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AEN Brazil : Leis, História e Administração
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DA FÉ BAHÁ'Í
Publicado pela
EDITORA Bahá'í - BRASIL
PARTE I
UM ESBOÇO DA HISTÓRIA BAHÁ'Í
SEÇÃO I - O Báb

Nós dizemos: "Eu sou um Bahá'í" ou "Eu sou um membro da Fé Bahá'í".

Que significa a palavra Bahá'í?

Bahá´í significa um seguidor de Bahá, que é o diminutivo para Bahá'u'lláh. Bahá'u'lláh significa "A GLÓRIA DE DEUS". Um seguidor de Bahá'u'lláh é uma pessoa que acredita ser Bahá'u'lláh um outro Mensageiro Divino. Ele trouxe um plano e ensinamentos para todos os povos que vivem no mundo hoje e para milhares de anos no futuro. Um Bahá'í, portanto, esforça-se para seguir os ensinamentos de Bahá'u'lláh.

Quando e onde começou a Fé Bahá'í?

A Fé Bahá'í começou em 1844, há pouco mais de cem anos, portanto. Nasceu na Pérsia, que fica na Ásia. Outro nome pelo qual a Pérsia é conhecida é Irã. Quase todas as pessoas que vivem na Pérsia são maometanas.

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Que queremos dizer com Maometanos?

Os maometanos ou muçulmanos são os seguidores do Profeta Maomé. Seu livro sagrado é o Alcorão e sua religião chama-se Islamismo. Existem muitas divisões ou seitas no Islamismo, como existem no Cristianismo. Tanto Bahá'u'lláh como seu Precursor, o Báb, nasceram em famílias maometanas, como Jesus nasceu em uma família israelita. Mas o cristianismo não é uma seita judaica, como também a Fé Bahá'í não é uma seita maometana.

Que aconteceu em 1844 quando teve início a Fé Bahá'í?

Um jovem chamado o Báb declarou para o Seu primeiro seguidor que Ele era o Prometido no Alcorão. A história aconteceu da seguinte maneira: Em maio de 1844, o Báb estava caminhando um pouco, fora do muro divisório de Sua cidade, quando deparou com um viajante cansado, que se dirigia para a cidade. Cumprimentou o estranho de forma hospitaleira e o convidou para ir até Sua casa. O viajante era um jovem clérigo apenas dois anos mais velho que o Báb. Dirigiu-se para a casa do Báb e logo começou a Lhe contar os motivos que o haviam trazido até Shíráz, uma cidade ao sul da Pérsia. O jovem viajante chamava-se Mullá Husayn. Fora aluno de um grande instrutor muçulmano. Seu mestre dedicara sua vida estudando as escrituras sagradas sobre o retorno do Prometido, que devia trazer nova vida e luz para o mundo.

Este mestre havia falecido recentemente, depois de ter dito aos seus discípulos que o Prometido estava prestes a surgir. Após ter passado algumas semanas em oração, Mullá Husayn, pediu a Deus para guiá-lo e foi guiado para Shíráz. Agora encontrava-se na casa do

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Báb, dizendo a Ele sobre a sua busca do Prometido e como iria reconhecê-Lo. Falou dos sinais pelos quais reconheceria o Prometido e grande foi sua surpresa quando seu hospedeiro calmamente lhe disse: "Observa, todos esses sinais podem ser vistos em Mim!"

Então Mullá Husayn pensou em outros testes mais difíceis. Seu Mestre havia dito que quando o Prometido fosse encontrado, Ele explicaria determinado capítulo do Alcorão sem que Lhe perguntassem. Subitamente e sem uma palavra de Mullá Husayn, O Báb, rapidamente e sem fazer qualquer pausa, escreveu a explicação exigida e cantou-a à medida que escrevia. Mullá Husayn ficou realmente maravilhado e muito alegre quando o Báb satisfez todos os testes. Finalmente encontrara Aquele a quem estivera procurando tão ardentemente e em cujo serviço estava disposto a dedicar tudo o que possuía: seu amor, sua devoção e até mesmo sua vida. Permaneceu por toda à noite em companhia do Báb. Quando saiu na manhã seguinte, o Báb lhe disse para não revelar a ninguém sobre as experiências daquela noite.

Este encontro do Báb e Mullá Husayn, na noite de 22 de maio de 1844, foi a primeira declaração da Missão Divina do Báb. Em memória desse evento, os Bahá'ís, no mundo todo, realizam anualmente uma grande e importante Festa comemorativa. É chamada a Declaração do Báb e se realiza às duas horas após o pôr-do-sol do dia 22 de maio.

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Alguém mais reconheceu o Báb sem que lhe fosse falado?

Sim. Mais 16 homens e uma mulher, um de cada vez, reconheceram-No através de sonhos ou visões, ou por outras experiências espirituais. Como Mullá Husayn, eles eram estudantes do Alcorão e estavam esperando um Mensageiro de Deus. Esses 18 discípulos, em sua maioria jovens, foram enviados pelo Báb a todas as partes da Pérsia para levarem as Boas-Novas sobre a Sua vinda. Seus seguidores chamavam-se Bábís.

Que importância tem a data de 1844?

É ela o início da Fé Bahá'í. É também a data prevista nas profecias do Velho Testamento (o Livro Sagrado dos judeus), do Novo Testamento (o Livro Sagrado dos cristãos) e do Alcorão (o Livro Sagrado dos maometanos). Muitas pessoas, em diferentes partes do mundo, estavam esperando também pela volta de Cristo ou de outro Mensageiro de Deus no ano de 1844.

Quem foi o Báb e o que ensinou?

O Báb foi o Precursor de Bahá'u'lláh, o Mensageiro de Deus para esta época, como João Batista foi o precursor de Jesus, o Mensageiro de Deus para o Seu dia. Um precursor é o que prepara as pessoas para um outro que virá depois dele. O Báb, diferente de João, foi também um Profeta de Deus, como Jesus, Maomé e mais tarde Bahá'u'lláh.

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Como outras pessoas na Pérsia ficaram sabendo sobre o Báb?

Quando os discípulos do Báb se dirigiram a pé para todas as partes da Pérsia, falavam sobre Ele onde quer que fossem e com todas as pessoas, fossem instruídas ou analfabetas, pobres ou ricas, nas grandes ou pequenas cidades. As Boas-Vindas foram espalhadas de pessoa a pessoa. Deus tinha cumprido Sua promessa. O Alcorão, como a Bíblia, fala do "Retorno" e de um grande Dia de Deus que viria. Milhares de pessoas sentiram-se atraídas para esse jovem Profeta que, como Jesus, dizia: "Não de Mim mesmo vos falo mas de Deus que Me mandou para vos guiar no caminho do progresso e da felicidade."

Ele trouxe algumas modificações necessárias, novas leis e ensinamentos que modificariam para melhor a vida dos homens. O povo da Pérsia precisava muito da Verdade de Deus e seus benefícios, o que fez crescer rapidamente o entusiasmo e a maravilha em torno do novo Profeta.

Muitas pessoas acreditaram no Báb?

Sim. Alguns dos mais credenciados sábios muçulmanos e outras pessoas importantes, como também milhares de pessoas comuns acreditaram naquele novo Profeta de Deus, com toda a devoção e total convicção. Como nos tempos passados, muitos com alegria sacrificaram suas vidas como prova de fé no Mensageiro de Deus. Isso não agradou aos líderes religiosos e políticos que temiam que seu próprio poder e autoridade fossem diminuídos por causa dessas novas idéias, que tão rapidamente se espalhavam pelo país.

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Que fazia o Báb nesse tempo?

Depois de ter o Báb mandado Seus discípulos espalharem Seus ensinamentos na Pérsia, partiu para longa e difícil viagem para Meca, o centro espiritual do Islã. Lá Ele anunciou Sua missão, porém os líderes do Islã ficaram cegos e surdos espiritualmente à Sua Mensagem. Quando regressou à Pérsia, foi logo preso e desde então sofreu oposição, perseguição, prisões e finalmente morte.

Que influência exercia o Báb sobre seus seguidores?

Deus revelou através do Báb uma nova e extraordinária forma de vida. Uma vida de compreensão e unidade entre todas as criaturas, uma vida de amor, serviço, obediência e proximidade de Deus. Aqueles que acreditaram no Báb sentiam-se muito felizes. O amor que sentiam por Ele era tão grande que valia mais que suas posses, suas famílias e até mesmo suas vidas.

Todos os persas acreditaram no Báb?

Não. Muitas pessoas não estavam interessadas em uma nova mensagem de Deus. Outros temiam aceitá-la porque a maioria dos líderes políticos e religiosos era contra ela. Esses líderes não procuraram saber se o Báb era mesmo o Prometido, como afirmava ser. Achavam que a divulgação dos ensinamentos do Báb poderia resultar na perda de grandes riquezas e poder que tinham. Muitas pessoas não queriam pensar por si mesmas sobre assuntos religiosos. Achavam ser mais fácil e seguro fazer aquilo que seus líderes religiosos lhes recomendassem.

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Quem se opôs ao Báb?

O mais elevado clero muçulmano e importantes políticos persas trabalharam juntos contra o Báb. Tentaram impedir a propagação de Seus ensinamentos e forçar o povo a renunciar sua crença no Báb. A presença do Báb influenciava até mesmo Seus inimigos e os deixava temerosos.

Os inimigos do Báb fizeram alguma coisa àqueles que acreditavam no Báb?

Sim, o clero muçulmano pregava contra o Báb nas mesquitas, como os Líderes judeus pregaram contra Cristo há cerca de 2.000 anos passados. Diziam que o Báb era um falso profeta e que seria do agrado de Deus se eles fizessem os Bábís sofrerem e até mesmo se os matassem. Muitos eram ignorantes e cruéis. Tentaram fazer com que os Bábís dissessem que não mais acreditavam no Báb. Mas os Bábís não podiam fazer isso. Amavam o Báb mais que tudo no mundo. Sabiam que Deus lhes estava falando através Dele e que Seus ensinamentos eram bons e verdadeiros. Negar a verdade do Báb seria tão falso como negar que o sol derrama sua luz no mundo. Os Bábís nos mostraram quão profunda e firme deve ser a nossa Fé. Muitos sofreram injúrias de toda espécie e até a morte mas não negaram o Báb. Outros viam a alegria e coragem dos Bábís e se inspiravam para se tornarem Bábís também. Os primeiros cristãos tinham sofrido e triunfado da mesma maneira.

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Que fizeram ao Báb seus inimigos?

O Báb foi levado para longe das grandes cidades persas e feito prisioneiro em um poderoso forte no alto das montanhas, longe, ao norte da Pérsia. Seus inimigos estavam certos de que Ele não poderia ensinar ao povo lá naquele lugar. Severas ordens foram dadas para que ninguém pudesse vê-Lo. Mas o amor do Báb era mais forte que prisões ou guardas. Logo aquele povo simples que vivia nas montanhas foi chegando à janela de Sua prisão, para receber Sua benção. Os guardas também começaram a mudar; permitiam às pessoas entrarem na prisão e falarem com o Báb. Muitos discípulos caminhavam mais de mil quilômetros para visitá-Lo.

Isso foi descoberto pelos inimigos do Báb, que ficaram com mais ódio. Fizeram com que o Báb fosse levado para uma prisão mais distante, com uma segregação maior, mas logo aconteceu a mesma coisa: O povo descobriu onde o Báb se encontrava e Sua influência tornou-se muito maior.

Enquanto isso ocorria com o Báb, em outras partes da Pérsia um número cada vez maior de pessoas acreditava na Sua Mensagem. Finalmente, as autoridades decidiram que unicamente a morte poderia fazer parar essas novas idéias e proteger os líderes maometanos. E então o Báb foi morto em 1850, apenas seis anos depois de Sua primeira declaração. Era ainda um jovem de 31 anos de idade, quase da mesma idade de Jesus, quando este foi crucificado.

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Como foi morto o Báb?

A história do martírio do Báb é realmente extraordinária. Foi levado de sua prisão na montanha para Tabríz, no noroeste da Pérsia, a cidade mais próxima e sede do governo. Trouxeram-No perante uma corte, não para um julgamento de justiça, mas para ridicularizá-Lo. Ficou decidido que Ele devia ser fuzilado em praça pública, perante um regimento de 750 soldados. Quando o guarda veio buscá-Lo na prisão, para levá-Lo ao local da execução, o Báb estava ocupado dando instruções a um de Seus discípulos, tendo dito que precisava terminar sua entrevista e que poder algum na terra podia impedi-Lo de terminar o que estava fazendo. O guarda provavelmente riu dessa idéia e não dando atenção ao que o Báb dissera, levou-O para a praça de execução. O Báb e um devotado discípulo, que pedira para morrer com Ele, foram amarrados com cordas contra a parede de um quartel. 750 fuzis foram apontados para eles. A ordem de fogo foi dada. Quando a fumaça feita pelos tiros foi se levantando, as milhares de pessoas que se encontravam sobre os telhados dos edifícios vizinhos e na praça, viram uma coisa maravilhosa: As cordas haviam se rompido e o Báb desaparecera. Seu jovem companheiro lá se encontrava livre e sem qualquer ferimento. Todos ficaram abismados e temerosos. O comandante do regimento ficou tão assustado diante desse milagre tão estranho que se recusou a ter qualquer coisa com a execução. Ordenou que seu regimento se retirasse da praça e outro regimento veio para substituí-lo. Nesse entretempo os guardas estavam procurando o Báb. Pensaram que Ele tivesse fugido. Finalmente foram encontrá-Lo calmamente terminando

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de dar Suas instruções como havia dito que precisava fazer. Disse o Báb:

'Terminei minha conversa com Siyyid Husayn. Agora podeis concluir vossa intenção.'

Novamente o Báb e Seu jovem discípulo foram amarrados contra a parede. Outra vez foi dada a ordem de fogo e 750 fuzis dispararam, porém desta vez os inimigos do Báb conseguiram seu propósito. O martírio do Báb ocorreu em Tabríz, Pérsia, ao meio-dia de 9 de julho de 1850. Todos os anos os Bahá'ís se reúnem a 9 de julho para orações e leituras em memória à trágica morte do Báb.

Que aconteceu ao corpo do Báb?

Os corpos mutilados foram jogados para fora das muralhas da cidade e guardas colocados para vigiá-los. Contudo, alguns Bahá'ís conseguiram carregar Seu corpo de lá e por 50 anos ficou escondido em diferentes lugares. Finalmente, foi levado para Haifa, na Palestina (agora Israel) e sepultado em um túmulo preparado por 'Abdu'l-Bahá no coração do Monte Carmelo. Haifa é o centro mundial de nossa Fé.

Revelou o Báb algum livro sagrado para seus seguidores?

Sim. O Báb revelou muitos Escritos mas, infelizmente, muitos deles foram perdidos ou destruídos durante as perseguições feitas aos Bábís. Esses Escritos são a palavra direta de Deus, portanto ditados ou escritos pelo próprio Báb, como Deus Lhe falou. Um dos seus livros mais importantes

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é o Bayán, o qual, porém, não foi ainda traduzido para o português.

Outras pessoas, não-Bahá'ís, conhecem o Báb?

Sim, muitas. Hoje, há mais de cem anos do martírio do Báb um maravilhoso santuário com uma cúpula dourada sobre Seu túmulo em Haifa, que é a Terra Santa para muitos povos, Seus maravilhoso túmulo de mármore e os lindos jardins que o cercam, são visitados anualmente por milhares de pessoas de todas as partes do mundo.

Os inimigos do Báb pensavam serem eles pessoas muito importantes. Hoje, porém, a única coisa que o mundo conhece sobre eles é que foram cruéis e injustos para com o Báb e Seus seguidores. Todos os anos, um número cada vez maior de pessoas ouve falar do Báb, Sua vida perfeita, Seus ensinamentos divinos e Sua morte trágica. Todos os anos maior é o número de pessoas que O reconhecem como o primeiro dos dois Manifestantes de Deus para o mundo de nossa era.

Que é um manifestante de Deus?

Um Manifestante de Deus é um Ser divino na forma de um homem perfeito, escolhido por Deus para revelar a Palavra Divina à humanidade. Sua vida é um reflexo perfeito das qualidades de Deus. Isso torna-O totalmente diferente até mesmo do melhor e mais sábio dos homens. Jesus, o Cristo, foi um Manifestante de Deus. Moisés e Maomé foram também Manifestantes de Deus. O Báb e Bahá'u'lláh são Manifestantes de Deus enviados para a humanidade de hoje. Dentro de mil anos ou mais, Deus enviará um novo Manifestante para

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ajudar a humanidade. É importante saber que tais Manifestantes de Deus são conhecidos por outros nomes, como Profeta de Deus, Filho de Deus, Mensageiro de Deus etc...

Um Manifestante de Deus é o mesmo que Deus?

Não. Deus Todo-Poderoso criou tudo no universo incluindo a terra e o homem. É grande demais e mesmo o mais sábio dos homens não pode compreendê-Lo. Portanto, Deus manda Manifestantes Divinos (Mensageiros) em um corpo humano para falar aos homens diretamente e de uma forma que possam compreender. Porém o Mensageiro não é o mesmo que Aquele que manda a mensagem. Compreendendo, servindo e obedecendo o Manifestante de Deus é o que de mais próximo pode alguém fazer para compreender, servir, amar e obedecer a Deus. Deus é como o sol no céu. O Manifestante é como um espelho perfeito que reflete a luz do sol.

Como pode alguém reconhecer um Manifestante de Deus?

Certa ocasião Jesus respondeu a essa pergunta, dizendo: 'Por seus frutos os reconhecereis.' Os "bons frutos" de um Manifestante de Deus são encontrados em Sua vida, em Seus ensinamentos e em Sua influência. Ele traz um novo Livro Sagrado, novas leis e novos ensinamentos para uma vida mais completa e abundante. Ele mesmo vive uma vida perfeita. Limpa o caminho de Deus das falsas idéias humanas. Atrai os corações e transforma a vida dos homens. Traz paz ao coração humano e solução para os problemas do mundo. Cumpre as (+ pág. 18)

profecias encontradas nos Livros Sagrados relativos à volta do Mensageiro de Deus. Seus ensinamentos estão de acordo com a vontade e o desejo de Deus e não conforme os desejos dos homens. Portanto, os homens, em cada época, têm se oposto, perseguido e negado os Mensageiros de Deus. Ele fala com um poder e autoridade que transforma o mundo e não pode ser paralisado. Sacrifica Sua vida para que o ser humano possa viver espiritualmente. Promete que outro Mensageiro de Deus virá no futuro.

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SEÇÃO II - Bahá'u'lláh

Muitos Bábís voltaram-se para Bahá'u'lláh, para que Ele os ensinasse e guiasse.

Quem foi Bahá'u'lláh?

Durante os primeiros trinta anos de Sua vida, Bahá'u'lláh foi conhecido por Mirza Hussayn-'Alí. Nasceu a 12 de novembro de 1817, em Teerã, capital da Pérsia (Irã). "Bahá'u'lláh" é um título espiritual dado a Ele pelo Báb. Significa A GLÓRIA DE DEUS.

Bahá'u'lláh, quando jovem, foi um dos maiores instrutores da Fé Bábí. Sua família era rica e de alta posição social na Pérsia. Muitas pessoas, ricas e pobres, educadas e analfabetas, conheciam Bahá'u'lláh, amavam-No, respeitavam-No e falavam sobre Ele. Bahá'u'lláh foi sempre diferente das outras pessoas. Sua família e Seus amigos não podiam compreender que espécie de pessoa Ele era. Quando criança não necessitou ir à escola. Sabia tudo sem ter tido um professor ou lido a respeito nos livros. Era muito sábio. Até mesmo pessoas

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mais idosas e instruídas procuravam-No para consultas. À medida que avançava em anos, não se interessava pelas coisas que os outros jovens ricos se interessavam. Possuía bastante dinheiro, mas não o usava para comprar roupas custosas e outras coisas para Si Mesmo. Usava o dinheiro para ajudar os pobres ou necessitados. Seu maior prazer era montar Seu cavalo e andar por todas as vilas das redondezas, visitando e ajudando os pobres e os trabalhadores dos campos. Bahá'u'lláh não se interessava pela política. Seu pai fora um importante ministro do Xá ou Rei da Pérsia. Bahá'u'lláh foi convidado para o mesmo posto, mas o rejeitou, pois estava mais interessado nas coisas espirituais.

O Báb e Bahá'u'lláh conheceram um ao outro?

Pessoalmente não. Tinham um grande, mas muito grande amor um pelo outro. Ambos eram jovens, Bahá'u'lláh dois anos mais velho que o Báb. Muitas mensagens e cartas foram trocadas entre os dois, porém, um nunca viu o outro. Viveram em partes diferentes da Pérsia. Uma das primeiras coisas feita pelo Báb após Sua declaração e uma das últimas, antes de Seu martírio, foi enviar uma mensagem para Bahá'u'lláh. Seus espíritos estiveram bem próximos um do outro, mas fisicamente nunca se encontraram.

Que aconteceu na Pérsia depois do martírio do Báb?

O governo e o clero maometano tentaram destruir completamente a Fé Bábí. Muitos Bábís foram perseguidos e mortos. Bahá'u'lláh foi o único instrutor importante Bábí que não foi martirizado.

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Foi feito prisioneiro com outros Bábís num horrível, escuro e fétido calabouço subterrâneo em Teerã. Os Bábís foram acorrentados juntos, com pesadas correntes de ferro em volta de seus pescoços. Cada dia um deles era levado para fora e morto. Porém foi a vontade de Deus que fez com que Bahá'u'lláh fosse salvo da morte. O fato mais importante de Sua vida ocorreu naquela prisão.

Que aconteceu a Bahá'u'lláh na prisão?

Deus falou a Bahá'u'lláh e Lhe disse ser Ele o Prometido que o Báb profetizara que seria revelado no ano nove (9) de Sua declaração. Era então outubro de 1852. Daquela data até Sua morte em 1892, a Palavra de Deus fluiu através de Bahá'u'lláh para toda a humanidade.

Foi libertado Bahá'u'lláh daquele calabouço em Teerã?

Sim, foi, após quatro meses de encarceramento. Bahá'u'lláh estava muito magro e doente mas mostrava um grande poder espiritual. Sua vida tinha sido poupada, mas Ele e Sua família foram obrigados a deixar a Pérsia para sempre.

Que aconteceu a Bahá'u'lláh depois de ter sido expulso da Pérsia?

Ele e Sua família dirigiram-se ao vizinho país do Iraque e muitos Bábís foram com Ele. A Palavra de Deus começou então a ser revelada através de Bahá'u'lláh com poder cada vez maior, mas Ele não disse a ninguém sobre a revelação de Deus no calabouço. Os Bábís sabiam apenas que estavam ouvindo ensinamentos espirituais maravilhosos e

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poderosos e que nunca se sentiam tão felizes como quando se encontravam perto Dele. Muitas outras pessoas que não eram Bábís também foram atraídas para Ele, entre os quais alguns sábios de renome. Eles nunca conheceram ninguém com tal sabedoria. Outros eram pobres, mas amavam Bahá'u'lláh devido a Seu amor, simpatia e generosidade. Outros ainda eram crianças, que, como abelhas, sentiam-se atraídas por uma doce flor. Todos sentiam-se felizes exceto Seus inimigos, os quais detestavam saber quão popular Ele era.

Passou Bahá'u'lláh o resto de sua vida no Iraque?

Não. Ele e Sua família viveram lá durante dez anos. Então o sultão da Turquia ordenou que Ele fosse para Constantinopla, a longínqua capital da Turquia, de onde seria exilado pouco mais tarde para uma cidade ainda mais longe, Adrianópolis. Seus inúmeros amigos sentiram grande tristeza, até que aconteceu algo que transformou aquela tristeza em alegria.

Que trouxe alegria aos amigos de Bahá'u'lláh?

Poucos dias antes de deixar o Iraque, Bahá'u'lláh fez um grande pronunciamento para Seus amigos Bábís em Bagdá. Disse-lhes sobre o maravilhoso segredo da Mensagem de Deus para Ele - que Ele, Bahá'u'lláh era o escolhido por Deus para suceder o Báb. Ele escondera esse segredo em Seu coração durante dez longos anos.

Alguns adivinharam a posição de Bahá'u'lláh, mas agora sabiam com certeza ser Ele, Aquele cuja vinda o Báb profetizara, o Prometido por todos os Profetas das religiões passadas. Isso transformou

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a tristeza de Seus discípulos em alegria. Agora, nós, os Bahá'ís, celebramos esse grande evento: a declaração da Missão de Bahá'u'lláh, na Festa de Ridvan, de 21 de abril a 2 de maio.

A família de Bahá'u'lláh foi com ele à Turquia?

Sim. Sua esposa, dois filhos e uma filha foram juntos com Ele. 'Abdu'l-Bahá, Seu filho mais velho era então um belo jovem de 19 anos. Sua vida inteira foi centralizada em Seu pai. Na longa jornada da Turquia e durante os cinco difíceis anos que lá estiveram. 'Abdu'l-Bahá serviu e protegeu Seu Pai de todas as formas possíveis. Saberemos mais sobre 'Abdu'l-Bahá mais adiante.

Aconteceu alguma coisa de importante enquanto Bahá'u'lláh

se encontrava na Turquia?

Sim. Bahá'u'lláh anunciou publicamente Sua Missão como o poderoso Manifestante de Deus prometido pelo Báb. O Báb tinha dito aos Seus seguidores que se eles realmente O amassem, aceitariam o Grande Ser quando Ele se anunciasse. Muitos imediatamente aceitaram Bahá'u'lláh e passaram a ser conhecidos daquele momento em diante como Bahá'ís.

Bahá'u'lláh não apenas anunciou abertamente Sua Missão para os Bábís e para aqueles que O cercavam, como começou a enviar Epístolas aos grandes reis e líderes religiosos da Europa, da Ásia e aos presidentes das repúblicas americanas. Nessas Epístolas famosas, Ele proclama Sua Divina Missão e conclama o estabelecimento da verdadeira religião, de um governo justo e da paz mundial entre todas as nações do mundo. Esses líderes do

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mundo não deram atenção aos conselhos de Bahá'u'lláh. Os resultados foram as terríveis guerras que ocorreram depois e aqueles mesmos líderes foram punidos, como profetizara Bahá'u'lláh.

Para onde foi Bahá'u'lláh depois de ter deixado a Turquia?

Foi novamente exilado, desta vez para 'Akká, uma cidade-prisão na costa oriental do mar Mediterrâneo. Cerca de 70 Bahá'ís, incluindo Sua família, foram exilados e presos com Ele. 'Akká dista apenas alguns quilômetros de Haifa, o centro mundial da Fé Bahá'í.

Durante vários anos todas aquelas pessoas viveram juntas em alguns compartimentos nos quartéis do exército. Não havia cama ou outro conforto de qualquer espécie. Não contavam com alimentação suficiente. Muitos adoeceram e alguns morreram. Ninguém podia visitá-los. Foi nesse tempo, quando as condições eram piores, que Bahá'u'lláh escreveu para alguns amigos: "Não temais. Estas portas serão abertas. Minha tenda será levantada no Monte Carmelo e a mais perfeita alegria será alcançada."

Bahá'u'lláh ficou prisioneiro até o fim de sua vida?

Sim, mas gradualmente as condições começaram a melhorar. No começo Bahá'u'lláh e Sua família, 14 pessoas ao todo, tinham apenas dois quartos, mais tarde conseguiram mais alguns. Pouco a pouco, os guardas e os oficiais da prisão permitiram maior liberdade, embora o governo turco ainda os considerasse como prisioneiros. Finalmente, Bahá'u'lláh teve autorização para sair fora

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dos muros da cidade de 'Akká e realmente levantou Sua tenda muitas vezes no Monte Carmelo. Até mesmo escolheu o lugar onde queria que o Báb fosse sepultado.

Mais tarde, 'Abdu'l-Bahá alugou uma casa distante nove quilômetros de 'Akká. Convenceu Bahá'u'lláh a ir viver lá e como ninguém O impedisse, Bahá'u'lláh passou lá dois anos. Depois mudou-se para um lugar maior, mais perto. Chamavam esse lugar de Bahjí. Em Bahjí todas as pessoas, desde os oficiais do governo até os mais humildes moradores, dedicavam a Ele a mais profunda reverência. Contudo, Bahá'u'lláh e Sua família viviam uma vida muito simples. Bahá'u'lláh passava a maior parte de Seu tempo em prece e meditação, revelando Seus Escritos Sagrados e educando espiritualmente os Bahá'ís e outros sinceros pesquisadores da verdade espiritual. Todo o Seu tempo era tomado por esses afazeres. Desta forma, 'Abdu'l-Bahá ficou conhecendo muitas pessoas importantes que iam pedir permissão para visitar Bahá'u'lláh.

Bahá'u'lláh era conhecido também em outros países?

Apenas uma pessoa do ocidente chegou a ver Bahá'u'lláh. Um professor muito conhecido na Inglaterra O visitou em Bahjí. Mais tarde escreveu um livro e descreveu sua visita. Entre outras coisas disse: "A face daquele que eu contemplei não poderei jamais esquecer; contudo não posso descrevê-la. Aqueles olhos penetrantes pareciam ler-nos a própria alma; poder e autoridade repousavam na ampla testa... Desnecessário era perguntar em presença de quem eu me encontrava, (+ pág. 26)

enquanto me inclinava defronte daquele que é objeto de uma devoção e amor que reis poderiam invejar e imperadores almejar em vão."

"Uma voz suave e cheia de dignidade convidou-se a sentar e então continuou: "... Vieste ver um prisioneiro e exilado... Desejamos apenas o bem do mundo e a felicidade das nações... Que todas as nações se tornem uma única na fé e todos os homens irmãos; que os vínculos de afeto e união entre todos os filhos dos homens se fortifiquem; que a diversidade de religião desapareça e diferenças de raças sejam anuladas - que mal pode haver nisso?... Não precisais disso também na Europa? Não foi isto que Cristo profetizou?... Estas disputas, esta carnificina e discórdia devem desaparecer e todos os homens ser como membros de uma só família..."

Quantos anos viveu Bahá'u'lláh?

Bahá'u'lláh faleceu em Bahjí, oito horas após o pôr-do-sol do dia 28 de maio de 1892, aos 75 anos de idade. Foi sepultado no mesmo dia em pequeno túmulo próximo à Sua casa. Este Mais Sagrado Sepulcro, cheio de luz e beleza, é visitado anualmente por muitos Bahá'ís de todas as partes do mundo. Está cercado por um lindo jardim. Dentro de alguns anos deverá ser construído em Sua memória um túmulo ainda mais lindo que o do Báb.

Uma semana após Sua Ascensão, um grande número de pessoas que choravam Sua morte, ricos e pobres, indiferentemente, de perto e de longe, reuniram-se em Bahjí. Tributos em memória de Sua grandeza foram prestados pelas autoridades e pessoas famosas de todas as Fés. Mas isso foi apenas

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uma gota comparada com o oceano de tristeza de Seus devotados seguidores.

Nove dias após Sua ascensão, Seu Livro do Convênio foi aberto e lido.

O que é o Livro do Convênio?

É um poderoso documento estabelecendo um convênio ou acordo entre Bahá'u'lláh e Seus seguidores. Trata-se do Testamento e Última Vontade de Bahá'u'lláh. Nele Seu filho mais velho, 'Abdu'l-Bahá, foi feito o sucessor do próprio Manifestante de Deus. Todos os Bahá'ís foram instruídos a se voltaram para 'Abdu'l-Bahá, obedecê-Lo e seguir o exemplo de Sua vida. A 'Abdu'l-Bahá foi dado o poder e autoridade de interpretar os Escritos de Bahá'u'lláh.

A grande sabedoria deste Convênio foi que as diferenças de opiniões entre os Bahá'ís não podiam ser motivo para divisões dentro da Fé. Somente as interpretações de 'Abdu'l-Bahá eram válidas.

Deixou Bahá'u'lláh um Livro Sagrado para seus seguidores?

Bahá'u'lláh revelou Escritos Sagrados suficientes para comporem vários livros, pois Deus falara através Dele por cerca de 40 anos.

Bahá'u'lláh e Seus inspirados escritos são o maior presente de Deus à humanidade nesta nova era.

Bahá'u'lláh é o único Mensageiros de Deus que deixou Seus ensinamentos revelados ou manuscritos por Ele próprio ou ditados por Ele a Seu secretário. Esses escritos consistem em explicações sobre os Livros Sagrados de todas as religiões, com

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ênfase especial na justiça e na unidade. Lindas e inspiradoras orações e meditações, novos princípios sociais e leis para o nosso tempo atual, respostas a questões espirituais e filosóficas, muitas profecias relativas ao futuro desenvolvimento do mundo (algumas já realizadas), e a vinda do Reino de Deus na terra.

Podemos ler essas obras?

Bahá'u'lláh escreveu em persa e em árabe, mas Seus escritos estão sendo traduzidos em centenas de idiomas. Traduzidos em português podemos encontrar: Kitáb-I-IQAN (O Livro da Certeza), AS PALAVRAS OCULTAS DE Bahá'u'lláh, SELEÇÃO DOS ESCRITOS DE Bahá'u'lláh, A REVELAÇÃO Bahá'í (uma seleção de Seus escritos e orações respectivamente) e ORAÇÕES Bahá'ís, além de numerosos trechos citados pelos autores Bahá'ís nos livros como: Bahá'u'lláh e a Nova Era, Novo Jardim etc... Um Bahá'í deve ler diariamente alguma coisa da Palavra Sagrada de Bahá'u'lláh.

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SEÇÃO III - 'Abdu'l-Bahá
Que sabemos de 'Abdu'l-Bahá?

'Abdu'l-Bahá nasceu em Teerã, Pérsia, a 23 de maio de 1844, na mesma noite em que o Báb fez Sua Declaração a Mullá Husayn em Shíráz.

Que sabemos de 'Abdu'l-Bahá quando era criança?

'Abdu'l-Bahá nunca freqüentou escola. Bahá'u'lláh, Seu Pai, foi Seu único professor. Tinha apenas nove anos quando Seu Pai foi tão injustamente jogado naquele calabouço em Teerã.

A visão de Seu Pai como prisioneiro causou tamanha impressão no menino que jamais pode esquecê-la. Poucos meses depois de Seu Pai ter sido libertado daquela prisão, toda a família foi exilada de Teerã para Bagdá, no Iraque. Foi esse o início de uma sucessão de exílios e prisões que duraram 55 longos anos para 'Abdu'l-Bahá.

Que fez 'Abdu'l-Bahá durante esse longo período de exílio?

'Abdu'l-Bahá tinha um extraordinário amor por Seu Pai e por isso serviu-O e à Sua família com toda dedicação e de todas as maneiras possíveis.

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Jamais pensou em Sua própria felicidade ou descanso. Era o protetor de Bahá'u'lláh e Seu companheiro mais íntimo. Conheceu muitos visitantes que iam ver Bahá'u'lláh e respondeu às suas perguntas. Tentou constantemente tornar a vida de Bahá'u'lláh um pouco mais fácil e dar a Ele mais tempo para Seu trabalho inspirado. Ajudava os pobres e doentes, sempre que os encontrava e por isso era amado por todos. Quando Bahá'u'lláh esteve exilado em Constantinopla e Adrianópolis e depois em 'Akká, foi 'Abdu'l-Bahá quem tentou, de toda forma possível, minorar o sofrimento espiritual e físico a que Bahá'u'lláh e Sua família foram submetidos.

Constituiu 'Abdu'l-Bahá sua própria família?

Sim. 'Abdu'l-Bahá foi casado e pai de quatro filhas. Shoghi Effendi, mais tarde o Guardião da Fé, era o filho mais velho da filha mais velha de 'Abdu'l-Bahá.

Que aconteceu a 'Abdu'l-Bahá depois da morte de Bahá'u'lláh?

Quando Bahá'u'lláh faleceu em 1892, deixou Seu "Livro do Convênio", escrito por Seu próprio punho e assinado e selado por Ele. Nesse livro 'Abdu'l-Bahá é apontado como o "Centro do Convênio", o Exemplar da Vida Bahá'í, o Intérprete divinamente guiado de Seus Ensinamentos e o Centro de Sua Fé, para o qual todos os Bahá'ís devem se voltar.

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Que é um "Convênio"? Trata-se do mesmo Convênio que a Bíblia cita?

O antigo Convênio de Deus, freqüentemente mencionado tanto no Antigo como no Novo Testamento é um contrato ou acordo entre Deus e Seu povo. Deus, de Sua parte, promete mandar Seus Divinos Mensageiros para a humanidade, para a educação e o desenvolvimento espiritual de todos os homens. Deus espera que o homem, por sua vez, reconheça Seu Mensageiro e siga Suas leis e ensinamentos. Bahá'u'lláh neste dia é o cumprimento deste Convênio. Aqueles que aceitam Bahá'u'lláh e Sua Mensagem e seguem Suas leis e ensinamentos receberão a "Fonte de Sua Mercê", "a abundância de Seus favores". Como a vinda de Bahá'u'lláh fora prometida por Antigos Profetas de Deus, também Bahá'u'lláh por Sua vez, fez um Convênio com relação à vinda do Prometido que aparecerá depois de mil anos ou mais.

Na Dispensação Bahá'í existe também um "Convênio Menor".

Que é o Convênio Menor?

O Convênio Menor é um acordo feito por Bahá'u'lláh com os Bahá'ís de que eles devem aceitar uma continuação de Sua autoridade espiritual e guia depois de Sua morte. Primeiro Bahá'u'lláh indicou 'Abdu'l-Bahá para ser o Centro de Seu Convênio depois que Ele deixasse este mundo. Isso significa que 'Abdu'l-Bahá foi a única pessoa para quem Bahá'u'lláh deu "autoridade espiritual e guia". Mais tarde, 'Abdu'l-Bahá, em Seu Testamento e Última Vontade, indicou Shoghi Effendi

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para sucedê-Lo e ter esta mesma "autoridade espiritual".

O "Centro do Convênio" é um título?

Sim, é um dos muitos títulos de 'Abdu'l-Bahá. O nome 'Abdu'l-Bahá é em si um título, que significa "Servo de Bahá ou Servo de Deus".

'Abdu'l-Bahá gostava mais deste título que de outros. Sua vida inteira foi de serviço para Deus e para os homens. Este era Seu único desejo e Seu maior prazer.

Bahá'u'lláh chamou 'Abdu'l-Bahá de Mestre, por causa de Sua grande sabedoria, amor e serviço para todos. Muitas pessoas que conheceram 'Abdu'l-Bahá pessoalmente chamavam-No de Mestre.

Em muitos escritos, Bahá'u'lláh chamou-O de o Maior Ramo. Foi o maior descendente da grande Árvore da Vida que foi Bahá'u'lláh. Outras vezes, Bahá'u'lláh referiu-se a 'Abdu'l-Bahá como o Mistério de Deus, porquanto nunca anteriormente na história religiosa existiu alguém como Ele.

Na Última Vontade e Testamento de Seu Pai, 'Abdu'l-Bahá é chamado O Exemplar da verdadeira vida Bahá'í.

O que é um exemplar?

Um exemplar é um exemplo perfeito. A vida de amor e serviço de 'Abdu'l-Bahá é o grande exemplo que todos os Bahá'ís devem seguir.

Bahá'u'lláh não pode misturar-se livremente com o povo durante a maior parte de Seu longo exílio e prisão. Apenas um ocidental O conheceu. Porém 'Abdu'l-Bahá constantemente conhecia

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pessoas de todas as classes. Um grande número de pessoas, tanto do oriente como do ocidente, tinha 'Abdu'l-Bahá como um amigo pessoal. Durante toda Sua longa e ativa existência participou da vida usual da humanidade, porém de forma incomum. Seu amor por Deus fê-lo amar a toda humanidade, até mesmo Seus inimigos. Constantemente retribuía o mal com o bem, a infâmia com bênçãos e a crueldade com bondade. A despeito de toda uma existência de perseguição, Sua coragem jamais fraquejou. Conservou Seu senso de humor, Sua doçura e Sua calma confiança em Deus. 'Abdu'l-Bahá provou para todos que O conheceram que uma vida como a de Cristo pode ser vivida em nosso mundo de hoje, a despeito do egoísmo que existe, das injustiças e da negligência a Deus.

Quando Bahá'u'lláh faleceu, 'Abdu'l-Bahá era ainda prisioneiro?

