O primeiro ano do Plano de Cinco Anos proporciona um testemunho eloquente do espírito de devoção com que os seguidores de Bahá’u’lláh adoptaram a estrutura de acção apresentada na nossa mensagem de 27 de Dezembro de 2005 e do seu compromisso em fazer avançar o processo de entrada em tropas. Onde essa estrutura foi coerentemente aplicada em toda a sua dimensão num agrupamento, um progresso constante está a ser alcançado, tanto em termos de participação dos crentes e dos seus amigos na vida comunitária, como em termos de crescimento numérico, com alguns agrupamentos a registarem centenas de declarações em poucos meses, e dezenas em outros. Vital para este desenvolvimento tem sido a consciencialização crescente sobre a natureza espiritual deste empreendimento, em conjunto com uma maior compreensão dos instrumentos de tomada de decisão que estão definidos pelas características principais do Plano.
Antes do nosso lançamento da actual série de Planos globais focalizados no objectivo único de fazer avançar o processo de entrada em tropas, a Comunidade Bahá’í tinha passado por um estágio rápido de expansão em larga escala em muitas partes do mundo, uma expansão que no final foi impossível de sustentar. Nessa altura, o desafio não foi tanto o engrossar das fileiras da Causa com novos aderentes, pelo menos em populações comprovadamente receptivas, mas em incorporá-los na vida da comunidade e em fazer erguer entre eles um número suficiente dedicado à sua expansão posterior. Tão crucial para a Comunidade Bahá’í foi a resposta a este desafio que fizemos dele a característica central do Plano de Quatro Anos e apelámos às Assembleias Espirituais Nacionais para que dispensassem uma grande parte das suas energias a criar capacidade institucional, sob a forma de institutos de formação, para desenvolver recursos humanos. Indicámos que contingentes cada vez maiores de crentes necessitariam de beneficiar com um programa formal de formação destinado a capacitá-los com conhecimentos e discernimento espiritual, com as competências e capacidades necessários à realização dos actos de serviço que iriam sustentar a expansão e consolidação em larga escala.
Hoje em dia, quando observamos a forma de funcionamento daqueles agrupamentos que estão num forte estado de desenvolvimento, apercebemo-nos que, em todos eles, os amigos têm continuado a fortalecer o processo de instituto, ao mesmo tempo que aprendem a mobilizar o núcleo crescente de apoiantes activos da Fé, a estabelecer um esquema eficiente que coordene os seus esforços, a criar um padrão eficiente de acção unificada a partir das suas iniciativas individuais e empreendimentos colectivos, e a recorrer à análise de informações pertinentes para planearem os ciclos das suas actividades. É demonstrável que eles descobriram a forma de fazer avançar em simultâneo o trabalho de expansão e de consolidação, a chave do crescimento sustentável. Esta evidência irá inspirar certamente todo o crente devotado, para que permaneça resoluto no caminho da aprendizagem sistemática que já foi traçado.
As realizações destes anos de esforços prodigiosos não estão confinadas àqueles agrupamentos onde o trabalho de expansão e consolidação em larga escala está a ser revitalizado desta forma. A abordagem adoptada durante o Plano de Quatro Anos, seguida pelo Plano de Doze Meses e pelo anterior Plano de Cinco Anos, contribuiu para a criação de condições para que os crentes estendam os seus empreendimentos a um círculo alargado de pessoas, envolvendo-os em vários aspectos da vida comunitária. Os benefícios de uma década do processo de desenvolvimento de capacidades dos três participantes nos Planos globais são agora muito evidentes. Em toda a parte, existiu a necessidade de adquirir uma maior compreensão da dinâmica do desenvolvimento de recursos humanos. Em toda a parte, os amigos tiveram de aprender as exigências do crescimento contínuo, a promover a acção sistemática e a evitar distracções, a trazer alguns elementos da tomada de decisão colectiva até às bases da comunidade e a criar comunidades com um sentido de missão, a encorajar a participação universal e a acomodar diferentes segmentos da sociedade nas suas actividades, em particular crianças e pré-jovens, os futuros campeões da Causa de Deus e os construtores da Sua civilização.
Com os alicerces bem fixados, o pensamento principal na mente de cada um e de todos os crentes deve ser o ensino. Até que ponto eles nos seus esforços pessoais ensinam os seus amigos em firesides e depois os envolvem nas actividades nucleares ou utilizam essas actividades como seu instrumento principal de ensino; até que ponto eles, enquanto comunidade, fazem do trabalho com crianças e pré-jovens o impulso inicial num agrupamento ou se se focalizam primeiro nas gerações mais velhas; até que ponto eles, nos seus empreendimentos colectivos, visitam famílias em equipas como parte de uma campanha intensiva ou se visitam os simpatizantes nas suas casas periodicamente durante algum tempo: estas são as decisões que só podem ser tomadas de acordo com as circunstâncias e as possibilidades dos amigos, assim como de acordo com a natureza das populações com as quais interagem. Aquilo que deve ser reconhecido, por todos, independentemente das circunstâncias, é, simultaneamente, a necessidade gritante da humanidade, que privada de alimento espiritual, se afunda cada vez mais em desespero, bem como a urgência da responsabilidade de ensinar que a cada um de nós, como membros da comunidade do Maior Nome, foi confiada.
Bahá’u’lláh ordenou que cada um dos Seus seguidores ensinasse a Causa. São milhares de milhares aqueles que estão a aplicar energeticamente as provisões do Plano para abrirem avenidas que conduzam as almas ao Oceano da Sua Revelação. Esperamos com ansiedade por aquele dia em que o ensino seja a paixão dominante na vida de cada crente e em que a unidade da comunidade seja tão forte, que possibilite que este estado de inflamação, se exprima através de acções incessantes no campo do ensino. Esta é assim a nossa esperança ardente para vós e o objectivo das nossas orações mais fervorosas no Limiar Sagrado.
A CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA