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Bahá'u'lláh : A Proclamação de Bahá'u'lláh
A Proclamação de
BAHÁ´U´LLÁH
AOS REIS E LÍDERES DO MUNDO
“O tempo preordenado para os povos
e raças da terra é agora chegado.”

The Proclamation of Bahá´u´lláh to the kings and leaders of the world

Casa Universal de Justiça 1967
EDITORA BAHÁ´Í DO BRASIL

“Só desejamos o bem do mundo e a felicidade das nações; não obstante, consideram-nos provocadores de luta e sedição, dignos de cativeiro e exílio... Que todas as nações se unam em uma mesma fé, e todos os homens se tornem irmãos; que os laços de unidade e afeição entre os filhos dos homens sejam fortalecidos; que cesse a diversidade de religião, e as diferenças de raça sejam anuladas – que mal há nisso?... E assim há de ser: essas lutas infrutíferas, essas guerras arruinadoras, hão de passar e a “Paz Máxima” há de vir... Vemos, entretanto, vossos reis e governantes gastarem os tesouros mais livremente com os meios da destruição da humanidade, do que com aquilo que lhe pudesse proporcionar felicidade... Essas lutas, carnificinas e discórdias devem cessar, e todos os homens ser como uma família... Que o homem não se vanglorie pelo amor à pátria e sim pelo amor à sua espécie...”

INTRODUÇÃO

HÁ CEM ANOS passados, Bahá´ú´lláh, Fundador da Fé Bahá´í, proclamou, em linguagem clara e inconfundível, aos reis e governantes do mundo, aos seus líderes religiosos e à humanidade em geral, que a era, longamente esperada, de paz mundial e fraternidade, havia, finalmente, se iniciado e que Ele Próprio era o Portador da nova mensagem e do poder de Deus que iriam transformar o sistema, então prevalecente, de antagonismo e inimizade entre os homens e criar o espírito e a forma de pré-destinada ordem mundial.

Naquele tempo o esplendor e a ostentação dos monarcas refletiam o vasto poder que exerciam, autocraticamente quase sempre, sobre a maior parte da terra. Bahá´u´lláh, um exilado de sua pátria, a Pérsia, devido a Seu ensinamento religioso, encontra-se prisioneiro do tirânico e todo-poderoso Sultão do Império Otomano. Em tais circunstâncias dirigiu Suas palavras aos mandatários do mundo. Suas Epístolas a alguns reis e ao Papa, embora entregues, foram desprezadas ou rejeitadas, ficando desatendidos seus sábios conselhos e sérias admoestações, sendo que em um caso o portador de Sua mensagem foi cruelmente torturado e morto.

Bahá´u´lláh, observando aquele mundo antigo e vendo que estava “à mercê de governantes tão embriagados pelo orgulho que não podiam discernir claramente seu próprio benefício”, declarou que "... a luta que divide e aflige a raça humana cresce dia a dia. Os sinais das próximas convulsões e do caos podem já ser discernidos, uma vez que a ordem atual mostra-se ser lamentavelmente defeituosa”.Embora pintando em tons sombrios o "castigo divino" que adviria à maior parte daqueles governantes, trazendo ruína aos povos do mundo, Ele, no entanto, não deixou dúvida quanto ao resultado final. "Logo", declarou, "a ordem atual passará e uma nova será estabelecida em seu lugar”.

Desde a ascensão de Bahá'u'lláh em 1892, na Terra Santa, a transformação da velha ordem tem se tornado a experiência diária da humanidade e não se nota diminuição nesse processo. A essência da Ordem Mundial de Bahá'u'lláh é a unidade da raça humana. "Ó vós filhos dos homens", escreve, "o propósito fundamental que anima a Fé de Deus e Sua Religião é a salvaguarda dos interesses e a promoção da unidade da raça humana...". E Ele adverte, "O bem-estar da humanidade, sua paz e segurança, serão inatingíveis até que sua unidade seja firmemente estabelecida". A realização dessa unidade é a missão declarada de Bahá'u'lláh e o propósito de toda atividade Bahá'í. Seu escopo e estrutura estão indicados na seguinte passagem dos escritos de Shoghi Effendi, bisneto de Bahá'u'lláh e Guardião da Fé Bahá'í:

"A unidade do gênero humano - assim como Bahá'u'lláh a concebeu - compreende o estabelecimento de uma comunidade mundial em que todas as nações, raças, credos e classes estejam estreitas e permanentemente unidas, e na qual a autonomia dos estados que a compõem, a liberdade e a iniciativa pessoal dos membros individuais destes, sejam garantidas de um modo definitivo e completo. Tal comunidade mundial deve abranger, segundo o nosso conceito, uma legislatura mundial, cujos membros, os representantes de todo o gênero humano, virão a controlar todos os recurso das respectivas nações componentes e criar as leis que forem necessárias para regular a vida, satisfazer as necessidades e ajustar as relações de todas as raças e povos entre si. Um executivo mundial, apoiado por uma Força internacional, efetuará as decisões dessa legislatura mundial, aplicará as leis por ela criadas e protegerá a unidade orgânica de toda a comunidade mundial. Um tribunal mundial deverá adjudicar toda e qualquer disputa que surja entre os vários elementos que constituem esse sistema universal, sendo irrevogável a sua decisão. Um sistema de intercomunicação mundial será adotado, abrangendo todo o planeta, e, livre de qualquer embaraço ou restrição nacional, funcionará com admirável rapidez e perfeita regularidade. Uma metrópole mundial será o centro da civilização mundial, o foco de convergência das forças unificadoras da vida, donde irradiar-se-ão as suas influências vigorizantes. Um idioma mundial será criado, ou escolhido dentre as línguas existentes, e será ensinado em todas as escolas de todas as nações federadas, como auxiliar a língua nativa. Uma escrita mundial, uma literatura mundial, um sistema uniforme e universal de moeda, de pesos e medidas simplificarão e facilitarão o intercâmbio e entendimento entre as nações e raças da humanidade. Nesta sociedade mundial, a ciência e a religião, as duas forças mais potentes da vida humana, serão reconciliadas, assim cooperando e desenvolvendo-se harmoniosamente. Não mais será a imprensa, sob tal sistema, perniciosamente dominada por interesses, quer particulares, quer públicos, embora de plena expressão às várias opiniões e convicções do gênero humano; libertar-se-á da influência de governos e povos querelantes. Os recursos econômicos do mundo serão organizados, suas fontes de matérias-primas serão exploradas e completamente utilizadas, seus mercados serão coordenados e desenvolvidos, e a distribuição de seus produtos será regulada de um modo eqüitativo.

"As rivalidades entre as nações, os ódios e as intrigas, cessarão, e os preconceitos e animosidades de raça serão substituídos por amizade, entendimento mútuo e cooperação. Não mais existirão os motivos da contenda religiosa, abolir-se-ão as barreiras e restrições econômicas, e a distinção excessiva entre as classes desaparecerá. A pobreza extrema, por um lado, e, por outro, a vergonhosa acumulação de bens, igualmente, acabarão. A quantidade enorme de energia que se desperdiça com a guerra, quer econômica ou política, será dedicada a fins como estes: a extensão do alcance das invenções humanas e do desenvolvimento técnico, o aumento da capacidade produtiva da humanidade, o extermínio das moléstias, a ampliação das pesquisas científicas, a adoção de mais altos padrões de saúde física, o aperfeiçoamento do cérebro humano, a exploração dos recursos do planeta que ainda não foram utilizados ou descobertos, o prolongamento da vida do homem, e a promoção de qualquer outro meio de estimular a vida intelectual, moral e espiritual da humanidade inteira.

"A meta para a qual a força unificadora da vida impele a humanidade é um sistema federal mundial, que regerá toda a terra, exercendo uma autoridade inquestionável, harmonizando e incorporando os ideais de Leste e Oeste, liberto do flagelo da guerra e suas tristes conseqüências, esforçando-se por aproveitar todas as fontes de energias existentes na superfície do planeta - um sistema em que a força subordina-se à justiça, e cuja vida é sustentada por seu reconhecimento universal de um só Deus e sua lealdade a uma Revelação comum...".

A Mensagem de Bahá'u'lláh é uma mensagem de esperança, de amor, de reconstrução prática. Sofremos hoje os amargos resultados da rejeição, pelos nossos antepassados, ao Seu divino chamado. Hoje, porém, existem novos governantes, novos povos, que porventura queiram ouvir e evitar ou mitigar a severidade da catástrofe iminente. É com esta esperança e crendo ser isto seu sagrado dever, que a Casa Universal de Justiça, o corpo governante internacional da Fé Bahá'í, proclama novamente, através da publicação destas passagens selecionadas, a essência daquele poderoso chamado de um século atrás. Na mesma esperança e fé os Bahá'ís, em todo o mundo, envidarão o máximo de seus esforços, durante este período centenário, para levar à atenção de seus semelhantes o fato redentor desta nova efusão de guia divina e amor. Acreditamos que eles não trabalharão em vão.

Haifa, 1967.
ADVERTÊNCIAS AOS REIS E
GOVERNANTES DO MUNDO
COLETIVAMENTE

Ó REIS DA TERRA! Já veio Aquele que é o Senhor soberano de todos. O Reino é de Deus, o onipotente Protetor, O que subsiste por Si Próprio. A ninguém adoreis senão a Deus e, com corações radiantes, erguei a face ao Senhor, - Senhor de todos os nomes. Esta é uma Revelação com a qual nenhuma de vossas possessões jamais será comparável - pudésseis apenas saber isso.

Vemos quanto vos regozijais naquilo que tendes amontoado de outrem, enquanto vos excluís dos mundos que somente Minha Epístola Guardada pode avaliar. Os tesouros que acumulastes vos têm desviado muito de vosso objetivo final. Isso mal vos convém, se apenas pudésseis compreender. Limpai vossos corações de toda corrupção terrena e apressai-vos a entrar no Reino de vosso Senhor, Criador da terra e do céu, que fez tremer o mundo e gemerem todos seus povos, menos aquele que renunciaram todas as coisas e aderiram àquilo ordenado pela Epístola Oculta. . .

Ó reis da terra! A Maior Lei foi revelada neste Lugar, nesta cena de transcendente esplendor. Tudo oculto veio à luz, segundo a Vontade do Ordenador Supremo, Aquele que anunciou a Hora Final, através de Quem a Lua se rachou e todo decreto irrevogável foi exposto.

Sois apenas vassalos, ó reis da terra! Aquele que é Rei dos Reis apareceu, adornado de Sua glória, a mais maravilhosa, e vos convoca a Ele Mesmo, o Amparo no Perigo, O que subsiste por Si Próprio. Acautelai-vos para que o orgulho não vos detenha de reconhecer a Fonte da Revelação, nem as coisas deste mundo vos excluam, como se o fosse por um véu, Daquele que é Criador do céu. Levantai-vos e servir Àquele que é o Desejo de todas as nações, que vos criou por uma palavra Sua e ordenou que fôsseis, para todo o sempre, os emblemas de Sua soberania.

Pela retidão divina! Não é Nosso desejo apoderarmo-nos de vossos reinos. É Nossa Missão capturarmos e possuirmos os corações dos homens.

Nestes é que Bahá fita os olhos. Disso dá testemunho o Reino dos Nomes - pudésseis apenas compreendê-lo. Quem ouve seu Senhor, há de renunciar ao mundo e a tudo o que nele se acha; quanto maior, pois, deve ser o desprendimento daquele que ocupa tão augusta posição! Abandonai vossos palácios e apressai-vos para que sejais admitidos a seu Reino. Em verdade, isto vos será proveitoso tanto neste mundo como no vindouro. O Senhor do reino nas alturas dá testemunho disso - se apenas o soubésseis.

Quão grande ventura espera o rei que se levantar a fim de promover Minha Causa em Meu Reino, desprendendo-se de tudo menos de Mim! Tal rei é contado entre os companheiros do Arco Rubro, Arco este que Deus preparou para o povo de Bahá.Todos lhe devem glorificar o nome, reverenciar a posição e prestar auxílio em abrir as cidades com as chaves de Meu Nome, onipotente Protetor de todos os que habitam os reinos visíveis e invisíveis. Tal rei é a própria vista da humanidade, o luminoso ornamento na fronte da criação, manancial de bênçãos para o mundo inteiro. Oferecei, ó povo de Bahá, vossa substância, ainda mais, vossa própria vida, em seu auxílio.

Nada pedimos de vós. Por amor a Deus, em verdade, vos exortamos, e seremos pacientes assim como temos sido pacientes naquilo que Nos sucedeu em vossas mãos, ó assembléia de reis.

Ó REI DA TERRA! Daí ouvidos à Voz de Deus, chamando desta Árvore sublime, cheia de frutos, que brotou da Colina Carmesim, sobre a Planície santa, entoando as palavras: - “Não há outro Deus senão Ele, o Grande, o Todo-Poderoso, o Onisciente...” Temei a Deus, ó assembléia dos reis e não vos deixeis ser privados desta mais sublime graça. Rejeitai, pois, as coisas que possuis, e segurai-vos ao Amparo de Deus, o Excelso, o Grande. Volvei vossos corações para a Face de Deus e abandonai aquilo que vossos desejos vos tem mandado seguir, e não sejais dos que perecem. Relata-lhes, ó servo, a história de ´Alí (o Báb) quando Ele lhes veio com a verdade, trazendo Seu Livro glorioso e ponderado, segurando nas mãos um testemunho e uma prova concedida por Deus, e emblemas santos, benditos, por Ele enviados. Vós, porém, ó reis, deixastes de atender à lembrança de Deus em Seus dias e de ser guiados pelas luzes surgidas, brilhantes, por cima do horizonte do Céu esplendoroso. Não examinastes Sua Causa, mas se assim tivésseis feito, isso teria sido melhor para vós do que tudo aquilo sobre que o sol brilha, pudésseis apenas perceber isto. Vós vos mantivestes indiferentes até que os sacerdotes da Pérsia – aqueles cruéis – pronunciaram sentença contra Ele e injustamente O trucidaram. Seu espírito ascendeu a Deus, e os olhos dos moradores do Paraíso e dos anjos próximos Dele prantearam por causa dessa crueldade. Guardai-vos de descuidar doravante, assim como tendes descuidado até agora. Voltai-vos, pois, para Deus, vosso Criador, e não sejais dos desatentos... Meu semblante saiu de trás dos véus e irradiou seu esplendor sobre tudo o que está no céu e na terra; e, no entanto, não Lhe volvestes a face, embora para Ele fosseis criados, ó assembléia de reis! Segui, pois, o que vos falo, e escutai-o com vossos corações, e não sejais dos que se desviaram. Porque vossa glória não consiste em vossa soberania, mas, antes, em vossa proximidade de Deus e em vossa obediência a Seu mandamento que baixou do céu em Suas Santas Epístolas preservadas.

Se um de vós tivesse domínio sobre toda a terra, sobre tudo o que se acha dentro dela e sobre ela, seus mares, seus países, suas montanhas e suas planícies, mas, no entanto, não fosse lembrado por Deus, tudo isso proveito algum lhe traria – se apenas pudésseis saber isso... Levantai-vos, pois, e fazei firmes vossos pés e, em compensação por aquilo que vos escapou, dirigir-vos à Sua Santa Corte, à beira de Seu grandioso oceano, a fim de que as pérolas do conhecimento e da sabedoria guardadas por Deus na concha de Seu coração radiante, se vos possam revelar... Guardai-vos de impedir que os sopros de Deus emanem sobre vossos corações – sopros através dos quais se animam os corações dos que para Ele se volveram...

Guardai-vos de tratar de um modo injusto a quem vos fizer apelo ou buscar amparo à vossa sombra. Segui o caminho do temor a Deus, e sede dos que têm uma vida piedosa. Não dependais de vosso poder, nem de vossos exércitos e tesouros. Ponde toda a vossa confiança em Deus, que vos criou, e buscai Sua ajuda em todos os vossos assuntos. Somente Dele vem o socorro. Ele ajuda a quem Lhe aprouver, com as hostes dos céus e da terra.

Sabei que os pobres são a incumbência de Deus em vosso meio. Cuidai de não trairdes Sua incumbência, não os tratando com injustiça ou seguindo os caminhos dos traiçoeiros. Havereis, certamente, de responder por Sua incumbência, no dia em que for ajustada a Balança da Justiça, no dia em que cada um receberá o que merece, e se pesarão os atos de todos os homens, sejam ricos ou pobres.

Se não atenderdes aos conselhos que Nós vos revelamos nesta Epístola, em linguagem incomparável e inequívoca, o castigo divino haverá de vos atacar de todos os lados, e a sentença de Sua justiça será pronunciada contra vós. Naquele dia, não tereis o poder de Lhe resistir e reconhecereis vossa própria impotência. Tende compaixão de vós próprios e daqueles debaixo de vosso domínio e julgai entre eles segundo as normas prescritas por Deus em Sua sacratíssima e excelsa Epístola – Epístola na qual Ele designou para cada coisa sua medida fixa, e deu com clareza uma explicação de todas as coisas, e a qual, em si, é uma advertência aos que Nele crêem.

Examinai Nossa Causa, informando-vos das coisas que Nos aconteceram e decidindo com justiça entre Nós e Nossos inimigos, e sede dos que tratam seu próximo com equidade. Se não detiverdes a mão do opressor, se deixardes de salvaguardar os direitos dos oprimidos, que razão, pois, tereis de vos ufanar entre os homens? De que tendes o direito de vos jactar? Será de vosso alimento e vossa bebida que vos orgulhais, das riquezas que acumulais em vossos tesouros, ou da variedade e do valor dos ornamentos com que vos adornais? Fosse a glória verdadeira consistir na posse de coisas tão perecedoras, então a terra onde andais se deveria vangloriar sobre vós, pois é ela que vos supre e concede essas coisas, segundo o decreto do Todo-Poderoso. Nas entranhas da terra está contido tudo o que vós possuis, de acordo com o mandamento de Deus. Dela, como sinal de Sua misericórdia, extraís vossas riquezas. Vede, pois, vosso estado, a coisa de que vos gloriais! Oxalá pudésseis perceber isto! Não, por Aquele que segura na mão o domínio da criação inteira! Em parte alguma reside vossa glória verdadeira e durável, senão em vossa firme adesão aos preceitos de Deus, vossa obediência cordial às Suas leis, vossa resolução de não permitir que elas permaneçam sem efeito, e de seguir fielmente o caminho certo...

Passaram-se vinte anos, ó reis, durante os quais provamos cada dia a agonia de uma nova tribulação. Nenhum de Nossos antecessores suportou o que Nós temos suportado. Oxalá pudésseis perceber isso! Os que contra Nós se levantaram, Nos têm trucidado, derramando Nosso sangue, espoliando-Nos dos bens e violando Nossa honra. Vós, no entanto, embora cientes da maior parte de Nossas aflições, não detivestes a mão do agressor. E não é claramente vosso dever reprimir a tirania do opressor e tratar com equidade vossos súditos, a fim de demonstrar plenamente a toda a humanidade vosso alto sentido de justiça?

Deus entregou às vossas mãos as rédeas do governo do povo, para que possais reger com justiça, salvaguardando os direitos dos espezinhados e punindo os malfeitores. Se descuidardes do dever que Deus vos prescreveu em Seu Livro, vossos nomes serão incluídos nos daqueles que, a Seu ver, são injustos. Lastimável, de fato, será vosso erro. Quereis aderir àquilo tramado pelas vossas próprias imaginações, repelindo os mandamentos de Deus, o Excelso, o Inatingível, o Predominante, o Todo-Poderoso? Renunciando o que vós possuís, segurai-vos àquilo que Deus vos mandou observar. Sua graça é o que deveis buscar, pois quem a busca trilha Sua Vereda reta...

Adverte e informa o povo, ó Servo, daquilo que Nós fizemos descer a Ti... Aproxima-se o dia em que Deus terá exaltado Sua Causa e magnificado Seu testemunho aos olhos de todos os que se acham nos céus e na terra. Sob todas as condições, põe Tua inteira confiança em Teu Senhor e fixa Nele Teu olhar, afastando-Te daqueles que repudiam Sua Verdade. Que Deus, Teu Senhor, Te seja suficiente para socorro e ajuda. Comprometemo-nos a garantir Teu triunfo na terra e exaltar Nossa Causa acima de todos os homens, embora nenhum rei seja encontrado que queira voltar sua face para Ti.

Ó REI DA TERRA! Nós vos vemos aumentardes todo ano, vossas despesas, o peso das quais pondes sobre vossos súditos. Isso, em verdade, é inteira e vergonhosamente injusto. Temei os suspiros e as lágrimas deste Injuriado e não ponhais encargos excessivos sobre vossos povos. Não os roubeis a fim de erguerdes palácios para vós próprios; não, antes, escolhei para eles o que escolheis para vós mesmos. Assim desdobramos ante vossos olhos o que vos é proveitoso – se apenas o percebêsseis. Vossos povos são vossos tesouros. Acautelai-vos para que vosso governo não viole os mandamentos de Deus, e não entregueis vossos tutelados às mãos de ladrões. Pelos vossos povos é que governais, por meio deles subsistis, pela sua ajuda ganhais vossas vitórias. No entanto, com que desdém olhais para eles! Que estranho, muito estranho!

Agora que recusastes a Paz Maior, segurai-vos a essa, a Paz Menor, a fim de que possais, em algum grau, melhorar vossa própria condição e a daqueles que de vós dependem.

Ó governantes da terra! Sede reconciliados entre vós, para que não mais necessiteis de armamentos, salvo na medida precisa a fim de proteger vossos territórios e domínios. Guardai-vos de desprezar o conselho do Onisciente, do Fiel.

Uni-vos, ó reis da terra, pois assim a tempestade da discórdia se aquietará entre vós, e vosso povo encontrará sossego – se sois dos que compreendem. Se alguém dentre vós lançar mão de armas contra outro, levantai-vos contra ele, pois isso nada mais é que justiça manifesta.

DEUS UNO E VERDADEIRO – exaltada seja Sua glória – sempre considerou e há de considerar os corações dos homens como Sua própria e exclusiva possessão. Tudo mais – quer seja pertinente à terra ou ao mar, seja riqueza ou glória, - Ele o legou aos reis e governantes da terra. Desde o princípio que não teve princípio, desdobrou-se em pleno esplendor em face de Seu Manifestante, a bandeira que proclama as palavras: “Ele faz qualquer coisa que queira”. O que a humanidade necessita, neste Dia, é obediência àqueles que possuem a autoridade, e adesão fiel à corda da sabedoria. Os instrumentos essenciais à proteção imediata, à segurança e tranqüilidade do gênero humano foram confiadas às mãos dos governantes da sociedade humana e se acham em seu poder. É este o desejo de Deus e Seu decreto... Alimentamos a esperança de que um dos reis da terra, por amor a Deus, se levantará para o triunfo deste povo ultrajado e opresso. A tal rei caberão glória e elogios eternos... A este povo Deus prescreveu o dever de apoiar a quem lhe desse apoio, de servir seus interesses e demonstrar lealdade inabalável. Quem me segue deve, sob todas as circunstâncias, se empenhar em promover o bem-estar de quem quer que se levante para o triunfo de Minha Causa, dando-lhe em todos os tempos, provas de sua devoção e fidelidade. Feliz o homem que ouça e observe Meu conselho e ai de quem deixe de cumprir Meu desejo.

FOTO
NAPOLEÃO III

Ó REI DE PARIS! Dize ao padre que não mais toque os sinos. Por Deus, o Verdadeiro! Apareceu o Sino Mais Poderoso na forma Daquele que é o Maior Nome, e os dedos da vontade de teu Senhor, o Excelso, o Altíssimo, o fazem soar no céu da imortalidade, em Seu Nome, o Todo-Glorioso. Assim os poderosos versículos de teu Senhor se fizeram descer outra vez para ti, a fim de que te levantasses para comemorar a Deus, Criador da terra e do céu, nestes dias era que todas as raças da terra se têm lastimado, e as fundações das cidades tremido, e a poeira da irreligião envolve todos os homens, salvo aqueles aos quais teu Senhor, o Onisciente, a Suma Sabedoria, quis eximir.

Dize: Ele, o Incondicionado, já veio, nas nuvens da luz, para despertar todas as coisas criadas com as brisas de Seu Nome, o Mais Misericordioso, unificar o mundo e reunir todos os homens em torno desta Mesa que Ele fez descer dos céus. Cuida-te em não negares os favores de Deus que têm sido derramados sobre ti. Melhor é isto para ti do que tudo o que possues; pois o que é teu, perecerá, enquanto o que é de Deus, permanecerá. Ele, em verdade, ordena o que deseja. Verdadeiramente, as brisas do perdão têm soprado da direção de teu Senhor, o Deus de Misericórdia; aquele que para seu lado se voltar, será limpo de seus pecados e de todas as dores e doenças. Feliz o homem que para elas se volta e ai do que se tem desviado.

Volvesses tu teu íntimo ouvido para todas as coisas criadas, ouviria: “O Ancião dos Dias já veio em Sua Grande Glória”. Todas as coisas celebram o louvor de seu Senhor. Alguns têm conhecido a Deus e se lembrado Dele; outros O lembram, mas não O conhecem. Assim, revelamos Nosso decreto em uma Epístola evidente.

Dá ouvidos, ó rei, à Voz que chama do Fogo ardendo nesta Árvore verdejante, sobre este Sinai que se ergueu acima do sagrado Lugar níveo, além da Cidade Eterna: “Verdadeiramente, não há outro Deus senão Eu, o Infalível Perdão, o Mais Misericordioso!” Nós, em verdade, enviamos Aquele a Quem ajudamos com o Espírito Santo (Jesus Cristo), a fim de vos anunciar esta Luz que brilhou do horizonte da vontade de vosso Senhor, o Excelso, o Todo-Glorioso, e cujos sinais foram revelados no Ocidente, para que vós volvêsseis a face para Ele (Bahá´u´lláh) neste Dia que Deus exaltou acima de todos os outros dias, e em que o Todo-Misericordioso irradiou o esplendor de Sua fulgente glória sobre todos os que estão no céu e todos os que estão na terra.

Levanta-te para servir a Deus e promover Sua Causa. Ele, em verdade, ajudar-te-á com as hostes dos visíveis e dos invisíveis, e te fará rei de tudo aquilo sobre o que o sol se levanta. Teu Senhor, em verdade, é o Onipotente, o Todo-Poderoso.

As brisas do Mais Misericordioso têm soprado sobre todas as coisas criadas; feliz o homem que descobriu sua fragrância e para elas se voltou com o coração firme. Adorna tuas têmporas com o ornamento de Meu Nome e tua língua com a lembrança de Mim, e teu coração com amor a Mim, o Todo-Poderoso, o Altíssimo. Nada desejamos para ti senão o que te é melhor que todas as tuas possessões e todos os tesouros da terra. Teu Senhor, em verdade, é o Conhecedor, O ciente de tudo. Levanta-te, em Meu Nome, entre Meus servos, e dize: “Ó vós, povos da terra! Voltai-vos para Aquele que se voltou para vós. Ele, verdadeiramente, é a Face de Deus entre vós, e Seu Testemunho e Sua Guia para vós. Ele veio a vós com sinais que ninguém pode produzir”. A voz da Sarça Ardente se levanta no mais íntimo recanto do mundo e o Espírito Santo conclama a todas as nações: “Vede, o Desejado de todos já veio com evidente domínio!”

Ó Rei! As estrelas do céu do conhecimento têm caído, aqueles que procuram estabelecer a verdade de Minha Causa através das coisas que possuem, e aqueles que fazem menção de Deus, em Meu Nome. E, contudo, quando Eu, em Minha Glória me manifestei a eles, afastaram-se. Em verdade, são dos perdidos. Isto verdadeiramente, foi o que o Espírito de Deus (Jesus Cristo) anunciou, quando vos veio com a Verdade – Aquele com quem os doutores judeus disputaram, até que, finalmente, perpetraram o que fez lamentar o Espírito Santo e caírem as lágrimas daqueles que têm próximo acesso a Deus...

Ó Rei! Ouvimos as palavras que pronunciaste em resposta ao Tzar da Rússia, a respeito da decisão tomada sobre a guerra (Guerra da Criméa). Teu Senhor, em verdade, sabe, está informado de tudo. Disseste: “Eu estava adormecido em meu leito, quando o grito dos oprimidos, afogando-se no Mar Negro, me acordou”. Foi o que te ouvimos dizer e, em verdade, teu Senhor é testemunha daquilo que digo. Testificamos que não despertaste por causa de seu grito, mas, sim, estimulado pelas tuas próprias paixões, pois Nós te provamos e te julgamos falho. Compreende o significado de Minhas palavras e sê dos que discernem. Não é Nosso desejo dirigir a ti palavras de condenação, pois consideramos a dignidade que conferimos a ti nesta vida mortal. Na verdade, escolhemos a cortesia e fizemos dela o verdadeiro sinal daqueles que se encontram próximo Dele. A cortesia é, em verdade, uma vestimenta que convém a todos os homens, sejam jovens ou velhos. Bem estará aquele que adornar seu templo humano com ela, e lastimável o que estiver privado desta grande dádiva. Tivesses tu sido sincero em tuas palavras, não terias lançado atrás de ti o Livro de Deus quando te foi enviado por Aquele que é o Todo-Poderoso, o Onisciente. Nós te temos provado por seu intermédio e te achado diferente do que professaste. Levanta-te e faze retribuição por aquilo que te escapou. Dentro em breve o mundo e tudo o que tu possues perecerão e o reino restará a Deus, teu Senhor e o Senhor de teus pais de antanho. Não te convém proceder segundo os ditames de teus desejos. Teme os suspiros deste Injuriado e protege-O contra os dardos daqueles que agem com injustiça. Por causa daquilo que fizeste, prevalecerá confusão em teu reino, e teu império passará de tuas mãos em punição pelos teus feitos, e saberás, pois, que erraste, claramente. Comoções haverão de apoderar-se de todo o povo nesse país, a menos que te levantes para ajudar esta Causa e sigas Aquele que é o Espírito de Deus (Jesus Cristo) neste Caminho Reto. Será que tua pompa te haja tornado orgulhoso? Por Minha Vida! Não durará; não, muito breve há de passar, a menos que te segures firmemente a esta Corda forte. Vemos humilhação se aproximar de ti rapidamente, enquanto tu és dos desatentos. Quando ouvires Sua Voz chamando do trono de glória, deverás deixar de lado tudo o que possues e exclamar: “Aqui estou, ó Senhor de tudo o que existe no céu e de tudo o que existe na terra!”

Ó Rei! Estávamos no Iraque quando a hora da partida chegou. Por determinação do Rei do Islam (Sultão da Turquia) dirigimos Nossos passos nesta direção. Ao chegarmos, aconteceu-Nos, nas mãos dos maliciosos, aquilo que os livros do mundo jamais poderão descrever adequadamente, o que fez os habitantes do Paraíso e aqueles que vivem dentro dos recintos da santidade lamentarem; e não obstante, o povo continua encerrado em grosso véu!...

Mais penosa se tornou Nossa situação, dia a dia, ou melhor, hora a hora, até que Nos tiraram de Nossa Prisão e nos fizeram entrar, com flagrante injustiça, na Maior Prisão.

