Foi exilado para Baghdad, Constantinopla, Adrianópolis e, finalmente, para a cidade-prisão de 'Akká, na Terra Santa (Israel). Em Baghdád, em 1863, Bahá'u'lláh proclamou ser o Manifestante de Deus prometido pelo Báb e por todas as religiões mundiais, cujo advento estabeleceria a paz e a unidade do mundo. Bahá'u'lláh escreveu centenas de obras, nas quais exorta a humanidade à eliminação de todos os preconceitos, à paz, à unidade religiosa e política e estabelece as bases sobre as quais deve se erguer a unidade mundial. Alguns dos princípios expostos por Ele são a livre investigação da verdade, a harmonia entre a ciência e a religião, a igualdade para homens e mulheres e a eliminação dos extremos de riqueza e pobreza. A natureza da religião é considerada progressiva, sendo transmitida em diferentes eras por Profetas ou Manifestantes de Deus como Buda, Moisés, Cristo e Maomé. Todas as religiões reveladas são consideradas como etapas de um eterno processo de educação espiritual da humanidade conduzido por Deus.

Bahá'u'lláh apontou Seu filho mais velho, 'Abdu'l-Bahá (1844-1921), como o "Intérprete Autorizado" de Seus ensinamentos, e instituiu a Ordem Administrativa da Fé Bahá'í. Seu mais sagrado livro é o Kitáb-i-Aqdas, o livro das leis. Seu sepulcro, em Bahjí, próximo a 'Akká (Israel), é local de peregrinação para os Bahá'ís de todo o mundo.

Báb

Mirza 'Ali-Muhammad (1819-1850), conhecido como o Báb ("A Porta"), foi o Profeta- Precursor da Fé Bahá'í. Era um Siyyid, ou seja, um descendente de Maomé. O Báb proclamou ser o Qá'im ("Aquele Que Se Levanta") prometido aos maometanos, cuja vinda introduziria uma nova era para a humanidade. Além de fundar uma religião independente, a Fé Bahá'í, o Báb afirmou que Sua principal missão era anunciar a breve manifestação dAquele Profeta ou Manifestante de Deus prometido por todas as religiões, e que seria responsável pela unificação da humanidade.

Os ensinamentos do Báb enfatizavam a interpretação não-literal das profecias e estabeleciam o conceito de que todas as religiões reveladas foram transmitidas por Deus à humanidade, adaptadas para a época em que surgiram. Também ensinava a igualdade de direitos para os homens e mulheres e condenava os preconceitos.

A Mensagem do Báb causou grande repercussão, e tanto Ele quanto Seus seguidores foram alvos de perseguição e violências. O Báb foi aprisionado em vários locais, sendo finalmente fuzilado em Tabríz, em 1850, por um pelotão de 750 soldados. Após Sua morte, mais de 20000 de Seus seguidores foram martirizados.

Em 1863, Mirza Husayn 'Ali (1817-1892), conhecido como Bahá'u'lláh ("A Glória de Deus"), um dos mais destacados discípulos do Báb, proclamou ser "Aquele Que Deus Tornará Manifesto", o Grande Manifestante de Deus anunciado pelo Báb e pelos manifestantes do passado.

Quase a totalidade dos seguidores do Báb abraçou a nova Revelação, passando a denominar-se Bahá'ís.

O sepulcro do Báb fica em Haifa, na Terra Santa, no centro mundial da Fé Bahá'í.

'Abdu'l-Bahá

Título de 'Abbás Effendi (1844-1921), filho mais velho do Fundador da Fé Bahá'í, Bahá'u'lláh, "A Glória de Deus" (1917-1892). Foi designado por Seu pai o Intérprete Autorizado de Seus ensinamentos. O título de 'Abdu'l-Bahá significa "O Servo da Glória" em árabe.

Compartilhou dos exílios e aprisionamentos de Seu Pai durante 40anos, até ser libertado, em 1908, quando a Revolução dos Jovens Turcos pôs em liberdade todos os prisioneiros religiosos.

'Abdu'l-Bahá foi nomeado por Bahá'u'lláh o "Centro do Convênio", ao qual todos os Bahá'ís deveriam se voltar em busca de orientação e guia. Apesar de enfrentar oposição, durante algum tempo, por parte de Seu meio-irmão, 'Abdu'l-Bahá conseguiu desempenhar as funções que Lhe haviam sido conferidas por Bahá'u'lláh, mantendo a unidade da comunidade Bahá'í.

Entre 1910 e 1913 'Abdu'l-Bahá empreendeu extensas viagens pelo Egito, América do Norte e Europa, divulgando os ensinamentos Bahá'ís e conclamando os povos para o abandono dos preconceitos e o estabelecimento da paz. Em Sua "Última Vontade e Testamento" nomeou Seu neto, Shoghi Effendi (1897-1957, o Guardião da Fé Bahá'í, e o Seu intérprete autorizado.

'Abdu'l-Bahá é considerado o Exemplo Perfeito dos ensinamentos de Bahá'u'lláh. Escreveu vários livros e milhares de epístolas, que compõem parte dos escritos sagrados da Fé Bahá'í. Recebeu o título de "Cavaleiro do Império Britânico" em 1920. Faleceu em 1921 e está sepultado nas encostas do Monte Carmelo, na Terra Santa- Israel.

Shoghi Effendi Rabbani

Shoghi Effendi Rabbani foi o Guardião da Fé Bahá'í entre 1921 e 1957, sendo sua principal responsabilidade a interpretação autoritativa dos Escritos Sagrados da Fé Bahá'í.

Esta função, anteriormente desempenhada por 'Abdu'l-Bahá (1844-1921), seu avô, lhe foi delegada por Ele em Sua "Última Vontade e Testamento". 'Abdu'l-Bahá era filho de Bahá'u'lláh (1817-1892), "A Glória de Deus", fundador da Fé Bahá'í.

Através da orientação de Shoghi Effendi foi implantada a Ordem Administrativa da Fé Bahá'í, assim como idealizada por Bahá'u'lláh e elucidada por 'Abdu'l-Bahá. Durante seus 36 anos de Guardiania, a Fé Bahá'í alcançou espantoso progresso no mundo. Ele construiu, embelezou e ampliou os lugares sagrados Bahá'ís, dirigiu a construção de templos Bahá'ís em quatro continentes, organizou os Arquivos Internacionais da Fé, estabeleceu planos internacionais de ensino e preparou a comunidade Bahá'í para a eleição da instituição máxima da Fé, a Casa Universal de Justiça, em 1963.

Shoghi Effendi estudou no Balliol College, em Oxford, Inglaterra. Traduziu do árabe e do persa para o inglês inúmeros livros e obras sagradas da Fé Bahá'í. Além disso, deixou um legado de dezenas de livros, alguns dos quais tidos como obras primas do inglês moderno. Está sepultado em Londres, onde faleceu em 4 de novembro de 1957.

Casa Universal de Justiça

Instituição máxima da Fé Bahá'í. A Casa Universal de Justiça foi instituída pelo próprio Bahá'u'lláh (1817-1892), Fundador da Fé Bahá'í, para conduzir os interesses da Comunidade Internacional Bahá'í. Bahá'u'lláh concedeu à Casa Universal de Justiça, exclusivamente, a autoridade para legislar sobre assuntos não explicitamente revelados nos Escritos Sagrados Bahá'ís. Ela pode ab-rogar suas próprias leis sempre que julgar adequado, conforme a evolução da humanidade. Como as demais instituições Bahá'ís eleitas, as Assembléias Espirituais Locais e Nacionais, é composta de nove membros. Seus integrantes são eleitos sem qualquer espécie de nomeação, propaganda eleitoral ou partidos, pelos membros de todas as Assembléias Espirituais Nacionais do mundo, para um período de cinco anos. Qualquer Bahá'í com mais de 21 anos é elegível e os nove nomes mais votados constituem a instituição.

A sede da Casa Universal de Justiça fica nas encostas do Monte Carmelo, em Haifa, na Terra Santa, hoje Israel. A primeira eleição se deu em 21 de abril de 1963 no centenário da declaração pública da Missão de Bahá'u'lláh.

Guardião da Causa de Deus

Título recebido por Shoghi Effendi Rabbani (1897-1957) designativo da função de intérprete autorizado dos ensinamentos Bahá'ís. O título e a autoridade lhe foram conferidos por seu avô, 'Abdu'l-Bahá (1844-19221), filho do fundados da Fé Bahá'í, Bahá'u'lláh (1817-1892). 'Abdu'l-Bahá, por sua vez, recebera a mesma função de Seu Pai. Shoghi Effendi exerceu a Guardiania de 1921 até sua morte em 1957, sem nomear um sucessor para a tarefa. Desde então, a Casa Universal de Justiça, que, ao lado da Guardiania, compunha a liderança da Comunidade Bahá'í, porém com diferentes funções, vem fornecendo as diretrizes para a Comunidade Internacional Bahá'í. A função de interpretação dos ensinamentos de Bahá'u'lláh, que era exclusiva de 'Abdu'l-Bahá e do Guardião, foi encerrada após o falecimento de Shoghi Effendi. A Casa Universal de Justiça, por sua vez, possui a autoridade para legislar, função dada a ela por Bahá'u'lláh e assumida desde sua eleição em 1963.

O Guardião administrou todas as atividades Bahá'ís mundiais, como a construção e embelezamento dos lugares sagrados e dos templos Bahá'ís, o estabelecimento e a consolidação das instituições Bahá'ís e a expansão das atividades de ensino. Nomeou 27 "Mãos da Causa de Deus"- distinguidos Bahá'ís que o auxiliariam no trabalho de ensino e proteção da Fé Bahá'í.

Graças ao trabalho de Shoghi Effendi, a administração Bahá'í, assim como idealizada por Bahá'u'lláh, foi firmemente estabelecida. O Guardião faleceu em Londres, em 4 de Novembro de 1957, onde está sepultado.

Assembléia Espiritual

Corpo de nove membros responsável pela coordenação das atividades Bahá'ís em uma região. Em um local onde existam mais de nove Bahá'ís é eleita uma Assembléia Espiritual Local por um período de um ano. Também anualmente se dá a eleição de uma Assembléia Espiritual Nacional, responsável por uma área de jurisdição mais ampla.

A eleição de todas as Assembléias Locais do mundo, que hoje (1981) são 26.125, se realiza no dia 21 de abril, data da Declaração Pública da Missão de Bahá'u'lláh, ocorrida em 1863. Todos os Bahá'ís de uma comunidade com mais de 21 anos são eleitores e elegíveis.

A Assembléia Nacional é eleita por delegados previamente também eleitos pelas comunidades locais ou regionais, em número proporcional ao tamanho da comunidade. Todos os Bahá'ís do país com mais de 21 anos podem ser votados.

Em ambas as eleições, os 9 nomes que receberem maior número de votos constituem a Assembléia. Em todas as eleições Bahá'ís é estritamente proibido qualquer tipo de nomeação ou referência a pessoas, não existindo nenhuma espécie de propaganda eleitoral, partidos ou chapas.

De cinco em cinco anos todos os membros das Assembléias Espirituais Nacionais do mundo, hoje (1981) em número de 132, se reúnem em uma Convenção Internacional para escolher, entre os Bahá'ís do mundo, os nove membros da Casa Universal de Justiça, órgão máximo da Fé Bahá'í, que coordena as atividades Bahá'ís em todo o mundo.

Uma Assembléia Espiritual Nacional tem entre suas responsabilidades a publicação de Literatura Bahá'í, a elaboração de planos nacionais de ensino, a supervisão das comunidades locais, o estímulo e auxílio a todos os Bahá'ís sob sua jurisdição e a representação dos Bahá'ís junto às autoridades do país. Todas as Assembléias Espirituais Nacionais, coletivamente, sob o título de Comunidade Internacional Bahá'í, constituem uma Organização Internacional Não-governamental cujos delegados são acreditados em caráter consultivo na Organização das Nações Unidas.

As Assembléias Locais, além de assumirem a liderança das atividades Bahá'ís em suas localidades, servem de intermediárias entre a comunidade local e a Assembléia Nacional. De dezenove em dezenove dias, no início de cada mês Bahá'í, a comunidade reunida consulta com a Assembléia, oferecendo sugestões e propondo idéias. Todas as Assembléias podem nomear Comitês responsáveis por tarefas específicas. Apesar de as Assembléias só serem consideradas responsáveis perante Deus, contato entre elas e a comunidade é estimulado e a consulta, aberta e franca, é considerada vital.

COMPLEMENTAÇÃO DOS VERBETES
Bahá'í, Fé

A Fé Bahá'í é uma religião mundial independente com seguidores em virtualmente todos os países. Tem seus próprios escritos e lugares sagrados, leis e instituições administrativas, sendo seu Centro Mundial em Haifa, na Terra Santa, hoje Israel. A Comunidade Internacional Bahá'í congrega praticamente todas as nacionalidades, classes e profissões. Seus membros estão estabelecidos em mais de 100000 localidades, em 363 países e territórios- 173 dos quais são nações independentes- e une pessoas de várias origens religiosas e étnicas. Mais de 1600 grupos étnicos e tribos estão nela representados (dados de 1981).

História

A Fé Bahá'í foi fundada por Mirza Husayn 'Ali (1817-1892), conhecido como Bahá'u'lláh, "A Glória de Deus". A palavra Bahá'í deriva de Bahá ("glória" ou "esplendor") e significa seguidor de Bahá'u'lláh. A Fé Bahá'í está intimamente ligada à Fé Bábí, fundada em 1844, na Pérsia, por Mirza 'Ali-Muhammad (1819-1850) conhecido como o Báb (que significa "A Porta"). O Báb anunciou ser o fundador de uma religião independente e, além disso, o Arauto de um novo e ainda maior Manifestante de Deus que introduziria uma era de paz para toda a humanidade. Em 1863, Bahá'u'lláh declarou publicamente que Ele era Aquele prometido pelo Báb, bem como por todas as religiões anteriores.

Bahá'u'lláh foi exilado do Irã para vários lugares dentro do Império Otomano e, em 1868, foi enviado como um prisioneiro para a cidade fortificada de 'Akká na Terra Santa, nas redondezas da qual veio falecer em 1892. Em Sua Vontade e Testamento, nomeou Seu filho mais velho, 'Abdu'l-Bahá (1844-1921), para sucedê-Lo na liderança da comunidade Bahá'í e como Intérprete das Escrituras Sagradas Bahá'ís. 'Abdu'l-Bahá, por Sua vez, designou Seu neto mais velho, Shoghi Effendi (1897-1957), como Seu sucessor, Guardião da Causa de Deus e intérprete autorizado dos ensinamentos Bahá'ís. Desde 1963, os assuntos da Comunidade Bahá'í mundial são administrados pela Casa Universal de Justiça, o supremo conselho da Fé Bahá'í, eleito de cinco em cinco anos.

Ensinamentos

Os princípios fundamentais da Fé Bahá'í são a unicidade e a unidade de Deus, da religião e da humanidade.

* Há apenas um Deus, incognoscível em Sua Essência, mas que revela Seu Verbo através de Seus Profetas ou Manifestantes. Deus é Uno, apesar dos homens O terem chamado a chamarem por diferentes nomes.

* A Revelação Divina é um processo contínuo e progressivo. Deus revela Sua Palavra à humanidade de acordo com as necessidades e condições específicas de cada era.

* Todas as grandes religiões do mundo são divinas em origem. Deus revelou Sua Palavra, nos vários períodos da história, através de diferentes Profetas, Mensageiros ou Manifestantes de Deus como: Abraão, Moisés, Krishna, Buda, Zoroastro, Cristo, Maomé, o Báb e Bahá'u'lláh.

* A verdade religiosa não é absoluta, mas relativa. As missões das diversas religiões representam estágios sucessivos na evolução espiritual da humanidade.

Os Bahá'ís reconhecem Bahá'u'lláh como a Manifestação de Deus para esta época. Seus ensinamentos espirituais e sociais são considerados como a Vontade de Deus para a humanidade de hoje. Entre estes ensinamentos destacam-se os seguintes: a independente investigação da verdade, livre de preconceitos, superstições e tradições; a abolição de todos os preconceitos: de religião, raça, classe e nacionalidade; a harmonia entre a ciência e a religião; a abolição dos extremos de pobreza e riqueza; a igualdade de oportunidades, direitos e privilégios para homens e mulheres; a educação universal compulsória e a abstenção de participação em política partidária. Como a Fé Bahá'í ensina que o propósito da religião é a promoção da concórdia e da unidade, e que a religião é o maior agente para a conquista da paz e do progresso ordenado da sociedade, os Escritos Sagrados Bahá'ís delineiam as instituições necessárias para o estabelecimento da paz e da ordem mundiais: uma federação mundial de nações com poderes executivo, legislativo e judiciário; um sistema econômico mundial; distribuição eqüitativa dos recursos mundiais; adoção de um sistema universal de moeda, pesos e medidas e uma língua internacional auxiliar.

Ordem administrativa

Na Fé não há qualquer forma de sacerdócio. São proibidos o ascetismo, o monasticismo e a mendicância. A administração, criada por Bahá'u'lláh, elucidada por 'Abdu'l-Bahá e implantada por Shoghi Effendi, baseia-se num sistema de Corpos de 9 pessoas eleito a nível local, nacional e internacional. As eleições são secretas e todos os Bahá'ís maiores de 21 anos são eleitores e elegíveis. Não há qualquer tipo de nomeação, campanha eleitoral, partidos ou facções. Os conselhos administrativos eleitos anualmente são as Assembléias Espirituais Locais e Assembléias Espirituais Nacionais. De cinco em cinco anos dá-se a eleição da Casa Universal de Justiça, órgão máximo da Fé Bahá'í. Existem hoje (1981) mais de 26000 Assembléias Locais e 132 Assembléias Nacionais no mundo.

Também existem instituições nomeadas na Comunidade Internacional Bahá'í, cuja função é educativa e centraliza-se no ensino e proteção da Fé Bahá'í. A autoridade não emana dos indivíduos, mas apenas dos conselhos eleitos. Entre estas instituições nomeadas estão as Mãos da Causa de Deus e os Corpos Continentais de Conselheiros, que são assistidos em seu trabalho por Corpos Auxiliares.

A Comunidade Internacional Bahá'í mantém estreita relação com a Organização das Nações Unidas desde 1948. É reconhecida como Membro Consultivo do Conselho Econômico e Social (ECOSOC) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Mantém representantes oficiais junto às Nações Unidas em Nova Iorque, Genebra, Viena e Nairobi.

Escritura sagrada, templos e práticas

A Literatura Sagrada da Fé Bahá'í inclui a totalidade dos Escritos de Bahá'u'lláh, que contam mais de cem obras e os escritos do Báb, o precursor da Revelação Bahá'í, e de 'Abdu'l-Bahá, o Intérprete Autorizado das Escrituras. A principal obra de Bahá'u'lláh é o Kitáb-i-Aqdas ("O Mais Sagrado Livro"), que contém as leis que guiam a Comunidade Bahá'í.

A Literatura Bahá'í pode ser lida em mais de 600 línguas e dialetos havendo 21 Editoras Bahá'ís no mundo (1980).

Existem templos Bahá'ís em Wilmette, Estados Unidos; Frankfurt, Alemanha; Kampala, Uganda; Sidney, Austrália; cidade do Panamá, Panamá, e estão em construção os templos de Samoa e da Índia. Nos templos não há pregação; nos serviços religiosos, abertos a todas as pessoas, independente de raça, religião ou classe, são lidas passagens dos escritos sagrados da Fé Bahá'í e das outras religiões do mundo. Todos os templos devem, eventualmente, tornar-se os centros ao redor dos quais instituições científicas, educacionais, humanitárias e administrativas serão estabelecidas.

Para ser Bahá'í basta que a pessoa creia em Bahá'u'lláh e aceite Seus ensinamentos. Não há cerimônias de iniciação, batismo nem sacramentos. Cada Bahá'í tem a obrigação espiritual de orar e de jejuar em determinado período do ano, abstendo-se de comida e bebida desde o nascer até o pôr do Sol. No começo de cada mês Bahá'í (há 19 meses de 19 dias no ano, mais 4 ou 5 dias intercalares) a comunidade se reúne para uma Festa de Dezenove Dias que se constitui de uma parte devocional, uma administrativa e uma social- unindo as três esferas da atividade humana. As Festas garantem a participação de todos nos assuntos da comunidade.

O ano Bahá'í inicia no dia 21 de março, equinócio vernal, e o calendário tem seu início no ano de 1844 do calendário gregoriano. Há nove dias sagrados durante o ano, nos quais o trabalho deve ser suspenso.

História Bahá'í

A Fé Bahá'í foi fundada por Mirza Husayn 'Ali (1817-1892), conhecido como Bahá'u'lláh ("A Glória de Deus"). Bahá'u'lláh proclamou Sua Missão em 1863 em Baghdád, no atual Iraque. A Fé Bahá'í nasceu apenas dezenove anos depois do surgimento da Fé Bábí, que se deu com a proclamação de Mirza 'Ali-Muhammad (1819-1850), conhecido como o Báb (que significa "A Porta"), em 1844. O Báb proclamou ser o Qá'im ("Aquele Que Se Levanta") prometido por Maomé. Além de ter, dessa forma, fundado uma religião independente, o Báb afirmava que Sua principal missão era anunciar o breve surgimento de "Aquele Que Deus Tornará Manifesto", o Manifestante de Deus prometido em todas as religiões mundiais e que estabeleceria uma nova era de paz e ordem no mundo. Os ensinamentos do Báb encontraram violenta oposição por parte do clero muçulmano e, após sucessivos aprisionamentos, Ele foi executado publicamente em Tabríz, no Irã, em 9 de Julho de 1850. As perseguições que se seguiram tiraram a vida de mais de 20000 de Seus seguidores, conhecidos como " Bábís".

Bahá'u'lláh, que havia se tornado um dos mais respeitados seguidores do Báb, foi aprisionado e exilado para Baghdád, no então Império Otomano, em 1853. Em Baghdád, em abril de 1863, Bahá'u'lláh proclamou ser "Aquele Que Deus Tornará Manifesto", o Prometido pelo Báb e pelos Profetas do passado. Foi novamente exilado, em 1863, desta vez para Constantinopla e dali para Adrianópolis, de onde escreveu as famosas cartas aos reis e governantes do mundo de então, bem como ao papa e aos sacerdotes zoroastrianos, cristãos, judeus e muçulmanos, coletivamente. Nestas epístolas Ele os exortava a estabelecerem a unidade e a paz mundiais e a se volverem para a Mensagem de Deus da qual Ele era o Portador.

Um novo exílio, em 1868, levou Bahá'u'lláh, Sua família e alguns discípulos, definitivamente, para a cidade fortificada de 'Akká (Acre) na Terra Santa. Ali Bahá'u'lláh ficou aprisionado nove anos. No final da vida, porém, a pedido das próprias autoridades muçulmanas, que vieram a respeitá-Lo de forma extraordinária, passou a viver em uma casa nas proximidades de 'Akká, onde faleceu em 1892. Em Sua Última Vontade e Testamento nomeou Seu filho mais velho 'Abbás Effendi (1844-1921), conhecido por 'Abdu'l-Bahá ("Servo da Glória"), como o "Centro do Convênio" e o Intérprete Autorizado de Seus ensinamentos. Ordenou a Seus seguidores que buscassem em 'Abdu'l-Bahá a guia e a orientação para o futuro. Além de cuidar dos interesses da Fé Bahá'í, 'Abdu'l-Bahá dedicou-se a um intenso trabalho de divulgação dos ensinamentos de Bahá'u'lláh. Quando a Revolução dos Jovens Turcos pôs fim ao reinado do sultão, em 1908, 'Abdu'l-Bahá foi libertado, juntamente com os demais prisioneiros religiosos. Em 1910 viajou ao Egito e entre 1911 e 1913 fez extensas excursões pela Europa, Estados Unidos e Canadá. Faleceu em 1921 em 'Akká, na Terra Santa. Em Sua Última Vontade e Testamento nomeou Shoghi Effendi Rabbani (1897-1957), Seu neto mais velho, como Seu sucessor, Guardião da Causa de Deus e intérprete autorizado dos ensinamentos de Bahá'u'lláh.

Durante o período de sua Guardiania, Shoghi Effendi estabeleceu definitivamente a Ordem Administrativa criada por Bahá'u'lláh e dedicou-se à construção e embelezamento dos Lugares Sagrados Bahá'ís na Terra Santa. Autor de um grande número de livros, o Guardião da Fé Bahá'í lançou uma série de planos mundiais de ensino e estabeleceu as bases para a eleição da Casa Universal de Justiça, suprema instituição eleita da Fé Bahá'í, designada por Bahá'u'lláh para legislar em assuntos não explicitamente revelados por Ele. Shoghi Effendi faleceu em 1957 na Inglaterra.

Em 1963 foi eleita a primeira Casa Universal de Justiça. Desde então, este órgão supremo da Fé Bahá'í tem guiado os assuntos da Comunidade Internacional Bahá'í.

Hoje, 1981, a Fé Bahá'í está estabelecida em mais de 111000 localidades, em 363 países e territórios, congregando representantes de mais de 1600 grupos étnicos.

Administração Bahá'í

A administração Bahá'í foi criada pelo próprio Bahá'u'lláh, que revelou seus princípios e apontou suas instituições. 'Abdu'l-Bahá, por Sua vez, como Intérprete Autorizado, definiu sua forma e estabeleceu suas bases. Coube ao Guardião, Shoghi Effendi, estabelecê-la definitivamente em escala mundial, colocando em funcionamento as instituições delineadas nos Escritos Sagrados de Bahá'u'lláh e 'Abdu'l-Bahá.

Não existe sacerdócio na Fé Bahá'í, nem qualquer tipo de profissionalismo religioso. A ordem administrativa é incorporada pelos próprios membros da comunidade, homens e mulheres das mais variadas profissões e atividades. O ascetismo, o monasticismo, a mendicância e a confissão de pecados são proibidos. Não há ninguém com autoridade individual sobre a comunidade, ou com o direito de perdoar em nome de Deus.

A base da administração são conselhos de 9 membros eleitos a nível local, nacional e internacional. As eleições são secretas e são totalmente proibidos quaisquer tipos de apontamento ou indicação de nomes. Também não existe nenhuma forma de candidatura, campanha eleitoral, partidos, facções ou chapas. No dia das eleições os Bahá'ís se reúnem e, após as orações, são preenchidos os votos. Todos os Bahá'ís com mais de 21 anos, independentemente de sua classe, raça ou educação, podem votar e ser votados. Os nove nomes que obtiverem o maior número de votos constituem o corpo administrativo em questão. Segundo o nível em que atuam, estes corpos denominam-se:

* Assembléia Espiritual Local: corpo administrativo de nove membros eleito anualmente em 21 de abril em toda cidade, vila ou distrito onde residem pelo menos nove Bahá'ís.