Sim, ainda por mais 16 anos o governo turco considerou 'Abdu'l-Bahá e Sua família como seus prisioneiros. Um grupo de Seus parentes mais próximos e outros Bahá'ís persas também compartilharam dessa vida prisioneira. Neste grupo estava Sua irmã, a única filha de Bahá'u'lláh.

Quem foi a irmã de 'Abdu'l-Bahá?

Seu nome era Bahíyyih Khánum e ela é conhecida dos Bahá'ís como "A Mais Sagrada Folha". O Guardião disse que ela é a maior mulher da Dispensação Bahá'í. Sua irrestrita devoção a Bahá'u'lláh e Seus ensinamentos, seu desprendimento e ânimo alegre, mesmo sob intenso sofrimento

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e sua vida santificada mostram seu alto estágio de espiritualidade.

Exílio e Prisão (1892-1908)

Durante este período muitos peregrinos do oriente e ocidente foram ver 'Abdu'l-Bahá. Os primeiros peregrinos ocidentais visitaram-No em 1898. Nesse tempo, 'Abdu'l-Bahá estava dirigindo a construção do túmulo no Monte Carmelo destinado a receber os restos mortais do Báb, que estiveram escondidos em diferentes lugares durante 50 anos. Esse túmulo tinha paredes muito grossas, feitas de grandes pedaços de pedra. Os inimigos de 'Abdu'l-Bahá disseram que Ele estava levantando um forte e que os Bahá'ís estavam preparando um levante contra o governo.

O sultão (rei turco) mandou um comitê investigar essa denúncia. Eles fizeram um relatório falso acusando 'Abdu'l-Bahá e dizendo que iriam enforcá-Lo ou joga-Lo dentro do mar. Seus inúmeros amigos temeram por Sua vida. Alguns até mandaram um navio italiano para salvá-Lo. 'Abdu'l-Bahá recusou dizendo: "O Báb não fugiu; Bahá'u'lláh não fugiu; Eu não fugirei." Porém, subitamente estourou uma revolução na Turquia. O Novo governo libertou 'Abdu'l-Bahá da prisão em 1908. No ano seguinte, Seu inimigo real, o sultão, foi feito prisioneiro. Tal é a proteção de Deus!

Por quanto tempo esteve 'Abdu'l-Bahá prisioneiro em 'Akká?

Depois de 15 anos de exílio, 'Abdu'l-Bahá esteve preso na cidade fortificada de 'Akká durante

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40 anos. Era um menino de 9 anos quando foi exilado pela primeira vez com Seu Pai. Era um homem de 64 anos quando finalmente foi libertado.

'Abdu'l-Bahá, com Seu maravilhoso sorriso, disse sobre esse longo período de sofrimentos: "A liberdade não é uma questão de lugar. É uma condição... A falta de liberdade foi agradável para Mim, pois aqueles anos foram vividos na senda do serviço sob as maiores dificuldades e provas... Temos que aceitar as provas e as dificuldades no caminho... Quando liberamo-nos da prisão do "eu", esta é a verdadeira liberdade, pois o "eu" é a maior prisão." 'Abdu'l-Bahá queria dizer que quando o nosso espírito é livre e alegre, ele não se preocupa muito com o corpo. Devemos aprender e aceitar e até mesmo nos regozijarmos, com as dificuldades que encontrarmos no caminho de Deus, pois essas experiências nos levam mais próximos Dele.

Quando foram colocados os restos mortais do Báb no túmulo

construído por 'Abdu'l-Bahá?

Os corpos estraçalhados do Báb e de Seu jovem companheiro, que estiveram escondidos na Pérsia por cerca de 50 anos, foram finalmente trazidos para a Terra Santa, a pedido de 'Abdu'l-Bahá. Chegaram a 'Akká no último dia de 1899. Mas não foi senão em 1909, o ano seguinte da libertação de 'Abdu'l-Bahá, que eles foram colocados onde hoje repousam. O próprio Bahá'u'lláh havia escolhido e abençoado o lugar e 'Abdu'l-Bahá construíra o túmulo para aquele fim. Esse trabalho foi concluído somente após grandes dificuldades.

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Que fez 'Abdu'l-Bahá depois de ter conseguido a liberdade?

A liberdade de 'Abdu'l-Bahá significava que Ele podia agora ensinar abertamente a Sua Fé. Fez longas viagens de ensino para o Egito, Inglaterra, França, Alemanha e em 1912 esteve durante nove meses nos Estados Unidos da América e Canadá. Viajou de costa a costa dos Estados Unidos, visitando os Bahá'ís e falando em todas as espécies de reuniões. Falou em diversas igrejas, universidades, sociedades de diferentes classes e em casas particulares. Falou sempre de Bahá'u'lláh, de Sua vida e sofrimento, de Sua solução para os problemas de nossa sociedade atual. Em virtude de existir grande preconceito racial na América, 'Abdu'l-Bahá tratou por inúmeras vezes da questão da unidade do gênero humano e da necessidade de serem superados os preconceitos de qualquer espécie. Pela primeira vez na história da América, reuniões com grande público foram realizadas com o propósito exclusivo de reunir pretos e brancos em espírito de verdadeira amizade e compreensão.

Milhares de pessoas, desde grandes intelectuais e altos representantes do governo até os mais humildes cidadãos, tiveram oportunidade de ouvi-Lo. Todos sentiram a influência de Seu grande amor e sabedoria.

Os resultados da visita de 'Abdu'l-Bahá foram sempre iguais em todos os países em que esteve. A Fé de Bahá'u'lláh era firmemente estabelecida no mundo ocidental.

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Onde estava 'Abdu'l-Bahá durante a Primeira Guerra Mundial? (1914-1918)

Quando 'Abdu'l-Bahá se encontrava na Europa e América, previra a grande guerra. Encontrava-se em Haifa, Palestina, então sob o domínio turco, durante o período da guerra. Além de servir a Fé, plantou e armazenou trigo que salvou muitas pessoas de fome, quando os suprimentos se esgotaram. Quando o General Allemby, das forças britânicas, entrou finalmente em Haifa, uma das primeiras coisas que fez foi ver se 'Abdu'l-Bahá estava protegido. Mais tarde 'Abdu'l-Bahá foi agraciado com um título de nobreza inglesa por seus grandes serviços prestados ao povo de Haifa.

Como ocorreu o falecimento de 'Abdu'l-Bahá?

'Abdu'l-Bahá faleceu em Haifa, na madrugada de 28 de novembro de 1921, depois de uma curta enfermidade. Tinha então 77 anos de idade. Seu funeral foi o maior já visto em Haifa. Pessoas de diferentes religiões, diferentes nações, diferentes condições de vida, mostraram seu amor e respeito por Ele.

O corpo de 'Abdu'l-Bahá foi posteriormente colocado no mesmo edifício de pedra onde repousam os restos mortais do Báb. Está situado no alto do Monte Carmelo (a Montanha de Deus), voltado para o mar Mediterrâneo. Hoje esse santuário, com sua cúpula dourada e seus adoráveis jardins é um dos mais belos lugares de Haifa.

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Deixou 'Abdu'l-Bahá alguns escritos?

Sim, deixou-nos muitos escritos, pois era um mestre perfeito. Durante Sua vida respondeu a milhares de cartas e perguntas que Lhe foram enviadas de todas as partes do globo. Suas palestras em Londres, Paris e América foram anotadas à medida que falava. Muitas dessas cartas e palestras foram publicadas mais tarde.

Respostas a Algumas Perguntas é um grande volume com perguntas e as respostas dadas por 'Abdu'l-Bahá a assuntos bíblicos e espirituais.

Já no fim de Sua vida escreveu as Epístolas ao Plano Divino - que é o plano de Deus para a conquista espiritual do mundo. Logo mais adiante falaremos desses escritos únicos.

A Última Vontade e Testamento de 'Abdu´l-Bahá é um dos mais importantes documentos da história da Fé. É considerado a "Carta da Nova Ordem Mundial". Nele 'Abdu'l-Bahá delineia a administração Bahá'í. É o Livro do Convênio de 'Abdu'l-Bahá.

Quem foi o sucessor de 'Abdu'l-Bahá?

Já vimos que Bahá'u'lláh indicou Seu Filho como Seu Sucessor, isto é, entregou nas Suas mãos toda a autoridade. Porém no Seu Testamento, 'Abdu'l-Bahá passa a autoridade às "duas Instituições Gêmeas e complementares", que são: A GUARDIANIA E A CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA. Nele também aponta Shoghi Effendi, Seu neto mais velho, como o primeiro Guardião da Fé Bahá'í. Nos próximos capítulos falaremos sobre essas duas Instituições da Ordem Administrativa.

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É 'Abdu'l-Bahá um Manifestante de Deus?

Não, Ele não é um Manifestante de Deus como foram Jesus, o Báb e Bahá'u'lláh. Porém o Guardião explicou de forma completa ser 'Abdu'l-Bahá um "Mistério de Deus" e que Deus Lhe deu um grau espiritual tão acima e tão diferente daquele que um homem pode alcançar que não podemos esperar entender toda a sua significação.

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SEÇÃO IV - SHOGHI EFFENDI
Quem foi Shoghi Effendi?

Shoghi Effendi foi o Guardião da Fé Bahá'í desde 1921 até 1957. Nasceu na prisão de 'Akká em 1897 e quando criança viveu na família de 'Abdu'l-Bahá, seu avô.

Que fazia Shoghi Effendi antes de se tornar o Guardião?

Quando criança cursou a escola em Haifa, indo depois para uma Universidade em Beirute e, finalmente, para a Universidade de Oxford na Inglaterra. Amava muito a 'Abdu'l-Bahá e foi-Lhe muito útil. Quando os peregrinos ocidentais visitavam 'Abdu'l-Bahá, Shoghi Effendi servia de intérprete para eles. Foi enquanto se encontrava em Oxford que 'Abdu'l-Bahá faleceu e Shoghi Effendi foi chamado de volta para Haifa para aceitar suas funções de Guardião. Estava então com 25 anos de idade.

Como Shoghi Effendi tornou-se Guardião?

'Abdu'l-Bahá em Seu extraordinário "Última Vontade e Testamento", apontou Shoghi Effendi

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como o Guardião da Causa de Deus, chamou-o de Sinal de Deus nesta terra e prometeu a ele a guia infalível como intérprete dos ensinamentos de Bahá'u'lláh. Todos os Bahá'ís foram conclamados a aceitarem Shoghi Effendi e obedecê-Lo.

Todos os Bahá'ís aceitaram Shoghi Effendi como disse 'Abdu'l-Bahá?

Todos, com uma pequena exceção incluindo alguns de seus parentes mais próximos, aceitaram a liderança de Shoghi Effendi. As pessoas que o negam ou o rejeitam são chamadas "rompedoras do Convênio". Surgem em todas as religiões e sua ação é motivada pela ignorância, inveja, ciúme ou desejo de poder e comando. Somos advertidos contra tais pessoas, tanto por Bahá'u'lláh como por 'Abdu'l-Bahá. Elas causam dificuldades aos Bahá'ís, mas não podem causar divisões na Fé. São como folhas mortas que caem de uma árvore viva.

Como era a comunidade Bahá'í em 1921?

Quando Shoghi Effendi tornou-se Guardião, existiam Bahá'ís em apenas 35 países. Bahá'u'lláh e 'Abdu'l-Bahá haviam nos dado os princípios e as instituições da Administração Bahá'í, a qual, porém, não tinha ainda sido posta em prática. Não existiam Assembléias Espirituais Locais. As comunidades Bahá'ís estavam espalhadas largamente e muito fracamente organizadas.

Como o Guardião ajudou os Bahá'ís a se tornarem uma

Comunidade mundial unida?

O Guardião começou a por imediatamente em ação os ensinamentos Administrativos da Fé. As

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Assembléias, tanto locais como nacionais, foram sendo formadas. Durante 16 anos o Guardião treinou os Bahá'ís na Administração, explicou suas bases espirituais, seu propósito, a função de suas instituições, o método de consulta. Ensinou-os, encorajou-os, corrigiu-os e esclareceu todas as dúvidas. Os Bahá'ís tinham então em cada país, os mesmos Ensinamentos Divinos, o mesmo método de trabalho, a mesma lealdade e devoção para o Guardião no Centro Mundial. Cada comunidade nacional começou a se sentir parte integrante de uma comunidade mundial em expansão crescente.

Como Shoghi Effendi pôs em prática o Plano Divino?

O Guardião sabia que para se realizar qualquer trabalho importante era necessário bons planos e uma boa organização. O Plano Divino de 'Abdu'l-Bahá, que visa a conquista espiritual do mundo, era na realidade um grande e importante trabalho. Em 1937, depois de 16 anos de treinamento na administração, quando a Fé estava devidamente organizada, o Guardião, sob seu comando, deu vários planos com objetivos específicos para os crentes em quase todas as comunidades nacionais Bahá'ís do mundo. Esses planos serviram de preparativos para o lançamento, em 1953, dum grandioso plano de âmbito mundial: A Cruzada Espiritual de 10 Anos.

Quais os objetivos principais dessa Cruzada Mundial?

A mais importante meta da Cruzada de 10 Anos era a abertura para a Fé de todos os países

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remanescentes, territórios e ilhas mencionados no Plano Divino de 'Abdu'l-Bahá. Muitos outros objetivos importantes foram alcançados, tais como: construção de três templos (um em cada continente), aquisição de muitos centros Bahá'ís e terrenos para construção de futuros templos, tradução de literatura Bahá'í para muitos idiomas, aumento de número de Assembléias Espirituais Nacionais de 12 para 60, e, finalmente, a eleição da primeira Casa Universal de Justiça em abril de 1963, no período em que o Mundo Bahá'í comemorava o primeiro centenário da declaração pública de Bahá'u'lláh, culminando com um Congresso Mundial em Londres com a participação de sete mil Bahá'ís de todos os recantos do mundo.

Que aconteceu em Haifa durante o período da Guardiania?

Enquanto todas essas atividades eram desenvolvidas pelo mundo, o Guardião não esquecia Haifa, o Centro Mundial da Fé. Aumentou a área das propriedades Bahá'ís, fazendo melhoramentos nas mesmas, embelezando-as com árvores e jardins. Estava construindo o túmulo do Báb, o maravilhoso prédio de cúpula dourada existente no Monte Carmelo. Mais tarde construiu o prédio dos Arquivos internacionais, próximo do túmulo do Báb. Algumas importantes propriedades em Bahjí foram regularizadas e embelezadas. O Guardião escolheu um Conselho Internacional Bahá'í composto de crentes dedicados para ajudá-lo em alguns de seus trabalhos administrativos em Haifa. Também escolheu 27 devotados e maduros Bahá'ís de muitos países como Mãos da Causa de Deus. A eles foi

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dada a responsabilidade de espalhar e proteger a Fé através do mundo.

Adicionou o Guardião algo à literatura Bahá'í?

Além de todas as atividades acima mencionadas, Shoghi Effendi traduziu diversos escritos de Bahá'u'lláh. Era este o trabalho que o Guardião mais gostava. Deu-nos melhores traduções de livros que já conhecíamos, como também fez outras traduções totalmente novas. Todas as obras de Bahá'u'lláh que temos em português, são parte das traduções feitas pelo Guardião.

Grandes e importantes obras escritas por Shoghi Effendi deram aos crentes uma visão clara de um novo entendimento das partes essenciais do estabelecimento final do Reino de Deus na Terra. Alguns deles são: A Dispensação de Bahá'u'lláh, O Desenvolvimento da Civilização Mundial, O Advento da Justiça Divina, O Dia Prometido Chegou.

A Presença de Deus, escrito pelo Guardião, é a história autêntica dos primeiros cem anos da Fé Bahá'í. Foi o seu presente centenário para nós em 1944. Os últimos anos de sua vida foram cheios de outras atividades, escrevendo ou traduzindo livros. Porém, suas contínuas e sempre inspiradas mensagens aos crentes, orientando-os no cumprimento das metas do Plano de 10 Anos, continuaram até o fim de sua vida.

Quando e onde faleceu Shoghi Effendi?

O amado Guardião, depois de 36 anos da mais incansável atividade, faleceu em Londres, Inglaterra, no dia 4 de novembro de 1957. Tinha 24

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anos quando 'Abdu'l-Bahá colocou sobre seus ombros o encargo da Guardiania. Tinha 60 anos quando deixou esse cargo pelo qual sacrificara sua vida. Foi enterrado em um cemitério londrino, em cujo local foi construído um monumento de mármore, cheio de beleza e dignidade.

O Guardião deixou filhos?

Não. O Guardião não deixou nenhum filho e nenhum dos descendentes de Bahá'u'lláh tinha o grau exigido de espiritualidade, lealdade e dedicação para tão alta posição. Portanto o Guardião não pode indicar um sucessor para a Guardiania. Mas não deixou a Fé sem um guia. Em suas últimas mensagens ao mundo Bahá'í, deu-nos instruções explícitas para os cinco anos até o fim da Cruzada Mundial, em 1963, quando determinou a eleição da Casa Universal de Justiça.

Como ficou a autoridade administrativa da Fé de 1957 a 1963?

Depois do falecimento do Guardião, as Mãos da Causa de Deus reuniram-se no Centro Mundial e inspiradas no Testamento de 'Abdu'l-Bahá, escolheram entre si nove membros que morariam em Haifa. Sua primeira ação foi levar a cabo o plano do Guardião para cinco grandes Conferências Intercontinentais a serem realizadas em Kampala (África), Chicago (América), Sydney (Austrália), Frankfurt (Europa) e Djacarta (Ásia) durante 1958. Sua tarefa mais importante era completar a Cruzada Espiritual e preparar para a eleição da Casa Universal de Justiça. Este Corpo ajudou as Assembléias Nacionais em questões administrativas citando trechos da literatura sagrada Bahá'í, que orientou as Assembléias à soluções importantes.

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SEÇÃO V - A CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA
Que é A Casa Universal de Justiça?

É um grupo de nove homens Bahá'ís eleitos pelos membros de todas as Assembléias Espirituais Nacionais do mundo. Bahá'u'lláh afirma claramente em Suas Escrituras que ela é a autoridade máxima administrativa no mundo Bahá'í. Suas decisões são guiadas por Deus, e, portanto, sem erro. Todas as Assembléias Espirituais Nacionais e Locais e todos os Bahá'ís devem obedecer suas decisões, conforme ordenado nas Escrituras Sagradas.

Qual foi a preparação das Mãos para a Casa Universal de Justiça?

Como mencionado antes, o Guardião nomeou o Conselho Internacional Bahá'í. Ele falou que mais tarde em vez do Conselho ser nomeado, seria eleito. O Conselho foi eleito em 1961 e serviu até a eleição da Casa Universal de Justiça em 1963.

Por que 1963 foi uma data importante para os Bahá'ís?

Primeiro, foi 100 anos após a Declaração de Bahá'u'lláh no Jardim de Ridvan em Bagdá.

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Segundo, um Congresso Mundial para celebrar este importante aniversário foi realizado em Londres, Inglaterra, durante a Festa do Ridvan, com o comparecimento de sete mil Bahá'ís vindos da maioria dos países do mundo.

Terceiro, a Casa Universal de Justiça foi eleita numa Convenção Internacional realizada em Haifa, Israel, no Centro Mundial da Fé, imediatamente antes do Congresso Mundial.

Onde reside a autoridade espiritual na Fé Bahá'í?

Não temos mais contato com Deus através de Seu Manifestante ou através dos sucessores, divinamente guiados, de Bahá'u'lláh. Guia espiritual vem a nós somente através dos Escritos do Báb, Bahá'u'lláh, 'Abdu'l-Bahá, Shoghi Effendi, e nas decisões da Casa Universal de Justiça. Opinião humana não tem autoridade em nossa Fé. Durante 65 anos após a ascensão de Bahá'u'lláh Seus ensinamentos têm sido completamente explicados através da guia infalível recebida por 'Abdu'l-Bahá e Shoghi Effendi, e agora recebida pela Casa Universal de Justiça. Nenhuma religião do passado tem tal segurança e benção.

O que fez a Casa Universal de Justiça desde sua eleição?

No Congresso Mundial de 1963 anunciou um novo plano de ensino a começar no Ridvan de 1964. Durante o primeiro ano, a Casa Universal de Justiça examinou as condições da Fé em todo o mundo e formou 19 Assembléias Nacionais novas. O primeiro novo plano de ensino, o Plano de Nove

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Anos, incluiu metas específicas para cada comunidade nacional Bahá'í do mundo, a construção de um Templo Bahá'í no Panamá, a abertura de centenas de novas localidades onde novos crentes entraram para a Fé, um grande aumento no número tanto de Assembléias Espirituais Locais como de Assembléias Espirituais Nacionais, mais literatura Bahá'í traduzida em centenas de línguas, muitos institutos de ensino estabelecidos, e centros Bahá'ís abertos; o reconhecimento da Fé em várias maneiras por governos em todo o mundo. As metas mais importantes do Plano de Nove Anos eram o ensino às massas em todos os continentes e encorajamento da participação na vida Bahá'í por cada crente do mundo.

O Plano de Nove Anos foi seguido por um Plano de Cinco Anos (1974-1979) com três objetivos principais: a preservação e consolidação de vitórias ganhas; uma expansão vasta e amplamente disseminada da comunidade Bahá'í; e o desenvolvimento do caráter distintivo da vida Bahá'í, especialmente em comunidades locais.

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PARTE II
ALGUNS ENSINAMENTOS E LEIS DE Bahá'u'lláh
SEÇÃO 1 - DEUS E SEUS MANIFESTANTES

A. Alguns ensinamentos Bahá'ís concernentes a Deus:

1. Existe apenas um Deus, sem começo nem fim.

2. Deus é o criador de tudo, incluindo o homem. Portanto, o homem não pode conhecê-Lo. A mesa não pode compreender o carpinteiro que a construiu.

3. Deus não existe na forma do homem. O homem é a "imagem de Deus", não no sentido físico, mas com qualidades espirituais, que o homem pode refletir.

4. Deus age através de leis - não por mágicas. As leis da natureza são leis de Deus, mas não são as únicas existentes. Existem as leis espirituais que são reveladas pelos Manifestantes de Deus.

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B. Alguns ensinamentos Bahá'ís relativos aos Manifestantes de Deus:

1. Um Manifestante de Deus é um ser humano perfeito especialmente escolhido por Deus para revelar ou tornar conhecido à humanidade a Vontade e o Plano de Deus e para refletir Suas qualidades.

2. Um Manifestante de Deus não é a realidade de Deus. Mas tudo o que possivelmente possamos entender de Deus é encontrado nos ensinamentos e na vida de um de Seus Manifestantes. Isto torna-O diferente, até do melhor e mais sábio dos seres humanos. Jesus, o Cristo, foi um Manifestante de Deus. O Báb e Bahá'u'lláh são Manifestantes de Deus enviados para a humanidade de hoje.

3. Portanto, um Manifestante de Deus tem duas naturezas - a humana e a divina. Sua natureza humana torna-O igual a qualquer homem. Ele necessita de alimento e sono. Nasce, cresce, sofre e morre. Sua natureza divina é independente de Sua natureza humana. O Espírito Santo ou a Palavra de Deus flui através Dele e é falada ou escrita por Ele.

4. Em Seus aspectos humanos os Manifestantes de Deus são todos diferentes; em Seus aspectos divinos, porém, são todos iguais, pois um único Deus fala através de todos Eles. Portanto os Bahá'ís afirmam acreditarem na unidade de Deus, na unidade de Seus Mensageiros e na unidade da humanidade.

5. Podemos conhecer Deus unicamente através de Seus Manifestantes. Mas um Manifestante

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não é o mesmo que Deus. O Mensageiro é um, e Quem manda a mensagem é outro. Não são iguais. Contudo, embora o homem possa se tornar mais e mais espiritualizado nunca poderá tornar-se um Manifestante de Deus.

6. A palavra Manifestante é usada apenas na Fé Bahá'í. Em outras religiões Eles são conhecidos por outros nomes, tais como Profeta de Deus, Mensageiro de Deus etc. As palavras diferem mas o significado é o mesmo.

7. As grandes religiões do mundo foram iniciadas por anteriores Manifestantes de Deus: o judaísmo por Moisés, o cristianismo por Cristo, o islamismo por Maomé. Eles trouxeram novas leis e ensinamentos para a solução dos problemas particulares às épocas em que surgiram. Essas leis e ensinamentos foram reunidos em um Livro Sagrado, como o Antigo Testamento dos judeus, o Novo Testamento dos cristãos e o Alcorão dos muçulmanos.

8. Os Educadores Divinos (os Manifestantes) têm surgido procedentes de Deus, desde o início da história humana, para ensinar a humanidade e continuarão a se manifestar enquanto existir a humanidade. Bahá'u'lláh é o mais recente Manifestante de Deus, mas não é o último.

C. Alguns ensinamentos Bahá'ís relativos à Revelação Progressiva:

1. A revelação progressiva é uma sucessão de revelações divinas de Deus através de Seus Manifestantes. Cada mensagem ou revelação (+ pág. 53) é o cumprimento de uma anterior e prepara o caminho para a mensagem que lhe seguirá. A educação gradual e o desenvolvimento espiritual da humanidade é o resultado das progressivas revelações de Deus. Um simples exemplo deste método de educação é visto no progresso de um estudante em uma escola.

2. Esses Educadores Divinos têm surgido aproximadamente a cada mil anos, para ensinar diferentes povos, vivendo em diferentes partes do mundo.

3. Nenhum Manifestante Divino deve ser preferido sobre outro. Todos têm o mesmo propósito e a mesma divina autoridade e poder. Cada um é como Deus para o povo de Seu tempo.

4. Mas a Mensagem trazida pelos Manifestantes de Deus, que se sucederem, torna-se cada vez mais ampla à medida que a compreensão da humanidade cresce. Os ensinamentos de Cristo foram maiores que os de Moisés; os ensinamentos de Bahá'u'lláh são mais amplos que os antigos ensinamentos de Cristo ou os de Maomé.

5. Cada Manifestante de Deus reconhece a condição divina do Manifestante que veio antes Dele e profetiza a vinda de outro que O seguirá.

6. As Mensagens de todos os Manifestantes consistem de 2 partes: 1a - Ensinamentos espirituais, e 2a - Ensinamentos sociais ou materiais.

(+ pág. 54)

7. Os ensinamentos espirituais como amor, honestidade, misericórdia, humildade, desprendimento, justiça etc. são invariáveis. Porém, a ênfase pode variar. Cristo deu essencial importância ao amor entre as criaturas individualmente; Bahá'u'lláh frisa a importância da unidade e justiça entre grupos de pessoas, como nações, raças, religiões, classes etc.

8. Os ensinamentos sociais mudam de acordo com as necessidades e condições do mundo no tempo de cada Manifestante. Eles alteram, de acordo com as necessidades da época, as leis de adoração, saúde, casamentos etc.

9. As religiões reveladas, desde o início da história humana, são as seguintes:

Religião
Fundador por:
Sabeana
Desconhecido
5.000 anos a.C. *
Hindu
Krishna
2.000 anos a.C. *
Judaica
Moisés
1.330 anos a.C. *
Zoroástrica
Zoroastro
1.000 anos a.C. *
Budista
Buda
560 anos a.C. *
Cristã
Cristo
1 Era Cristã
Islâmica
Maomé
622 Era Cristã
Babí
Báb
1.844 Era Cristã
Bahá'í
Bahá'u'lláh
1.853 Era Cristã

* Datas aproximadas. As autoridades diferem sobre as datas exatas

10. Todas as religiões, pelo que das mesmas se conhece, ensinam o seguinte quando no início de suas revelações:

Existe um Deus.

Deus se dirige à humanidade através de um homem escolhido.

O homem pode receber guia divina através da prece. (+ pág. 55)

As qualidades espirituais de amor, retidão, caridade, obediência etc. são as mesmas "Regras de Ouro" encontradas em todas as religiões.

O homem continua a existir em outra forma após a morte.

A obediência às leis de Deus e uma vida para o bem encontra recompensa; a desobediência e as más ações são punidas.

Um tempo virá no futuro quando todos os homens serão como irmãos e haverá paz no mundo.

11. Algumas religiões têm mais ensinamentos sociais que outras. A Fé Bahá'í conta com muitos ensinamentos sociais. Isto é porque Bahá'u'lláh foi o primeiro Mensageiro de Deus a vir ao mundo depois do homem conhecer tudo sobre o planeta. O mundo está agora unido fisicamente, de forma que as raças, as religiões, as nações devem aprender a conviver harmoniosamente, sem lutas. Bahá'u'lláh nos deu as leis e os princípios que possibilitarão essa nova forma de vida social.

12. Alguns dos ensinamentos sociais que unirão o mundo são: a unidade da humanidade; a unidade da religião; a unidade das nações em uma comunidade mundial; a independente investigação da verdade; o abandono de todas as formas de preconceitos; um idioma universal adicional aos idiomas tribais ou nacionais; direitos e oportunidades iguais para homens e mulheres; educação para toda a humanidade.

(+ pág. 56)

13. Os Mensageiros de Deus no passado compreenderam a revelação progressiva, mas os seus contemporâneos não podiam entendê-la. Hoje, que a humanidade está chegando à maturidade, Bahá'u'lláh nos explicou claramente a revelação progressiva.

D. Algumas razões porque os homens negam um novo Manifestante de Deus

Quando se aproxima o tempo para a vinda de um novo Manifestante de Deus, as pessoas começam a esperá-Lo e até a orar para a Sua revelação. Contudo, quando Ele aparece, essas mesmas pessoas, e o mundo em geral, rejeitam-No, perseguem-No e, algumas vezes, até O matam. Isso parece muito estranho. Por que?

1. Muitas pessoas não pensam por si mesmas. Adotam idéias dos pais e das escolas onde estudam, aceitam o que lhes vem por tradição e pelas condições sob as quais vivem. Professam essas idéias, aceitam-nas como verdadeiras sem pensar sobre elas. Acreditam que tudo que for diferente será falso.

2. Os líderes religiosos (ministros e sacerdotes) são tidos como autoridades em todos os assuntos concernentes à religião e a Deus. As pessoas, conseqüentemente, seguem a liderança deles. Contudo, a história das religiões passadas mostra que os líderes religiosos têm sido os piores inimigos de um novo Manifestante de Deus. Por que é assim?

3. Os líderes religiosos têm grande influência e autoridade. As pessoas confiam neles e seguem (+ pág. 57) o que eles dizem. Eles gostam disso e, por outro lado observam que o Mensageiro de Deus tem um grande poder de atração, que está ensinando novas idéias e que o povo começa a acreditar Nele e a segui-Lo. Alguns receiam que o Mensageiro de Deus irá tomar sua posição e autoridade e, por isso, voltam-se contra Ele.

4. Os líderes religiosos, normalmente, não são pensadores independentes. Ensinam aquilo que aprenderam e tentam convencer-se e aos outros que as doutrinas antigas e crenças de suas religiões, muito embora longe de representarem os ensinamentos originais de seus Fundadores, são melhores do que os da nova Mensagem de Deus para a sua época. Muitos, especialmente as pessoas mais velhas, encontram dificuldades em abrir suas mentes às novas idéias e por isso dizem não serem elas verdadeiras.

5. Os ensinamentos e leis do Manifestante de Deus são contrários aos desejos do povo. Deus manda leis que tornarão melhores as pessoas e que as levarão a uma vida espiritual mais elevada. Mas os homens desejam seguir seus próprios desejos e não querem sacrificar suas vidas.

6. Os ensinamentos das antigas religiões foram misturados com as idéias e interpretações humanas. Especialmente as profecias sobre a vinda de um novo Mensageiro, por serem simbólicas, nunca são bem compreendidas. Geralmente são tomadas literalmente e, em (+ pág. 58) decorrência disso, ensina-se e acredita-se em idéias estranhas e ilógicas.

7. As religiões, já de há muito estabelecidas, contam com muitos recursos materiais para oferecerem aos seus membros e sacerdotes. Têm grande influência e poder. Isso significa a possibilidade de empregos bem pagos, escolas, hospitais, finas igrejas, posição social na comunidade. Os primeiros crentes de um novo Profeta contam com a vida espiritual, felicidade e uma nova e maior compreensão da Verdade, no serviço, no sacrifício e no amor pelo Manifestante de Deus. Mas, a maioria dos homens prefere as recompensas materiais.

8. O povo fica ligado ao NOME do antigo Mensageiro. Nada conhece de Sua realidade divina. Não se aprofunda em conhecê-Lo além do nome e receia aceitar um novo.

9. Muitas pessoas temem o que os outros possam pensar delas e como serão tratadas se forem diferentes de algum modo. É fácil seguir a multidão. É necessário coragem para deixá-la, pensar por si mesmo, seguir a Verdade e compreendê-la.

10. Tão logo algumas pessoas alcançam alguma cultura, começam a pensar que são capazes de dirigir suas próprias vidas e seguir seus próprios desejos e crenças. Normalmente negam a Deus, como também negam o Seu Manifestante. Tais pessoas são quase sempre muito infelizes e vivem insatisfeitas.

(+ pág. 59)

11. As pessoas muito educadas têm outra dificuldade. Não querem aceitar a autoridade divina de um Manifestante. Seu próprio conhecimento torna-se sua autoridade e seu deus.

12. De um modo geral, poucos compreendem que a vida é movimento. Tudo, inclusive a verdade espiritual, deve crescer e modificar-se, se for viva. O Mensageiro de Deus traz nova vida e maior amplitude ao mundo, fazendo com que todas as coisas se modifiquem ou se renovem. A alma que não responde a este despertar do Sol da Verdade, a esta nova Manifestação, está espiritualmente morta.

E. Como pode alguém ter certeza de que Bahá'u'lláh é um Mensageiro de Deus?

Esta é uma pergunta muito importante, que todo aquele que ouve falar sobre a Fé deve decidir por si mesmo. Existem dois tipos de provas para Mensageiro de Deus. Primeiro, os ensinamentos e profecias de um Mensageiro anterior, concernente à vinda do Mensageiro que O seguirá. Segundo, os fatos históricos de Sua vida, Seus ensinamentos e influência, que comprovam Sua missão divina através da força da razão. Vamos tratar de algumas dessas provas racionais relativas a Bahá'u'lláh.

1. A maior prova é o próprio Bahá'u'lláh. Desde a infância foi reconhecido como sendo "diferente". Seu conhecimento era inato - provinha de Deus, não dos livros ou dos professores. Renunciou à riqueza e posições sociais por uma longa vida de sofrimento, exílio e prisão. Sua sabedoria, Seu caráter puro e nobre, Sua vida perfeita, Seu ilimitado amor atraía os corações dos homens e lhes dava fé e felicidade. Mesmo aqueles que não eram Bahá'ís reconheciam Sua grandeza. A história de Sua vida mostra-nos, muitas e muitas vezes, o fracasso completo dos homens em eliminar, de qualquer modo, o poder do Espírito Santo que fluía através de Bahá'u'lláh. Leia 'Um Esboço da História Bahá'í'.

2. Seus ensinamentos: Suas palavras tanto faladas como escritas, trouxeram ao homem moderno a sabedoria, a inspiração, a beleza, a autoridade e o poder de Deus. Diferentes dos escritos mesmo do maior dos homens, eles são criativos, isto é, causam crescimento e mudança nas vidas dos seres humanos e no progresso do mundo. Falou com autoridade, mesmo com os líderes das nações e religiões que O perseguiam. Seus ensinamentos são universais e beneficiam a todas as pessoas.

3. Sua influência: Seus seguidores foram pessoas provenientes de diferentes religiões, grupos raciais e nacionais que se odiavam uns aos outros. Ele transformou seus ódios em amor e os uniu em uma fraternidade universal. Milhares preferiram sofrer os piores martírios que se possa imaginar, a negar o novo Manifestante. Embora Bahá'u'lláh e aqueles que Nele acreditavam não dispusessem de exércitos ou governos para ajudá-los, nem muita riqueza e clero, contando com um mínimo de publicidade, Sua Fé tem se espalhado rapidamente por todo o mundo. (+ pág. 61) Seus ensinamentos sociais são agora reconhecidos por muitos líderes mundiais como a melhor solução para os problemas do mundo. Contudo, muito poucas pessoas compreendem serem as mesmas parte integrante do plano de Deus para uma civilização mundial ou que Bahá'u'lláh foi Quem os trouxe para a humanidade. Considere-se os seguintes ensinamentos de Bahá'u'lláh e o modo como têm sido espalhados nos últimos cem anos desde que Eles os revelou:

Educação Universal: A educação está aumentando em todas as partes do mundo.

Harmonia entre a ciência e a religião: Pessoas de destaque da ciência e da religião não são mais antagonistas.

Igualdade entre homens e mulheres: A posição das mulheres, tanto legalmente como socialmente, está melhorando em quase todos os países.

Unidade da humanidade: A ciência gradualmente está reconhecendo existir apenas uma raça, a raça humana e que todos os grupos de homens têm igual habilitação quando existe igual oportunidade.

Unidade da religião: Os estudiosos estão começando a investigar as grandes religiões do mundo; está diminuindo o antagonismo entre as seitas cristãs; alguns esforços estão sendo realizados para se chegar à unidade religiosa entre os cristãos; gradualmente aumenta a compreensão e a cooperação entre as religiões do mundo. (+ pág. 62)

Governo Mundial: As nações reconhecem a necessidade da cooperação mundial como a existência da ONU e muitos outros grupos internacionais.

Força policial internacional: Várias já foram temporariamente organizadas para enfrentarem diversas crises mundiais e evitar uma guerra geral.

Corte Mundial: Já existe uma, com poderes limitados.

Eliminação dos extremos de riqueza e pobreza: Em muitas partes do mundo, grandes áreas de terra estão sendo divididas entre os lavradores. Os ricos estão sendo pesadamente taxados e os pobres estão recebendo salários mais altos e benefícios sociais nos casos de doença, velhice, desemprego.

Língua Universal: O valor de uma língua internacional é mais evidente à medida que surgem organizações mundiais e aumenta a necessidade de maior compreensão entre as nações.

Consulta: O emprego deste método na solução de problemas sociais, políticos e industriais cresce rapidamente.

Notável progresso existe também na divulgação e adoção de muitos outros ensinamentos de Bahá'u'lláh, especialmente no Ocidente.

4. Milagres: Muitas pessoas consideram os milagres como prova de um Mensageiro de Deus. Os Bahá'ís porém, acreditam que os Manifestantes de Deus são capazes de realizar coisas impossíveis para os outros, mas tais milagres (+ pág. 63) não convencem aqueles que n'Eles não acreditam, mas servem com provas de Sua posição e Manifestante de Deus. Um cristão, por exemplo, pode dizer a um judeu ou a um budista que Cristo ressuscitou um morto, mas suas palavras não terão efeito sobre a pessoa que não crê em Jesus, tão pouco ficará convencida de ter sido Cristo um Manifestante de Deus. O maior de Seus milagres, porém, são Seus ensinamentos, Suas próprias vidas e a influência de Suas palavras nos corações dos homens, apesar da tremenda oposição dos poderosos e sábios de Seu tempo. Estes milagres têm sido realizados por todos os Manifestantes de Deus.

Conclusão: Todos esses pontos provam que Bahá'u'lláh foi mais que um homem sábio e grande instrutor universal. Sua vida, Seus ensinamentos, Sua crescente influência - tudo mostra que Deus falou através Dele à humanidade, como já o fizera anteriormente no passado através de Cristo e de outros Mensageiros divinos.

(+ pág. 64)
SEÇÃO 2 - ALGUNS ENSINAMENTOS DE Bahá'u'lláh
A. Unidade da humanidade

A unidade é encontrada em tudo. Existe apenas um Deus e a unidade é encontrada em todas as partes de Sua criação, desde a coisa mais insignificante até o infinitamente grande universo de sóis, estrelas e planetas. Deve haver unidade na família humana. A unidade é a lei fundamental do universo de Deus. 'Abdu'l-Bahá diz que o amor de diferentes espécies é o poder de atração que mantém todas as coisas unidas. Não pode existir unidade sem amor.

A unidade é o centro em torno do qual giram os ensinamentos Bahá'ís. A unidade da família humana significa a unidade de classes, de raças, de religiões e das nações.

Eis agora alguns dos ensinamentos Bahá'ís sobre a unidade da humanidade, conforme revelado a Bahá'u'lláh por Deus, o Criador da raça humana:

1. A unidade da humanidade tem crescido à medida que o homem se tem desenvolvido desde os primórdios da história há muitos milhares de anos passados. As pessoas não (+ pág. 65) gostam de viver isoladas. Acharam melhor e mais fácil, para se alimentarem e se protegerem, viver e trabalhar juntas. Primeiramente uniram-se em famílias, depois em clãs. Mais tarde os clãs uniram-se para formar uma tribo. Mais recentemente, muitas tribos uniram-se para se tornarem uma nação. Agora, diz-nos Bahá'u'lláh, o homem deve dar o último e mais avançado passo - as nações do mundo, grandes e pequenas, fracas e fortes, devem se unir em uma comunidade mundial, com uma economia mundial, para trazer paz e felicidade a toda a humanidade.

2. Bahá'u'lláh fala com a autoridade e conhecimento de Deus e diz que a unidade de raças, religiões e nações será alcançada na Era Bahá'í. Não se trata de um sonho bonito, mas sim de um plano de Deus e Ele fará com que seja realizado. A ignorância e o preconceito dos homens poderão retardá-la, mas não poderão impedir sua concretização. As leis e ensinamentos de Bahá'u'lláh são os meios pelos quais Deus unirá os homens.

3. Bahá'u'lláh diz existirem muitas espécies de unidade (a familiar, a política etc...) porém que a mais forte de todas é a unidade espiritual. Todos os homens e mulheres são filhos de Deus e iguais aos olhos de Deus. "Sois todos os frutos de uma mesma árvore e folhas de um mesmo ramo". "Os que amam a humanidade, esses são os homens superiores, de qualquer nação, credo e cor que provenham."

(+ pág. 66)

4. Antes que a unidade da humanidade possa ser estabelecida, deve a educação ser mundialmente espalhada para eliminar a ignorância. Os preconceitos de toda a espécie devem ser esquecidos. Devemos amar mais a todos os povos. Portanto, tornarmo-nos verdadeiros Bahá'ís é o que podemos fazer para apressar a unidade da humanidade.

B. A Unidade da religião

A unidade da religião é um dos ensinamentos Bahá'ís mais importantes. Ajudará gradualmente a trazer a paz, unidade e felicidade ao mundo. Quando uma pessoa compreende a revelação progressiva (ver Parte II novamente, Seção I, A, B, C e D), compreenderá também que as bases de todas as religiões são as mesmas.

Bahá'u'lláh disse: "Não pode haver nenhuma dúvida que os povos do mundo, de qualquer raça ou religião, recebem sua inspiração de apenas uma Fonte Divina e são os súditos de um único Deus. As diferenças entre as ordens sob as quais escrevem devem ser atribuídas às exigências e imperativos (necessidades urgentes), da época na qual foram reveladas. Todas elas (as religiões)... foram mandadas a nós por Deus e são um reflexo de Sua Vontade e Propósito. "Aquilo que o Senhor ordenou como o soberano remédio e o mais poderoso instrumento para a cura de todos no mundo é a união de todos os seus povos em uma Causa Universal, em uma Fé comum."

C. A eliminação de preconceitos

Os Bahá'ís são ensinados a liberar suas mentes e seus corações dos preconceitos. O que é (+ pág. 67) preconceito? É decidir sobre qualquer coisa antes de conhecer os fatos sobre ela. Se você conhece um homem pela primeira vez e decide de imediato que não gosta dele, isto é preconceito. Ele pode demonstrar ser uma boa pessoa, um amigo, quando você chegar a conhecê-lo melhor. Se um vizinho disser que a Fé Bahá'í não presta e não permitir que você diga algo a ele sobre a Fé, isto é preconceito.

O preconceito deriva de nossas emoções ou sentimentos e não de nossas mentes. Emoções como amor, ódio, felicidade, tristeza, inveja, ciúme, orgulho, lealdade e muitas outras, podem ser um bem e um mal. Mas devemos observá-los para estarmos seguros de que são justas as razões atrás dos sentimentos.

O preconceito é sempre injusto para com alguém ou alguma coisa. Disse Bahá'u'lláh: "O que existe de mais amado, a meu ver, é a justiça." Portanto, devemos nos esforçar para nos livrarmos do preconceito.

Existem muitas espécies de preconceitos. São encontrados em todos os países e entre todos os povos. Muitos de nós temos preconceitos e devemos constantemente tratar de superá-los. Tem você algum dentre os seguintes preconceitos?

O amor a um país e a uma família ou tribo é bom. Mas pode se tornar mau se fazemos dele um motivo para desgostarmos ou mesmo odiarmos outras nações ou tribos.

O preconceito entre crentes das grandes religiões do mundo tem causado guerras e perseguições terríveis. Existe até mesmo (+ pág. 68) entre as diferentes divisões ou seitas de uma mesma religião. Os líderes religiosos quase sempre aumentam o preconceito dos crentes ensinando que sua crença particular é a única verdadeira e que a sua interpretação da palavra de Deus a única correta. Até mesmo proíbem o povo de estudar outras crenças religiosas.

O preconceito racial é encontrado em todas as raças. A raça branca tem sido especialmente culpada disso. Este preconceito normalmente transforma-se em ódio e causa conflitos e injustiças em muitas partes do mundo.

O preconceito de classe não é perigoso normalmente, mas muito comum. Podemos ter um sentimento de repulsa contra as outras pessoas, apenas porque elas têm, mais ou menos dinheiro ou educação, ou mais ou menos autoridade do que nós.

Você acha que tem alguns preconceitos? Muitos de nós temos. Mas como os adquirimos? Ninguém nasce com preconceito. Adquirimo-lo de nossos pais, de nossos amigos, das coisas que ouvimos ou lemos. É estranho que muitas pessoas de mentalidade atrasada encontrem prazer em dizer coisas indelicadas e injustas sobre outras pessoas. Isso lhes dá um falso sentimento de serem melhores que as outras pessoas. O preconceito é como uma doença contagiosa. Aqueles que o tem, passam-no para os outros.

Como se pode superar o preconceito? A verdadeira educação é de grande ajuda. Fazer amizade (+ pág. 69) com outras pessoas, por associação ou viagens, transforma nossos sentimentos com relação aos outros. Mas o preconceito existe entre as pessoas educadas. A educação pode melhorar nossa informação, porém não modifica nossos sentimentos. Só a religião pode curar o preconceito. O amor é a emoção mais poderosa no ser humano.

Estudar e seguir a Fé Bahá'í é a maneira mais segura de curar o preconceito. Os ensinamentos Bahá'ís sobre a unidade da humanidade, a unidade da religião, a igualdade entre homens e mulheres, a harmonia entre a ciência e a religião, a educação universal - todos eles destroem o preconceito. Substituem o preconceito por amor, unidade e justiça.

D. A harmonia entre a ciência e a religião

Em todo o universo de Deus, o que faz a humanidade diferente de tudo o mais na criação é a habilidade de pensar e raciocinar. A humanidade tem se desenvolvido gradualmente durante muitos milhares de anos, desde a infância mental até a sua presente condição. Bahá'u'lláh diz que a humanidade está agora chegando à maturidade. Uma das grandes evidências disto é o avanço da ciência durante os últimos cem anos.

A ciência é um conjunto de fatos que foram cuidadosamente estudados e adaptados para o uso do homem. A ciência descobre e torna útil para o homem as leis da natureza que controlam o universo físico. Deus criou o universo, portanto, as leis da natureza são as leis de Deus. A ciência descobre essas leis através da observação e da experiência.

(+ pág. 70)

A palavra "religião" provém de outra palavra, significa "unir novamente". Assim, a religião deve ter o poder de unir as pessoas. Desde que existe apenas um Deus, deve haver apenas uma religião. O que o homem julga serem diferentes religiões, são apenas diferentes graus no desenvolvimento da religião universal, una.

Existem leis na religião como as existem na ciência. São também leis de Deus. Essas leis mostram a relação entre Deus e o homem, e entre o homem e seu semelhante (quer individualmente quer em grupo). As leis do mundo físico são encontradas na ciência; as leis do mundo espiritual, na religião.

A religião vem ao homem através da Revelação Divina; a ciência, através da observação da natureza. Porém, Bahá'u'lláh diz que o princípio de todo o conhecimento é o conhecimento de Deus, que o Manifestante traz para o mundo. Assim, o conhecimento científico, tanto quanto a religião, dependem do Manifestante. A verdadeira ciência e a verdadeira religião são duas partes da verdade divina. Não podem estar em desacordo quando compreendidas apropriadamente.

'Abdu'l-Bahá diz que o progresso humano depende tanto da ciência como da religião. As duas são como as asas de um pássaro e devem se equilibrar. Se a humanidade tenta voar com a asa da ciência apenas, esquecerá Deus e pensará somente nos benefícios materiais. Se tenta voar com a asa da religião somente, seu poder de raciocínio será muito fraco e cairá na superstição.

Nos séculos passados a ciência e a religião estiveram realmente em luta uma contra a outra. A igreja (não a religião verdadeira), era (+ pág. 71) então a autoridade. Considerava-se errado o uso da razão, que é o mais elevado legado de Deus ao homem. Os cientistas foram perseguidos, presos e até mesmo mortos. Muitos pensam não mais necessitarem de Deus. A ciência tornou-se um ídolo que eles adoram em lugar de Deus, o Criador. A Fé Bahá'í é o vínculo que une a verdadeira religião e a verdadeira ciência. Grande importância é dada à ciência e ao descobrimento científico, tanto quanto à verdade espiritual, uma vez que ambas são dadas ao homem através do poder do Espírito Santo.

'Abdu'l-Bahá diz que quando a religião é libertada da superstição, da tradição e das doutrinas clericais, e se une com a verdadeira ciência, então uma grande força unificadora varrerá diante dela todas as guerras, desentendimentos e lutas. A humanidade será então unida pelo poder do amor de Deus.

E. Igualdade de direitos entre o homem e a mulher:

Um dos mais importantes ensinamentos de Bahá'u'lláh é a igualdade entre o homem e a mulher. A humanidade é como um pássaro cujas duas asas representam o homem e a mulher. A não ser que as asas sejam igualmente fortes, o pássaro da humanidade não poderá voar bem.

Bahá'u'lláh diz que todos no mundo devem receber educação. Mas se for impossível para ambos, meninos e meninas, freqüentarem a escola, é mais importante que as moças recebam educação. A razão disso é que a mãe é a primeira e mais importante mestra da criança. Os filhos de mãe ignorante têm um mau começo de vida.

(+ pág. 72)

No passado, os homens foram considerados superiores devido à força física. Isto não é tão importante agora, quando a máquina faz a maior parte do trabalho pesado. Hoje, as qualidades mentais e espirituais são mais importantes. As mulheres possuem essas qualidades em abundância e são capazes de grandes realizações.

'Abdu'l-Bahá diz que as mulheres podem se tornar iguais aos homens nas ciências, nas artes, nas virtudes e perfeições, enquanto que em ternura, misericórdia e simpatia as mulheres são superiores aos homens. O mundo fará grande progresso quando as mulheres puderem colaborar em todos os assuntos da vida.

Diz Ele: "Podeis estar certos. Não considereis apenas as condições presentes. Em futuro próximo o mundo das mulheres tornar-se-á glorioso. Sua Santidade Bahá'u'lláh assim o quis!... Ninguém pode retardar ou sustar o progresso da mulher."

F. Política:

O verdadeiro significado de "política" é a arte de governar, a administração dos assuntos públicos. Hoje ela tem outro significado, menos apreciável. Refere-se aos programas, princípios, métodos e opiniões diferentes dos partidos políticos. Um partido político é uma organização de indivíduos com planos para o controle, a nomeação ou eleição, e as ações das pessoas que cuidam das coisas do governo. Cada partido representa determinados interesses e opiniões, e os líderes se opõem àqueles de outros partidos políticos. Portanto, os políticos dividem o povo de uma comunidade ou nação, criando fortes preconceitos e desunião.

(+ pág. 73)

Preconceitos políticos causam discórdias entre nações, entre grupos ou setores dentro de uma comunidade, ou de um país. Têm causado revoluções, violências, ódios, crimes, traições, desonestidades etc... Bahá'u'lláh veio para estabelecer a justiça, não o preconceito, e unidade e não a desunião. Não existe amor na política, apenas oposição e a busca de vantagens pessoais.

A religião trata das coisas do espírito; a política trata das coisas do mundo. Nós cremos na unidade de todas as raças, religiões, nações e classe de uma nação particular, de uma raça ou de um partido.

'Abdu'l-Bahá nos disse como explicar nossa atitude com relação aos governos e à política. "Dizei: Eu sou um Bahá'í, portanto um amigo de todas as religiões e nações. Considero todos como pertencendo a uma única raça e reputo todos como meus parentes. Tenho amor divino, não um amor racial, sectário. De acordo com os mandamentos escritos de Bahá'u'lláh, não pronuncio uma palavra relacionada à política, porque estamos proibidos de interferir em assuntos políticos. Estamos ligados aos assuntos divinos. Somos servos do mundo da moralidade. Consideramos que os preconceitos raciais, religiosos, políticos e nacionais são destrutivos ao mundo da humanidade. Cremos que a superfície da terra constitui um lar e toda a humanidade uma família. Agimos com todos com a maior sinceridade e bondade."

'Abdu'l-Bahá também diz que quando um Bahá'í toma parte ativa na política ele cessa de ser um Bahá'í. Na política temos o "eu", em torno do qual gira a liderança ou a autoridade. Um verdadeiro Bahá'í nunca organiza um grupo em torno (+ pág. 74) dele para qualquer propósito. Isso violaria o espírito de unidade e o Convênio de Bahá'u'lláh. As únicas autoridades de nossa Fé são o Báb, Bahá'u'lláh, 'Abdu'l-Bahá, Shoghi Effendi e a Casa Universal de Justiça.

Embora os Bahá'ís não possam pertencer a um partido político ou trabalhar para eles, podemos votar se existir um candidato que seja honesto, sem preconceitos e que trabalhe para o progresso de todos os povos, sem distinção de raça, classe ou religião.

Lealdade ao Governo

As seguintes citações expressam a atitude Bahá'í com relação aos governos e suas leis: "Em todo o país ou governo onde resida alguém desta comunidade, deve ele agir em relação ao governo com toda a confiança e veracidade. A ninguém é dado o direito de agir de forma a contrariar os pontos de vista daqueles que representam a autoridade. A lei deve reinar e não o indivíduo; assim o mundo se tornará um lugar de beleza e a verdadeira fraternidade será alcançada. Não espalhe a desordem na terra e não derrame o sangue de ninguém; não se apodere do alheio, nem siga todos os demagogos que surgem."

"A luta e o emprego de forças, mesmo em causas justas, não trará bons resultados. O oprimido, embora com razão pela parte que lhe toca, não deve fazer valer o seu direito pela força; o mal continuará. Os corações devem ser transformados."

A melhor maneira para um Bahá'í promover um bom governo em seu próprio país e no mundo (+ pág. 75) é: 1o - fazer de sua vida um exemplo dos ensinamentos espirituais e dos princípios sociais da sua Fé; e 2o - ensinar a Fé Bahá'í para os outros. Bahá'u'lláh, e não os políticos, é o médico divino para os males do mundo.

G. Outros ensinamentos Bahá'ís

Apresentamos alguns dos ensinamentos de Bahá'u'lláh. Eis alguns outros:

Bahá'u'lláh diz que não é bom aceitarmos cegamente idéias e crenças de nossos pais e antepassados. Devemos tomar nossas próprias decisões, depois de descobrir os fatos. Isto é particularmente verdadeiro com relação à religião. Devemos contar tudo a nossos filhos com relação à Fé Bahá'í. Quando eles alcançarem os 15 anos de idade, eles próprios devem decidir sobre se tornarem Bahá'ís.

As condições econômicas do mundo devem mudar, diz Bahá'u'lláh. Não deve haver pobreza total e nem a riqueza extrema. As disputas entre patrões e empregados devem ser resolvidas não por greves mas pela consulta amigável entre os representantes de cada grupo.

A paz mundial virá através de uma comunidade de nações. Um governo internacional terá uma corte mundial e uma força policial mundial.

A educação será compulsória como também universal. Todos devem ser treinados em uma profissão ou outro meio para ganhar a vida. Uma linguagem mundial comum será ensinada nas escolas de todos os países, além da língua materna. Então se falarmos com pessoas vivendo em outras partes do mundo, estaremos aptos a entendê-los e confiar neles.

(+ pág. 76)

Através destes e de outros ensinamentos que Bahá'u'lláh deu à humanidade, o Reino de Deus será estabelecido na terra. Assim, espalhemos estas maravilhosas idéias Bahá'ís!

PARTE III
LEIS DA FÉ BAHÁ'Í
A. Por que Deus manda leis à humanidade?

Bahá'u'lláh diz que Deus deu dois deveres, ao homem, maiores que todos os outros. O primeiro é reconhecer Seu Manifestante e o segundo obedecer Suas leis. Chama esses deveres de gêmeos e diz que não podem ser separados. Deus não aceita um sem o outro. Se não tivéssemos leis não haveria ordem no mundo. Seria inseguro viver. Deus deu os modelos de conduta para o indivíduo e para a humanidade como um todo. As crianças devem ser ensinadas ou então ficariam como animais. A humanidade precisa ser ensinada antes do homem poder refletir qualquer das qualidades de Deus.

Os mensageiros de Deus vieram para dizer e mostrar ao homem como viver. Cerca de 3.500 anos passados, Moisés deu 10 mandamentos. Sabem quais são? Existe UM Deus e devemos adorá-Lo; não devemos ter falsos deuses (ídolos); não devemos usar mal a linguagem; devemos guardar o sábado; devemos respeitar nossos pais; não devemos matar; não devemos roubar; não devemos querer, nem tentar obter a propriedade de nosso (+ pág. 78) próximo. Hoje muitos desses mandamentos são encontrados na lei civil de quase todos os países do mundo.

A humanidade está se desenvolvendo gradualmente e, de tempos em tempos, Deus modifica algumas de Suas leis ou adiciona algo a elas para que se adaptem às necessidades do homem. É como um bebê crescendo para chegar à infância, à juventude e finalmente à maturidade. O alimento do bebê tem que ser diferente do da criança e o da criança diferente do alimento do adulto.

As leis trazidas pelos Manifestantes de Deus são para corrigir as más ações e os costumes indesejáveis da humanidade. Melhoram o indivíduo e tornam o mundo inteiro melhor. Elas são uma grande benção de Deus ao homem.

Algumas pessoas pensam que a liberdade significa não ter leis para obedecer e fazer tudo aquilo que queiram. Bahá'u'lláh diz que a verdadeira liberdade está em obedecer as leis de Deus, pois somente a obediência a essas leis trarão a verdadeira felicidade, alegria, paz, saúde, segurança e muitas recompensas espirituais. 'Abdu'l-Bahá diz que a verdadeira prisão para o homem é a prisão do seu "ego" e das paixões. Eis o significado da verdadeira liberdade. A obediência é uma das leis de Deus mais importantes e das mais difíceis de seguir, mas a obediência leva-nos mais próximos de Deus, e a proximidade de Deus é a maior benção neste mundo e no próximo.

Iremos tratar de algumas leis Bahá'ís com relação à oração, jejum, álcool, casamento, divórcio, sepultamento, etc.

(+ pág. 79)
B. Oração

Cada Manifestante de Deus disse que o homem deve orar a Deus. Ele próprio ora a Deus. A oração, portanto, deve ser muito importante; mas o que é a oração?

Podemos dizer que a oração é conversação com Deus. Se amamos a Deus, desejamos falar-Lhe de nosso amor; dizer-Lhe de nossas necessidades; pedir-Lhe perdão por nossas faltas e pecados; pedir Sua ajuda; Sua graça e benção para o nosso desenvolvimento espiritual e para que possamos compreender e obedecer às Suas leis.

Desejamos agradecer-Lhe por nos dar saúde, amigos e especialmente pela grande graça de reconhecermos Sua Manifestação. Desejamos adorar e louvar Sua grandeza e Poder, Seu amor, Suas perfeições.

Porém, se a oração é conversação, não podemos falar o tempo todo. Devemos dar a Deus uma chance para nos falar. Ele não fala em palavras, mas podemos sentir Sua Presença se esperarmos calmamente Sua resposta, depois de termos orado. Ele coloca bons pensamentos em nossas mentes e nos faz sentir melhores.

A oração é o ponto de contato, de ligação entre o homem e Deus. É como uma escada pela qual podemos chegar mais perto de Deus. É como um ímã que atrai o Espírito Santo. (O Espírito Santo é o poder espiritual que provém de Deus através de Seus Manifestantes, para o desenvolvimento do homem. É como os raios do sol da Verdade).

Por que devemos orar? Deus sabe o que necessitamos. Quando fizeram a 'Abdu'l-Bahá esta pergunta, sorrindo respondeu: "Os que amam conversam." "Como devemos orar? Voltai vossos (+ pág. 80) corações para Deus através de Bahá'u'lláh. Esquecei as coisas materiais e vosso próprio "eu". Colocai toda a vossa confiança em Deus. Orai com toda sinceridade. Uma oração oferecida com o verdadeiro espírito de humildade e amor vale mais do que uma centena repetidas apenas como hábito. É mais fácil orar quando se está quieto e sozinho, mas isso não é imprescindível.

São respondidas as orações? Todas as orações são respondidas, mas Deus não nos dá sempre o que desejamos. Algumas vezes Ele nos diz "Não". Aquilo que pedimos pode não ser bom para nós. Deus pode ter outros planos para nós. Ele pode querer nos testar, a fim de que possamos crescer espiritualmente e nos tornarmos mais fortes em espírito.

Devemos orar pelos doentes? Sim. Somos afortunados por termos algumas orações para o fim específico de cura. A oração freqüentemente traz a recuperação, porém Bahá'u'lláh diz que Deus também quer que nos utilizemos dos recursos de um médico para a cura. É melhor orarmos para os outros do que para nós mesmos. Quando estamos doentes, nosso espírito está fraco. Então outros oram por nós.

Devemos orar pelos mortos? Sim. Isso ajuda a que tenham progresso no mundo espiritual. Eles também podem nos ajudar com suas orações.

Quando devemos orar? A qualquer tempo. Cedo, pela manhã é muito bom. Bahá'u'lláh revelou centenas de orações, mas existem três especialmente para uso diário. São chamadas as orações obrigatórias diárias. Devemos escolher qualquer uma delas. Então, é um dever espiritual de todos os Bahá'ís o uso dessa oração diariamente.

(+ pág. 81)

As três orações diárias incluem: uma bem longa para ser rezada uma vez por dia a qualquer hora; uma média para ser rezada pela manhã, ao meio-dia e à noite; e uma bem curta para ser rezada ao meio-dia.

C. Jejum

A oração e o jejum têm sido usados por todas as religiões do passado, porém as leis relacionadas a elas mudaram. O jejum na Fé Bahá'í significa não tomar alimento ou bebida do nascer-do-sol até o pôr-do-sol, durante um período de 19 dias, iniciando a 2 de março até 20 de março. Esta é a parte física do jejum.

Mas existe o significado espiritual do jejum. É um símbolo da vida sem egoísmo e sem desejos físicos. Estimula e purifica nossa alma. Devemos ler os escritos de Bahá'u'lláh e 'Abdu'l-Bahá e orar ainda mais. Estamos obedecendo às leis de Bahá'u'lláh? Quais são as nossas fraquezas e falhas? Que mudanças devemos fazer em nossas vidas?

D. Bebida alcoólicas e entorpecentes

Bahá'u'lláh nos proíbe de tomarmos qualquer coisa que contenha álcool. Isso significa que os Bahá'ís não devem tomar cerveja, vinho, aguardente, ou outra bebida forte. Tudo o que é fermentado contém álcool e os Bahá'ís não devem tomá-lo.

Muitas pessoas em todos os países não querem esta lei. São como crianças. Arranjam toda sorte de desculpas. Dizem: "A cerveja é alimento. É boa para a gente. Eu nunca fico realmente embriagado." "Quando meus amigos vêm me visitar, esperam que lhes dê alguma bebida e que os acompanhe." "Todos os meus amigos vão para o bar e eu gosto de estar com eles." "Meus antepassados usaram bebidas alcoólicas, porque eu não posso usá-las?"

Existem boas respostas para todas essas desculpas, mas os homens não querem saber delas. Desejam fazer aquilo que acham que devem e não o que Deus os manda fazer. Pensam que sabem mais que Deus.

Cristo não proibiu o álcool. Não era um grande problema naquele tempo. Maomé proibiu o álcool e por mais de mil anos os maometanos O obedeceram. Eles tornaram-se a maior nação e a mais fina civilização do mundo. Agora os maometanos usam o álcool e já não são mais o que eram.

A bebida alcoólica é um problema muito sério no mundo de hoje. Muitas pessoas não conhecem os efeitos do álcool sobre o corpo e a mente. Diz Bahá'u'lláh que o álcool causa certas doenças, enfraquece nossos nervos, destrói nossa mente. Crianças existem que não têm alimentos suficientes para comer, mulheres são maltratadas, homens brigam, famílias são destruídas, dinheiro é desperdiçado, acidentes ocorrem, homens tornam-se ladrões, criminosos, descem ao plano animal - tudo por causa do álcool. Como somos infantis em não obedecermos à lei de Deus, que nos é dada para nos salvar e nos trazer felicidade.

E. Casamento

Bahá'u'lláh nos diz que Deus deseja que homens e mulheres se casem. Não quer que eles se isolem no mundo e que tenham vida que não seja natural. Não é bom para as pessoas estarem sós.

(+ pág. 83)

Deus nos deu o casamento e as leis que governam o casamento para o nosso próprio benefício e para o benefício de todo o mundo. A raça humana não continuaria a existir e não haveria ninguém na terra para adorar seu Criador se não existisse casamento e se os filhos não fossem educados em bons lares. A família é a base da sociedade e da civilização. Não pode existir uma boa nação sem uma boa vida familiar. As melhores famílias são aquelas que nascem e crescem obedecendo as mais recentes leis e conselhos de Deus à humanidade.

A lei de Bahá'u'lláh diz que o homem e a mulher devem ser livres para escolherem aquele ou aquela que será o companheiro ou companheira da vida. Mas devem ter o consentimento de todos os quatro pais vivos, isto é, o pai e a mãe de cada um deles. Isto é válido para os pais que são Bahá'ís ou não, mesmo que um deles se oponha por uma razão preconceitual ou sem razão. A Assembléia Local deve estar certa dessa aprovação, que trará unidade e concórdia na família. Outra lei do casamento é que o homem deve ter apenas uma mulher.

Não existe uma forma rígida para a cerimônia Bahá'í. Existem muitas orações e leituras lindas para serem usadas. Podem ser escolhidas algumas e diversas para serem lidas por uma ou mais pessoas, homens ou mulheres. A única parte necessária do casamento é que o homem e a mulher devem declarar, cada um por sua vez: "NÓS TODOS, VERDADEIRAMENTE, ANUIMOS A VONTADE DE DEUS."

Esta declaração que nos foi dada por Bahá'u'lláh é bem curta mas tem um significado muito (+ pág. 84) grande. Cada um dos nubentes promete que irá viver de acordo com a vontade de Deus (Suas leis e ensinamentos). Se esta promessa é mantida, com toda a certeza o casamento será feliz e frutificará.

O casamento Bahá'í é realizado sob os auspícios das Assembléias Bahá'ís. A declaração do casamento deve ser feita diante de duas testemunhas, pelo menos. A Assembléia está normalmente representada pelo seu coordenador e pelo secretário. A Assembléia Local geralmente emite uma certidão de casamento. Todos os Bahá'ís devem ter um casamento Bahá'í. Porém, os Bahá'ís são livres de terem também um casamento não-Bahá'í, se um dos nubentes não é Bahá'í. Caso haja outra cerimônia civil ou religiosa, deve ser feita no mesmo dia do casamento Bahá'í. Cumpridas as exigências legais, o casamento Bahá'í é reconhecido para efeitos civis no Brasil e em alguns países.

F. Divórcio

Bahá'u'lláh aprova o casamento e estimula sua adoção. Mas desaprova totalmente o divórcio e desencoraja sua adoção. Contudo se um casal não se gosta e se o desentendimento continua por muito tempo, então eles podem procurar o divórcio.

Um Bahá'í que deseja se divorciar deve primeiro consultar sua Assembléia Espiritual a qual deve descobrir e tentar remediar a causa do desentendimento. Se a separação for inevitável, então a Assembléia marca o período de espera que é de um ano. Durante esse período a mulher será sustentada pelo marido e nenhum dos dois pode casar-se com outra pessoa. Se até o final do período de um ano não chegarem a um acordo e não (+ pág. 85) sentirem o necessário amor um pelo outro, serão considerados divorciados pela Assembléia Espiritual Local, e cada um deles poderá casar-se novamente.

G. Sepultamento

O sepultamento deve ser realizado em local que não exceda de uma hora de viagem do lugar da morte. O corpo deve ser colocado em um caixão de madeira, pedra ou cristal. A cremação ou destruição do corpo pelo fogo é proibida. Uma oração especial pelo morto, revelada por Bahá'u'lláh, deve ser usada.

Os funerais Bahá'ís nos oferecem uma excelente oportunidade para uma bela e impressionante mostra da Fé Bahá'í para nossos amigos não-Bahá'ís. Não existe um ritual fixo para um funeral. Podem ser lidas algumas orações especiais para a ocasião ou outros escritos Bahá'ís apropriados. Deve ser sempre incluída a oração especial Bahá'í para os mortos.

Bahá'u'lláh diz que todos os Bahá'ís devem escrever um testamento.

É melhor que se deixe claro no Testamento que se deseja um funeral Bahá'í e que o corpo não deve ser cremado.

H. Outras Leis Bahá'ís

Bahá'u'lláh nos deu outras leis e proibições. Por exemplo, o ópio e outras drogas que viciam são proibidas. A escravização, o jogo de azar, pedir esmolas, são também proibidos.

Bahá'u'lláh condena a ociosidade e a indolência e dignifica o trabalho. Diz que o trabalho (+ pág. 86) feito com toda a nossa habilidade e dedicação em um espírito de serviço para outras pessoas é aceito por Deus como uma forma de adoração divina. Esta é uma grande graça.

A enérgica condenação da política na Fé Bahá'í, torna-se quase uma lei, mas já a consideramos nos "Ensinamentos". Bahá'u'lláh também condena a crueldade para com os animais e desaconselha o uso do fumo.

Essas leis de Deus existem unicamente para o nosso benefício e proteção. Bahá'u'lláh nos diz que "as ordens de Deus foram mandadas do céu de Sua Augusta Revelação. Todos devem diligentemente observá-las. A suprema distinção humana, seu verdadeiro progresso, sua vitória final, dependem sempre e continuarão a depender de sua observância. Aquele que guarda os mandamentos de Deus conseguirá permanente felicidade." "Uma dupla obrigação tem aquele que reconheceu o Dia primaveril da Unidade de Deus e aceitou a verdade Dele, que é a Manifestação de Sua Unidade. A primeira é a constância em Seu amor... A segunda a estrita observância das Leis que Ele prescreveu, Leis que Ele sempre ordenou e continuará ordenando para os homens, e através das quais a verdade poderá ser distinguida e separada da falsidade."

(+ pág. 87)
PARTE IV
UM ESBOÇO DA ADMINISTRAÇÃO BAHÁ'Í

O propósito deste capítulo é explicar o que é a administração Bahá'í e como funciona. A administração Bahá'í é a organização pela qual os Bahá'ís levam avante o trabalho da Fé em todo o mundo. Faz parte da Fé de Bahá'u'lláh tanto quanto os ensinamentos sociais e espirituais. Pensemos no homem como um verdadeiro exemplo da lei da unidade. O Espírito Santo da Causa Bahá'í é como a alma do homem e a administração como seu corpo físico. Um, sem o outro, é incompleto. Ambos são necessários.

A administração é o instrumento através do qual o Espírito Santo da Fé se espalha pelo mundo. Seu propósito é ajudar os crentes a levar avante a Mensagem e o Amor de Bahá'u'lláh para todos os homens.

A. O que é a administração Bahá'í?

A Fé Bahá'í não tem ordem eclesiástica (sacerdotes). Seus assuntos são tratados através da administração. A administração é um sistema que organiza o trabalho da Fé em três (+ pág. 88) graus: local, nacional e internacional. É também chamada a "Ordem Administrativa".

O Báb não apenas anunciou a vinda de Bahá'u'lláh como também predisse o aparecimento da Ordem Administrativa de Bahá'u'lláh. Deu-nos o calendário e a Festa dos 19 Dias, que serão considerados posteriormente nesta obra e que são de importância básica na Ordem Administrativa.

Bahá'u'lláh, depois de anunciar formalmente o aparecimento desta Ordem, em Seu Livro Mais Sagrado, o Kitáb-i-Aqdas:

Estabeleceu suas principais instituições locais, criando a Assembléia Espiritual Local (ou Casa de Justiça Local);

Estabeleceu a Casa Universal de Justiça;
Iniciou a instituição das Mãos da Causa;

Deu-nos as leis e princípios que formam os fundamentos da Ordem Administrativa;

Apontou 'Abdu'l-Bahá como Centro do Convênio de Deus.

'Abdu'l-Bahá, depois de interpretar e explicar as escrituras de Bahá'u'lláh:

Estabeleceu a Assembléia Espiritual Nacional (ou Casa de Justiça Nacional);

Estabeleceu comitês e fundos;

Delineou os trabalhos da Ordem Administrativa; (+ pág. 89)

Estabeleceu a Guardiania e apontou Shoghi Effendi como o primeiro Guardião.

Shoghi Effendi depois de explicar todas as escrituras de Bahá'u'lláh e 'Abdu'l-Bahá:

convocou todos os Bahá'ís e os ajudou a construir as instituições da Ordem Administrativa;

desenvolveu uma comunidade mundial unida como passo necessário para a eleição da Casa Universal de Justiça;

apontou as Mãos da Causa e lhes mostrou como trabalhar com o auxílio dos Corpos Auxiliares.

B. Estrutura da administração Bahá'í

A Administração em três graus: local, nacional e internacional.

Local: Festas de 19 Dias; Assembléias Locais e seus comitês.

Nacional: Convenções, Assembléia Nacional, seus comitês nacionais, Editora Bahá'í, etc.

Internacional: Casa Universal de Justiça, as Mãos da Causa, Corpos Continentais de Conselheiros, Centro Internacional de Ensino.

Os três graus da Administração Bahá'í podem ser comparados a uma estrutura de um templo, tendo uma fundação (grau local), os pilares (grau nacional) que suporta uma abóbada (grau internacional).

(+ pág. 90)
C. CALENDÁRIO BAHÁ'Í
O calendário Bahá'í data de 1844.

Tem ele 19 meses de 19 dias cada, com 4 ou 5 adicionais, chamados "Dias Intercalares", que caem sempre entre o 18o e o 19o mês.

O dia Bahá'í é contado do pôr ao pôr-do-sol.
O ano Bahá'í começa no dia 21 de março.

Cada mês tem um nome especial, ressaltando um atributo de Deus. Os nomes e datas são dados a seguir:

Mês
Nome árabe
Tradução
Primeiro dia
1
Bahá
Esplendor
21 de março
2
Jalál
Glória
9 de abril
3
Jamál
Beleza
28 de abril
4
'Azamat
Grandeza
17 de maio
5
Núr
Luz
5 de junho
6
Rahmat
Mercê
24 de junho
7
Kalimát
Palavras
13 de julho
8
Kamál
Perfeição
1 de agosto
9
Asmá'
Nomes
20 de agosto
10
'Izzat
Força
8 de setembro
11
Mashíyyat
Vontade
27 de setembro
12
'Ilm
Sabedoria
16 de outubro
13
Qudrat
Poder
4 de novembro
14
Qawl
Discurso
23 de novembro
15
Masá'il
Perguntas
12 de dezembro
16
Sharaf
Honra
31 de dezembro
17
Sultán
Sabedoria
19 de janeiro
18
Mulk
Domínio
7 de fevereiro

Dias intercalares: 26 de fevereiro a 1 de março inclusive

19
'Alá'
Sublimidade
2 de março
(+ pág. 91/92)
O último mês do ano é o mês do jejum.

As festas dos 19 Dias são realizadas no começo de cada mês, nas datas acima citadas.

Durante os Dias Intercalares, somos aconselhados por Bahá'u'lláh a mostrarmos um amor especial, bondade, generosidade e hospitalidade por nossos amigos, familiares e particularmente para os pobres.

Existem nove dias no ano que são os NOVE DIAS SAGRADOS, nos quais o trabalho deve ser suspenso. São os seguintes:

O primeiro dia do Ridvan
O nono dia do Ridvan
O décimo-segundo dia do Ridvan
O aniversário da Declaração do Báb
O aniversário do nascimento de Bahá'u'lláh
O aniversário do nascimento do Báb
O aniversário da Ascensão de Bahá'u'lláh
O aniversário do Martírio do Báb
A festa de Naw-Rúz

Devem ser realizadas reuniões nos seguintes aniversários Bahá'ís:

Festa do Ridvan (Declaração de Bahá'u'lláh, 21 de abril - 2 de maio de 1863). (+ pág. 92) Os feriados Bahá'ís são os dias 21 e 29 de abril e 2 de maio.

Declaração do Báb - 23 de maio de 1844
Ascensão de Bahá'u'lláh - 29 de maio de 1892
Nascimento do Báb - 20 de outubro de 1819

Nascimento de Bahá'u'lláh - 12 de novembro de 1817

Ascensão de 'Abdu'l-Bahá - 28 de novembro de 1921
Festa de Naw-Rúz (Ano Novo Bahá'í) a 21 de março

Esclarecimento: Apesar de que as funções administrativas podem ser ocupadas por ambos os sexos sem distinção, para simplificar usaremos apenas no termo masculino. Assim coordenador significará coordenador (a), secretário quer dizer secretário (a) etc...

D. A Festa de Dezenove Dias:

A Festa de 19 Dias foi instituída pelo Báb e confirmada por Bahá'u'lláh.

É realizada de 19 em 19 dias em cada localidade no primeiro dia de cada mês Bahá'í.

Os Bahá'ís, individualmente, devem ser os hospedeiros para a Festa.

Os hospedeiros devem servir pessoalmente os amigos na Festa, com amor e bondade.

O programa da Festa consiste em três partes: devocional, administrativa e social.

(+ pág. 93)

Devocional - Orações e leituras das Escrituras Sagradas Bahá'ís. Essas leituras são normalmente escolhidas e programadas pelos hospedeiro ou hospedeira ou um comitê especial.

Administrativa - Nesta parte o coordenador da Assembléia coordena a reunião. O secretário da Assembléia Local apresenta o relatório da Assembléia Espiritual Local incluindo as notícias da Assembléia Nacional e as Mensagens da Casa Universal de Justiça. O Tesoureiro da Assembléia Local apresenta o relatório financeiro. Os novos crentes são recepcionados, recebendo as boas-vindas da comunidade. Assuntos pessoais e particulares dos Bahá'ís individualmente não são discutidos nas Festas.

Social - A parte social da Festa deve ser feita num espírito de amor, unidade e camaradagem. Canções, programas realizados pelos jovens e crianças aumentarão a alegria da Festa. Geralmente os indivíduos Bahá'ís se revezam no oferecimento da casa e nas despesas que a Festa tiver. É preferível que se sirva algo para comer e beber, mas não é absolutamente necessário. Bahá'u'lláh diz que podemos oferecer uma Festa de 19 Dias servindo apenas um corpo de água. O ponto importante é o desenvolvimento espiritual e o crescimento da unidade e harmonia entre os amigos.

Apenas membros da comunidade Bahá'í e visitantes podem assistir a Festa.

(+ pág. 94)

O comparecimento regular às Festas é um privilégio e um dever. Somente em casos de doença, viagem ou outro impedimento razoável podem os Bahá'ís deixar de comparecer às Festas.

A força de uma comunidade Bahá'í é medida através de suas Festas de 19 Dias.

E. Consulta Bahá'í

A consulta Bahá'í, feita de acordo com o espírito da Ordem Administrativa, é um processo criativo pelo qual as opiniões e as idéias diferentes evoluem para uma decisão equilibrada e madura.