Sabes que, em verdade, és responsável perante Deus por teus súditos. Cuida deles, pois, como cuidas de ti mesmo. Atenta para não permitires que lobos se tornem os pastores do rebanho, nem que o orgulho e a soberba te impeçam de cuidar dos pobres e desolados. Levanta-te, em Meu Nome, acima do horizonte da renúncia e volta tua face para o Reino, a mando de teu Senhor, o Senhor de força e poder.

Adorna o corpo de teu reino com as vestes de Meu Nome e levanta-te, então, para ensinar Minha Causa. Melhor é isto para ti do que tudo o que possues. Deus, por isso, exaltará teu nome entre todos os reis. Potente é Ele sobre todas as coisas. Caminha tu entre os homens em nome de Deus e pelo poder de sua Onipotência, a fim de que possas demonstrar Seus sinais aos povos da terra...

Considera o mundo como o corpo de um homem que padece de diferentes males e cuja cura depende da harmonia de todos os seus elementos componentes. Aproxima-te daquilo que te prescrevemos e não palmilhes os caminhos daqueles que criam dissensão. Medita sobre o mundo e o estado de seus povos. Aquele por amor a Quem o mundo foi chamado à existência, está prisioneiro na mais desolada das cidades (Akká), devido àquilo que as mãos dos maliciosos fizeram. Do horizonte de Sua cidade-prisão, Ele conclama a humanidade para o Alvorecer de Deus, o Excelso, o Grande. Tu te exultas com os tesouros que possues, sabendo que perecerão? Enalteces-te por reinares sobre um pedaço de terra, quando o mundo todo, na apreciação do povo de Bahá, vale tanto quanto a pupila dos olhos de uma formiga morta? Abandona isso para os que têm suas afeições nessas riquezas e volta-te para Aquele que é o Desejo do mundo. Para onde foram os orgulhosos e seus palácios? Examina seus túmulos, para que possas aprender por este exemplo, pois dele fizemos uma lição para todos os observadores. Pudessem as brisas da Revelação te atingir, fugirias do mundo e voltar-te-ias para o Reino, e gastarias tudo o que possues para poderes aproximar-te desta Sublime Visão.

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TZAR ALEXANDRE II

Ó TZAR DA RÚSSIA! Inclina teu ouvido à voz de Deus, o Rei, o Santo, e volve-te para o Paraíso, lugar onde habita Aquele que, dentre a Assembléia no alto, possui os mais excelentes títulos e que, no reino da criação, é chamado pelo Nome de Deus, o Fulgente, o Todo Glorioso. Acautela-te para que teu desejo não te impeça de te volver para a face de teu Senhor, o Compassivo, o Mais Misericordioso. Nós, em verdade, ouvimos aquilo que suplicaste a teu Senhor enquanto comungavas secretamente com Ele. Por isso os sopros de Minha misericórdia emanavam e o mar de Minha mercê encapelava-se, e Nós respondemos a ti em verdade. Teu Senhor, verdadeiramente, é Quem tudo sabe, o Sapientíssimo. Enquanto Eu estava acorrentado e algemado na prisão, um de teus ministros prestou-Me seu auxílio. Por isso Deus te ordenou uma posição que o conhecimento de pessoa alguma pode compreender, salvo Seu conhecimento. Guarda-te de desbaratar essa posição sublime... Acautela-te para que tua soberania não te impeça Daquele que é o Soberano Supremo. Em verdade, Ele veio com Seu Reino, e todos os átomos clamam em altas vozes: “Eis! o Senhor vindo em Sua grande majestade!” Aquele que é o Pai já veio, e o Filho (Jesus), no vale santo, exclama: “Eis-me, eis-me, ó Senhor meu Deus!” enquanto Sinai rodeia a Casa e a Sarça Ardente clama altamente: “Veio o Todo-Generoso, montado sobre as nuvens! Bem-aventurado quem Dele se aproximar, e ai dos que estão afastados”.

Levanta-te entre os homens em nome desta Causa predominante e convoca, pois, as nações a Deus, o Excelso, o Grande. Não sejas dos que invocaram a Deus por um de Seus Nomes mas que, ao aparecer Aquele que é Objeto de todos os nomes, O negaram e Dele se afastaram, e finalmente pronunciaram sentença contra Ele, com injustiça manifesta. Considera e recorda os dias em que apareceu o Espírito de Deus (Jesus), e Herodes O condenou. Deus, entretanto, Lhe concedeu o amparo das hostes invisíveis, protegeu-O com a verdade O mandou para outra terra, segundo Sua promessa. Ele, em verdade, ordena o que Lhe apraz. Teu senhor preserva, verdadeiramente, a quem Ele deseja, quer se ache no meio dos mares, quer na garganta da serpente ou debaixo da espada do opressor...

Outra vez digo: Dá ouvidos à Minha Voz que clama de Minha prisão, a fim de te informares das coisas que sucederam à Minha Beleza nas mãos daqueles que são as manifestações de Minha glória, e a fim de perceberes como foi grande Minha paciência, não obstante Meu poder, e imensa Minha tolerância, apesar de Meu predomínio. Por Minha Vida! Pudesses tu apenas saber das coisas emitidas por Minha Pena, e descobrir os tesouros de Minha Causa e as pérolas de Meus mistérios que jazem ocultas nos mares dos Meus nomes e nos cálices das Minhas Palavras, tu, em teu amor por Meu nome e em tua ânsia por Meu Reino glorioso e sublime, quererias oferecer tua vida em Meu caminho. Sabe tu que, embora Meu corpo esteja debaixo das espadas dos inimigos e Meus membros assediados de aflições incalculáveis, no entanto, Meu espírito está cheio de uma alegria com a qual todos os prazeres da terra jamais poderão ser comparados.

Dirige teu coração Àquele que é Alvo da adoração do mundo, e dize: - Ó povos da terra! Negastes Aquele em Cuja senda foi martirizado o Portador da verdade, quando trazia o anúncio de vosso Senhor, o Excelso, o Grande? Dize: Este é um anúncio que regozijou os corações dos Profetas e Mensageiros. É Aquele de Quem o coração do mundo se lembra, o Prometido dos Livros de Deus, o Poderoso, o Onisciente. As mãos dos Mensageiros, em seu desejo de Me encontrar, ergueram-se para Deus, o Poderoso, o Glorificado... Alguns se lamentaram em sua separação de Mim, outros sofreram durezas em Meu caminho e ainda outros sacrificaram a vida por amor à Minha Beleza – pudésseis apenas saber isso. Dize: Eu, em verdade, não visei a exaltar a Mim Mesmo, mas antes ao próprio Deus – fosseis vós julgar com equidade. Nada pode ser visto em Mim a não ser Deus e Sua Causa – pudésseis apenas perceber isto. Sou Aquele a Quem a língua de Isaias exaltou, sou Aquele Cujo nome tanto a Tora como o Evangelho se adornaram... Bem-aventurado o rei cuja soberania não o impediu de seu Soberano e que de coração se volveu para Deus. Ele, em verdade, é incluído no número dos que atingiram o que Deus, o Poderoso, o Onisciente, ordenou. Tal rei será em breve contado entre os monarcas dos domínios do Reino. Teu Senhor, em verdade, é potente sobre todas as coisas. Ele dá o que deseja a quem Ele queira; e a quem Ele queira, nega o que Ele deseja. Ele, em verdade, é o Todo-Poderoso, o Onipotente.

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RAINHA VITÓRIA

Ó RAINHA EM LONDRES! Inclina teu ouvido para a voz de teu Senhor, o Senhor de toda a humanidade, que clama do Loto Divino: Verdadeiramente, nenhum Deus há senão Eu, o Todo-Poderoso, o Onisciente! Rejeita tudo o que está na terra, e, cinge a cabeça de teu reino com o diadema da lembrança de teu Senhor, o Todo-Glorioso. Ele, em verdade, veio ao mundo em Sua mais plena glória, cumprindo tudo o que foi mencionado no Evangelho. A terra da Síria foi honrada pelas pegadas de seu Senhor, Senhor de todos os homens, e norte e sul, ambos se inebriam com o vinho de Sua Presença. Bem-aventurado o homem que inalou a fragrância do Mais Misericordioso e se voltou para a Aurora de Sua Beleza, neste Amanhecer resplandecente. A Mesquita de Aqsá vibra com os sopros de seu Senhor, o Todo-Glorioso, enquanto Bathá (Meca) tremula ante a voz de Deus, o Excelso, o Altíssimo. E com isso, cada uma de suas pedras rende louvores ao Senhor por intermédio deste Grande Nome.

Renuncia teu desejo e dirige teu coração a teu Senhor, o Ancião dos Dias. Fazemos menção de ti por amor a Deus e desejamos que teu nome seja exaltado pela tua comemoração de Deus, Criador da terra e do céu. Ele, em verdade, dá testemunho daquilo que digo. Fomos informados de que tu proibiste o tráfico de escravos, tanto de homens como de mulheres. Isso, em verdade, é o que Deus ordenou nesta Revelação maravilhosa. Deus, em verdade, te destinou uma recompensa por isso. A quem fizer o bem, Ele, em verdade, remunerará devidamente – fosses tu seguir o que te foi enviado por Aquele que é o Onisciente, O de tudo informado. Quanto àquele que se desviar e se inchar de orgulho após lhe haverem vindo os sinais claros, provenientes do Revelador dos sinais, Deus reduzirá sua obra a nada. Ele, em verdade, tem poder sobre todas as coisas. As ações do homem são aceitáveis depois de haver ele reconhecido (o Manifestante). Quem se desviar do Verdadeiro é, de fato, a mais velada entre Suas criaturas. Assim foi decretado por Aquele que é o Onipotente, o Mais Poderoso.

Soubemos também que tu havias entregue as rédeas do conselho aos representantes do povo. Em verdade, fizeste bem, pois assim os alicerces do edifício de tuas atividades serão fortalecidos, e os corações de todos os que se acham abrigados à tua sombra, sejam de alta ou de baixa categoria, serão tranqüilizados. Compete-lhes, entretanto, ser dignos de confiança entre Seus servos e considerar-se a si próprios como os representantes de todos os que habitam na terra. É o que lhes aconselha, nesta Epístola, Aquele que rege, o Onisciente... Bem-aventurado aquele que entra na assembléia por amor a Deus e julga entre os homens com pura justiça. Ele, em verdade, é dos ditosos...

Dirige-te a Deus e dize: Ó meu Senhor Soberano! Eu sou apenas um vassalo Teu, e Tu, em verdade, és o Rei dos Reis. Levantei minhas mãos suplicantes ao céu de Tua graça e Tuas dádivas. Faze descer, pois, sobre mim, das nuvens de Tua generosidade, o que me possa livrar de tudo menos de Ti e me faça aproximar de Ti. Suplico-Te, ó meu Senhor – por Teu nome, que fizeste o rei dos nomes e a manifestação de Ti próprio para todos os que estão no céu e na terra – rompe os véus que se interpuseram entre mim e meu reconhecimento da Aurora de Teus sinais e do Amanhecer de Tua Revelação. És, em verdade, o Todo-Poderoso, o Onipotente, o Generosíssimo. Não me prives, ó meu Senhor, das fragrâncias das Vestes de Tua Misericórdia em Teus dias, e inscreve para mim o que inscreveste para Tuas servas que acreditaram em Ti e em Teus sinais, e Te reconheceram, e dirigiram os corações ao horizonte de Tua Causa. Verdadeiramente, Tu és o Senhor dos mundos e, entre aqueles que mostram misericórdia, o Mais Misericordioso. Ajuda-me, pois, ó meu Deus, a comemorar-Te entre Tuas servas e promover Tua Causa em Tuas plagas. Aceita, então, o que me escapou ao irradiar-se a luz de Teu semblante, Tu, em verdade, tens poder sobre todas as coisas. Glória a Ti, ó Tu em cuja mão está o reino dos céus e da terra.

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KAISER GUILHERME I

Ó REI DE BERLIM! Dá ouvidos à Voz que chama deste Templo manifesto: - Em verdade, não há outro Deus senão Eu, o Eterno, o Incomparável, o Ancião dos Dias. Acautela-te para que o orgulho não te impeça de reconhecer a Aurora da Revelação Divina, nem os desejos terrenos te excluam, como se o fosse por um véu, do Senhor do Trono no alto e da terra em baixo. Assim te aconselha a Pena do Altíssimo. Ele, em verdade, é o Mais Misericordioso, o Todo-Generoso. Lembra-te daquele cujo poder transcendeu teu poder (Napoleão III), e cuja posição era superior à tua posição! Onde está ele? Aonde foram as coisas por ele possuídas? Sê advertido, e não sejas dos que estão profundamente adormecidos. Ele foi quem lançou atrás de si a Epístola de Deus quando Nós o informamos daquilo que as hostes da tirania Nos fizeram sofrer. Por isso a desgraça o atacou de todos os lados e, com grande perda, ele se baixou ao pó. Pondera, ó Rei, sobre ele e sobre os outros que, como tu, venceram cidades e dominaram os homens. O Todo-Misericordioso fê-los descerem de seus palácios às suas sepulturas. Sê advertido, sê dos que refletem...

Ó margens do Reno! Nós vos vimos cobertos de sangue, porque as espadas da retribuição foram desembainhadas contra vós; e tereis ainda outro turno. E ouvimos os lamentos de Berlim, se bem que hoje esteja em glória conspícua.

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IMPERADOR FRANCISCO JOSÉ

Ó IMPERADOR DA ÁUSTRIA! Aquele que é o Amanhecer da Luz de Deus residia na prisão de Akká na ocasião em que tu saíste para visitar a Mesquita de Aqsá (Jerusalém). Passaste sem indagar por Aquele Cuja Presença exalta toda casa, e para Quem o mais majestoso portão se descerra. Nós, em verdade, fizemos dessa cidade (Jerusalém) um lugar para o qual o mundo devesse volver, a fim de Me comemorar, e tu, no entanto, rejeitaste Aquele que é o Objeto dessa comemoração, quando Ele apareceu com o Reino de Deus, teu Senhor e o Senhor dos mundos. Temos estado contigo em todos os tempos e te achado preso ao Ramo sem atenderes à Raiz. Teu Senhor, em verdade, é testemunha do que digo. Lamentamos ver como te volvias ao redor de Nosso Nome, enquanto continuavas inconsciente de Nós, embora estivéssemos ante tua face. Abre teus olhos, a fim de poderes contemplar esta Visão gloriosa e reconhecer Aquele a Quem invocas durante o dia e à noite, e fitar a Luz que brilha acima deste Horizonte luminoso.

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SULTÃO ´ABDU´L-AZIZ

OUVE, Ó REI, as palavras Daquele que diz a verdade, que não te pede como remuneração as coisas que Deus se dignou te conceder, Aquele que trilha, sem errar, a Senda reta. Ele é Quem te chama para Deus, teu Senhor, e te mostra o caminho certo, o que conduz à verdadeira felicidade, para que talvez sejas dos que estarão bem.

Cuida, ó Rei, de não reunires em torno de ti tais ministros que seguem os desejos de uma inclinação corrupta, desdenham os deveres que foram entregues em suas mãos e claramente traem sua incumbência. Sê bondoso para os outros como Deus tem sido bondoso para ti, e não abandones os interesses do povo à mercê de tais ministros. Não ponhas de lado o temor de Deus; e sê daqueles que agem corretamente. Reúne em torno de ti aqueles ministros nos quais possas sentir a fragrância da fé e da justiça; aconselha-te com eles e escolhe aquilo que julgares melhor; sê daqueles que agem generosamente.

Sabe tu: seguramente, aqueles que descrêem em Deus não são fidedignos nem verazes. Isto, realmente, é a verdade, infalivelmente a verdade. Aquele que age traiçoeiramente para com Deus, agirá, também, traiçoeiramente para com seu rei. Nada pode deter tal homem do mal, nada pode impedi-lo de trair seu vizinho, nada pode induzi-lo a agir corretamente.

Cuida de não deixares as rédeas dos assuntos de teu Estado ficarem nas mãos dos outros, e não deposites tua confiança em ministros indignos, e não sejas dos desatentos. Evita aqueles cujos corações estão afastados de ti, não confies neles, não lhes dês responsabilidade em teus assuntos e nos assuntos daqueles que professam tua fé. Acautela-te para que o lobo não se torne o pastor do rebanho de Deus, e não entregues a sorte de Seus amados nas mãos dos maliciosos. Não esperes que aqueles que violam os mandamentos de Deus sejam dignos de confiança ou sinceros na fé que professam. Evita-os e mantém guarda sobre ti mesmo, para que suas artimanhas e malícias não te prejudiquem. Evita-os e fixa teu olhar em Deus, teu Senhor, o Todo-Glorioso, a Suprema Bondade. Aquele que se entregar totalmente a Deus, seguramente, Deus estará com ele; e aquele que puser em Deus sua inteira confiança, Deus, em verdade, haverá de protegê-lo de tudo o que lhe possa causar dano, e da iniqüidade de todo maléfico.

Fosses tu inclinar o ouvido para Minhas palavras e observar Meu conselho, Deus elevar-te-ia a tão eminente posição que jamais os desígnios de homem algum na terra te poderiam tocar ou ofender. Observa, ó rei, do mais íntimo do coração e de todo o teu ser, os preceitos de Deus, e não andes nos caminhos do opressor. Segura tu, e mantém firmemente ns mãos de teu poder, as rédeas do governo de teu povo, e examina pessoalmente tudo a ele relacionado. Que nada te escape, pois nisso reside o maior bem.

Agradece a Deus por te haver escolhido do mundo inteiro e te feito rei sobre aqueles que professam tua fé. Incumbe-te apreciar os maravilhosos favores que Deus te concedeu, e magnificar continuamente Seu Nome. Podes melhor louvá-Lo se amas Seus amados e proteges Seus servos do mal dos traiçoeiros, a fim de que ninguém mais os oprima. Deves, ainda mais, levantar-te para executar a lei de Deus entre eles, a fim de seres um dos que se acham firmemente estabelecidos em Sua Lei.

Se fizesses rios de justiça espalharem suas águas entre teus súditos, Deus seguramente te ajudaria com as hostes dos invisíveis e dos visíveis, e te fortaleceria em tuas atividades. Não há Deus senão Ele. Toda a criação e seu império Lhe pertencem. A Ele voltam as obras dos fiéis.

Não confies em teus tesouros. Põe tua inteira confiança na graça de Deus, teu Senhor. Seja Ele teu apoio em tudo o que fizeres, e sê um dos que se submeteram à Sua vontade. Faze Dele teu amparo e enriquece-te com Seus tesouros, pois com Ele estão os tesouros dos céus e da terra. Ele os concede a quem Ele queira, e a quem Ele queira, os nega. Não há outro Deus senão Ele, Possuidor de tudo, Alvo de todo louvor. Todos são apenas indigentes à porta de Sua misericórdia; todos se encontram destituídos de poder ante a revelação de Sua soberania, e suplicam Seus favores.

Não excedas os limites da moderação e trata com justiça àqueles que te servem. Dá-lhes de acordo com suas necessidades e não a tal ponto que possam acumular para si riquezas, adornar-se, embelezar suas casas, adquirir as coisas que nenhum benefício lhes trazem, e se contar entre os extravagantes. Trata-os com infalível justiça, de modo que nenhum deles sofra privações, nem goze de excessivo luxo. Isso é apenas justiça manifesta.

Não permitas que os abjetos governem e dominem aqueles que são nobres e dignos de honra, nem deixes os magnânimos à mercê dos indignos e desprezíveis, pois foi o que vimos ao chegarmos na Cidade (Constantinopla), e disso damos testemunho. Encontramos entre seus habitantes alguns que possuíam grandes fortunas e viviam em meio a excessiva riqueza, enquanto outros estavam em extrema necessidade e pobreza abjecta. Isso mal convém à tua soberania e é indigno de tua condição.

Aceita Meus conselhos e esforça-te para governar os homens com equidade, a fim de que Deus exalte teu nome e faça espalhar a fama de tua justiça em todo o mundo.

Acautela-te, para não engrandeceres teus ministros às expensas de teus súditos. Teme os suspiros dos pobres e dos justos, os quais, ao romper do dia, lamentam sua sina; e sê para eles um soberano benigno. Eles, verdadeiramente, são teus tesouros na terra. Cumpre a ti, portanto, salvaguardar teus tesouros dos assaltos daqueles que te desejam roubar. Investiga seus afazeres e assegura-te, todos os anos, ou melhor, todos os meses, de suas condições, e não sejas dos que descuidam de seu dever.

Põe diante de teus olhos a infalível Balança de Deus e, como se estivesses em Sua Presença, pesa nesta Balança tuas ações cada dia, a cada momento de tua vida. Julga-te a ti mesmo antes de seres chamado para o juízo, no dia em que nenhum homem terá as forças para se manter em pé por temor a Deus, o Dia em que os corações dos desatentos haverão de tremer.

Compete a todo rei ser tão bondoso como o sol, que ajuda o crescimento de todos os seres e dá a todos o que lhes é devido, cujos benefícios não lhe são inerentes, mas ordenados por Aquele que é o Mais Poderoso, o Onipotente. O rei deve ser tão generoso, tão liberal em sua misericórdia, como as nuvens do céu, cujas efusões de bondade são derramadas sobre todas as terras por injunção Daquele que é o Ordenador Supremo, o Onisciente.

Cuida de não entregares teus assuntos de estado inteiramente nas mãos dos outros. Ninguém melhor que tu mesmo pode desincumbir-se de tuas funções. Assim te esclarecemos Nossas palavras de sabedoria e concedemos o que te faça passar da opressão para a justiça e aproximar-te do resplandecente oceano de Seus favores. Tal é o caminho que os reis antes de ti palmilharam, os que agiram com equidade para com seus súditos e se conduziram com invariável justiça.

Tu és a sombra de Deus na terra. Esforça-te, pois, para te comportares de uma maneira digna de tão eminente, tão augusta posição. Se tu te desviares de seguir as coisas que fizemos descer sobre ti e te ensinamos, estarás, seguramente, diminuindo essa grande e inestimável honra. Volta, pois, e adere completamente a Deus, e limpa teu coração do mundo e de todas as suas vaidades, e não permitas que o amor a um estranho nele entre e resida. Antes de purificares teu coração de todo traço de tal amor, não poderá o brilho da luz de Deus irradiar sobre ele seu esplendor, pois a ninguém Deus deu mais de um coração. Isso, em verdade, foi decretado e inscrito em Seu Livro antigo. E assim como o coração humano, segundo foi moldado por Deus, é um só e indivisível, também deve acautelar-te para que suas afeições, igualmente, sejam uma só e indivisíveis. Apega-te, pois, com todo o afeto de teu coração, a Seu amor, e retira-o do amor a qualquer um além Dele, a fim de que Ele te possa ajudar a imergir-te no oceano de Sua unidade e te tornar um verdadeiro sustentáculo de Sua unicidade. Deus é minha testemunha. Meu único propósito ao te revelar estas palavras é santificar-te das coisas transitórias da terra e te ajudar a entrar no reino da glória eterna, para que tu possas, pela permissão de Deus, ser contado entre aqueles que lá vivem e governam...

Sejam atentos teus ouvidos, ó rei, às palavras que Nós te dirigimos. Faze que opressor desista de sua tirania, e afasta os que perpetram injustiças dentre aqueles que professam tua fé. Pela retidão de Deus! As tribulações que suportamos são tais que a pena que as relata não pode deixar de se acabrunhar de angústia. Nenhum dos que realmente crêem na unidade de Deus, e a sustentam, pode tolerar o peso de sua narração. Tão grandes têm sido Nossos sofrimentos que até os olhos de Nossos inimigos choraram por Nós, e além deles, os de toda pessoa de discernimento. E a todas essas provações fomos sujeitos apesar de Nossa ação em Nos aproximarmos de ti e exortarmos o povo a entrar em tua sombra, a fim de que tu fosses uma cidadela para aqueles que crêem na unidade de Deus e a sustentam.

Ó Rei, Eu já alguma vez de desobedeci? Em alguma ocasião transgredi qualquer uma de tuas leis? Pode qualquer um de teus ministros que te representam no Iraque aduzir uma prova de Minha deslealdade a ti? Não, por Aquele que é o Senhor dos mundos! Nem por um momento Nós nos rebelamos contra ti ou contra qualquer um de teus ministros. Nunca – queira Deus – nos revoltaremos contra ti, nem que sejamos expostos a tribulações ainda mais severas do que qualquer uma sofrida por Nós no passado. Durante o dia e nas horas da noite, no crepúsculo e ao amanhecer, oramos a Deus por ti, para que Ele por Sua graça te ajude a ser-Lhe obediente e observar Seus mandamentos, e te proteja contra as hostes dos maus. Faze, pois, como te aprouver, e trata-Nos de um modo que convenha à tua posição e seja digno de tua soberania. Não te esqueças da lei de Deus em tudo o que desejares realizar, nem agora nem nos dias vindouros. Dize: Louvores a Deus, Senhor de todos os mundos!

NÁSIRI´D-DÍN SHÁH

Ó REI! Eu era apenas um homem como os outros, adormecido em meu leito, quando eis que os sopros do Todo-Glorioso manaram sobre Mim e Me deram o conhecimento de tudo o que já existia. Isso não provém de Mim, mas de Um que é Todo-Poderoso e Onisciente. E Ele ordenou que Eu levantasse Minha voz entre a terra e o céu, e por isso me sucedeu o que fez correrem as lágrimas de todo homem de compreensão. A erudição comum entre os homens, não a estudei; nem entrei em suas escolas. Pergunta na cidade em que residi, a fim de teres a certeza de que Eu não sou dos que falam falsamente. Este Ser é apenas uma folha movida pelos ventos da Vontade de teu Senhor, o Todo-Poderoso. Alvo de todo louvor. Poderá aquietar-se quando soprarem os ventos tempestuosos? Não, por Aquele que é o Senhor de todos os Nomes e Atributos! Movem-na a seu belprazer. O efêmero afigura-se com nada perante Aquele que é o Sempiterno. Seu chamado predominante atingiu-Me e Me fez expressar Seu louvor entre todos os povos. Em verdade, era Eu feito um morto, quando Seu imperativo foi enunciado. A mão da Vontade de teu Senhor, o Compassivo, o Misericordioso, transformou-Me. Poderá alguém pronunciar espontaneamente o que faça todos os homens, grandes e humildes, contra ele protestarem? Não, por Aquele que ensinou à Pena os mistérios eternos, salvo quem fosse fortalecido pela graça do Onipotente, do Todo-Poderoso. A Pena do Altíssimo a Mim se dirige, dizendo: Não receies. Relata à Sua Majestade o Xá o que te sucedeu. Seu coração, em verdade, está entre os dedos de teu Senhor, o Deus de Misericórdia, de modo que talvez o sol da justiça e generosidade possa brilhar acima do horizonte de seu coração. Assim foi fixado o decreto irrevogável por Aquele que é o Onisciente.

Contempla este Jovem, ó rei, com os olhos da justiça: julga tu, pois com verdade, daquilo que lhe sucedeu. Verdadeiramente, Deus te fez Sua sombra entre os homens e o sinal do Seu poder para todos os que habitam na terra. Julga tu entre Nós e aqueles que Nos injuriaram sem prova e sem um Livro esclarecedor. Os que te rodeiam amam-te por seus próprios interesses, enquanto este Jovem te ama por ti mesmo, nenhum desejo nutrindo a não ser o de te fazer aproximar do assento da graça e te dirigir à direita da justiça. Teu Senhor dá testemunho daquilo que declaro.

Ó rei! Fosses tu inclinar o ouvido para a nota penetrante da Pena da Glória e o arrulho do Pombo da Eternidade que, nos ramos do Loto além do qual se não pode passar, expressa seus louvores a Deus, Origem de todos os nomes e Criador da terra e do céu – atingirias a condição em que nada contemplarias no mundo dos seres senão a resplandecência do Adorado, vindo a considerar tua soberania como a mais desprezível de tuas possessões, e a abandoná-la a quem a quisesse, volvendo tua face para o Horizonte que fulge com a luz de Seu Semblante. Jamais quererias tu suportar o peso de domínio, salvo com o fim de servir teu Senhor, o Excelso, o Altíssimo. Então a Assembléia no alto abençoar-te-ia. Oh, como é excelente esta mais sublime posição, pudesses tu a ela ascender através do poder de uma soberania reconhecida como oriunda do Nome de Deus!...

Ó rei da época! Os olhos destes refugiados volvem-se para a clemência do Mais Clemente e nela se fixam. Sem dúvida alguma, estas tribulações serão seguidas pelas emanações de uma misericórdia suprema, e estas adversidades horrendas por uma prosperidade transbordante. Quereríamos esperar, porém, que Sua Majestade o Xá examine, ele mesmo, estes assuntos e dê esperança aos corações. O que submetemos à tua Majestade é, realmente, para teu maior bem. E Deus, em verdade, é testemunha suficiente para Mim...

Oxalá Me permitisses, ó Xá, enviar-te aquilo que pudesse alegrar os olhos e tranqüilizar as almas e fazer toda pessoa justa acreditar que com Ele está o conhecimento do Livro... Se não fosse o repúdio dos insensatos e a conivência dos sacerdotes, Eu teria pronunciado um discurso que extasiasse os corações, transportando-os para um reino cujos ventos se fazem ouvir, murmurando:

- Nenhum Deus há senão Ele!...

Tenho visto, ó Xá, no caminho de Deus, o que olhos jamais viram nem ouvidos ouviram... Quão numerosas as tribulações que choveram, e breve choverão, sobre Mim! Sigo adiante, com a face volvida para Aquele que é o Onipotente, o Todo-Generoso, enquanto atrás de Mim desliza a serpente. Meus olhos têm chovido lágrimas até ensopar Meu leito. Minha tristeza não é por Minha própria causa, entretanto. Por Deus! Nunca passei por uma árvore sem que Meu coração lhe dirigisse estas palavras: Oxalá fosses cortada em Meu nome, e Meu coração sobre ti fosse crucificado, na vereda de Meu Senhor!... Por Deus! Embora a fadiga Me abata e a forme Me consuma, a pedra nua seja Meu leito e os animais do campo Meus companheiros, não Me queixarei, mas, sim sofrerei pacientemente, como sofreram aqueles dotados de constância e firmeza, através do poder de Deus, o Rei Eterno e Criador das nações, e agradecerei a Deus sob todas as condições. Pedimos que, por Sua bondade – exaltado seja Ele – através deste encarceramento. Ele livre das cadeias e correntes os pescoços dos homens e os leve a volverem-se com face sincera, para a Face Daquele que é o Potente, o Generoso. Prontamente responde Ele a quem O invoca, próximo está de quem com Ele comunga.