* Assembléia Espiritual Nacional: corpo administrativo de nove membros eleito anualmente em Convenção Nacional composta por representantes delegados pelas comunidades. Os delegados são eleitos previamente, em Convenções Regionais.

* Casa Universal de Justiça: corpo administrativo de nove membros eleito pelos membros de todas as Assembléias Espirituais Nacionais do mundo. Atualmente estas eleições, realizadas em Convenção Internacional, efetuam-se cada cinco anos.

Além das instituições eleitas, existem instituições nomeadas. Estas, ao contrário dos corpos eleitos, não possuem autoridade administrativa. Suas funções são eminentemente educacionais, dirigidas para o ensino e a proteção da Comunidade Bahá'í. Constituídas por elementos com profundo conhecimento da Fé Bahá'í, atuam como conselheiros, oferecendo sugestões e planos de ação. São elas:

* A Guardiania: suprema instituição nomeada. O Guardião da Fé Bahá'í, Shoghi Effendi Rabbani, faleceu em 1957 sem deixar sucessor. Sua nomeação havia sido feita por 'Abdu'l-Bahá, Intérprete Autorizado dos Ensinamentos Bahá'ís.

* As Mãos da Causa de Deus: pessoas apontadas por Bahá'u'lláh e Shoghi Effendi com as funções de ensino e proteção da Fé.

* Corpos Continentais de Conselheiros: compostos por pessoas apontadas pela Casa Universal de Justiça com as funções de ensino e proteção.

* Corpos Auxiliares: pessoas apontadas pelos Conselheiros Continentais e pelas Mãos da Causa de Deus para auxiliarem no trabalho de ensino e proteção.

Processo decisório

O processo decisório na administração Bahá'í tem como base o princípio da "Consulta". A Consulta é de extrema importância não apenas para as deliberações internas dos corpos administrativos, mas para qualquer outro assunto a ser analisado nas comunidades Bahá'ís. Na Consulta todos têm o direito de expor suas opiniões, idéias e sugestões, em espírito de completa sinceridade, amizade e desprendimento. A decisão da maioria, quando não há unanimidade, é acatada com espírito de total colaboração. Uma vez tomada a decisão pela maioria ela passa a ser a decisão de todos, sendo os Bahá'ís exortados a valorizarem mais o consenso do grupo do que a sua opinião própria, evitando o egoísmo e o egocentrismo.

Reuniões

Entre as diversas oportunidades de reunião de que dispõem as comunidades Bahá'ís, as "Festas de Dezenove Dias" representam uma ocasião especial. Realizadas no primeiro dia de cada mês Bahá'í (que tem 19 dias) constituem-se de três partes: devocional, administrativa e social. Na primeira, são lidas orações e seleções de Escritos Sagrados. Na segunda a Assembléia Local apresenta seus relatórios de secretaria e financeiro, e estimula os Bahá'ís à Consulta relacionada com as atividades locais. É a principal ocasião de contato entre a Assembléia e a comunidade pela qual é responsável. A terceira parte é dedicada à confraternização e ao entretenimento social.

Calendário

O Calendário Bahá'í inicia no ano de 1844 do Calendário Gregoriano, com a Declaração da Missão do Báb. O ano Bahá'í inicia no equinócio vernal, 21 de março, e é composto de 19 meses com 19 dias cada. Existem ainda 4 ou 5 "Dias Intercalares" que precedem o último mês do ano, durante o qual é realizado o jejum, com a abstenção de comidas e bebidas desde o nascer até o pôr do Sol. Existem nove dias sagrados anuais durante os quais o trabalho deve ser suspenso. São eles: o dia do Ano Novo (Náw-Rúz - 21 de março), Declaração da Missão do Báb (23 de maio), Nascimento de Bahá'u'lláh (12 de novembro), Nascimento do Báb (20 de outubro), Ascensão de Bahá'u'lláh (29 de maio), Martírio do Báb (9 de Julho), Declaração da Missão de Bahá'u'lláh (21 de abril), Nono dia do Festival do Ridvan (29 de abril) e Décimo segundo dia do Festival de Ridvan (2 de maio).

Alicerce financeiro

As atividades e iniciativas Bahá'ís a nível local, nacional e internacional são realizadas através de contribuições feitas pelos próprios seguidores da Fé. Essas contribuições são estritamente pessoais, confidenciais e voluntárias. Não são aceitas contribuições de não-Bahá'ís, sejam governos ou indivíduos, a não ser para fins filantrópicos. Cada Assembléia mantém controle dos gastos e a comunidade é informada, em todas as Festas de Dezenove Dias, da situação dos fundos e da destinação dos gastos.

Bábí, Fé

Religião independente fundada em 1844 na Pérsia, atual Irã, por Siyyid 'Ali-Muhammad (1819-1850), conhecido como o Báb ("A Porta"). O Báb proclamou ser o "Qá'im" (Aquele Que Se Levanta) cujo advento era aguardado pelo Islã xiita e a Quem caberia estabelecer a paz e a justiça no mundo inteiro. Trata-se da mesma promessa messiânica também existente no judaísmo, no cristianismo e nas demais religiões do mundo, do advento do "Reino de Deus na Terra". Apesar de se proclamar como o prometido Qá'im, Ele tomou o título de Báb, que, em árabe, significa Porta. Como tal título já fosse do conhecimento dos muçulmanos, por ter sido usado pelos mensageiros que faziam a comunicação entre o 12o Imã e os fiéis, alguns não compreenderam a verdadeira posição do Báb- a de Manifestante de Deus independente, assim como Moisés, Cristo e Maomé. Porém, como Ele próprio ensinou, o sentido deste título era que Ele era o Arauto de uma Manifestação ainda maior que em breve viria. A Ele cabia anunciar a iminente Revelação de "Aquele Que Deus Tornará Manifesto" ou "O Mestre Onipotente", que era como Ele denominava Aquele chamado, na Bíblia, de "Senhor dos Exércitos" e o "Espírito da Verdade", o "Buda Maitréia" do Budismo, o retorno do Imã Husayn ou a vinda do "Espírito de Deus" esperado pelos muçulmanos, enfim, o Manifestante de Deus que, segundo cada uma das religiões mundiais, unificaria a humanidade e estabeleceria uma nova era de justiça e fraternidade.

Antes da Manifestação do Báb, dois eminentes sacerdotes muçulmanos, altamente respeitados em toda a Pérsia, Shaykh Ahmad-i-Ahsá'í (1743-1834) e, depois dele, Siyyid Kázim-i-Rashtí (1793-1843), proclamaram o advento próximo do Qá'im, assim como João Batista anunciara a vinda do Messias de Israel. Ambos ensinavam, contrariando a opinião prevalecente, que as profecias do Alcorão tinham sentido simbólico e que já tinham sido cumpridas. Seus seguidores, conhecidos como Shaykhís, espalharam-se por toda a Pérsia em busca do Prometido que, segundo eles, já se encontrava em seu meio. Foi para um desses discípulos, Mullá Husayn-i-Bushrú'í, que o Báb proclamou, em 23 de Maio de 1844, na cidade de Shíráz, onde exercia a profissão de comerciante, ser o Prometido Qá'im. Mais dezessete pessoas vieram a reconhecer a Missão do Báb antes que Ele a proclamasse publicamente. A elas, juntamente com Mullá Husayn, o Báb chamou de "As Letras do Vivente".

A Mensagem do Báb causou grande impacto em toda a Pérsia. A fama de Sua sabedoria e capacidade se espalharam por todo o país. A majestade de Sua Revelação, capaz de compor em dois dias e duas noites um livro igual ao Alcorão, revelado por Maomé durante 23 anos, causou assombro e admiração aos mais eruditos muçulmanos do Seu tempo. Pessoas de todos os níveis prestaram sua lealdade à Causa Bábí. Alguns dos mais proeminentes sacerdotes e sábios da Pérsia, inclusive o enviado do Xá encarregado de investigar a reivindicação do Báb, aceitaram Sua Mensagem.

Tal repercussão fez com que o Báb, Seus seguidores e Sua Mensagem começassem a ser severamente perseguidos por grupos mais ortodoxos dentre o Islã xiita. Finalmente, quando a grandeza do Báb ficou comprovada pela total devoção que o governador de Isfahán, Manúchihr Khán, veio a Lhe dedicar, o próprio Xá convidou o Báb para a capital, Teerã, onde deveria expor Sua Causa ante a presença do soberano. O primeiro ministro, Hájí Mirza Áqásí, temeroso de que o Xá pudesse aceitar a Mensagem do Báb, conseguiu fazer com que Ele fosse conduzido para o Forte de Máh-Kú, onde ficou aprisionado nove meses. O povo da cidade, bem como o responsável pela prisão, 'Ali Khán, que no início eram extremamente hostis, passaram a dedicar grande respeito e amor ao Báb. Ao contrário do que fora ordenado, os peregrinos passaram a poder ver o Báb, e as portas da prisão permaneciam sempre abertas. Informado da situação, o primeiro ministro ordenou que o Báb fosse transferido para a prisão de Chihríq em abril de 1848. Ali, ainda mais do que em Máh-Kú, o ódio inicial transformou-se em total devoção. Eminentes Siyyids (descendentes de Maomé), distintos ulemás (doutores na Lei Islâmica) e mesmo oficiais do governo estavam entre os que passaram a defender a Causa do Báb. Todos os dias multidões se reuniam para escutar Suas palavras.

