A Fé Bahá'í, fundada por Bahá'u'lláh em meados do século passado, trouxe à humanidade uma nova Revelação religiosa, com diversas leis e mandamentos específicos, e também ensinamentos gerais para a vida individual e da sociedade como um todo, com vistas a uma transformação espiritual como elemento basilar à transformação completa da humanidade rumo a uma nova era na evolução humana.
Uma das características de importância vital na Revelação de Bahá'u'lláh é o Convênio, o qual assegura a unidade permanente da autoridade administrativa da Fé Bahá'í, impossibilitando a criação de seitas internas ou imposições pessoais de quem quer que seja, seja na interpretação dos ensinamentos deixados pelo Fundador, como também quanto à sua aplicação na vida individual ou comunitária de seus seguidores. O Convênio preserva a unidade na diversidade, em uma comunidade mundial que congrega milhões de adeptos de centenas de nacionalidades e etnias, de diferentes culturas e níveis sociais, que dia a dia cresce em um ritmo realmente impressionante.
Todas as leis e ensinamentos Bahá'ís existem para serem aplicados dentro das próprias comunidades Bahá'ís, e também para dar comprovação de sua efetividade e eficácia, podendo então, ser aplicados na sociedade humana com a certeza de terem sido - e continuar sendo - vivenciados por milhões de pessoas no mundo inteiro, que atualmente são mais de seis milhões em todos os continentes do planeta.
Um Mensageiro de Deus, - como Krishna, Buda, Moisés, Cristo, Maomé, e para os nossos dias, Bahá'u'lláh, - recebe por inspiração divina as leis e mandamentos que transmite aos Seus primeiros seguidores e que são por eles acatados, divulgados e transformados em postulados de uma nova religião.
Mas, se não houver, desde o início, uma definição clara quanto à continuidade da Revelação, particularmente no que diz respeito à interpretação oficial dos textos revelados e do comando administrativo da nova religião, certamente surgirão divisões de opinião quanto ao significado e aplicação dos ensinamentos deixados pelo fundador, o que, na realidade, foi o que aconteceu com as religiões do passado e que resultou na formação das inúmeras seitas existentes atualmente.
Bahá'u'lláh, cuja revelação ocorreu num processo gradativo que durou quarenta anos - desde o momento em que recebeu a confirmação de ser um Mensageiro divino, no final do ano de 1852, até o último momento de sua vida terrena, em 29 de maio de 1882 - definiu, através de documentos de seu próprio punho, a continuidade de Sua obra, outorgando ao Seu filho mais velho, 'Abdu'l-Bahá, designado como o Centro do Convênio de Bahá'u'lláh, o poder de interpretar Seus ensinamentos e dar continuidade ao desenvolvimento de Sua Causa. O ministério de 'Abdu'l-Bahá expirou em 1921, com Seu passamento. Mas, Ele, o Mestre como também é conhecido, deixou um Testamento no qual conferiu ao Seu neto, Shoghi Effendi, designado como o Guardião da Fé Bahá'í a mesma autoridade de interpretação dos ensinamentos e de comando dos destinos da Causa Bahá'í no mundo inteiro.
Outra provisão, criada por Bahá'u'lláh, definida claramente por 'Abdu'l-Bahá e que teve em Shoghi Effendi, durante todo o seu ministério (de 1921 a 1957) o seu construtor meticuloso, foi o que hoje é conhecida como a Ordem Administrativa Bahá'í, que tem em seu ápice a instituição Casa Universal de Justiça, formada por 9 Bahá'ís eleitos a cada cinco anos e que se perpetuará pelos anos e séculos futuros como a porta voz e autoridade máxima e infalível da Ordem Mundial de Bahá'u'lláh.
Neste contexto de autoridade, desde o fundador Bahá'u'lláh até nossos dias com a Casa Universal de Justiça, é que a autora introduz o tema igualdade entre homens e mulheres, um dos ensinamentos mais importantes para a justiça social e para o progresso harmonioso da instituição da família, das comunidades e da humanidade como um todo.
Afirma que, por questão de fé e confiança na Palavra revelada, os primeiros a buscar entender e colocar em prática tal mandamento são os próprios Bahá'ís, homens e mulheres. E isso vem ocorrendo em todas as comunidades Bahá'ís no mundo inteiro.
Recentemente, foi divulgado pela Comunidade Internacional Bahá'í um documento intitulado: Quem está escrevendo o futuro? Reflexões sobre o século vinte.4 Além de fazer uma análise sobre o que de mais significativo ocorreu no mundo nos últimos cem anos, o documento introduz algumas perspectivas com vistas ao destino da humanidade no século recém iniciado, mostrando que todos nós, homens e mulheres que vivemos nesta fase crucial de transição na vida da Humanidade, somos co-autores desta obra gigantesca que é o futuro. Dependendo do que pensamos e, principalmente, do que fazemos, glorioso ou degradante será o nosso futuro. Alguns estão construindo um futuro de esperança, de paz, amor e unidade; outros, desesperados, parecem esperar apenas o fim, o desastre, a desilusão e a morte.
O documento apresenta alguns novos enfoques, baseados justamente nos ensinamentos de Bahá'u'lláh, ainda não considerados seriamente pela grande maioria dos governantes e líderes de pensamento humano, como novas soluções para resolver antigos problemas que vêm se perpetuando e que estão causando o desespero que se observa ser cada vez maior nos dias atuais.
Um deles é o conceito da igualdade de direitos e oportunidades para homens e mulheres, tratado nesta obra, onde a autora destaca que a transformação humana e a implementação das leis e mandamentos trazidos por Bahá'u'lláh passam pelos seguintes estágios:
* Esclarecimento progressivo de seu significado e implicações.
* Aplicação gradativa, de acordo com a capacidade e grau de compreensão e vivência das pessoas.
* Princípio de convergência, que leva sempre à unidade, em decorrência da adesão ao Convênio, evitando divergências e interpretações pessoais.
* Restrição ao excesso de regras e detalhes, de forma a não sobrecarregar os seguidores com excessivas minúcias e lhes possibilitar a liberdade e o dever de pensar livremente e agir de acordo com os ditames de sua consciência - com base, sempre, nos textos oficiais da Fé, normalmente sucintos e pontuais.
O ensaio a seguir apresentado, conforme destaca a própria autora, apresenta alguns conceitos universalmente aplicáveis, mas revela, também, alguns detalhes da experiência Bahá'í com relação ao princípio da unidade entre homens e mulheres no Oriente, restrições à igualdade dos sexos continuam, com muito rigor e em decorrência de um fanatismo religioso que se perpetua, cego, injusto, inaceitável.
Osmar MendesA Fé Bahá'í afirma, como elemento integral de seus ensinamentos, não somente que a igualdade entre homens e mulheres deve ser considerada como uma realidade espiritual, mas que essa igualdade deve agora ser expressada tanto na prática individual como social. A prática deste princípio é um dever espiritual para todos os Bahá'ís, homens e mulheres igualmente. Na verdade, a promulgação e implementação do princípio da igualdade dos sexos, ao longo do mundo inteiro é objetivo fundamental da Fé Bahá'í. Este objetivo pode ser melhor percebido como um elemento fundamental do trabalho Bahá'í em todo o planeta, à medida que promove a justiça como uma base duradoura para a unidade mundial, para a paz e o bem-estar da Terra e seus povos.
Os ensinamentos Bahá'ís destacam vários elementos que dizem respeito à emancipação das mulheres. Incluem o direito de serem respeitadas como seres humanos, usufruir de todos os direitos civis e legais em igualdade com os homens e terem esses direitos protegidos pela sociedade como um todo. Bahá'u'lláh afirma explicitamente que as mulheres têm "o mesmo grau e posição que os homens"16, 'Abdu'l-Bahá, igualmente indica que "as mulheres têm direitos iguais aos dos homens na terra; na religião e na sociedade elas são um elemento muito importante"1. Ele chama a atenção ao fato de que a Justiça Divina exige que os "direitos de ambos os sexos devem ser respeitados de forma igual, uma vez que um não é superior ao outro aos olhos de Deus."1
O propósito aqui é não tentar apresentar um enfoque detalhado dos vários aspectos dos ensinamentos Bahá'ís sobre as mulheres, mas apenas mostrar como é importante o papel que o Convênio exerce no processo que leva a uma mudança fundamental e duradoura necessária para incorporar a prática da igualdade entre homens e mulheres na vida de humanidade. Vários temas pertinentes à igualdade dos sexos serão examinados para ilustrarem este ponto.
Matrimônio e Vida FamiliarAlgumas características dos ensinamentos Bahá'ís com relação ao matrimônio e o relacionamento entre marido e mulher serão descritos, começando com a monogamia. É fato comprovado que antes da vinda de Bahá'u'lláh, nenhum dos Manifestantes de Deus prescreveu a monogamia. Maomé restringiu o número de esposas a um máximo de quatro, mas fez a pluralidade de esposas condicional à justiça. Todas deveriam ser tratadas de forma igual. Quando as leis do Kitáb-i-Aqdas (o Livro das Leis de Bahá'u'lláh)13 foi revelado, a comunidade Bahá'í foi praticamente toda provinda da sociedade muçulmana, que estava acostumada à poligamia. O próprio Bahá'u'lláh teve três esposas, tendo contraído tais matrimônios antes da revelação das leis Bahá'ís.
Como afirmado por Shoghi Effendi, o Kitáb-i-Aqdas "prescreve a monogamia".11 Porém esta lei estava sujeita a aclaração e aplicação progressiva, e em conseqüência a mudança exigida no comportamento ocorreu em um período de algumas décadas - alterando uma prática aceita como normal para milhares de anos.
Esse esclarecimento progressivo teve início com a declaração feita por Bahá'u'lláh no Kitáb-i-Aqdas: "Acautelai-vos para não desposar mais de duas mulheres. Quem se contenta com uma só consorte dentre as servas de Deus viverá em tranqüilidade, assim como ela." Na ausência de qualquer outra declaração, este parágrafo poderia bem levar à impressão de que a bigamia era permissível. Porém, o que também é exigido no Kitáb-i-Aqdas é que deve-se levar em conta a autoridade de 'Abdu'l-Bahá, ou seja, "referir-se a Ele... sobre todo e qualquer ponto que alguém não entenda do que está determinado no Livro".
'Abdu'l-Bahá adotou o enfoque progressivo inicialmente. Não proibiu o matrimônio com uma segunda esposa, mas desencorajou tal ação com declarações que vinculavam o matrimônio duplo com o cumprimento da justiça, sabendo-se que a implementação da justiça é extremamente difícil, sendo melhor para o bem-estar da pessoa e para a felicidade do casal a prática da monogamia. Ele esclareceu posteriormente esse assunto com a seguinte declaração: "De acordo com o texto do Kitáb-i-Aqdas, a lei do matrimônio está, em verdade, fundamentada na monogamia, porque a bigamia está condicionada a uma condição impossível de cumprir".*
*Baseado em Epístolas de 'Abdu'l-Bahá, ainda não publicadas. Usado com a autorização da Casa Universal de Justiça.
O processo de aplicação progressiva continua até mesmo nos dias atuais, com homens que têm várias esposas e que recebem a permissão de ingressar na comunidade Bahá'í sem ser exigido que se divorciem de todas as esposas, menos uma, obviamente. Porém, não lhes é permitido ter nova esposa.
O processo de tomada de decisão no relacionamento matrimonial também foi assunto de aclaração progressiva. A maioria, se não todos os Bahá'ís nas primeiras décadas da Fé, provinham de uma cultura onde o marido era considerado como tendo posição dominante na tomada de decisões, e a esposa devia ser obediente a ele em todos os sentidos. Nas determinações iniciais dos ensinamentos da Fé, era colocada ênfase na preservação da unidade, mas os direitos dos membros da família eram bem definidos, incluindo o das mulheres. 'Abdu'l-Bahá afirma: "A mãe, a irmã e outros membros da família têm suas próprias prerrogativas. Todos esses direitos e prerrogativas devem ser preservados, e ainda a unidade da família deve ser mantida."2
Com o crescimento da compreensão geral da Fé Bahá'í pelas comunidades, o papel da consulta também foi sendo melhor entendido, e a Casa Universal de Justiça esclareceu que "as esposas não deveriam tentar dominar seus maridos, nem os maridos às esposas...."16 Como surgiram perguntas adicionais, a Casa Universal de Justiça definiu que ação deveria ser tomada quando a consulta entre as duas partes não levassem a um acordo, escrevendo: "Não pode haver maioria onde só duas partes estão envolvidas, como no caso de marido e esposa. Existe, portanto, oportunidades em que uma esposa deve ceder à posição do marido, mas há outras oportunidades quando é o esposo que deve ceder à opinião da esposa, mas nenhum deles deve tentar dominar o outro de forma injusta."16 Isso levou a uma pergunta adicional, com relação às condições sob as quais um cônjuge pode submeter-se ao outro. A resposta da Casa Universal de Justiça demonstra como deve ser exercida a restrição da vontade referindo-se ao "princípio de que os direitos de cada um dos membros da unidade familiar deve ser apoiado, e o conselho de uma consulta amorosa é fundamental para que todos os assuntos sejam resolvidos com harmonia e amor, e que existem oportunidades quando o marido deve ceder, e outras quando a esposa é quem cede. Exatamente em que circunstâncias tal deferência deveria ocorrer, é uma questão que cada casal deve determinar por si mesmo..."16 Entre outros exemplos de quando ceder estão as declarações da Casa Universal de Justiça que pedem flexibilidade, ao definir os papéis do marido e da esposa em relação à provisão do apoio financeiro para a família e o cuidado dos filhos, e também ao determinar o período de tempo que uma mãe deveria gastar trabalhando fora de casa. 16
A Educação das MulheresA implementação do princípio Bahá'í sobre a educação das mulheres, e das meninas em particular, tem sido um desafio especial para as comunidades Bahá'ís em países e culturas onde a tradição de longo tempo foi sempre negar educação às mulheres, por uma variedade de razões, todas elas espúrias - como a afirmativa que seria um desperdício de esforço educá-las devido a capacidade intelectual inferior das mulheres; que elas não farão uso do que possam aprender, uma vez que só terão como encargos seus deveres domésticos rotineiros, os quais não requerem nenhuma educação; ou aquela educação feminina que levará à imoralidade ou mesmo à promiscuidade. Até mesmo no mundo ocidental as mulheres têm enfrentado grandes dificuldades para serem admitidas em programas de educação profissional e, além disso, de serem tratadas com preconceito dentro de tais programas.
O enfoque Bahá'í quanto à educação das meninas e das mulheres é uma combinação do esclarecimento progressivo e da aplicação gradual. É oportuno examinar tal afirmativa com alguns detalhes, pois trarão à luz alguns pontos muito interessantes sobre a mudança social.
O esclarecimento progressivo começa com a ênfase dada por Bahá'u'lláh sobre a educação, em declarações como a seguinte: "Considerai o homem como uma mina rica em jóias de inestimável valor. A educação, tão somente, pode fazê-la revelar seus tesouros e habilitar a humanidade a tirar dela algum benefício."5 Ele determina ser responsabilidade do pai "a instrução do filho e da filha na arte de ler e escrever e em tudo aquilo que foi determinado na Epístola Sagrada"13, incluindo, assim, especificamente as mulheres naquele mandamento.
Com relação a algumas das implicações dos ensinamentos fundamentais de Bahá'u'lláh, várias elucidações são encontradas nos Escritos de 'Abdu'l-Bahá que ampliam o seu significado e definem bem sua intenção. Ele afirma que "a educação universal é uma lei universal"2 e esclarece sua aplicação à educação das meninas nestas palavras: "incumbe às meninas nesta era gloriosa serem inteiramente versadas nos vários ramos do conhecimento, nas ciências e nas artes e em todas as maravilhas deste tempo preeminente, para que possam, por sua vez, educar seus filhos e capacitá-los, desde a mais tenra idade, nos caminhos da perfeição."16
'Abdu'l-Bahá afirma, além disso, que "a educação de mulher é mais necessária e importante do que a dos homens, porque a mulher é a educadora dos filhos, desde sua infância", e portanto, a "imperfeição da mulher implica em uma condição de imperfeição em todo gênero humano."16
De alcance bem abrangente é a explicação adicional de 'Abdu'l-Bahá sobre o fato de ter Bahá'u'lláh "promulgado a adoção de um mesmo nível de educação para o homem e a mulher."16 Ele define que ambos os sexos devem seguir o mesmo currículo e relaciona tal procedimento a promoção da igualdade entre homens e mulheres e à promoção da paz, especificando que: "as filhas e os filhos têm de seguir o mesmo currículo de estudo, promovendo, desta forma, a unidade dos sexos. Quando todo o gênero humano receber as mesmas oportunidades educacionais, e a igualdade entre homens e mulheres for reconhecida, os fundamentos das guerras serão totalmente eliminados."16