GOVERNANTES DA AMÉRICA

ESCUTAI, ó Governantes da América e Presidentes de suas Repúblicas, ao que o Pombo está chilreando no Ramo da Eternidade: Não há outro Deus senão Eu, o Eterno, o Misericordioso, a Suprema Bondade. Adornai o templo da soberania com os ornamentos da justiça e do temor de Deus, e sua cabeça com a coroa da lembrança de seu Senhor, o Criador dos céus. Assim vos aconselha Ele que é a Aurora dos Nomes, como ordenado por Aquele que tudo conhece, a Sabedoria Suprema. O Prometido apareceu nesta gloriosa Condição, pelo que todos os seres, tanto visíveis como invisíveis, se regozijam. Aproveitai-vos do Dia de Deus. Verdadeiramente, conhecê-Lo é melhor para vós que tudo o mais onde o sol brilha, pudésseis apenas sabê-lo. Ó Assembléia de Governantes! Daí ouvidos à chamada da Aurora de Grandeza: Não há outro Deus senão Eu, o Senhor do Verbo, o Onisciente. Amarrai os membros quebrados com as mãos da justiça, e quebrai os membros sãos do opressor com o bastão do Mandamento de vosso Senhor, o Governante, o Sábio.

AOS REPRESENTANTES ELEITOS DO
POVO EM TODAS AS TERRAS

Ó VÓS, representantes eleitos do povo em todas as terras! Aconselhai-vos juntos, e que vossos cuidados sejam somente para o que beneficie a humanidade e melhore sua condição, se sois dos que investigam com atenção. Considerai o mundo como o corpo humano, que embora tenha sido criado completo e perfeito, tem se afligido, por várias causas, com graves desordens e doenças. Nem por um dia foi aliviado; pelo contrário, sua doença se tornou mais severa, pois foi entregue ao tratamento de médicos ignorantes, que permitiram completa vasão aos seus desejos pessoais, tendo errado penosamente. E se alguma vez, através do cuidado de um médico hábil, um membro daquele corpo foi curado, os demais permaneceram doentes como antes. – Assim vos informa O que tudo conhece, a Sabedoria Suprema.

Nós o observamos, neste dia, à mercê de governantes tão embriagados pelo orgulho que não podem discernir claramente o que lhes é melhor, muito menos reconhecer uma Revelação tão espantosa e desafiadora como esta. E sempre que algum deles se esforçava para melhorar sua condição, seu motivo era seu próprio benefício, fosse isso confessadamente ou não; e a indignidade deste motivo tem limitado seu poder de aliviar ou curar.

Aquilo que o Senhor ordenou como o remédio soberano e o mais poderoso instrumento para a cura de todo o mundo é a união de todos os seus povos em uma Causa universal, em uma Fé comum. Isso não poderá ser alcançado a não ser através do poder de um Médico inspirado, competente e todo-poderoso. Isso, seguramente, é a verdade e tudo o mais apenas erro...

ADVERTÊNCIAS AOS LÍDERES
RELIGIOSOS DO MUNDO
COLETIVAMENTE

Ó DIRIGENTES DA RELIGIÃO! Não peseis o Livro de Deus segundo os padrões e as ciências correntes entre vós, pois o próprio Livro é a infalível Balança estabelecida entre os homens. Nesta, a mais perfeita Balança, deve ser pesado tudo o que as nações e raças da terra possuem, enquanto a medida de seu peso deveria ser verificada segundo seu próprio padrão – se apenas soubésseis isto. Os olhos de Minha Misericórdia pranteiam por vossa causa, desde que deixastes de reconhecer Aquele a Quem tendes invocado durante o dia e nas horas da noite, ao anoitecer e à alvorada... Avança, ó povo, com as faces níveas e os corações radiantes, para o Lugar abençoado carmesim, onde o Sadratu´l-Muntahá está clamando:

“Verdadeiramente, não há outro Deus além de Mim, o Protetor Onipotente, O que Subsiste por Si mesmo!”

Ó vós dirigentes da religião! Qual o homem entre vós que Me possa rivalizar em visão ou perspicácia? Onde se há de encontrar quem ouse dizer-se Meu igual no que diz respeito às palavras pronunciadas ou à sabedoria? Não, por Meu Senhor, o Todo-Misericordioso. Tudo na terra passará; e esta é a Face de vosso Senhor, o Onipotente, o Bem-Amado.

Nós decretamos, ó povo, que o objetivo final e mais alto de toda a erudição seja o reconhecimento Daquele que é o Objeto de toda a sabedoria, e, no entanto, observai como permitistes que vosso conhecimento vos excluísse, como por um véu, Daquele que é o Alvorecer da Luz, através de Quem tudo o que estava oculto foi revelado. Pudésseis apenas descobrir a fonte da qual é difundido o esplendor desta afirmativa, abandonaríeis os povos do mundo e tudo o que eles possuem, para vos aproximardes deste mais abençoado Trono de glória.

Dizei: Este, em verdade, é o céu em que se entesoura a Obra-Mater – pudésseis vós apenas compreender isto. Ele é Quem fez Rocha bradar, e a Sarça Ardente erguer a voz, sobre o Monte que se eleva acima da Terra Santa, e proclamar: - O Reino é de Deus, o Senhor soberano de todos, o Onipotente, o Amoroso!

Nós não temos entrado em nenhuma escola, nem lido qualquer de vossas dissertações. Inclinai vossos ouvidos às palavras deste Iletrado, com as quais Ele vos convoca a Deus, o Sempiterno. Isso vos é melhor que todos os tesouros da terra – pudésseis vós apenas compreender isto.

Ó ASSEMBLÉIA DE ECLESIÁSTICOS! Quando se fizeram descer Meus versículos, e Meus sinais claros se revelaram, Nós vos encontramos atrás dos véus. Isso, em verdade, é coisa estranha... Temos rompido os véus. Acautelai-vos para que não excluais o povo por ainda outro véu. Rompei as correntes das vãs fantasias, em nome do Senhor de todos os homens, e não sejais dos insinceros. Se vos volverdes para Deus e abraçardes Sua Causa, não dissemineis nela desordem nem meçais o Livro de Deus segundo vossos desejos egoístas. É este o conselho de Deus, quer no passado, quer no futuro... Tivésseis vós acreditado em Deus quando Ele se revelou, o povo não se teria afastado Dele, nem a Nós haveriam sucedido as coisas que hoje testemunhais. Temei a Deus e não sejais dos desatentos... Esta é a Causa que fez tremerem todas as vossas superstições e todos os vossos ídolos...

Ó Assembléia de Eclesiásticos! Guardai-vos de serdes motivo de contenda na terra, assim como fostes causa de repúdio à Fé nos primeiros dias. Reuni o povo em volta desta Palavra que fez exclamarem os seixos: - O Reino é de Deus, Alvorecer de todos os sinais! - ... Rompei os véus de tal modo que os habitantes do Reino os possam ouvir se rasgarem. Eis o mandamento de Deus em dias passados e em dias vindouros. Bem-aventurado o homem que observa o que lhe foi ordenado e ai do negligente!

POR QUANTO TEMPO, ó assembléia de sacerdotes, alvejareis com os dardos do ódio a face de Bahá? Restringi vossas penas. Eis que a Pena Mais Sublime fala entre a terra e o céu. Temei a Deus, e não sigais vossos desejos que alteraram a face da criação. Purificai vossos ouvidos para que possam escutar a Voz de Deus. Por Deus! Esta se assemelha ao fogo que consome os véus, e à água que lava as almas de todos os que se acham no universo.

Ó ASSEMBLÉIA DE ECLESIÁSTICOS! Pode um de vós competir com o Jovem Divino na arena da sabedoria e das palavras expressas, ou voar com Ele para o céu da significação e explanação esotéricas? Não, por Meu Senhor, o Deus de Misericórdia! Todos desfaleceram neste Dia, perante a Palavra de teu Senhor. Estão mesmo como inanimados, mortos, salvo aquele a quem teu Senhor, o Onipotente, o Absoluto, quis isentar. Tal homem, em verdade, é dos dotados de conhecimento, aos olhos Daquele que é o Onisciente. Os habitantes do Paraíso, e os que residem nos Apriscos Sagrados, abençoam-no ao anoitecer e na alvorada. Pode o possuidor de pernas de madeira resistir àqueles cujos pés Deus fez de aço? Não, por Aquele que ilumina a criação inteira!

AO OBSERVARMOS CUIDADOSAMENTE, descobrimos serem Nossos inimigos, pela maior parte, os eclesiásticos... Entre o povo se encontram aqueles que disseram: “Ele repudiou aos eclesiásticos”. Dize: - Sim, por Meu Senhor! Fui Eu, em verdade, quem aboliu os ídolos! Nós, realmente, fizemos soar a Trombeta, ou seja Nossa Pena, a mais Sublime, e eis que os eclesiásticos e os eruditos, os doutores e os governantes, desfaleceram, salvo aqueles que Deus preservou, em sinal de Sua graça, e Ele é, verdadeiramente, o Todo-Generoso, o Ancião dos Dias...

Ó Assembléia de eclesiásticos! Lançai de vós as vãs fantasias e idéias fúteis e volvei-vos, pois, para o Horizonte da Certeza. Deus é Minha Testemunha! Nada que possuis vos trará proveito, nem todos os tesouros da terra, nem a autoridade que usurpastes. Temei a Deus e não sejais dos perdidos... Dize: Ó assembléia de eclesiásticos! Rejeitai todos os vossos véus e trajes, e daí ouvidos àquilo para que vos chama a Pena Mais Sublime, neste Dia maravilhoso... O mundo está carregado de pó, por causa de vossas idéias vãs, e os corações dos agraciados com a Proximidade Divina afligem-se perante vossa crueldade. Temei a Deus e sede dos que julgam eqüitativamente”.

Ó VÓS, os alvoreceres do conhecimento! Acautelai-vos para que não vos deixeis mudar, pois do mesmo modo que vos mudardes, mudar-se-á também a maioria dos homens. Isso, em verdade, é uma injustiça a vós mesmos e aos outros... Sois semelhantes a um manancial: se se alterar, de modo igual se alterarão as correntes que dele derivam. Temei a Deus e inclui-vos no número dos pios. Outrossim, se o coração do homem se corromper, também se corromperão seus membros. Semelhantemente, se a raiz de uma árvore se corromper, o mesmo sucederá com seus ramos, seus brotos, suas folhas e seus frutos...

Ó assembléia de eclesiásticos! Sede justos, adjuro-vos por Deus, e não anuleis a Verdade com as coisas que possuis. Perscrutai o que Nós fizemos descer com a verdade. Isso, realmente, vos ajudará e vos aproximará de Deus, o Poderoso, o Grande. Considerai e lembrai-vos de que, quando Maomé, o Apóstolo de Deus, apareceu, o povo O negou. Atribuiu-lhe o que foi causa de lamento ao Espírito (Jesus) em Sua Mais Sublime Posição, e fez bradar o Espírito Fiel. Considerai, ainda mais, as coisas que sucederam aos Apóstolos e Mensageiros de Deus antes Dele, por causa daquilo que as mãos dos injustos perpetraram. Fazemos menção de vós por amor a Deus, e vos lembramos de Seus sinais, e vos anunciamos as coisas ordenadas para aqueles próximos Dele no mais sublime Paraíso e no Céu excelso, e Eu, em verdade, sou o Anunciador, o Onisciente. Ele veio para vossa salvação e suportou tribulações a fim de que vós pudésseis ascender, pela escada da palavra, até o cume do entendimento. ... Perscrutai com equidade e justiça, o que se fez descer. Isto, realmente, vos exaltará através da verdade e vos fará contemplar as coisas das quais fostes impedidos, e vos permitirá sorver Seu Vinho cintilante.”

AQUELES SACERDOTES... que realmente se aformoseam com o adorno do conhecimento e de um caráter reto, são como a cabeça para o corpo do mundo, como olhos para as nações. A orientação dos homens tem dependido em todos os tempos, e ainda depende dessas almas abençoadas.

O SACERDOTE cuja conduta é íntegra, e o sábio que é justo, são como o espírito para o corpo do mundo. Feliz aquele sacerdote cuja cabeça se atavia com a coroa da justiça e cujo templo se embeleza com o adorno da equidade.

O SACERDOTE que se tiver apoderado do mais santo Vinho e dele sorvido, em nome do soberano Ordenador, será como olhos para o mundo. Bem-aventurados os que lhe obedecem e dele se lembram.

GRANDE É A BEM-AVENTURANÇA daquele sacerdote que não tenha permitido que o conhecimento se tornasse um véu entre ele e aquele Ser Objeto de todo o conhecimento, e, ao aparecer o Subsistente por Si Próprio, se haja volvido para Ele com face irradiante. Em verdade, ele é contado entre os sábios. Os habitantes do Paraíso procuram a benção de seu sopro, e sua lâmpada brilha sobre todos os que estão no céu e sobre a terra. Em verdade, ele se inclui no número dos herdeiros dos Profetas. Quem o vir terá, realmente, visto o Verdadeiro, e quem se volver para ele, se terá volvido, em verdade, para Deus, o Todo-Poderoso, o Onisciente.

Ó ASSEMBLÉIA DE SACERDOTES! Doravante não vos vereis possuidores de poder algum, desde que Nós o retiramos de vós e o destinamos àqueles que crêem em Deus, Uno, Todo-Poderoso, Onipotente, Absoluto.

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PAPA PIO IX

Ó PAPA! Rompe os véus. Já veio aquele que é o Senhor dos Senhores, envolto em nuvens, e o decreto foi cumprido por Deus, o Todo-Poderoso, o Independente... Ele, em verdade, desceu outra vez do céu, assim como daí desceu a primeira vez. Guarda-te de disputar com Ele do mesmo modo como o fizeram os fariseus com Ele (Jesus), sem evidência clara ou prova alguma. À Sua direita manam as águas vivas da graça, e à Sua esquerda o Vinho escolhido da justiça, enquanto em Sua vanguarda marcham os anjos do Paraíso, levando as bandeiras de Seus sinais. Acautela-te para que nenhum nome te exclua de Deus, o Criador da terra e do céu. Deixa tu o mundo atrás de ti, e volve-te para teu Senhor, através de Quem toda a terra se iluminou... Resides tu em palácios enquanto Aquele que é o Rei da Revelação mora na mais desolada das habitações? Deixa-os àqueles que os desejam, e volve tua face com júbilo e deleite para o Reino... Levanta-te em nome de teu Senhor, o Deus de misericórdia, entre os povos da terra, e toma o Cálice da Vida com as mãos da confiança e dele sorve tu primeiro, e então oferece-o a todos os que a ele se dirigirem entre os povos de todas as crenças...

... Lembra-te Daquele que foi o Espírito (Jesus) – como quando veio, os mais doutos do Seu tempo pronunciaram sentença contra Ele em Seu próprio país, enquanto aquele que era apenas um pescador, Nele acreditou. Acautelai-vos, pois, vós homens de coração compreensível! Tu, em verdade, és um dos sóis do céu de Seus nomes. Guarda-te, para que a treva não espalhe sobre ti seus véus e te exclua de Sua luz... Considera aqueles que se opuseram ao Filho (Jesus), quando Ele lhes veio com soberania e poder. Quão numerosos os fariseus que esperavam vê-Lo e lamentavam sua separação Dele! E, no entanto, ao lhes ser transmitida a fragrância de Sua vinda, e revelada Sua beleza, afastaram-se Dele e com Ele disputaram... Apenas muito poucos e estes, destituídos de qualquer poder entre os homens, para Ele se volveram. E, entretanto, hoje, todo homem dotado de poder e revestido de soberania se orgulha de Seu Nome! Assim também, considera como, nestes dias, são numerosos os monges que se enclausuram em suas igrejas em Meu Nome, mas quando se cumpria o tempo predeterminado e Nós revelamos Nossa beleza, não Nos conheceram, embora Me invoquem ao anoitecer e à alvorada...

A Palavra que o Filho ocultou torna-se manifesta. Fez-se descer na forma do templo humano neste dia. Bendito seja o Senhor que é o Pai! Ele, em verdade, veio às nações em Sua maior majestade. Dirigi-Lhe a face, ó assembléia dos retos! Este é o dia em que a Pedra (Pedro) exclama e brada, e celebra o louvor de seu Senhor, Possuidor de tudo, o Altíssimo, dizendo: “Eis que veio o Pai, e o que vos foi prometido no Reino, já se cumpre...” Meu corpo anseia pela cruz, e Minha cabeça espera o golpe do dardo, no caminho do Todo-Misericordioso, a fim de que o mundo se purifique de suas transgressões...

Ó Pontífice Supremo! Inclina teu ouvido para o conselho que te dá Àquele que amolda os ossos desintegrantes, o conselho expresso por Aquele que é Seu Maior Nome. Vende todos os elaborados ornamentos que possues e dispende-os no caminho de Deus, Que faz a noite seguir o dia, e o dia à noite. Abandona teu reino aos reis e sai de tua habitação, com a face volvida ao Reino e, desprendido do mundo, proclama os louvores de teu Senhor entre a terra e o céu. Assim te ordena Aquele que é o Possuidor dos Nomes, por parte de teu Senhor, o Todo-Poderoso, o Onisciente. Exorta os reis e dize: - Tratai os homens com equidade. Guardai-vos de transgredir os limites fixados no Livro. – Isto, em verdade te convém. Acautela-te para que não te apoderes das coisas do mundo e de suas riquezas. Deixa-as aos que as desejam e segura-te àquilo que te foi ordenado por Aquele que é o Senhor da criação. Se alguém te oferecer todos os tesouros da terra, não te dignes de lançar sobre eles um olhar sequer. Sê assim como tem sido teu Senhor. Deste modo, a Língua da Revelação pronunciou aquilo que Deus fez o ornamento do livro da criação... Se te embeveceres com o vinho de Meus versículos e resolveres acercar-te do trono de teu Senhor, Criador da terra e do céu, faze de Meu amor tua vestimenta, de tua lembrança de Mim teu escudo, e de tua confiança em Deus, o Revelador de todo o poder, tua provisão... Em verdade, já veio o dia da colheita, e todas as coisas foram separadas uma da outra. Ele guardou nos vasos da justiça o que Ele quis e lançou ao fogo aquilo que disto era digno. Assim foi decretado por vosso Senhor, o Poderoso, o Deus de amor, neste Dia prometido. Ele, em verdade, ordena o que Lhe apraz. Não há outro Deus salvo Ele, o Onipotente, que a tudo predomina.

CLERO E CRENTES DE VÁRIAS FÉS

EM CERTA ÉPOCA, dirigimo-nos ao povo da Tora, e o convocamos Àquele Que é o Revelador dos versículos e veio de Quem subjuga os pescoços dos homens... Em outra, dirigimo-nos ao povo do Evangelho, dizendo: “O Todo-Glorioso veio neste Nome através do qual o Sopro de Deus emanou sobre todas as regiões.” ... Em ainda outro tempo, dirigimo-nos ao povo do Alcorão, dizendo: “Temei o Todo-Misericordioso e não zombeis Daquele por Quem foram fundadas todas as religiões” ... Sabe tu, além disso, que dirigimos aos Magos Nossas Epístolas, adornadas com Nossa Lei... Nelas revelamos a essência de todas as referências e alusões contidas em seus Livros. O Senhor, em verdade, é o Todo-Poderoso, o Onisciente.

CHAMA SIÃO, ó Carmelo, e anuncia as novas jubilosas: Veio Aquele que estava oculto dos olhos mortais! Sua soberania predominante está manifesta; revela-se Seu esplendor que tudo abarca. Guarda-te, não hesites ou pares. Apressa-te, e circunda a Cidade de Deus que desceu do céu, a Kaaba celeste em volta da qual se moveram em adoração aos favorecidos de Deus, os puros de coração, e a companhia dos anjos excelsos. Oh, quanto eu anseio de anunciar a todo lugar na superfície da terra, e de levar a cada uma de suas cidades, as boas novas desta Revelação – uma Revelação à qual o coração de Sinai se sentiu atraído, e em cujo nome clama a Sarça Ardente: - A Deus, Senhor dos Senhores, pertencem os reinos da terra e do céu. – Em verdade, este é o Dia em que tanto o mar como a terra se regozija por causa deste anúncio, o Dia para o qual foram guardadas aquelas coisas que Deus, por uma graça além da compreensão de qualquer mente ou coração mortal, destinou à revelação. Em breve fará Deus navegar sobre ti Sua Arca, e tornará manifesto o povo de Bahá mencionado no Livro dos Nomes.

VEIO A LEI SUPREMA, e a Beleza Antiga rege sobre o trono de David. Assim Minha Pena enunciou o que relataram as histórias dos tempos idos. Nesta era, porém, David exclama em altas vozes: “Ó meu Senhor amoroso! Inclui-me no número dos que se têm mantido firmes em Tua Causa, ó Tua através de Quem as faces foram iluminadas e os passos se deslizaram!”

O SOPRO DIFUNDIU-SE, a Brisa emanou e de Sião apareceu o que estava oculto, e de Jerusalém se ouve a Voz de Deus, Uno, Incomparável, Onisciente.

PRESTA OUVIDOS à canção de David. Diz ele: “Quem me levará à Cidade Forte?” A Cidade Forte é Akká, denominada a Maior Prisão, que possui uma fortaleza e poderosos baluartes... Lê com atenção o que Isaias expressou em seu livro. Ele diz: “Ascende a alta montanha, ó Sião, que trazes boas novas: levanta tua voz com força, ó Jerusalém, que trazes boas novas! Levanta-a, não receies; dize às cidades de Judáh: Vede vosso Deus! Vede, o Senhor Deus virá com mão forte, e Seu braço regerá por Ele.” Neste Dia, apareceram todos os sinais. Uma grande Cidade desceu do céu, e Sião treme e se exalta de júbilo por causa da Revelação de Deus, pois de todos os lados ouviu a Voz de Deus.

Ó ASSEMBLÉIA DE CRISTÃOS! Nós, numa ocasião anterior, Nos revelamos a vós, e não Me reconhecestes. Esta é ainda outra ocasião que vos é concedida. É este o Dia de Deus; volvei-vos para Ele... Ao Bem-Amado não apraz que vos consumais pelo fogo de vossos desejos. SE fosseis excluídos Dele como se por um véu, não seria isso por outra causa senão pela vossa própria obstinácia e ignorância. Vós Me mencionais e não Me conheceis. Invocais a Mim e desatendeis Minha Revelação... Ó povo do Evangelho! Os que não estavam no Reino, aí agora entraram, enquanto vemos que vos detendes à porta. Rompei os véus pelo poder de vosso Senhor, o Onipotente, o Todo-Generoso, e então, em Meu Nome, entrai em Meu Reino. Assim vos exorta Quem deseja para vós a vida eterna... Nós vos vemos, ó filhos do Reino, em trevas. Isso, em verdade, vos é indigno. Tendes medo, à face da luz, por causa de vossos atos? Dirigi-vos a Ele... Em verdade, Ele (Jesus) disse: “Segui a Mim e Eu vos farei pescadores de homens.” Neste Dia, porém, dizemos: “Segui a Mim para que vos possamos fazer vivificadores da humanidade.”

NÓS, EM VERDADE, viemos por vossa causa e suportamos os infortúnios do mundo para vossa salvação. Fugis Daquele que sacrificou a vida a fim de que vós fosseis ressuscitados? Temei a Deus, ó vós que seguis o Espírito (Jesus), e não andeis nas pegadas de todo sacerdote que se tiver desviado para longe... Abri as portas de vossos corações. Aquele que é o Espírito (Jesus) está, em verdade, em sua frente. Por que razão vos mantendes longe Daquele que intentou vos fazer aproximar de um Lugar Resplandecente? Dize: Nós vos abrimos, em verdade, os portais do Reino. Quereis fechar as portas de vossas casas em Minha face? Isso, em verdade, nada mais é que erro lastimável.

Ó ASSEMBLÉIA DE PATRIARCAS! Aquele que vos foi prometido nas Epístolas já veio. Temei a Deus e não sigais as vãs fantasias dos supersticiosos. Renunciai as coisas que possuis e segurai nas mãos firmemente a Epístola de Deus, por Seu poder soberano. Isso vos é melhor que todas as vossas possessões. Disso dá testemunho todo coração compreensível, e todo homem de discernimento. Vós vos orgulhais de Meu Nome, e, no entanto, vos excluís de Mim como se o fosse por um véu? Isso, de fato, é coisa estranha!

Ó ASSEMBLÉIA DE ARCEBISPOS! Apareceu Aquele que é o Senhor de todos os homens. Na planície da iluminação, chama Ele à humanidade, enquanto vós estais contados no número dos mortos! Grande é a ventura daquele movido pelos Sopros Divinos, e que se tenha levantado dentre os mortos, neste Nome perspícuo.

Ó ASSEMBLÉIA DE BISPOS! Tremulam todas as raças da terra, e Aquele que é o Pai eterno clama entre a terra e o céu. Bem-aventurado o ouvido que tenha escutado, e os olhos que tenham visto, e o coração que se haja volvido para Aquele que é o Alvo da Adoração de todos os que estão nos céus e todos os que estão na terra.

Ó ASSEMBLÉIA DE BISPOS! Sois as estrelas do céu de Meu conhecimento. Minha misericórdia não deseja que caiais à terra. Minha justiça, no entanto, declara: - Isto é o que o Filho (Jesus) decretou. – E tudo o que haja procedido de Seus lábios impecáveis, verazes, fidedignos, jamais se poderá alterar. Os sinos, em verdade, badalam Meu Nome se lamentam por causa de Mim, mas Meu espírito exulta com evidente júbilo. O corpo do Amado anseia pela cruz, e Sua cabeça anela o dardo, no caminho do Todo-Misericordioso. A ascendência do opressor, de modo algum O poderá deter de Seu propósito. ... As estrelas do céu do conhecimento caíram – aqueles que aduzem as provas em seu poder a fim de demonstrarem a verdade de Minha Causa, e fazem menção de Deus em Meu Nome. Quando Eu lhes vim em Minha majestade, porém, afastaram-se de Mim. São, em verdade, dos caídos. Foi isso que o Espírito (Jesus) profetizou quando veio com a verdade, e os doutores judeus Dele zombaram até que cometeram o que motivou a lamentação do Espírito Santo e fez chorarem os olhos dos que fruem proximidade de Deus.

Ó ASSEMBLÉIA DE PADRES! Deixai os sinos e saí, então, de vossas igrejas. Cumpre-vos, neste dia, proclamar em altas vozes, entre as nações, o Maior Nome. Preferis vós guardar silêncio, enquanto toda pedra e toda árvore clama: - Veio o Senhor em Sua grande glória! - ? ...

Quem convoca os homens em Meu nome é, em verdade, de Mim, e ele há de manifestar o que está além do poder de todos os que estão na terra... Que os sopros de Deus vos despertem. Em verdade, emanaram sobre o mundo. Bem-aventurado quem descobriu sua fragrância e se conta entre os firmes.

Ó ASSEMBLÉIA DE PADRES! Apareceu o Dia do Juízo, Dia em que veio Aquele que estava no céu. Ele, em verdade, é Quem vos foi prometido nos Livros de Deus, o Santo, o Onipotente, Alvo de todo louvor. Quanto tempo vagareis na selva da negligência e da superstição? Volvei-vos, de coração, para vosso Senhor, o Clemente, o Generoso.

Ó ASSEMBLÉIA DE MONGES! Não vos enclausureis em igrejas e conventos. Saí por Minha permissão e ocupai-vos naquilo que possa trazer proveito às vossas almas e às almas dos homens. Assim vos ordena o Rei do Dia do Juízo. Enclausurai-vos na cidadela de Meu amor. Esta é, em verdade, uma reclusão digna – fosseis vós dos que isso percebem. Aquele que se confina a uma casa é de fato como um morto. Cumpre ao homem manifestar o que traga benefício a todas as coisas criadas; quem não produz fruto algum, é digno de fogo. Assim vos aconselha vosso Senhor, e Ele é, em verdade, o Onipotente, o Todo-Generoso. Entrai em matrimônio, a fim de que alguém depois de vós encha vosso lugar. Nós vos vedamos atos pérfidos e não aquilo que possa demonstrar fidelidade. Tendes vós vos segurado às normas fixadas por vós mesmos, jogando atrás de vós as normas de Deus? Temei a Deus e não sejais dos imprudentes. Se não fosse o homem, quem faria menção de Mim em Minha terra, e como se haveriam revelado Meus atributos e Meu Nome? Ponderai e não sejais dos que se acham velados, profundamente adormecidos. Àquele que não entrou em matrimônio (Jesus) faltava onde se estabelecer ou reclinar a cabeça, por causa daquilo perpetrado pelas mãos dos traiçoeiros. Sua santidade não consiste naquilo que credes ou imaginais, mas, antes, nas coisas que Nós possuímos. Pedi para que possais compreender Sua condição, elevado acima das fantasias de todos os que habitam a terra. Bem-aventurados os que isso percebem.

Ó ASSEMBLÉIA DE MONGES! Se a Mim elegerdes seguir, Eu vos farei herdeiros de Meu Reino; e se contra Mim transgredirdes, Eu com Minha tolerância suportarei isso pacientemente, e sou, em verdade, Quem sempre perdoa, o Todo-Misericordioso... Belém agita-se com o Sopro de Deus. Ouvimos sua voz dizer: - Ó mais generoso Senhor! Onde se estabeleceu Tua grande glória? As doces fragrâncias de Tua Presença vivificaram-me depois que eu me dissolvera em minha separação de Ti. Louvado sejas Tu por haveres levantado os véus e vindo com poder, em glória evidente. - A ela chamamos de trás do Tabernáculo da Majestade e Grandeza: - Ó Belém! Esta luz surgiu no Oriente e se moveu para o Ocidente, até que te alcançou no anoitecer de sua vida. Dize-Me, então: Reconhecem os filhos ao Pai e aclamam-No, ou negam-No, assim como o povo dos tempos idos O (Jesus) negou? – Com isso ela exclamou, dizendo: - És, em verdade, o Onisciente, o Mais Informado.

CONSIDERAI, também, quão numerosos, neste tempo, são os monges que se enclausuraram em suas igrejas, em Meu Nome, e que, ao chegar a hora marcada, quando lhes desvelamos Nossa beleza, não Me reconheceram, apesar de Me haverem invocado à alvorada e ao anoitecer.

LEDES O EVANGELHO e ainda vos recusais a aclamar o Senhor Todo-Glorioso? Isso, de fato, mal vos convém, ó assembléia de eruditos!... As fragrâncias do Todo-Misericordioso sopraram sobre toda a criação. Feliz o homem que renunciou a seus desejos e se segurou à guia.

NÃO TENDES LIDO O CORÃO? Lede-o, para que tenhais a felicidade de encontrar a Verdade, pois esse Livro é, na realidade, a Senda Reta. Este é o Caminho de Deus para todos os que estão nos céus e todos os que estão na terra. Se tendes desprezado o Corão, o Bayán não pode ser considerado como afastado de vós. Observai-o aberto diante de vossos olhos. Lede seus versículos para que, por ventura, deixeis de cometer aquilo que fará os Mensageiros de Deus chorarem e se lamentarem.

Apressai-vos em deixar vossos sepulcros. Por quanto tempo ainda permanecereis adormecidos? A trombeta já soou pela segunda vez. Em que fixais o olhar? Este é o vosso Senhor, o Deus de Misericórdia. Sois testemunhas de como negais Seus sinais! A terra foi sacudida por um grande tremor e pôs para fora suas entranhas. Não o admitis? Dizei: - Não reconheceis como as montanhas se tornaram iguais a guedelhas de lã, como as pessoas estão profundamente aflitas com a impressionante majestade da Causa de Deus? Observai como suas casas são ruínas vazias e eles mesmos uma multidão afogada.

Este é o Dia no qual o Todo-Misericordioso desceu nas nuvens do conhecimento, vestido com manifesta soberania. Ele bem conhece as ações dos homens. É Aquele sobre Cuja glória ninguém pode se equivocar, pudésseis apenas compreendê-lo. O céu de toda religião foi partido, a terra do entendimento humano foi cortada ao meio e os anjos de Deus são vistos descendo. Dizei: Este é o Dia do engano mútuo; para onde fugis? As montanhas desapareceram, os céus foram dobradas e toda a terra está segura em Sua mão, se apenas pudésseis compreendê-lo. Quem vos pode proteger? Ninguém, por Ele que é o Todo-Misericordioso! Ninguém, exceto Deus, o Onipotente, o Todo-Glorioso, o Benéfico. Toda mulher que estava prenhe deu à luz. Vemos os homens ébrios neste Dia, o Dia em que homens e anjos foram reunidos.

Existe alguma dúvida sobre Deus? Observai como Ele desceu do céu de Sua Graça, cingido de poder e investido de soberania. Existe alguma dúvida sobre Seus sinais? Abri vossos olhos e considerai Sua clara evidência. O Paraíso está ao lado de vossa mão direita, e vos foi trazido para próximo de vós, enquanto que o inferno se fez incandescer. Observai seu fogo devorador. Apressai-vos para entrar no Paraíso, como uma prova de Nossa misericórdia para vós, e bebei das mãos do Todo-Misericordioso o Vinho que é Vida, na verdade.

POR ELE QUE É O GRANDE ANÚNCIO! O Todo-Misericordioso veio investido de indubitável soberania. A Balança está posta e todos os que vivem na terra estão reunidos. A Trombeta soou e vede, todos os olhos observam com terror, e tremem os corações de todos os que estão nos céus e na terra, exceto os daqueles que os sopros dos versículos de Deus despertaram e que se desapegaram de todas as coisas.

Este é o Dia no qual a terra anunciará suas novas. Os que trabalham na iniqüidade são suas entranhas, pudésseis apenas percebê-lo. A lua das vãs fantasias foi partida e os céus produziram uma fumaça palpável. Vemos as pessoas humilhadas, assustadas, com medo de seu Senhor, o Onipotente, o Mais Poderoso. O Heraldo bradou em voz alta e os homens foram dizimados, tão grande foi a fúria de Sua ira. O povo da esquerda suspira e geme, e o povo da direita se estabeleceu em nobres habitações: eles sorvem do Vinho que é Vida das Mãos do Todo-Misericordioso, e são, na verdade, os felizes.

A terra foi sacudida, as montanhas desvaneceram-se, e os anjos surgiram, grau por grau, diante de Nós. A maioria do povo está confusa em sua embriagues e mostram eles em suas faces evidências de ira. Assim, fizemos reunirem-se os perversos. Nós os vemos correndo para seu ídolo. Dize: - Ninguém, neste Dia, poderá escapar ao que foi decretado por Deus. Este é, na verdade, um dia doloroso. Nós lhes apontamos aqueles que os levam ao erro. Eles os vêm e ainda assim não os reconhecem. Seus olhos estão ébrios; eles são, na verdade, um povo cego. Suas provas sãos as calúnias que disseram; condenadas estão suas calúnias por Deus, o Auxílio no Perigo, O que Subsiste por Si Próprio. O Ser Maldoso tem inspirado malícia em seus corações e eles se encontram aflitos, com um tormento que ninguém pode impedir. Eles se apressam para os maus, levando a marca dos perversos. Tais são seus feitos.

Dize: - Os céus foram dobrados e a terra está em Sua Mão. Os corruptos foram apanhados por seus topetes, e ainda assim não compreendem. Bebem da água contaminada e não o sabem. Dize: O brado de alerta foi dado e as pessoas deixam seus túmulos, levantam-se e olham em volta de si mesmas. Algumas se apressam para atingir a corte do Deus de Misericórdia; outras caíram com suas faces no fogo do Inferno, enquanto ainda outras estão perdidas em espanto. Os versículos de Deus foram revelados, e ainda assim se afastam deles. Sua prova foi manifesta, e, no entanto, eles a ignoram. E quando observam a face do Todo-Misericordioso, suas próprias faces entristecem, mas eles procuram divertir-se entre si. Apressam-se para o Fogo do Inferno e o confundem com a luz. Longe de Deus o que eles imaginam nesciamente! Dize: - Quer vos regozijeis, quer vos enfureceis, os céus foram fendidos e Deus manifestou-se, investido de radiante soberania. Todas as coisas criadas são ouvidas exclamando: - “O Reino é de Deus, o Onipotente, o Onisciente, a Suprema Sabedoria.”

Ó ASSEMBLÉIA DE SACERDOTES PERSAS! Em Meu Nome vos apoderastes das rédeas dos homens e ocupastes os assentos de honra, por causa de vossa relação a Mim. Quando Me revelei, entretanto, vós vos afastastes e cometestes aquilo que fez correrem as lágrimas dos que Me reconheceram. Breve haverá de perecer tudo o que possuis, e vossa glória transformar-se-á no mais miserável aviltamento, e vereis a punição por aquilo que perpetrastes, segundo decretou Deus, Quem ordena, a Suma Sabedoria.

Ó VÓS SACERDOTES DA CIDADE! Viemos a vós com a verdade, enquanto permanecestes desatentos. Parece-Me que sois como mortos, envoltos nas mortalhas de vós próprios. Não procurastes Nossa Presença, quando assim fazer vos teria sido melhor do que todos os vossos atos... Sabei que vossos dirigentes, a quem prestais lealdade, de quem vos orgulhais e fazeis menção dia e noite, por cujos rastos quereis ser guiados – tivessem eles vivido nestes dias, se teriam reunido em volta de Mim, jamais de Mim se separando, nem ao anoitecer, nem à alvorada. Vós, porém, não volvestes a face para Minha Face, nem sequer por um momento, mas vos tornastes orgulhosos, desatendendo a este Injuriado, a Quem os homens afligiram ao ponto de com Ele fazerem o que quisessem. Deixastes de inquirir sobre Minha condição, nem vos informastes das coisas que Me sobrevieram. Deste modo, excluístes de vós os ventos da santidade e as brisas da bondade que sopram deste Lugar luminoso e perspícuo. Parece-me que vos apegastes às coisas externas e vos esquecestes das interiores, e dizeis o que não praticais. Vós vos apaixonais por nomes, parecendo vos haverdes entregue a estes. Por isso mencionais os nomes de vossos dirigentes. E se vos viesse alguém semelhante a eles ou que lhes fosse superior, dele fulgiríeis... Pelos seus nomes vos exaltastes e obtivestes vossas posições; por eles viveis e prosperais. E fossem vossos dirigentes aparecer, não renunciaríeis vossa autoridade, nem vos volveríeis em sua direção, nem para eles viraríeis a face. Nós vos encontramos justamente como encontramos a maioria dos homens, ocupados com a adoração de nomes, os quais mencionam durante os dias de sua vida. Mal aparecem, entretanto, os Portadores desses nomes, quando eles os repudiam e tergiversam... Sabei que Deus, neste Dia, não aceitará vossos pensamentos nem vossa lembrança Dele, nem vossa constância em vos volverdes para Ele, vossa devoção ou vigilância, a menos que vos renoveis aos olhos deste Servo – pudésseis apenas perceber isto.

POR VOSSA CAUSA, o Apóstolo (Maomé) lamentou, a Casta (Fátima) gemeu, os países foram assolados e escuridão caiu sobre todas as regiões. Ó assembléia dos sacerdotes! Por vossa causa foi que o povo se degradou, a bandeira do Islã se baixou e seu poderoso trono foi subvertido. Toda vez que um homem de discernimento tenta segurar aquilo que exaltará o Islã, vós clamais e assim é Ele impedido de realizar Seu propósito, enquanto a terra permanece prostrada, em ruína evidente.

DE TODOS OS POVOS DO MUNDO, aquele que sofreu o maior prejuízo foi, e ainda o é, o povo da Pérsia. Juro pelo Sol da Palavra que brilha sobre o mundo em sua glória merídia! Os lamentos dos púlpitos, nesse país, erguem-se continuamente. Nos primeiros dias, se ouviram tais lamentos na Terra de Tá (Teerã), desde que púlpitos, erigidos para a comemoração do Verdadeiro – exaltada seja Sua glória! – se tornaram na Pérsia, lugares donde se pronunciam blasfêmias contra Aquele que é o Desejo dos mundos.

NESTE DIA o mundo está redolente das fragrâncias das vestes da Revelação do Rei Antigo... e, no entanto, eles (os sacerdotes) se reuniram, estabelecendo-se sobre seus assentos, e disseram o que envergonharia um animal, quanto mais o próprio homem. Pudessem eles se tornar cientes de apenas um de seus atos e perceber o dano por este causado, quereriam, com as próprias mãos, despachar-se para sua morada final.

Ó ASSEMBLÉIA DE SACERDOTES!... Ponde de lado o que possuis, guardai silêncio e daí ouvidos, então, àquilo que a Língua da Grandeza e Majestade pronuncia. Quão numerosas as servas veladas que se volveram para Mim e acreditaram, e quantos que usavam o turbante se excluíram de Mim e seguiram nas pegadas das passadas gerações!

Ó PRINCIPAIS! Ouvidos vos foram dados a fim de escutarem o mistério Daquele que é o Independente, e olhos para que O contemplassem. Por quê fugis? O Amigo Incomparável está manifesto, e profere aquilo em que repousa a salvação. Fosseis vós, ó principais, descobrir o perfume do roseiral da compreensão, a ninguém buscaríeis senão a Ele, e haveríeis de reconhecer, em Suas vestes novas, o Onisciente, o Incomparável, e de virar vossos olhos do mundo, de todos os que a este procuram, e vos levantar em Seu apoio.

JÁ SE REVELOU e tornou claro tudo o que foi anunciado nos Livros. De todos os lados, os sinais se têm manifestado. O Onipotente chama, neste Dia, e anuncia o aparecimento do Céu Supremo.

ESTE NÃO É O DIA em que os principais possam exercer seu domínio e autoridade. Diz vosso Livro que os principais, naquele Dia, desencaminharão os homens e os impedirão de se aproximarem Dele. É principal, em verdade, quem viu a luz e se apressou ao caminho que conduz ao Bem-Amado.

Ó PRINCIPAIS! A Mão da Onipotência estende-se de trás das nuvens; vede-a com olhos novos. Desvelaram-se os sinais de Sua majestade e grandeza; fitai-os com olhos puros... Dizei, ó principais! Sois reverenciados por causa de Meu Nome e, no entanto, fugis de Mim! Sois os principais do Templo. Tivésseis sido os principais do Onipotente, estaríeis unidos a Ele e O teríeis reconhecido... Dizei, ó principais! De homem algum serão aceitáveis os atos, neste Dia, a menos que ele renuncie a humanidade, e tudo possuído pelos homens, e volva a face para o Onipotente.

O GRANDE ANÚNCIO À HUMANIDADE

O TEMPO PREDESTINADO para os povos e as raças da terra é chegado agora. As promessas de Deus, segundo relatam as Sagradas Escrituras, foram todas cumpridas. De Sião procedeu a Lei de Deus, e Jerusalém e suas colinas e sua terra estão cheias de glória de Sua Revelação. Feliz o homem que pondera no coração o que tem sido revelado nos Livros de Deus, o Amparo no Perigo, O que subsiste por Si Próprio. Refleti sobre isto, ó vós, amados de Deus, e tornai vossos ouvidos atentos à Sua Palavra, a fim de que, pela Sua graça e mercê, possais beber, até vos saciardes, das águas cristalinas da constância, e vos fazerdes tão firmes e inabaláveis como a montanha em Sua Causa.

EM VERDADE DIGO, este é o Dia em que a humanidade pode contemplar a Face e ouvir a Voz do Prometido. Ergueu-se o Chamado de Deus e a luz de Seu Semblante resplandeceu sobre os homens. É dever de todo homem apagar da tábua de seu coração o menor vestígio de toda palavra vã e, com mente aberta e imparcial, fitar os sinais de Sua Revelação, as provas de Sua Missão e as evidências de Sua Glória.

Grande, em verdade, é este Dia! As alusões que lhe são feitas em todas as Sagradas Escrituras, como o Dia de Deus, atestam sua grandeza. A alma de todo Profeta de Deus, de todo Mensageiro Divino, estava sequiosa de atingir este Dia maravilhoso. Todos os vários povos da terra também ansiaram por alcançá-lo. Mal o Sol de Sua Revelação, porém, se manifestara no céu da Vontade de Deus, quando todos, salvo aqueles a quem o Todo-Poderoso se dignou guiar, foram encontrados atônitos e negligentes.

Ó tu que tens lembrado de Mim! O véu mais lastimável excluiu de Sua glória, os povos da terra e impediu que escutassem Seu chamado. Permita Deus que a luz da unidade envolva toda a terra e que se imprima na fronte de todos os seus povos o selo: “O Reino é de Deus”.

Ó VÓS, FILHOS DOS HOMENS! O propósito fundamental que anima a Fé e a Religião de Deus é o de salvaguardar os interesses do gênero humano, promover sua união, e nutrir o espírito de amor e solidariedade entre os homens. Não a deixeis tornar-se fonte de dissensão e discórdia, ódio e inimizade. Este é o caminho reto, o fundamento fixo e imóvel. Qualquer coisa que se erga sobre este fundamento, jamais terá as forças diminuídas pelos acidentes e vicissitudes do mundo, nem tampouco será minada sua estrutura no decorrer de incontáveis séculos. É nossa esperança que os dirigentes religiosos e os governantes do mundo se levantem, unidos, para a reforma desta era e a reabilitação de suas fortunas. Depois de meditarem sobre suas necessidades, devem eles consultar mutuamente e, mediante deliberação solícita e completa, administrar a um mundo enfermo e penosamente aflito o remédio que lhe é necessário... É dever daqueles investidos de autoridade exercer moderação em todas as coisas. Qualquer coisa que passe além dos limites da moderação deixará de exercer uma influência benéfica. Considerai, por exemplo, a liberdade, a civilização, e coisas semelhantes. Não importa com quanto favor sejam vistas por homens entendidos, se forem levadas a um extremo, sua influência sobre os homens será perniciosa... Queira Deus que os povos do mundo, em conseqüência dos altos esforços de seus governantes e dos sábios e doutos entre os homens, sejam induzidos a reconhecer seus melhores interesses. Por quanto tempo persistirá a humanidade em sua desobediência? Por quanto tempo continuará a injustiça? Por quanto tempo ainda haverão de reinar entre os homens o caos e a confusão? Por quanto tempo a discórdia agitará a face da sociedade? Ai! Os ventos do desespero sopram de toda parte e a luta que divide e aflige o gênero humano aumenta dia a dia. Os sinais de caos e convulsões iminentes podem agora ser discernidos, desde que a ordem vigente se mostra lamentavelmente defeituosa. Suplico a Deus – exaltada seja Sua glória – que desperte, pela Sua graça, os povos da terra, permita que o fim de sua conduta lhes seja proveitoso, e os ajude a atingirem o que seja digno de sua posição.

Ó POVOS E RAÇAS que viveis em contenda! Volvei-vos para a união e deixai brilhar sobre vós o esplendor de sua luz. Reuni-vos e, por amor a Deus, resolvi extirpar tudo o que motive entre vós a contenda. Assim o fulgor do grande Luminar do mundo envolverá toda a terra, e seu habitantes tornar-se-ão os cidadãos de uma só cidade, sentados no mesmo trono. Este Injuriado, desde os primeiros dias de Sua vida, jamais nutriu outro desejo senão este, nem terá outra vontade a não ser esta. Não pode haver dúvida alguma de que os povos do mundo, de qualquer raça ou religião que sejam, derivam sua inspiração de uma mesma Fonte Celestial e são os súditos de um só Deus. A diferença entre as ordenanças sob as quais vivem deve ser atribuída às várias necessidades e exigências da época em que foram reveladas. Com exceção de algumas que derivam da perversidade humana, todas foram ordenadas por Deus e refletem Sua Vontade e Seu Desígnio. Levantai-vos e, armados com o poder da fé, demoli os deuses das vossas vãs fantasias semeadores que são de dissensões entre vós. Aderi àquilo que vos possa aproximar e unir. É esta, em verdade, a Palavra mais excelsa que o Livro Mater fez descer e vos revelou. Disso dá testemunho a Língua da Grandeza, falando de Sua habitação de glória.

O GRANDE SER, desejando revelar os requisitos da paz e tranqüilidade do mundo e do adiantamento de seus povos, escreveu: Há de vir o tempo em que se compreenderá universalmente a imperiosa necessidade de convocar uma vasta assembléia que abranja todos os homens. Os reis e governantes da terra deverão assisti-la e, participando de suas deliberações, considerar os meios de lançar entre os homens os alicerces da Grande Paz Mundial. Esta Paz exige que as Grandes Potências resolvam reconciliar-se plenamente, a fim de assegurar a tranqüilidade dos povos da terra. Se qualquer rei empregasse armas contra outro, todos unidos se levantariam e o impediriam. Se assim se fizer, as nações do mundo não mais necessitarão de armamentos além do suficiente para garantir a segurança de seus domínios e manter a ordem interna em seus territórios. Isso assegurará a paz e a tranqüilidade de todas as nações – povos e governos. Quiséramos esperar que os reis os governantes da terra – espelhos que são do benévolo e onipotente Nome de Deus – atinjam essa condição e protejam a humanidade contra a investida da tirania... Aproxima-se o dia em que uma língua universal e escrita comum terão sido adotadas por todos os povos do mundo. Quando se houver realizado isso, para qualquer cidade que alguém viajar, será como se estivesse entrando em sua própria casa. Essas são coisas obrigatórias e absolutamente essenciais. Incumbe a todo homem de percepção e compreensão empenhar-se em traduzir para a realidade e ação o que se tem escrito... É, em verdade, um homem aquele que hoje se dedica ao serviço da humanidade inteira. Diz o Grande Ser: Bem-aventurado e feliz é aquele que se levanta para promover os melhores interesses dos povos e raças da terra. Em outra passagem, Ele proclamou: Não se orgulhe quem ama sua própria pátria, mas sim, quem ama o mundo inteiro. A terra é apenas um país, e a humanidade seus cidadãos.

O MÉDICO ONISCIENTE tem Seu dedo no pulso da humanidade. Ele percebe a enfermidade e, com Sua infalível sabedoria, prescreve o remédio. Cada época tem seu próprio problema, e cada alma sua aspiração essencial. O remédio necessário para o mundo em suas aflições hodiernas não pode ser o mesmo que uma era subseqüente possa exigir. Ocupai-vos ansiosamente nos requisitos da era em que viveis, concentrando vossas deliberações em suas exigências e necessidades.

Bem podemos perceber como toda a espécie humana está rodeada de grandes aflições – aflições incalculáveis. Nós a vemos em seu leito, enferma, atormentada, desiludida. Aqueles intoxicados de presunção interpuseram-se entre ela e o infalível Médico Divino. Vede como tem enredado todos os homens, inclusive a si próprios, na malha de seus desígnios. Nem podem descobrir a causa da enfermidade, nem possuem conhecimento algum do remédio. Em sua concepção, o reto é torto, e imaginam que seu amigo seja um inimigo.

Inclinai vossos ouvidos à doce melodia deste Prisioneiro. Levantai-vos e erguei as vozes, para que talvez despertem aqueles profundamente adormecidos. Dizei: Ó vós que vos afigurais como mortos! A Mão da Bondade Divina oferece-vos a Água da Vida. Apressai-vos e sorvei até vos saciardes. Quem tiver renascido neste Dia, jamais morrerá; quem permanecer morto, não viverá jamais.

Ó POVOS DA TERRA! Deus, a Verdade eterna, é Minha Testemunha de que correntes de água fresca e suave jorraram das rochas, por causa da doçura das palavras proferidas pelo vosso Senhor, o Independente; e ainda dormis. Rejeitai vossas possessões e, com as asas do desprendimento, elevai-vos além de todas as coisas criadas. Assim vos ordena o Senhor da criação, Aquele que, pelo movimento de Sua Pena, revolucionou a alma da humanidade.

Sabeis de que alturas vosso Senhor, o Todo Glorioso, vos chama? Pensais haverdes reconhecido a Pena pela qual vosso Senhor, o Senhor dos nomes, vos ordena? Não, por Minha vida! Se apenas o soubésseis, haveríeis de renunciar o mundo e vos apressar, de todo coração, à Presença do Bem-Amado. A tal ponto vossos espíritos seriam extasiados pela Sua Palavra que o Mundo Superior se comoveria – quanto mais este mundo pequeno e insignificante! Assim tem as chuvas das Minhas graças, jorrado do céu de Minha misericórdia, em sinal de Meu favor; para que sejais dos gratos...

Acautelai-vos para que os desejos carnais e as inclinações corruptas não motivem entre vós divisões. Sede como os dedos da mesma mão, os membros de um só corpo. Assim vos aconselha a Pena da Revelação – se vos contais entre aqueles que crêem.

Considerai a misericórdia de Deus e Suas dádivas. Ele vos prescreve o que vos possa trazer benefício, embora Ele Próprio não careça, em absoluto, de criatura alguma. Vossas más ações jamais Nos poderão prejudicar, tampouco vossas boas obras Nos dar proveito. Nós vos convocamos inteiramente por amor a Deus. Disso dará testemunho todo homem de compreensão e visão interior.

O EQUILÍBRIO DO MUNDO foi perturbado pela influência vibrante desta nova e mais grandiosa Ordem Mundial. Revolucionou-se a vida costumeira do homem por meio deste Sistema incomparável, maravilhoso, cujo igual jamais foi visto por olhos mortais.

Imergi-vos no oceano de Minhas palavras, a fim de que possais desvendar seus segredos e descobrir todas as pérolas de saberia que jazem ocultas em suas profundezas. Acautelai-vos para que não vacileis em vossa determinação de abraçar a verdade desta Causa – uma Causa que revela as potencialidades da grandeza de Deus e estabelece Sua soberania. Com face radiante de júbilo, apressai-vos a Ele. Esta é a imutável Fé Divina, eterna no passado, eterna no futuro. Oxalá quem a buscar a atinja; quanto àquele que se recusar a buscá-la – em verdade, Deus é suficiente por Si Mesmo; longe está Ele de necessitar das Suas criaturas.

Dizei: Esta é a infalível Balança que a Mão de Deus segura, onde são pesados todos nos céus e todos que se acham sobre a terra, e onde é determinado seu destino – se sois dos que reconhecem e aceitam esta verdade. Dizei: Graças a ela, os pobres se tornaram ricos, os sábios se iluminaram, e aos que buscavam foi permitido ascender à presença de Deus. Guardai-vos de fazer dela causa de dissensão entre vós. Sede tão firmes como a montanha imóvel na Causa de vosso Senhor, o Potente, o Amoroso.

Ó VÓS, POVOS DO MUNDO! Sabei com certeza que Meus mandamentos são as lâmpadas de Minha amorosa providência entre Meus servos, e as chaves do Meu favor para Minhas criaturas. Assim decretou o céu da Vontade de vosso Senhor, o Senhor da Revelação. Fosse qualquer homem provar a doçura das palavras que os lábios do Todo-Misericordioso se determinaram a pronunciar, ele, ainda que possuísse os tesouros da terra, recusaria estes todos, a fim de poder vindicar a verdade de apenas um de Seus mandamentos que reluzem sobre a Aurora de Sua generosa providência e misericórdia.

Das Minhas Leis se pode inalar a doce fragrância das Minhas vestes, e através delas os estandartes da vitória serão implantados sobre os mais altos cumes. A Língua do Meu poder, falando do céu de Minha glória onipotente, dirigiu à Minha criação estas palavras: “Observai Meus mandamentos por amor à Minha Beleza”. Feliz o devoto que tenha inalado a divina fragrância do Mais-Amado, emitida por estas palavras cheias de perfume de uma graça que nenhuma língua pode descrever. Por minha vida! Quem tiver sorvido, das mãos do Meu generoso favor, o vinho seleto da retidão, circundará Meus mandamentos que brilham sobre o Amanhecer da Minha criação.

Não penseis que vos tenhamos revelado apenas um código de leis. Não antes, deslacramos o Vinho seleto com os dedos do poder e da grandeza. Disso testemunha aquilo que a Pena da Revelação revelou. Meditai sobre isso, ó homens de percepção!...

Sempre que Minhas leis apareçam, semelhantes ao sol, no céu da Minha Proclamação, devem ser obedecidas fielmente por todos, ainda que Meu decreto seja de tal natureza que faça romper-se o céu de toda religião. Ele faz qualquer coisa que queira. Ele escolhe; e a ninguém compete questionar Sua escolha. O que Ele, o Bem-amado, ordenou, isso, em verdade, será amado. Aquele que é o Senhor de toda a criação dá-me testemunho disso. Quem tiver inalado a doce fragrância do Todo-Misericordioso, e reconhecido a Fonte destas palavras, acolherá alegremente, com os próprios olhos, os dardos do inimigo a fim de que ele possa estabelecer entre os homens a verdade das leis de Deus. Bem-aventurado quem se tiver volvido a isso e apreendido o que significa Seu decreto decisivo.

ESTE É O DIA em que os mais excelentes favores de Deus emanaram sobre os homens. O Dia em que Sua Graça suprema se infundiu em todas as coisas criadas. Todos os povos do mundo devem reconciliar suas diferenças e, em paz e união perfeitas, se abrigar à sombra da Árvore de Seu cuidado e de Sua bondade. Cumpre-lhes aderir a tudo o que possa, neste Dia, contribuir para sua elevação e promover seus melhores interesses. Felizes aqueles de quem a Pena toda-gloriosa se dignou lembrar, e bem-aventurados os homens cujos nomes, em virtude de Nosso decreto inescrutável, preferimos ocultar.

Implorai a Deus, Uno e Verdadeiro, que conceda a todos os homens a graça de serem ajudados a cumprir o que for aceitável a Nosso ver. Breve será a presente ordem posta de lado, e uma nova se estenderá em seu lugar. Deveras, teu Senhor diz a verdade e é o Conhecedor das coisas invisíveis.

REFERÊNCIAS
Abreviações
Aq. Kitáb-i-Aqdas, o Livro Mais Sagrado.

ESW. Epístle to the Son of the Wolf (Bahá´í Publishing Trust, Wilmette, 1949).

Gl. Gleanings (Seleções dos Escritos de Bahá´u´lláh)

(Bahá´í Publishing Trust, Wilmette; 1963).

DPC. O Dia Prometido Chegou, Shoghi Effendi (Editora Bahá´í, Rio de Janeiro; 1960).

SM. Súriy-i-Mulúk (Epístola aos Reis, citada em várias obras).

RV. Epístola à Rainha Vitória.
Página
5

Parte do relato por E. G. Browne, o orientalista, das palavras que lhe foram dirigidas por Bahá´u´lláh na ocasião de sua visita a Ele em Bahjí em 1890. (V. Browne, A Traveller´s Narrative, Introdução, p. xI, Cambridge University Press, 1891).

19

Aq. Citado Gl.cv.; o último parágrafo deste trecho, começando “Nada pedimos de vós...” é do Kitáb-i-Aqdas e é citado em DPC. Página 34.

21

Este trecho inteiro que começa “Ó Reis da terra...” é extraído de Súriy-i-Mulúk, sendo que o primeiro parágrafo é citado em DPC. 27-29, os quatro parágrafos seguintes em Gl.cxviii e os três últimos parágrafos em Gl.cxvi.

25
RV. Citado Gl.cxix e DPC.34-35.
26
Citado Gl.cii.
31

Epístola a Napoleão III citada ESW.46 et. Seq., e, alguns trechos, em DPC.37-39.

39
Epístola ao Tzar Alexandre II citada DPC.41-44.
45
Epístola à Rainha Vitória citada DPC. 44-46.
51

Epístola ao Kaiser Guilherme I; Aq. Citado DPC. 46.

55

Epístola ao Imperador Francisco José; Aq. Citado DPC. 46-47.

59

Epístola ao Sultão ´Abdu´l-Azíz; SM. Citado Gl.cxiv. e (alguns trechos) DPC 47-50.

69

Epístola a Násiri´d-Din Sháh citada DPC.51 et. seq.

75

Aos Governantes da América; Aq. Citado Citadel of Faith 18.

79
RV. citado Gl.cxx.
85
Aq. citado Gl.xcviii e DPC.100 (alguns trechos).
86

Trecho que começa “Ó Assembléia de Eclesiásticos...” e os quatro trechos seguintes citados DPC.100-103.

90

Os quatro trechos que começam “Aqueles sacerdotes... que realmente...” citados DPC.134-135.

91

Trecho que começa “Ó assembléia de sacerdotes! Doravante não vos vereis...” citado DPC.100.

95
Epístola ao Papa Pio IX citada DPC.39-41.
99
Citado DPC. 93-94.
101

“Chama Sião, ó Carmelo...” Epístola do Carmelo citada Gl.xi.

102
“Veio a Lei Suprema...” cintado DPC.94.
102
“O Sopro difundiu-se...” citado DPC.94.
102

“Presta ouvidos à canção...” citado ESW.144 e DPC.94.

103

“Ó Assembléia de Cristãos! Nós... Nos revelamos...” DPC.129.

103
“Nós, em verdade viemos...” citado DPC.129-130.
104

Quatro trechos dirigidos a patriarcas, arcebispos e bispos (dois) citados DPC.123-124.

106

Dois trechos dirigidos “Ó assembléia de padres!...” citados DPC.124.

106

“Ó assembléia de monges!...”; Epístola a Napoleão III, repetida em ESW.49; citada DPC.124-125.

107
“Ó assembléia de monges!...” citado DPC.125-126.
108

“Considerai, também, quão numerosos...” citado DPC.126.

108
“Ledes o Evangelho...?” citado DPC.126.
109
Citado Gl.xviii, 4o parágrafo.
110
Citado Gl.xvii.
112

“Ó assembléia de sacerdotes persas!...” citado DPC.109.

112

“Ó vós sacerdotes da Cidade!...” SM. citado DPC.109-110.

114

“Por vossa causa o Apóstolo...” citado DPC.108-109.

114

“De todos os povos do mundo...” citado DPC.107-108.

115
“Neste dia o mundo está redolente...” DPC.108.
115
“Ó assembléia de sacerdotes!...” citado DPC.108.
115
“Ó principais!...” citado DPC.95.
116
“Já se revelou...” DPC.95.
116
“Este não é o dia...” citado DPC.95.
116
“Ó principais!...” citado DPC.95.
119
“O tempo predestinado...” citado Gl.x.
119
“Em verdade digo este é o Dia...” citado Gl.vii.
120
“Ó vós, filhos dos homens!...” citado Gl.cx.
121

“Ó povos e raças que viveis em contenda!...” citado Gl.cxi.

122
“O Grande Ser...” citado Gl.cxvii.
123
“O Médico Onisciente...” citado Gl.cvi.
124
“Ó povos da terra!...”; Aq. citado Gl.Ixxii.
126
“O equilíbrio do mundo...”; Aq. citado Gl.cIv.
128
“Este é o dia...” citado Gl.iv.

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