Durante o aprisionamento do Báb em Chihríq, alguns de Seus mais eminentes seguidores, reunidos em Badasht, estabeleceram definitivamente o rompimento com as leis da Revelação passada, de Maomé.

A perseguição aos seguidores do Báb tornou-se cada vez mais violenta. Mulheres e crianças eram raptadas e mortas, famílias eram torturadas e toda a comunidade perseguida e ameaçada. Em Shaykh Tabarsí, Nayriz, Zanján e na própria capital Teerã, centenas de Bábís foram perseguidos e mortos. Incapazes de pedir ou receber conselhos de Seu Mestre, defenderam-se, conforme era permitido pela lei muçulmana, com o uso de armas.

Finalmente, desejoso de por um fim à Causa Bábí, o governo levou o Báb para Tabríz, onde foi executado em 9 de Julho de 1850. Tornou-se famoso este acontecimento, registrado inclusive por observadores ocidentais, e presenciado por milhares de pessoas. O Báb foi suspenso por cordas juntamente com um discípulo amarrado junto a Ele. O pelotão de fuzilamento, composto de 750 soldados, disparou em três grupos sucessivos. Quando a fumaça se dissipou o Báb não estava mais no local e Seu seguidor se encontrava de pé, ileso, liberto das cordas que haviam sido estraçalhadas pelas balas. O Báb foi encontrado nas proximidades, dando algumas instruções para Seu secretário. Ao ser interpelado, sentenciou que só naquele momento Sua Missão havia sido cumprida e que poderiam, portanto, levar a cabo a execução. Assim, um novo batalhão de fuzilamento teve de ser recrutado, pois o primeiro debandara, recusando-se a prosseguir com a execução. Com a segunda tentativa a vida do Báb chegou ao fim.

Nas perseguições dirigidas contra os Bábís, após o martírio do Báb, mais de 20000 pessoas foram brutalmente martirizadas. Bahá'u'lláh, que havia sido um dos mais eminentes de Seus seguidores, foi exilado para Baghdád onde, em 1863, proclamou ser "Aquele Que Deus Tornará Manifesto", o prometido pelo Báb. A grande maioria dos Bábís aceitou a Manifestação de Bahá'u'lláh, tornando-se conhecidos por Bahá'ís. Do pequeno grupo que não abraçou a nova Revelação, alguns se dispersaram e outros, conhecidos como Azalís, reuniram-se temporariamente sob a liderança de Mirza Yahyá, conhecido por Subh-i-Azal.

O Báb ensinou que todas as religiões são reveladas por Deus, em etapas sucessivas, conforme as condições e necessidades da humanidade. Estabeleceu a igualdade entre homens e mulheres e proclamou o advento de um novo ciclo de maturidade humana, que seria instituído por Bahá'u'lláh. Exortou Seus seguidores a distinguirem-se pela cortesia e pelo amor fraternal para com todos os povos e todas as religiões. Uma parte importante de Seus ensinamentos foi dedicada ao esclarecimento de antigas noções como Ressurreição, paraíso e inferno, etc. O Báb demonstrou que estas palavras deviam ser entendidas de uma forma simbólica, espiritual, e não literalmente. Entre Seus volumosos escritos, destaca-se o "Bayán" como o mais sagrado livro da Revelação Bábí.

Bahá'u'lláh

Mirza Husayn 'Ali (1817-1892), conhecido como Bahá'u'lláh ("A Glória de Deus") foi o Fundador da Fé Bahá'í. Nasceu em Teerã, em 12 de Novembro de 1817. Descendente dos reis sassânidas da Pérsia, a família de Bahá'u'lláh era muito influente e Seu pai ocupava o cargo de vizir, ou Ministro do Estado, na corte do Xá. De acordo com relatos escritos sobre Sua infância, Bahá'u'lláh nunca freqüentou a escola e os poucos ensinamentos que recebeu Lhe foram ministrados no próprio lar. Desde pequeno demonstrava um grande conhecimento, a ponto de torná-Lo alvo de admiração dos demais ministros e outras pessoas da corte. Quando jovem, tornou-Se famoso por Sua sabedoria e conhecimento, e Suas explanações sobre intrincadas questões religiosas causavam o assombro dos mais eminentes sacerdotes muçulmanos. Aos 22 anos, tendo falecido Seu pai, o governo persa desejou que Bahá'u'lláh ocupasse o cargo de ministro, mas Ele recusou a oferta.

Cinco anos mais tarde, Bahá'u'lláh ouviu falar dos ensinamentos de um jovem Siyyid (descendente de Maomé) que se intitulava o Báb ("A Porta"). Este jovem proclamava ser a nova "Manifestação de Deus" que Maomé havia prometido. Além de fundar uma nova religião, o Báb dizia que Sua Missão mais importante era anunciar o breve aparecimento de um Manifestante de Deus ainda maior do que Ele. Este prometido do Báb- "Aquele Que Deus Tornará Manifesto"- seria o "Prometido de todas as religiões", e estabeleceria, definitivamente, a unidade e a paz mundiais.

Bahá'u'lláh abraçou imediatamente a Causa do Báb, e, abandonando fama e fortuna, sofreu as perseguições que foram impostas aos Bábís pelo governo e pelos sacerdotes muçulmanos. Logo se tornou um dos mais amados e respeitados expoentes da Fé Bábí. Após o martírio do Báb, em 9 de julho de 1850, Bahá'u'lláh foi novamente aprisionado e torturado com a bastonada. O terceiro aprisionamento, que durou quatro meses, foi no terrível "Fosso Negro", uma prisão subterrânea em Teerã. Este aprisionamento de Bahá'u'lláh, em 1852, bem como a sucessiva onda de terror imposta pelo governo, que causou o martírio de mais de 20000 Bábís, foi conseqüência de um atentado contra a vida do Xá realizado por um seguidor do Báb que enlouquecera devido ao Seu martírio. Apesar de Bahá'u'lláh nada saber a respeito do fato, o que ficou provado nas cortes islâmicas, os sacerdotes convenceram o governo a aprisioná-Lo.

Enquanto estava confinado naquele infesto local, Bahá'u'lláh recebeu a Revelação Divina, e tornou-se consciente de Sua Missão futura.

Ao sair da prisão, Bahá'u'lláh foi exilado para Baghdád, no então Império Otomano (hoje Iraque). Foi no Jardim de Ridvan, nas cercanias de Baghdád que, em 1863, Bahá'u'lláh proclamou ser o Grande Manifestante de Deus prometido pelo Báb- "Aquele Que Deus Tornará Manifesto", "Aquele Esperado por Todas as Religiões", que instituiria o "Reino de Deus na Terra".

Imediatamente após a declaração pública, Bahá'u'lláh e Sua família e alguns seguidores foram exilados outra vez, agora para Constantinopla, onde permaneceriam quatro meses. Dali, novo exílio os levou a Adrianópolis, sede do Império Turco, onde ficariam quatro anos e meio. Nesta cidade, Bahá'u'lláh iniciou a proclamação de Sua Missão às principais coroas da Europa e da Ásia, ao papa, bem como aos presidentes das repúblicas americanas e aos sacerdotes cristãos, zoroastrianos, judeus e muçulmanos, coletivamente. Estas epístolas, escritas por volta de 1868, tornaram-se conhecidas como as "Cartas aos Reis". Nelas, Bahá'u'lláh exortava os governantes ao estabelecimento da concórdia e da unidade mundiais. Alertava-os para as graves conseqüências da tirania e do despotismo e anunciava claramente a Nova revelação de Deus.

A grande maioria dos Bábís abraçou a nova Manifestação, tornando-se conhecidos como Bahá'ís. Trata-se de um exemplo único na história da humanidade- no qual a quase totalidade dos seguidores da religião anterior aceitou o novo Profeta e a nova Revelação.

A pequena minoria de Bábís que não reconheceu "Aquele Que Deus Tornará Manifesto" reuniu-se em torno de um meio-irmão de Bahá'u'lláh, Mirza Yahyá, conhecido como Subh-i-Azal. Este, motivado pela inveja, com o auxílio de seus seguidores, convenceu o governo turco a exilar Bahá'u'lláh para a cidade fortificada de 'Akká (Acre) na Palestina, então tida como a pior prisão do vasto Império Turco-Otomano. Mirza Yahyá, no entanto, vítima de suas próprias intrigas, foi exilado para Chipre, abandonado também por aqueles que, por algum tempo, se denominaram Azalís.

Em 'Akká, por quase dois anos, Bahá'u'lláh ficou encarcerado com Sua família e alguns discípulos no quartel da cidade, transformado em prisão. Nesta época, vários discípulos, bem como o filho mais moço de Bahá'u'lláh, vieram a falecer. A requisição do quartel pelo exército turco permitiu que os prisioneiros fossem viver em casas, se bem que ainda dentro dos muros da cidade. Este confinamento em 'Akká durou o todo nove anos. Durante esta época foi revelado o Kitáb-i-Aqdas, "O Mais Sagrado Livro", que contém as Leis da Revelação Bahá'í.

Apesar de ainda ser considerado um prisioneiro pelo governo central, Bahá'u'lláh veio a ser grandemente respeitado pelas autoridades governamentais e eclesiásticas de 'Akká e, a pedido delas, passou os últimos anos de Sua vida em Bahjí, uma residência próxima da cidade-prisão, até vir a falecer em 29 de maio de 1892.

Em 40 anos de aprisionamento e exílio, Bahá'u'lláh escreveu mais de 100 obras que hoje são preservadas nos Arquivos Internacionais da Fé Bahá'í, e seu Centro Mundial no Monte Carmelo, Haifa, Israel. Nestas obras são encontrados os ensinamentos que guiam a Comunidade Internacional Bahá'í, hoje (1981) estabelecida em mais de 100000 localidades do mundo e congregando mais de 1600 grupos étnicos. A igualdade entre os homens e as mulheres; a harmonia entre a ciência e a religião; a eliminação de todos os preconceitos: religiosos, raciais, nacionalistas e sociais; a necessidade da unidade mundial, com um estado federativo de todas as nações; um idioma internacional auxiliar; a proteção da diversidade cultural; a eliminação dos extremos de pobreza e riqueza e a independente investigação da verdade, livre de tradições e preconceitos, são alguns destes ensinamentos. Mas, acima de tudo, distingue-se acima de tudo a inequívoca afirmação de Bahá'u'lláh sobre a unicidade de Deus, a unicidade da religião e a unicidade da humanidade. Há apenas um Deus, incognoscível, que revela Sua Palavra à humanidade através de Profetas ou Manifestantes de Deus. Todas as religiões estabelecidas por Ele são complementares e representam estágios na evolução espiritual da humanidade, revelados de acordo com os requisitos de cada época. Toda a humanidade foi criada pelo mesmo e único Deus, e as diferenças entre os povos não devem ser motivo de divisão e antagonismo. "A Terra é um só país; e os seres humanos, seus cidadãos"- é a afirmação de Bahá'u'lláh.

Os Bahá'ís reconhecem Bahá'u'lláh como a mais recente Manifestação de Deus ao homem, cujo advento cumpriu as profecias de todas as religiões: de um tempo em que seria estabelecida a paz e a unidade entre os povos- o "Reino de Deus na Terra". Bahá'u'lláh não é colocado acima de qualquer Manifestante do passado, como Krishna, Zoroastro, Buda, Moisés, Cristo, Maomé e Báb. Tampouco Sua Revelação é tida como a última. Futuras Manifestações de Deus se sucederão, continuando o eterno processo de educação espiritual da humanidade.

'Abdu'l-Bahá

'Abbás Effendi (1844-1921), que mais tarde adotou o título de 'Abdu'l-Bahá (O Servo da Glória), foi o filho mais velho de Bahá'u'lláh, A Glória de Deus (1817-1892), Fundador da Fé Bahá'í.

Antes de falecer, Bahá'u'lláh designou 'Abdu'l-Bahá como o único "Intérprete Autorizado" de Seus ensinamentos, o "Centro do Convênio", ao qual todos os Bahá'ís deveriam se voltar para guia e orientação. A função de 'Abdu'l-Bahá como líder da comunidade Bahá'í e Intérprete dos ensinamentos de Bahá'u'lláh foi alvo de oposição por parte de alguns parentes e outras pessoas, mas, graças a Sua explícita nomeação por Bahá'u'lláh, cuja autoridade era reverenciada, 'Abdu'l-Bahá foi capaz de vencer as intrigas que durante algum tempo dificultaram Seu trabalho. Graças às Suas incessantes exortações, orientações e apoio, a unidade da comunidade Bahá'í foi mantida, isenta de qualquer sectarismo ou divisão. Também graças à Sua atuação, a Fé Bahá'í foi pela primeira vez amplamente difundida no ocidente, onde já contava com alguns seguidores.

'Abdu'l-Bahá acompanhou de perto todos os sofrimentos do Pai, estando sempre a Seu lado nos 40 anos de cativeiro durante os quais foram sujeitados a quatro exílios. Em 'Akká, destino final dos sucessivos aprisionamentos, 'Abdu'l-Bahá dedicou-se integralmente ao cuidado dos assuntos da comunidade Bahá'í, servindo de intermediário entre Bahá'u'lláh e o mundo, desta forma permitindo a Seu Pai dedicar-se totalmente à Revelação das Sagradas Escrituras Bahá'ís. Durante este período Bahá'u'lláh compôs alguns dos mais importantes textos sagrados da Fé, inclusive a epístola ao Papa e o Kitáb-i-Aqdas, "O Livro Mais Sagrado" da Revelação Bahá'í, repositório de Suas Leis.

Quando a Revolta dos Jovens Turcos, em 1908, restituiu a constituição ao Império Turco e libertou todos os prisioneiros religiosos (entre eles 'Abdu'l-Bahá) e políticos, uma nova etapa da história Bahá'í seria iniciada. 'Abdu'l-Bahá, que, durante os anos de aprisionamento havia realizado tão grandes tarefas como a construção do Santuário do Báb no Monte Carmelo, a construção do primeiro Templo Bahá'í, no Turquestão russo e a coordenação dos interesses de uma comunidade que circundava o globo, agora, em liberdade, empreenderia uma série de longas viagens pelo Ocidente, durante as quais a Mensagem de Bahá'u'lláh foi pela primeira vez grandemente divulgada pelos órgãos de informação pública e apresentada a grandes platéias.

Entre agosto de 1909 e agosto de 1911 'Abdu'l-Bahá viveu no Egito, permanência que foi prolongada devido à Sua saúde bastante debilitada. Uma vez recuperado, partiu, em agosto de 1911, para Sua primeira viagem de ensino à Europa, visitando a Inglaterra e a França. Regressou ao Egito em dezembro de 1911, depois de um imenso trabalho de divulgação da Fé, em que realizava até três palestras diárias. Em 11 de Abril de 1912, 'Abdu'l-Bahá chegou em Nova Iorque para uma estada de nove meses, durante a qual visitaria os Estados Unidos, de costa a costa, e o Canadá, realizando uma proclamação como até então jamais fora feita. Foi recebido com honrarias por altas autoridades civis, militares e religiosas, fez palestras em sinagogas e igrejas proclamando a unidade de todas as religiões e a paz mundial; conviveu com os pobres e necessitados e abriu uma nova perspectiva de mundo para os que O ouviram. Em dezembro de 1912 partiu mais uma vez para a Europa onde, com uma repercussão ainda maior do que da primeira vez, divulgou a Mensagem de Deus transmitida por Bahá'u'lláh. Visitou a Inglaterra, França, Alemanha, Áustria e Hungria. Em dezembro de 1913 voltou à Terra Santa, onde veio a falecer em 28 de novembro de 1921, tendo, em 1920, recebido o título de "Cavalheiro do Império Britânico" por Seus serviços em prol da paz e da fraternidade entre os povos.

Em Sua "Última Vontade e Testamento", 'Abdu'l-Bahá nomeou Seu neto, Shoghi Effendi Rabbani, o "Guardião da Causa de Deus" a quem conferia a continuação do trabalho de interpretação dos ensinamentos e de guia da comunidade Bahá'í. Graças também a este Testamento a ordem administrativa criada por Bahá'u'lláh foi claramente apresentada e seus princípios e mecanismos foram definidos.

'Abdu'l-Bahá deixou um legado de vários livros e milhares de epístolas (mais de 16000) que, junto com os Escritos do Báb e de Bahá'u'lláh, constituem a Literatura Sagrada da Fé Bahá'í. Está sepultado no Santuário do Báb, no Monte Carmelo, Haifa Israel.

Errata
A posição do Báb

A posição do Báb e da Fé Bábí foi, muitas vezes, alvo de confusão. Nem sempre o Báb foi reconhecido como um Manifestante de Deus e a Fé Bábí como uma religião independente.

A origem destas confusões pode ser encontrada em antigas tradições islâmicas referentes ao aparecimento do Qá'im, o Prometido por Maomé ao povo muçulmano, e na falta de perspectiva histórica dos estudiosos da época em que nasceu a Fé Bábí.

A Fé Bábí foi algumas vezes tomada por uma seita do Islamismo e o Báb, considerado um reformador dos princípios islâmicos.

Na verdade, porém, o Báb foi um Manifestante de Deus independente, como Buda, Maomé, Cristo, Krishna, Zoroastro, Moisés e Bahá'u'lláh. Como todo Manifestante, portanto, o Báb transmitiu conceitos e determinações que diferiam da religião anterior, no caso o Islamismo. Isso se deu, porém, não com o intuito de "reformar" a Revelação passada, mas sim devido ao fato de que uma nova revelação estava sendo transmitida, com novos ensinamentos adaptados para as novas necessidades da época. A posição do Báb, portanto, não era de um "Reformador" dentro do Islamismo, como seria Martin Luther na história do Cristianismo, mas sim de um Manifestante de Deus, de Revelador de uma nova religião mundial.

A Fé Bábí, apesar de ser seguida logo pela Fé Bahá'í, foi uma religião independente, com um Fundador e Escritura próprios, e não uma seita do Islamismo.

A Fé Bahá'í também não nasceu da Fé Bábí, mas sucedeu-a no tempo, sendo uma nova Revelação Divina.

O Báb, porém, apesar de ser um Manifestante de Deus e de ter fundado uma religião independente, agiu, durante Sua Revelação, assim como João Batista em relação a Cristo: o Báb anunciou a Manifestação de Bahá'u'lláh. Assim, além de ter sido o Revelador de uma nova religião, o Báb foi o Arauto da Fé Bahá'í. Devido a este duplo papel é que, muitas vezes, Ele e Sua Revelação foram alvo de equívocos.

A relação entre as religiões

A história de uma nova religião, de uma nova Revelação Divina, começa, inevitavelmente, com a religião anterior. Quando o Profeta ou Manifestante de Deus proclama a nova Revelação, Ele se encontra envolvido pelo ambiente religioso da Revelação passada, e muitos de Seus ensinamentos e exortações são emitidos tendo por base o conhecimento já difundido pela religião precedente. Isto não significa, no entanto, que Ele derive Seus ensinamentos daquela mensagem anterior, nem que Sua intenção seja transformar a religião anterior.

Uma religião segue à outra, nasce depois de outra, mas nunca deriva de outra ou reforma a anterior.

Segundo o conceito da Fé Bahá'í, e de todas as grandes religiões mundiais reveladas, o Profeta ou Manifestante de Deus não se inspira nos ensinamentos das religiões anteriores ou em quaisquer sistemas ou doutrinas existentes no Seu tempo. Seus ensinamentos são transmitidos diretamente por Deus, estando independentes de tudo o que havia sido decretado ou estabelecido no passado. Assim, não se pode dizer que Cristo tenha se inspirado nos Profetas de Israel, que há séculos já haviam falado em "amar aos outros como a si mesmo", como não é certo dizer que o Báb se tenha inspirado na Bíblia e no Alcorão. É lógico que, sendo todos os Manifestantes de Deus enviados por um mesmo e único Deus, muitas das verdades por Eles transmitidas são idênticas. As duas esferas da religião- a espiritual e a social- caracterizam bem as semelhanças e diferenças. Na sua esfera espiritual, todas as religiões mundiais são semelhantes- o Hinduísmo, há cerca de 5000 anos, já falava em perdão, amor, justiça e fé nos mesmos moldes que o Judaísmo, o Cristianismo ou o Islamismo. Isto não significa que Moisés, Cristo ou Maomé tenham buscado nele Seus ensinamentos. Trata-se apenas da renovação da mensagem eterna de Deus. Por outro lado, a esfera social da religião, com suas doutrinas, práticas e leis, sofre constantes modificações, de acordo com os requisitos da época em que surge.

Assim, por exemplo, o fato de o Báb ter freqüentado as reuniões e escutado as explanações de Siyyid Kázim-i-Rashtí, e ter tomado conhecimento dos ensinamentos de Shaykh Ahmad, não significa que tenha deles derivado Seu conhecimento e Seus princípios; da mesma forma como não é certo dizer que Cristo, por freqüentar a sinagoga e dialogar com os sacerdotes judeus, ou por saber o que João Batista proclamava, tivesse dessa forma elaborado Sua doutrina. Uma Revelação Divina é um acontecimento único e independente de todos os padrões e preceitos da época, tanto daqueles que ela revalida quanto dos que ab-roga. Portanto, nenhum Manifestante de Deus imita, reforma ou aprimora a religião anterior. Ele traz, simplesmente, uma nova Revelação, adaptada para as novas circunstâncias.

Religião e seita

Uma religião é a transmissão de uma Mensagem de Deus à humanidade. Caracteriza-se por apresentar, sempre, um Profeta ou Manifestante de Deus e um Livro Sagrado. Uma religião introduz uma nova civilização. Uma seita é uma divisão dentro da religião. As seitas diferem entre si em aspectos interpretativos da Mensagem Profética. Porém, as seitas de uma religião continuam acatando o mesmo Manifestante de Deus e o mesmo Livro Sagrado. Apenas uma religião introduz um novo Profeta e um novo Livro.

As referências feitas à Fé Bábí e à Fé Bahá'í como seitas são totalmente incorretas, pelos motivos apresentados acima. O famoso historiador Arnold Toynbee confirma que: "A Fé Bahá'í é, sem dúvida alguma, uma religião; a Fé Bahá'í é uma religião independente a par com o Islamismo, o Cristianismo e as outras religiões mundiais. A Fé Bahá'í não é uma seita derivada de alguma outra religião; é uma religião independente e tem a mesma posição que as demais religiões conhecidas."

Além disso, a Fé Bahá'í é a única religião que não está dividida em seitas.

(Vide: A Relação entre as Religiões.)
Livros sagrados

Uma nova Revelação sempre traz um novo Livro Sagrado. O fato de este Livro falar em coisas que outros Livros Sagrados já haviam transmitido não significa que seja uma cópia deles ou sequer inspirado neles. É apenas natural que, sendo todos os Livros Sagrados revelados pelo único e mesmo Deus, Suas exortações espirituais sejam encontradas em todos eles e, sendo elas eternas, sempre sejam expressas de uma maneira semelhante. Além disso, os Livros Sagrados, muitas vezes, recontam histórias do passado, como exemplos de vivência correta ou errada, de forma bastante semelhante. Isto não significa que tenham se inspirado uns nos outros, mas sim que estão relatando um mesmo fato e, portanto, não podem haver distinções essenciais entre Seus relatos.

Outros sinais demonstram a independência entre os Livros Sagrados como sejam: a linguagem cada vez mais poderosa a cada nova Revelação e o volume cada vez maior de seus conteúdos.

Não é correto, pois, afirmar que os Escritos Sagrados da Fé Bahá'í sejam "cópias" ou "mesclas" de quaisquer escrituras do passado. O Báb e Bahá'u'lláh revelaram centenas de volumes e foram capazes de compor volumes como o do Alcorão, transmitido a Maomé durante 23 anos, no espaço de dois dias e duas noites. Tal fato, historicamente registrado, bastaria para mostrar a independência destes Manifestantes, na composição de Seus Livros, em relação às Escrituras do passado.

Deus é uno

Todas as grandes religiões reveladas, não apenas a Fé Bahá'í, afirmam categoricamente que há apenas um Deus e que Ele está muito além da capacidade de compreensão dos homens. Todas as coisas foram criadas por Ele, emanando de Seu Ser, mas não sendo parte dEle. Ele está exaltado acima de todas as coisas por Ele criadas e eternamente permanecerá o Independente, o que Subsiste por Si Próprio. Portanto o panteísmo não é um conceito verdadeiro na opinião das religiões e é totalmente absurdo afirmar que os ensinamentos do Báb, de Bahá'u'lláh ou de Cristo ou Maomé sejam panteístas.

Ecletismo, sincretismo

O fato de a Fé Bahá'í ter como postulado básico a aceitação de todas as religiões reveladas e a livre investigação da verdade não deve ser confundido com qualquer manifestação de ecletismo ou sincretismo. Os Bahá'ís seguem normas e princípios bastante distintos das revelações do passado, todos transmitidos por Bahá'u'lláh em Seus Escritos Sagrados. A administração Bahá'í é totalmente inovadora em seus conceitos, seus mecanismos e seus procedimentos. O fato de Bahá'u'lláh proibir o sacerdócio e os rituais elaborados pelos homens não deve ser entendido como uma "eliminação de elementos negativos" de outras Revelações, mas sim como requisitos de uma era de maturidade nunca antes conhecida pela humanidade.

O princípio que liga todas as religiões é a unidade e não o ecletismo. Há apenas um Deus e todas as religiões são transmitidas por Ele à humanidade. O reconhecimento deste fato implica unidade.

O papel de 'Abdu'l-Bahá

Como Intérprete Autorizado dos Ensinamentos Bahá'ís, 'Abdu'l-Bahá desempenhou uma importante missão dentro da história Bahá'í. Graças à posição concedida a Ele por Bahá'u'lláh, a possibilidade da formação de seitas na Fé foi eliminada.

Apenas as interpretações feitas por Ele e pelo Guardião, que recebeu dEle a continuidade da tarefa, são autoritativas, impedindo a divisão e o sectarismo. Porém, por mais destacada que tenha sido a posição de 'Abdu'l-Bahá, é totalmente errado dizer que Ele tenha "transformado" ou "aprimorado" a Revelação de Bahá'u'lláh. Seu papel foi de Expositor e Intérprete de ensinamentos que já se achavam estabelecidos por Bahá'u'lláh, nas centenas de obras que escreveu. 'Abdu'l-Bahá, através de Suas viagens ao Ocidente, pôde demonstrar o caráter universal da Mensagem de Bahá'u'lláh, mas de forma alguma foi Ele quem lhe concedeu este caráter. Ele, 'Abdu'l-Bahá, apenas apresentou ao mundo o que jazia oculto nos ensinamentos Bahá'ís. Jamais modificou a base da Mensagem de Bahá'u'lláh, apenas apresentou-a em sua plenitude.

Grafias, significados, datas

São fornecidas a seguir as transliterações dos nomes persas e árabes, assim como utilizadas na literatura Bahá'í em todo o Ocidente, segundo determinação do Guardião da Fé emitida em 1923.

'Abdu'l-'Azíz (1830-1876) - Sultão da Turquia entre 1861-1876

'Abdu'l-Bahá (1844-1921) - "O Servo da Glória." Título de 'Abbás Effendi, filho mais velho de Bahá'u'lláh. Intérprete dos ensinamentos Bahá'ís e Exemplar da vida Bahá'í. Centro do Convênio de Bahá'u'lláh.

'Abdu'l-Hamíd II (1842-1918) - Sultão da Turquia de 1876 até ser deposto em 1909.

'Akká - cidade prisão ao norte do Monte Carmelo, Israel, onde Bahá'u'lláh esteve aprisionado 9 anos. Chamada São João d'Acre pelos cruzados.

Báb ("A Porta" - 1819-1850)- Título de Siyyid 'Ali-Muhammad, Profeta-Precursor da Fé Bahá'í. Nasceu em Shiráz em 20 de outubro de 1919 e foi martirizado em Tabríz em 9 de julho de 1850.

Mirza Yahyá - Meio-irmão de Bahá'u'lláh que se colocou como líder da Comunidade Bábí depois da morte do Báb. Tentou impedir o reconhecimento de Bahá'u'lláh como o Prometido pelo Báb. Morreu em Chipre, exilado e abandonado.

Mullá - Sacerdote maometano, teólogo, juiz.
Mullá Husayn - O primeiro discípulo do Báb.

Qá'im - "Aquele Que Se Levanta". O Báb. Manifestação de Deus aguardada pelos muçulmanos.

Ridvan (Paraíso) - O mais sagrado e mais significativo festival Bahá'í, que comemora a Declaração da Missão de Bahá'u'lláh em 1863. Período de 21 de abril a 2 de maio, que é celebrado anualmente.

Shaykh Ahmad-i-Ahsá'í - Erudito persa, fundador da escola Shaykhí, que, antes da Manifestação do Báb e de Bahá'u'lláh, difundiu pela Pérsia o anúncio de que em breve Deus enviaria dois Mensageiros.

Shaykh Tabarsí - Santuário, transformado em fortaleza, onde 313 Bábís resistiram ao ataque do exército persa entre 12 de outubro de 1848 a 9 de maio de 1849.

Shaykhí - escola fundada por Shaykh Ahmad-i-Ahsá'í. Entre suas doutrinas destacava-se o anúncio do eminente advento de duas Manifestações de Deus.

Shíráz - Cidade no sul da Pérsia onde o Báb declarou Sua Missão em 23 de Maio de 1844.

Shoghi Effendi Rabbani (1897-1957) - Guardião da Fé Bahá'í, neto mais velho de 'Abdu'l-Bahá e apontado por Ele em Sua Última Vontade e Testamento como "Guardião da Causa de Deus", o intérprete autorizado dos ensinamentos Bahá'ís. Exerceu a Guardiania de 1921 até seu falecimento.

Siyyid - Descendente do Profeta Maomé. A palavra significa Senhor, Chefe, Príncipe.

Siyyid-i- Báb - Nome pelo qual o povo da Pérsia chamava o Báb.

Siyyid 'Ali-Muhammad (1819-1850) - Nome do Báb. Profeta-Fundador da Revelação Bábí e Precursor da Revelação Bahá'í.

Siyyid Kázim-i-Rashtí - Continuador das exposições de Shaykh Ahmad-i-Ahsá'í quanto ao anúncio da vinda do Báb e Bahá'u'lláh.

Subh-i-Azal (Alvorecer da Eternidade) - Mirza Yahyá.

Tabríz - Cidade no noroeste da Pérsia onde o Báb foi martirizado em 9 de julho de 1850.

Datas e eventos
1817, 12 de novembro - Nascimento de Bahá'u'lláh.
1819, 20 de outubro - Nascimento do Báb.

1844, 23 de Maio - Declaração do Báb; Nascimento de 'Abdu'l-Bahá.

1848, junho/julho - Conferência de Badasht.
1850, 9 de julho - Martírio do Báb.

1852, 16 de agosto a 1853, dezembro- Bahá'u'lláh fica aprisionado no "Poço Negro", o calabouço subterrâneo em Teerã, e ali receber a Revelação de Sua futura Missão.

1853, 12 de janeiro - Bahá'u'lláh deixa Teerã, exilado para Baghdád.

1853, 8 de abril a 1863- Período do Exílio de Bahá'u'lláh em Baghdád, incluindo os dois anos em que passou nas montanhas do Kurdistão (1854, 10 de abril a 1856, 19 de março).

1863, 21 de abril a 2 de maio - Período em que Bahá'u'lláh passa no Jardim de Ridvan, antes de ser levado para Constantinopla, e durante o qual proclamou publicamente Sua Missão Profética (em 21 de abril).

1863, 3 de maio - Bahá'u'lláh deixa Baghdád, exilado para Constantinopla, onde chega em 16 de agosto de 1863 e onde permanece 4 meses, sendo então novamente exilado, agora para Adrianópolis.

1863, 12 de dezembro - Bahá'u'lláh chega em Adrianópolis.

1868, 12 de agosto - Bahá'u'lláh e Sua família são exilados para 'Akká, na Palestina, lá chegando no último dia do mês. Durante 9 anos Bahá'u'lláh esteve aprisionado dentro das muralhas da cidade, incluindo 2 anos em uma cela de prisão.

1873 - É completado o Kitáb-i-Aqdas ("O Livro Mais Sagrado"), onde Bahá'u'lláh expõe as leis da Revelação Bahá'í.

1877 - Bahá'u'lláh deixa a cidade de 'Akká e, ainda considerado um prisioneiro, vai residir em Mazra'ih.

1879, setembro - Bahá'u'lláh muda-se para Bahjí, onde passa os Seus últimos anos.

1892, 29 de maio - Ascensão de Bahá'u'lláh.
1897, 1 de março - Nascimento de Shoghi Effendi.

1908, julho - Revolta dos Jovens Turcos. A constituição é restaurada e todos os prisioneiros religiosos, entre eles 'Abdu'l-Bahá, e políticos foram liberados.

1909, agosto a 1911, agosto - 'Abdu'l-Bahá viaja ao Egito e lá divulga a Fé de Bahá'u'lláh.

1911, 11 de agosto - 'Abdu'l-Bahá parte para a Europa.

1911, 4 de setembro - 'Abdu'l-Bahá chega em Londres para Sua primeira visita à Europa. Por três meses divulga a Mensagem de Bahá'u'lláh em Londres, Bristol e Paris.

1911, 2 de dezembro - 'Abdu'l-Bahá volta ao Egito, onde passa o inverno.

1912, 11 de abril - 'Abdu'l-Bahá chega em Nova Iorque para uma estada de 9 meses durante a qual percorreu os Estados Unidos de costa a costa, além de visitar o Canadá.

1912, 5 de dezembro - 'Abdu'l-Bahá parte para a Europa.

1912, 13 de dezembro - 'Abdu'l-Bahá chega em Londres para uma Segunda visita à Inglaterra e, em seguida, à França. Também visitaria Stuttgart, na Alemanha, Viena, na Áustria, Budapeste, na Hungria, entre outras cidades nas quais ficou por apenas um ou dois dias.

1913, 13 de junho - 'Abdu'l-Bahá parte em direção ao Egito, encerrando Suas históricas viagens ao Ocidente, durante as quais a Fé Bahá'í foi apresentada em grandes encontros com todos os níveis da sociedade e proclamada intensamente pela imprensa americana e européia.

1913, 5 de dezembro - 'Abdu'l-Bahá volta à Terra Santa.

1921, 28 de novembro - Falecimento de 'Abdu'l-Bahá.

1922, 16 de janeiro - Anunciada a nomeação de Shoghi Effendi como "Guardião da Causa de Deus", no Testamento de 'Abdu'l-Bahá.

1957, 4 de novembro - Falecimento de Shoghi Effendi em Londres.

1963 - Primeira eleição da Casa Universal de Justiça.

1953-1963 - "Cruzada de Dez Anos", plano mundial de ensino iniciado pelo guardião.

1964-1973 - Plano de 9 anos, para o ensino da Fé no mundo, lançado pela Casa Universal de Justiça.

1974-1979 - Plano de 5 anos, lançado pela Casa Universal de Justiça.

1979-1986 - Plano de 7 anos, atualmente em andamento, lançado pela Casa Universal de Justiça.


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