A consulta Bahá'í é aplicada nas Festas de 19 Dias, Assembléias Locais e nas reuniões dos comitês locais, Convenções, Assembléias Nacionais e nas reuniões dos comitês nacionais, conferências, corpos Bahá'ís internacionais, enfim, em todas considerações Bahá'ís dos assuntos a serem resolvidos. A consulta Bahá'í une as opiniões pessoais amalgamando-as em decisão e ação grupal. Revela a experiência e a sabedoria do grupo todo e freqüentemente resulta em uma solução do problema de uma forma jamais sonhada por qualquer membro pessoalmente.

São os seguintes os requisitos para a consulta Bahá'í:

Antes da Consulta:

Coisas materiais, humildade e paciência, alegria de espírito, desprendimento das

Os membros devem ter pureza de motivo.
Os membros devem ter amor entre si. (+ pág. 95)

Os membros devem se voltar em espírito para Deus, sentir Sua presença na reunião e orar por auxílio e orientação.

Durante a Consulta:

Os seguintes passos devem ser sempre observados para assegurar uma consulta proveitosa, eficiente e harmoniosa:

Apuração de todos os fatos relacionados ao assunto em consideração. Se ao iniciar a consulta for constatado que todos os fatos relevantes não são conhecidos (ou em caso de dúvida - comprovados), estes devem ser providenciados primeiro, e então proceder à consulta.

Verificação dos ensinamentos Bahá'ís a respeito do assunto.

Então procede-se à consulta propriamente dita - em que os membros, numa atitude dedicada, expressam seus pontos de vista e opiniões franca e claramente, porém sem se apegarem a eles.

Qualquer consulta Bahá'í oficial deve ter um coordenador, que cuidará para que todos tenham chance de expressar suas idéias. Quando tomamos parte em uma consulta, devemos lembrar os seguintes pontos:

devemos expressas nossas opiniões com franqueza e com toda a liberdade.

Devemos falar com devoção, cortesia, dignidade, cuidado e moderação.

Devemos falar com brevidade e diretamente sobre o assunto. (+ pág. 96)

Devemos ouvir com todo o respeito as opiniões dos outros.

Não podemos fazer pouco caso das opiniões alheias.

Devemos falar sempre quando tivermos uma contribuição definida para ajudar a discussão. Não há necessidade de repetir o que foi falado.

Não devemos falar nos dirigindo a determinada pessoa, mas ao grupo dos participantes como um todo.

Devemos nos manter com calma e não fazer afirmativas exasperadas.

Não devemos tentar persuadir outros membros e conquistá-los para o nosso ponto de vista.

Não devemos guardar só para nós mesmos qualquer esclarecimento, informação ou opinião que tivermos e que possa ser útil à discussão.

Não devemos dizer as coisas só porque vêm à nossa cabeça, se elas não forem importantes e úteis.

Não devemos apresentar assuntos que não digam respeito ao assunto em discussão, mas adiá-los para mais tarde, quando for oportuna.

Não devemos nos sentir ofendidos se algum membro se opor ao nosso ponto de vista, pois a decisão será alcançada somente após completa discussão. 'Abdu'l-Bahá disse: "A centelha luminosa da verdade somente surge após o choque de opiniões diferentes".

Não devemos insistir sobre as nossas opiniões pessoais, porquanto a teimosia leva (+ pág. 97) à discórdia e a solução ideal permanecerá oculta.

A solução ideal para o assunto em consideração é o objetivo de toda consulta.

Ninguém é grande demais ou por demais pequeno para recusar dar sua opinião.

Depois da Consulta:

Quando um assunto é discutido completamente, o coordenador ajuda o grupo a tomar sua decisão, pedindo uma votação.

As decisões unânimes são as ideais.

Se não for possível a unanimidade, então a decisão é tomada pelo voto da maioria. A maioria é representada por mais da metade dos presentes.

Se um ou mais membros não concordam com a decisão, devem se submeter à decisão da maioria; não devem criticar a decisão depois de tomada, quer seja dentro ou fora da reunião, mesmo se a decisão tiver sido errada.

Depois que um voto é tomado, não existe diferença entre uma decisão unânime e uma decisão da maioria.

As decisões alcançadas em completo amor e harmonia são de Deus.

F. As eleições Bahá'ís

As eleições Bahá'ís ocorrem quando uma Assembléia Local é eleita; quando os membros de uma Assembléia Local elegem seus oficiais; quando os membros dos comitês elegem oficiais; quando os Bahá'ís elegem delegados, quando os delegados elegem os oficiais das Convenções e, mais tarde, (+ pág. 98) elegem os membros da Assembléia Nacional, quando esses membros das Assembléias Espirituais Nacionais elegem seus oficiais e, finalmente, quando elegem os membros da Casa Universal de Justiça.

Segredo: É usado o voto secreto: O segredo nas eleições Bahá'ís ocorre antes, durante e depois das eleições. Se uma pessoa não pode ler ou escrever, poderá escolher uma pessoa de confiança para escrever seu voto de acordo com a escolha do votante; ou o corpo responsável, como a Assembléia Local ou Nacional, deve prover auxiliares especiais para ajudarem os votantes a escrever seus votos.

Uma obrigação: Todos os Bahá'ís de 21 anos de idade ou mais, homens ou mulheres, devem votar e podem ser votados. O voto é uma obrigação espiritual tanto quanto um direito especial concedido ao indivíduo Bahá'í.

Procedimento durante as eleições:

Ninguém figura como candidato; não existem nomeações de candidatos, nem propaganda, nem campanhas ou solicitação de votos.

Normalmente são lida orações antes das eleições.

Para a eleição de uma Assembléia Espiritual Local ou para a Assembléia Nacional, somente nove (9) membros devem ser votados.

O dia da eleição para todas as Assembléias Espirituais Locais é 21 de abril de cada ano (isto é, do pôr-do-sol do dia 20 até o pôr-do-sol do dia 21 de abril). (+ pág. 99)

O dia da eleição para a Assembléia Nacional ocorre durante os 12 dias do Ridvan, isto é, 21 de abril a 2 de maio, quando se reúnem os delegados à Convenção.

O dia da eleição de delegados depende da conveniência da comunidade local. A Assembléia Espiritual Nacional determina o prazo dentro do qual os nomes dos delegados eleitos devem ser registrados.

As cédulas das eleições são previamente preparadas e entregues para facilitar as eleições. Quando o número de Bahá'ís entre os quais vai se realizar uma eleição não é grande, a cédula contém os nomes de todos os crentes adultos. Mas quando o número é elevado, como ocorre nas Convenções Nacionais, isto não é possível, e portanto, a cédula eleitoral contém apenas os espaços em branco para cada delegado escrever os nomes dos oficiais da Convenção e os nove nomes dos membros da Assembléia Espiritual Nacional.

No caso de voto empatado, nova eleição é necessária. A eleição de desempate se realiza somente para aqueles cujos votos empataram.

Os nove crentes (ou, nos casos dos delegados, o número de delegados), que receberem o maior número de votos serão os eleitos.

A eleição dos oficiais é diferente e é tratada na parte intitulada "As funções dos oficiais", logo adiante. (+ pág. 100)

Os crentes eleitos devem aceitar os resultados das eleições e não renunciarem a não ser que tenham uma razão muito justificada para tal, que deve ser aprovada pela Assembléia.

Qualificações que os votantes devem considerar quando forem eleger:

Uma lealdade para os interesses da Fé que ninguém possa duvidar.

Uma atitude de devoção que esteja livre do amor por si próprio.

Uma mente que possa ver e compreender as coisas claramente e que seja bem treinada.

Madura experiência e vontade de servir.

Devemos eleger aqueles que tenham as qualidades acima em maior grau que os outros. Disse-nos o Guardião: "Cada Assembléia eleita numa atmosfera impregnada de altruísmo e desapego é em verdade escolhida por Deus."

G. Comitês Bahá'ís

Os comitês Bahá'ís são designados pelas Assembléias Locais e Nacionais. Não são eleitos pelos Bahá'ís.

Eles são designados para aconselharem as Assembléias em determinados assuntos; para ajudarem na realização de certas decisões; ou para fazerem estudos sobre determinados problemas e reportarem seus resultados. O Guardião denominou-os de "Asas das Assembléias".

(+ pág. 101)

O número de membros dos comitês não precisa ser de 9. Pode ser qualquer número que a Assembléia determinar.

Não existe limite para o número de comitês que uma Assembléia deve ter.

Desde que as Assembléias designam os comitês, também as mesmas Assembléias podem dissolvê-los a qualquer tempo.

Um comitê é responsável perante a Assembléia que o criou.

H. Funções dos oficiais

Todos os oficiais (coordenador, vice-coordenador, secretário de correspondência, secretário de atas, tesoureiro) são eleitos por votação secreta pelos membros da própria Assembléia ou comitê. Para eleger qualquer oficial são necessários os votos da maioria absoluta dos membros. (No caso das Assembléias, por exemplo, no mínimo cinco votos) Os oficiais devem ser muito ativos, dispostos a trabalhar e cumprir com seus deveres Bahá'ís sem necessidade de terem de ser lembrados.

O coordenador da Assembléia Local também preside nas Festas de 19 Dias.

Durante as consultas, o coordenador cuida para que todos tenham oportunidade de falar e participar da consulta antes de se chegar a uma decisão.

Deve evitar que as pessoas que habitualmente gostar de falar, tomem muito tempo (+ pág. 102) com suas explicações e encorajar aqueles que são acanhados em tomar parte nas discussões.

Não deve usar sua posição para impor suas próprias idéias sobre os outros membros. É melhor que o coordenador exponha suas idéias depois que os outros já o tenham feito.

Quando ele vê que um assunto foi discutido completamente, deve fazer com que se chegue a uma decisão e que nenhuma questão fique no ar.

Deve ser sempre cortês e bondoso.

Se a discussão se acalora ou um problema parece difícil de resolver, deve providenciar para que seja lida uma oração, pois foi para servir a Deus que a Assembléia foi eleita.

Quando surgir uma votação, deve assegurar-se de que todos os membros compreenderam para que vão votar. Normalmente, deve fazer um resumo do assunto em consulta e dar os termos da decisão para ser votada. Se a decisão não for unânime, necessário se torna que mais da metade do número dos presentes esteja em favor da decisão, para que a mesma seja ratificada.

Deve se assegurar de que o Secretário de Atas registrou apropriadamente a decisão na ata.

É quem representa a Assembléia junto às autoridades e os órgãos oficiais.

(+ pág. 103)
Vice Coordenador

Realiza as funções do coordenador na ausência deste.

Secretário de Correspondência

O Secretário de correspondência recebe toda a correspondência, apresenta todas as cartas na primeira reunião que ocorrer e se encarrega da correspondência da Assembléia ou do comitê, e acordo com as instruções dos mesmos.

O Secretário de correspondência não pode realizar nenhuma ação independente sem a aprovação da Assembléia.

Quando uma reunião normal ou extraordinária for convocada, o secretário de correspondência deve se assegurar de que todos os membros presentes na localidade saibam da hora e do local da reunião, pois se isso não ocorrer a reunião não será considerada válida.

Secretário de Atas

O secretário de atas faz um registro por escrito de todas as decisões tomadas. Esses registros são chamados "atas".

No início da reunião seguinte lê as atas. Os outros membros, então, decidem se houve algum engano. Depois disso as minutas são aprovadas.

Nos casos das Assembléias Locais, o secretário de atas faz um relatório da Assembléia para a comunidade nas Festas de 19 Dias.

(+ pág. 104)

Também anota as sugestões da comunidade que foram feitas durante as Festas de 19 Dias e depois as apresentam à Assembléia.

Tesoureiro

O tesoureiro recebe as contribuições dos Bahá'ís declarados e não pode revelar o nome dos contribuintes.

Ele só pode fazer despesas quando houver decisão nesse sentido por parte da Assembléia.

Deve ser uma pessoa de toda confiança e manter controle cuidadoso e preciso de todo o dinheiro recebido e gasto.

Deve fornecer um relatório detalhado do Fundo Bahá'í em cada reunião. Seu relatório deve ser aprovado pelos outros membros presentes e registrado nas atas pelo secretário de atas.

No caso do tesoureiro das Assembléias Locais, deve o mesmo fornecer um relatório à comunidade sobre as condições do Fundo em cada Festa de 19 Dias.

1. A Assembléia Espiritual Local

Uma Assembléia Espiritual Local pode ser formada de duas maneiras:

Se existem mais de nove membros Bahá'ís adultos (21 anos ou mais), vivendo numa localidade, elegem entre eles, no dia 21 de abril, nove membros, os quais, então, organizam a Assembléia, elegendo seus oficiais. A primeira reunião é (+ pág. 105) convocada pelo membro que tiver recebido maior número de votos.

Se existirem apenas nove membros Bahá'ís adultos, declaram-se a si mesmos em Assembléia. Isso deve ocorrer a 21 de abril. Embora preferível ter o maior número possível presentes nesta reunião, não é necessário que todos estejam presentes, no entanto todos devem assinar a ata de formação da Assembléia. Então se organizam elegendo seus oficiais.

Quando uma Assembléia é formada, o secretário de correspondência deve enviar prontamente um relatório à Assembléia Nacional, dando os nomes dos membros, os nomes dos oficiais e o endereço postal da secretaria.

A Assembléia Espiritual Local tem completa jurisdição sobre os assuntos da comunidade Bahá'í, o que significa sobre os Bahá'ís residentes na área de sua jurisdição.

Todos os assuntos concernentes à Fé de Deus, na área da Assembléia, devem ser tratados pelos Bahá'ís junto à citada Assembléia, para fins de consulta e ação.

Os membros da Assembléia Espiritual Local devem dedicar o máximo de seu tempo disponível e energias no serviço de Bahá'u'lláh, comparecendo às reuniões regularmente e trabalhando pela Assembléia fora das reuniões, cumprindo com os serviços que lhes estão afetos. (+ pág. 106)

No futuro as Assembléias Locais serão chamadas Casas de Justiça Locais.

Eis algumas das mais importantes funções de uma Assembléia Local:

Dirigir o trabalho de ensino, ampliá-lo e fortificá-lo.

Proteger a Causa de Deus daqueles que sejam contra ela ou que queiram prejudicá-la.

Remover todas as incompreensões, se existirem, entre os Bahá'ís, uni-los e encorajá-los para servirem a Bahá'u'lláh.

Dar todo auxílio àqueles que necessitarem, dentro de suas possibilidades.

Conseguir alguém para ensinar a Fé aos filhos dos Bahá'ís.

Encorajar os jovens de sua comunidade para aprenderem mais sobre a Fé, servir à comunidade e manter suas próprias atividades juvenis.

Manter-se em permanente contato com a Assembléia Nacional ou outros comitês, como o comitê de ensino etc.

Informar-se e manter os amigos informados de todas as atividades importantes Bahá'ís no Centro Mundial, de outros países e de sua própria região.

Fazer com que as Festas de 19 Dias sejam realizadas regularmente; que os relatórios da Assembléia sejam apresentados nas Festas; que os amigos compareçam às Festas e tomem parte na consulta; e que sejam dadas cuidadosas atenções (+ pág. 107) para as sugestões dos amigos em tais Festas.

Fazer com que reuniões especiais sejam realizadas nos Dias Sagrados Bahá'ís e nos aniversários.

Fazer com que as publicações recebidas de instituições Bahá'ís distritais e regionais sejam distribuídas a todos os amigos.

Estudar e aceitar declarações de novos crentes. (este assunto será considerado detalhadamente mais adiante).

As reuniões da Assembléia devem ser realizadas regularmente. Uma reunião não pode se realizar se não estiverem presentes pelo menos 5 membros.

As ações de uma Assembléia Espiritual Local estão sujeitas à supervisão da Assembléia Espiritual Nacional.

I. Sugestão de uma agenda (ou seqüência de assuntos) para reunião da Assembléia

Espiritual Local
O coordenador dá início à reunião.
É feita a leitura de uma oração apropriada.

O secretário de atas lê a ata da última reunião da Assembléia. Deve incluir os nomes dos membros da Assembléia presentes à reunião. Se houver algum erro, deve ser corrigido. A Assembléia então vota para aprovar as minutas corrigidas.

O Secretário de correspondência lê as cartas recebidas desde a última reunião. Se houver uma mensagem do Centro Mundial ou da Assembléia (+ pág. 108) Espiritual Nacional deve ser lida antes.

Cada carta lida é logo considerada para ver se a Assembléia deve tomar alguma decisão sobre a mesma. O secretário de correspondência, então, sabe como responder a cada uma.

É dado, em seguida, o relatório do tesoureiro e aprovado, se estiver correto.

Um relatório é feito em seguida sobre a Festa de 19 Dias ou outras Festas Especiais, realizadas desde a última reunião da Assembléia. São feitos os planos para qualquer reunião que irá ocorrer até a próxima reunião da Assembléia.

É feito um relatório sobre o trabalho de ensino da comunidade e feitos planos para as futuras atividades de Ensino. Se houver um comitê Local especial para o Ensino, essa responsabilidade deverá ser desse comitê.

São dados os relatórios dos comitês locais, tais como: de Juventude, Crianças etc., e decididas as orientações necessárias.

Qualquer sugestão apresentada na última Festa de 19 Dias é então discutida e decidida qual providência a tomar sobre a mesma.

A Assembléia conclui os assuntos por ventura pendentes da última reunião.

As novas idéias apresentadas pelos membros da Assembléia são tratados a seguir e tomadas as providências devidas.

São discutidos os problemas da Comunidade, para saber se a Assembléia poderá ajudar (+ pág. 109) na solução dos mesmos e que providências tomar.

Decide-se sobre o local e data da próxima reunião.

Uma oração de encerramento é feita e concluída a reunião.

J. Aceitação de novos crentes

A Assembléia Espiritual Local é o corpo que examina e aceita as declarações dentro de sua jurisdição.

O instrutor deve assegurar-se de que "Aqueles que se declaram Bahá'ís devem tornar-se encantados com a beleza dos ensinamentos e ser tocados pelo amor de Bahá'u'lláh..." Eles devem ser basicamente informados sobre: "AS FIGURAS CENTRAIS DA FÉ, bem como das LEIS QUE DEVEM SEGUIR e de uma ADMINISTRAÇÃO QUE DEVEM OBEDECER." Cada declarante deve ser estimulado a estudar e aprender tanto quanto possível sobre a Fé, depois de sua declaração.

As relações entre instrutor e estudante são idênticas à de mãe e filho. Essas relações não devem terminar quando o estudante se declara. O instrutor deve continuar sentindo-se responsável pelo progresso do novo crente.

O declarante deve entender que assinando sua declaração não está entrando em um clube, mas ingressando em um novo convênio ou acordo com Deus. (+ pág. 110)

Os novos crentes devem ser apresentados e receber as boas-vindas da Comunidade durante a Festa de 19 Dias.

L. Os delegados e a convenção

Sempre que o número de Bahá'ís e Assembléia numa área aumenta suficientemente, o Centro Mundial decide que uma Assembléia Nacional pode ser formada nesse país ou região.

Para a eleição de uma Assembléia Nacional, primeiramente são eleitos os delegados entre os próprios Bahá'ís. Esses delegados, então elegem os membros da Assembléia Nacional.

O número de delegados de cada país ou região é decidido e fixado pela Casa Universal de Justiça.

Quando o número de delegados é conhecido, então a Assembléia Nacional divide esse número de delegados entre as áreas eleitorais. Cada área pode ter um ou mais delegados, de acordo com o número de Bahá'ís residentes naquela área.

Os Bahá'ís em cada área são solicitados a elegerem o número de delegados que lhes é permitido.

Os nomes dos delegados devem ser comunicados à Assembléia Nacional até uma determinada data fixada por esse corpo.

A reunião dos delegados é chamada de Convenção. (+ pág. 111)

A data, o lugar e a duração da Convenção são fixadas pela Assembléia Nacional e levadas ao conhecimento de todos os amigos e delegados.

As Convenções duram geralmente três dias, algumas vezes um pouco mais, e são geralmente realizadas durante os 12 dias do Ridvan (21 de abril a 2 de maio), em alguma data conveniente para todos.

Os delegados que não puderem comparecer pessoalmente à Convenção devem mandar seus votos para a eleição dos membros da Assembléia Nacional pelo correio ou qualquer outro modo aceito pela Assembléia Nacional.

A eleição dos delegados e a realização da Convenção ocorrem anualmente.

A Convenção Nacional tem as seguintes funções:

Eleger os membros da Assembléia Espiritual Nacional.

Examinar e discutir os relatórios da Assembléia Espiritual Nacional do último ano.

Sugerir e fazer recomendações à nova Assembléia (que os delegados elegeram) com relação ao progresso da Fé no futuro.

Se durante qualquer ano não for possível realizar a Convenção, os delegados então elegerão a Assembléia Nacional enviando seus votos pelo correio ou outros métodos seguros. (+ pág. 112)

As seguintes pessoas têm o direito de falar durante a Convenção:

Os delegados.

Os membros da Assembléia Espiritual Nacional que estão terminando seu mandato e que não são delegados.

Os membros da Assembléia Espiritual Nacional recém-eleita que não sejam delegados.

As Mãos da Causa de Deus e os Membros do Corpo Continental de Conselheiros que estiverem presentes.

Os representantes dos Comitês Nacionais que sejam convidados a apresentar algum relatório.

Os Bahá'ís são bem-vindos como visitantes à Convenção. Se tiverem alguma sugestão para a Convenção, podem pedir a algum dos delegados presentes para apresentá-la.

A Convenção Nacional é aberta pelo Coordenador da Assembléia Espiritual Nacional que termina seu mandato. A Convenção Nacional, depois da chamada nominal dos delegados, elege seu próprio Coordenador e Secretário.

A Convenção estará em atividade apenas durante o período de suas sessões. Todas as suas decisões são apenas recomendações para a Assembléia Espiritual Nacional, que não é obrigada a aceitá-las, mas deve considerá-las cuidadosamente.

Se durante o ano ocorrer vaga entre os membros da Assembléia Nacional, será feita eleição referente à vaga ocorrida, pelos delegados, (+ pág. 113) que enviarão seus votos pelo correio ou outro meio para a Assembléia Nacional.

É recomendável aos delegados que solicitem às suas Assembléias Locais ou comunidade a realização de uma reunião especial dos Bahá'ís locais, de modo que os mesmos possam dar idéias e sugestões para seus delegados levarem à Convenção. Da mesma forma é interessante que os delegados se reúnam depois da Convenção, com sua comunidade local, para compartilhar as notícias e o espírito da Convenção.

M. A Assembléia Espiritual Nacional

As Assembléias Espirituais Nacionais são de duas espécies:

Aquelas que são responsáveis por somente um país. Por Exemplo, Brasil, Pérsia, Estados Unidos da América, Bolívia, Portugal, Peru.

Aquelas Assembléias Nacionais que são responsáveis por mais de um país, isto é por uma Região* enquanto a Fé se desenvolve nos países de cada Região. Cada país no futuro terá sua própria Assembléia Nacional.

No futuro as Assembléias Espirituais Nacionais serão chamadas Casas de Justiça Nacionais. (+ pág. 114)

Todos os empreendimentos, que dizem respeito a um país, são da alçada da Assembléia Nacional.

Tem a Assembléia Nacional o poder de reconhecer ou não a existência de uma Assembléia Local.

Tem a Assembléia Nacional o poder de reconhecer ou não os delegados à Convenção.

Tem poder sobre os direitos de voto ou de membro da comunidade de qualquer crente em sua área.

Sempre que existir um assunto relacionado a duas ou mais Assembléias Locais, pode a Assembléia Nacional ter jurisdição sobre o mesmo.

Decide sobre assuntos de detalhes que digam respeito ao modo de operar de suas Assembléias e Comitês.

Representa os crentes e as Assembléias Espirituais Locais de sua área em suas relações com o Centro Mundial e representa o Centro Mundial em suas relações com os crentes e as Assembléias Locais de sua área e as autoridades governamentais.

Seus nove membros são os únicos nove Bahá'ís no país que tomam parte na eleição dos membros da Casa Universal de Justiça.

Impressão de livros e folhetos no país é da alçada da Assembléia Espiritual Nacional.

(+ pág. 115)
N. Atitude dos Bahá'ís para com as assembléias

Como Bahá'ís devemos relatar todos os problemas sérios que digam respeito aos interesses da Fé às nossas Assembléias Locais, se o problema for de natureza local; e à Assembléia Nacional, através da Assembléia Local, se o assunto for de interesse regional ou nacional.

Devemos encorajar e ajudar em todos os planos iniciados por nossas Assembléias. Devemos ter confiança nelas.

Devemos obedecer a todas as suas decisões, mesmo que não concordemos com as mesmas.

Se o assunto é muito sério e o crente não concorda inteiramente com a decisão de sua Assembléia Local, tem o direito de apelar para a Assembléia Nacional, através de sua própria Assembléia Local.

O. Qual é a relação dos membros eleitos para os Corpos Administrativos Bahá'ís para com os outros Bahá'ís?

Eles não têm nenhum privilégio especial individualmente, mas quando se reúnem, formando a Assembléia, realizam suas funções como um corpo único.

Uma Assembléia Bahá'í não é responsável junto aos Bahá'ís que a elegeram, mas junto à sua própria consciência. Em outras palavras, em suas discussões uma Assembléia deve considerar-se diretamente responsável para com Bahá'u'lláh. (+ pág. 116)

Não têm controle sobre a vida espiritual de outros Bahá'ís.

Os membros devem lembrar-se que foram eleitos para servir a comunidade.

Devem conquistar o amor e a confiança daqueles que os elegeram.

Devem sempre descobrir os sentimentos e pensamentos dos crentes.

Não devem mostrar orgulho ou superioridade sobre os outros, ou fazer com que os outros sintam que o que estão fazendo é algo especial e secreto.

Devem tornar claro para os outros Bahá'ís que a Assembléia e o trabalho da Fé dependem do crente individual; que todos somos sócios e colaboradores na Causa de Deus e que não deve existir desentendimentos mas amor, unidade e confiança na comunidade.

Bahá'u'lláh diz que os membros das Assembléias Bahá'ís devem se considerar como "guardiões escolhidos de Deus para todos os que habitam sobre a terra e devem cuidar dos interesses dos servos de Deus, em consideração a Deus, como cuidam de seus próprios interesses."

P. Fundos Bahá'ís e contribuições

É o espírito que leva avante a Causa de Deus mas o dinheiro é necessário para as despesas administrativas, tais como correspondência, folhetos, literatura de ensino, boletins, (+ pág. 117) treinamento de instrutores, despesas de viagem, Centro Bahá'ís etc.

Temos atualmente os seguintes fundos:

Fundos locais, administrados pelas Assembléias Locais;

Fundos nacionais, administrados pelas Assembléias Nacionais;

Fundos continentais, administrados pelos Corpos Continentais de Conselheiros;

Fundo internacional, administrado pela Casa Universal de Justiça.

Cada crente deve contribuir, como uma medida de sua fé. Se contribuirmos com nada, nossa fé deve ser diminuta.

A quantia da contribuição de cada Bahá'í é decidida exclusivamente pelo indivíduo.

As Assembléia Bahá'ís ou seus Tesoureiros não podem e não devem forçar os amigos a contribuírem. As contribuições dos Bahá'ís para o Tesoureiro são livres e secretas.

Apelos gerais devem ser feitos regularmente aos amigos pelas Assembléia Bahá'ís, lembrando-os da necessidade e da obrigação espiritual de contribuir.

É um privilégio contribuir para os Fundos Bahá'ís. As pessoas não-Bahá'ís não podem contribuir. Se insistirem, porém, o dinheiro recebido de não-Bahá'ís apenas pode ser usado para fins como auxílios aos pobres e aos necessitados.

O que é importante nas contribuições Bahá'ís não é a quantia de dinheiro mas o sacrifício (+ pág. 118) representado pelo donativo. Cinqüenta cruzeiros de um homem muito pobre pode representar, aos olhos de Deus, mais do que milhares de cruzeiros de um homem rico.

Os sacrifícios feitos para dar, trazem bênçãos espirituais para quem deu.

Os Bahá'ís devem ser unidos em todos os aspectos, incluindo as contribuições. Cada um, numa comunidade, deve contribuir com alguma coisa.

Dar é também um sinal de nossa confiança na Ordem Administrativa de Bahá'u'lláh e confiança naqueles que elegemos para serem os fideicomissários da Fé de Bahá'u'lláh.

Os Bahá'ís podem solicitar que suas contribuições sejam utilizadas para algum fim especial que desejam, mas é melhor deixar a cargo das Assembléias a decisão sobre o destino de suas contribuições.

Não somente os indivíduos como também as Assembléias Locais devem contribuir para o Fundo Nacional, de seus próprios Fundos Locais. Igualmente, todos os indivíduos e Assembléias são convidados a contribuir para os Fundos Continentais e para o Fundo Internacional.

O Guardião descreveu o dinheiro fluindo através dos Fundos Bahá'ís como o sangue vital da Ordem Administrativa. Também disse que devemos ser como uma fonte de água que está continuamente se esvaziando de (+ pág. 119) tudo o que tem e está permanentemente sendo suprida de uma fonte invisível.

Q. A Casa Universal de Justiça

A Casa Universal de Justiça é um corpo mencionado nas Escrituras de Bahá'u'lláh, 'Abdu'l-Bahá e do Guardião. É o corpo administrativo máximo no mundo Bahá'í. Bahá'u'lláh nos assegurou que a Casa Universal de Justiça é inspirada por Deus, livre de erro (infalível). 'Abdu'l-Bahá declarou em Sua Última Vontade e Testamento que os membros da Casa Universal de Justiça devem "deliberar sobre todos os problemas que causarem diferenças, questões que são obscuras e assuntos que não são expressamente registrados no Livro. O que quer que decidam, tem o mesmo efeito do próprio Texto... Aquilo que esse Corpo decidir, seja por unanimidade ou maioria, é verdadeiramente a Verdade e o propósito do próprio Deus."

Quando a Casa Universal de Justiça se reúne em consulta, Deus guia as suas decisões. Essas decisões são, portanto, sem erro. A Casa Universal de Justiça é infalível, porém seus membros individuais não são infalíveis.

A Casa Universal de Justiça é eleita periodicamente pelos membros de todas as Assembléias Espirituais Nacionais do mundo Bahá'í, agindo como delegados a uma Convenção Internacional. Somente homens são elegíveis.

A primeira Casa Universal de Justiça, composta de 9 membros, foi eleita em 1963. A (+ pág. 120) segunda eleição foi realizada em 1968, a terceira em 1973, e a quarta em 1978.

A Casa Universal de Justiça se reúne regularmente no Centro Mundial da Fé, em Haifa, Israel. Todos os membros vivem em Haifa enquanto servirem na Casa Universal de Justiça.

As Assembléias Espirituais Nacionais comunicam-se regularmente com a Casa Universal de Justiça e recebem respostas às suas perguntas e guia em seus assuntos.

Cartas gerais de guia e inspiração são freqüentemente enviadas aos crentes do mundo pela Casa Universal de Justiça.

A Casa Universal de Justiça é a autoridade suprema no mundo Bahá'í. Todas as Assembléias e crentes individuais devem dar a ela total obediência, devoção e respeito.

R. As Mãos da Causa de Deus

'Abdu'l-Bahá descreve as Mãos da Causa de Deus nestas palavras: "As obrigações das Mãos da Causa de Deus são de difundir as divinas fragrâncias, edificar as almas dos homens e ser, em todos os tempos e sob todas as condições, santificados e desprendidos das coisas terrenas. Devem manifestar o temor de Deus por sua conduta, suas maneiras, seus atos e suas palavras."

As Mãos da Causa foram nomeadas pelo Amado Guardião em conformidade com a Última Vontade e Testamento de 'Abdu'l-Bahá. (+ pág. 121)

As Mãos da Causa, quer residindo na Terra Santa ou viajando pelo mundo, são dedicadas à sua "função determinada de proteção geral e propagação da Fé Bahá'í" e "preservação da saúde espiritual das comunidades Bahá'ís através do mundo."

Através dos relatos das Mãos da Causa, a Casa Universal de Justiça é mantida bem informada do desenvolvimento da Fé em todo o mundo.

As Mãos da Causa são uma parte da Ordem Administrativa da Fé. Elas funcionam lado a lado com as Assembléias Espirituais Nacionais para a proteção e propagação da Fé.

S. O Corpo Continental de Conselheiros

Foi confirmado pela Casa Universal de Justiça que "na ausência do Guardião da Causa não há maneira de nomear novas Mãos da Causa".

A Casa Universal de Justiça "teve que criar uma maneira, dentro da Administração Bahá'í, de desenvolver a Instituição das Mãos da Causa com o propósito de estender para o futuro suas funções designadas de proteção e propagação."

A Casa Universal de Justiça decidiu estabelecer os Corpos Continentais de Conselheiros para proteção e propagação da Fé.

Corpos Continentais de Conselheiros têm sido nomeados para cada área do mundo Bahá'í. (+ pág. 122)

Os deveres dos Corpos Continentais de Conselheiros incluem a direção dos Corpos Auxiliares em suas respectivas áreas, consulta e colaboração com Assembléias Espirituais Nacionais, e manter as Mãos da Causa e, através delas, a Casa Universal de Justiça informada concernente à condição da Causa em suas áreas.

Corpos Auxiliares

"Corpos Auxiliares originariamente nomeados pelas Mãos da Causa em cada continente respondem agora aos Corpos Continentais de Conselheiros que nomearão ou substituirão os membros dos Corpos Auxiliares, conforme as circunstâncias exigirem."

Há dois Corpos Auxiliares, um para proteção e outro para a propagação da Fé. Estes Corpos ajudam os Corpos Continentais de Conselheiros e as Mãos da Causa no cumprimento de suas obrigações, como seus deputados, assistentes e assessores".

T. Ensino - O propósito da administração Bahá'í

A responsabilidade pelo ensino, individual ou coletivamente, foi revelada e repetida muitas vezes pelo Báb, por Bahá'u'lláh, por 'Abdu'l-Bahá. Promessas de auxílio divino e graças espirituais para todos aqueles que se levantarem "para promover a Causa de Deus" constitui algumas das mais inspiradoras passagens das Escrituras Sagradas. Portanto, todos os seguidores de Bahá'u'lláh procuram responder a este chamado urgente (+ pág. 123) e dividir esta grande Mensagem de segurança e esperança com todos co-irmãos.

As seguintes citações são das Escrituras Bahá'ís:

"Dizei: Ensinai a Causa de Deus, ó povo de Bahá, pois Deus prescreveu a cada um o dever de proclamar Sua Mensagem e considerá-lo como o mais meritório de todos os feitos. Tal feito é aceitável apenas quando aquele que ensina a Causa é já um crente firme de Deus, o Supremo Protetor, a Graça Suprema, o Todo-Poderoso."

"Pela retidão de Deus! Aquele que abre seus lábios neste Dia e faz menção do nome de seu Senhor, as hostes da inspiração Divina descerão sobre ele do céu do Meu nome, o Que tudo sabe, o Todo-Sábio."

Deus prescreveu a cada um o dever de ensinar Sua Causa. Qualquer um que se levante para se desincumbir de seu dever, necessita, antes de proclamar Sua Mensagem, adornar-se com o ornamento de um caráter reto e digno de louvor, de forma que suas palavras possam atrair os corações daqueles que são receptivos a este chamado. Sem isso, jamais deve esperar influenciar seus ouvintes..."

"De todas as dádivas de Deus a maior é o dom de ensinar. Ele traz para nós a Graça de Deus e é nossa primeira obrigação. Como podemos nos privar de tal dom? Pelo contrário, nossas vidas, nossos bens, nosso conforto, nosso descanso, devemos oferecê-los todos com um sacrifício para a Beleza de Abhá e ensinar a Causa de Deus."

"Cuidai, ó povo de Bahá, para que não caminheis no caminho daqueles cujas palavras diferem de seus atos. Esforçai-vos para serdes (+ pág. 124) capazes de manifestar aos povos da terra os sinais de Deus e refletir seus mandamentos. Que vossos atos sejam uma guia para a humanidade. É através de vossas ações que vos distinguireis dos outros. Através delas o brilho de vossa luz pode ser levado a toda a terra. Feliz é o homem que atende ao Meu conselho e adota os preceitos prescritos por Aquele que é o Onisciente, a Suprema Sabedoria."

"Portanto, ó Meus queridos amigos! Convivei com todos os povos, raças e religiões do mundo com a maior veracidade, retidão, confiança, bondade, boa vontade e amizade, para que o mundo todo seja repleto com o sagrado êxtase da graça de Bahá e para que a ignorância, a inimizade, o ódio e o rancor sejam banidos do mundo e a escuridão da alienação entre os povos e raças do mundo seja substituída pela luz da unidade..."

U. Centro Internacional de Ensino

Em 1973 a Casa Universal de Justiça anunciou o estabelecimento, na Terra Santa, do Centro Internacional de Ensino para:

- Coordenar, estimular e dirigir as atividades dos Corpos de Conselheiros e atuar como intermediário entre eles e a Casa Universal de Justiça.

- Estar completamente informado da situação da Causa em todas partes do mundo para prestar informações à Casa Universal de Justiça e aconselhar os Corpos Continentais de Conselheiros.

- Estar alerta às possibilidades, tanto dentro como fora da comunidade Bahá'í, para a extensão do trabalho de ensino às áreas receptivas ou necessárias, trazer à atenção da Casa Universal (+ pág. 125) de Justiça e do Corpo Continental de Conselheiros tais possibilidades, fazendo recomendações para ação.

- Determinar e antecipar as necessidades de literatura, pioneiros e instrutores-viajantes e preparar planos de ensino, tanto regionais e globais, para aprovação da Casa Universal de Justiça.

V - Templos Bahá'ís

A Fé Bahá'í é uma Religião Universal. Portanto o Templo Bahá'í é uma Casa de Adoração a Deus, Universal. Quando os Bahá'ís constroem seus Templos, eles os dedicam aos povos do mundo. Qualquer pessoa, pertença ela a uma crença ou outra, de qualquer raça ou nível social, é bem-vinda ao Templo Bahá'í. As Sagradas Escrituras de todas Religiões são lidas nestes Templos. Todos os povos se reúnem neles, tais como membros de uma família para adorar o Único Deus, o Onipotente.

O próprio desenho de um Templo Bahá'í é, em si mesmo, um símbolo de Unidade. Ele tem nove lados. Cada lado tem uma entrada. Todas entradas conduzem a um salão central que é coberto por belíssima cúpula. Estes nove lados e as nove entradas traduzem a unidade básica de todas as religiões. É uma maneira maravilhosa de mostrar com um edifício a igualdade e a unidade da religião.

Ao redor dos Templos Bahá'ís serão construídas instituições sociais tias como: casa para pessoas idosas, orfanato, hospital, universidade para (+ pág. 126) estudo de ciências; e nas proximidades ficarão os prédios administrativos.

Os Templos Bahá'ís serão os centros comunitários na Ordem Mundial de Bahá'u'lláh.

X. Oração para uma Assembléia Espiritual

Ó Tu Senhor bondoso! Estes são Teus servos congregados nesta reunião, dirigindo-se a Teu Reino e necessitando de Tuas dádivas e Tua benção. Ó Tu, Deus! Manifesta e torna visíveis os sinais de Tua Unidade, existentes em todas as realidades da vida. Revela e desdobra as virtudes que deixaste latentes e ocultas nessas realidades humanas.

Ó Deus! Somos como plantas, e Tua graça, como a chuva. Refresca estas plantas e incentiva-lhes o crescimento, através de Tua bondade. Somos Teus servos; livra-nos dos grilhões da existência material. Carecemos de conhecimentos; torna-nos sábios. Estamos sem vida; ressuscita-nos. Somos materiais; dota-nos de espírito. Falta-nos compreensão; torna-nos conhecedores de Teu mistério. Somos indigentes; enriquece e abençoa-nos com Teu ilimitado tesouro.

Ó Deus! Reanima-nos, dá-nos vista, concede-nos audição. Que conheçamos os mistérios da vida, e assim os segredos do Teu reino nos sejam revelados, neste mundo existente; e confessemos Tua Unidade. De Ti emanam todas as graças; cada benção é Tua. És grande! És poderoso! Tua é a dádiva; Tu és a Eterna Clemência!

'Abdu'l-Bahá

Composto e impresso nos Estab. Gráficos Borsoi S.A.

Indústria e Comércio, à Rua Francisco Manuel, 55 - ZC - 15, Benfica, Rio de Janeiro, RJ

* Além da diferença mencionada acima, não há outra entre os dois tipos de Assembléias Nacionais.


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