Ele afirma que muitas das diferenças aparentes entre os sexos, as diferentes funções designadas a ambos, e as injustiças que persistem contra as mulheres, são devidas ao fato de que as mulheres têm sido privadas de educação e da oportunidade de desenvolver aquelas habilidades que lhes permitiram participar de forma completa e justa na sociedade. 'Abdu'l-Bahá declara que: "Nesta Revelação de Bahá'u'lláh, as mulheres caminham lado a lado com os homens. Em nenhum momento ou atividade devem ser preteridas. Seus direitos em relação aos homens são do mesmo grau. Atuarão em todos os ramos administrativos da política. Atingirão tão elevado grau que serão consideradas como ocupando a mais elevada posição no mundo de humanidade e participarão de todos os seus assuntos.1 Ele prevê que "virá o tempo quando as mulheres participarão de forma completa e igual com os homens assuntos do mundo, quando entrarão, de forma capaz e com inteira confiança, na grande arena das leis e da política, fazendo com que cessem todas as guerras..."2
Em muitas partes do mundo, no Oriente e no Ocidente, certas profissões foram tradicionalmente reservadas para os homens, - uma condição que se mantém até mesmo nos dias atuais. Tais profissões incluem aquelas relacionadas ao direito, ao trabalho em legislaturas nacionais, engenharia, manufatura e atividades agrícolas. 'Abdu'l-Bahá especificamente identificou essas áreas como profissões das quais as mulheres podem perfeitamente participar, conforme se comprova por Sua declaração sobre "leis e política" e Seu conselho de que "as mulheres, particularmente, têm que dedicar suas energias e habilidades às ciências industriais e agrícolas, buscando ajudar a humanidade naquilo que lhe for mais necessário. Desta forma, elas demonstrarão sua capacidade e competência, assegurando o reconhecimento da igualdade na atividade social e econômica."2
O processo de esclarecimento progressivo mostra como o âmbito do tema educação foi ampliado por Bahá'u'lláh em Suas declarações básicas com relação à "arte de ler e escrever", determinando que as meninas sejam capacitadas "nas ciências e nas artes", "recebendo o mesmo currículo de estudo" que os meninos, para, mais tarde, envolver-se em igualdade de condições naquelas profissões normalmente ocupadas pelos homens.
É oportuno rever historicamente o processo da aplicação progressiva do princípio da educação das meninas e das mulheres. Desde os primeiros dias das pequenas comunidades Bahá'ís centradas em torno de Bahá'u'lláh e de 'Abdu'l-Bahá na Terra Santa, a educação das crianças - tanto meninas como meninos - foi enfatizada, dentro dos limites impostos pelo confinamento da família e dos companheiros de fé, todos prisioneiros do Império Turco Otomano e contando apenas com os parcos recursos disponíveis à eles. A ênfase sobre a educação era constante. Lady Blomfield, uma das primeiras Bahá'ís, descreve como, na época em que a família de 'Abdu'l-Bahá foi evacuada temporariamente de Haifa para a aldeia de Abú-Sinán durante o período da Primeira Guerra Mundial, com a cidade de Haifa sob a ameaça de bombardeio, 'Abdu'l-Bahá providenciou que escolas fossem montadas naquela aldeia para assegurar que a educação das crianças não fosse negligenciada. Além disso, 'Abdu'l-Bahá formulou planos para o estabelecimento de uma escola para meninas em Haifa. Sua esposa, Munírih Khánum, deu a esse projeto seu apoio entusiástico. Embora as circunstâncias não tivessem permitido que os planos chegassem a ser concretizados, foram conseguidas outras formas de prover a educação às meninas. Outro exemplo do esforço pessoal de 'Abdu'l-Bahá para a educação das meninas foi a provisão que fez para algumas de suas netas pudessem ir estudar em colégios em Beirute e no Cairo, e posteriormente na Inglaterra, nos primeiros anos do século vinte.
O enfoque estratégico adotado por 'Abdu'l-Bahá no processo de aplicação gradativa é bem evidente nos esforços por Ele despendidos para estabelecer escolas para meninas no Irã, onde as oportunidades educacionais disponíveis às jovens mulheres eram praticamente inexistentes. Aquele país possuía, na ocasião, a maior comunidade Bahá'í do mundo. Escolas Bahá'ís foram estabelecidas não só na capital, mas também em outras cidades e aldeias. Tornaram-se famosas pelo fato de darem ênfase especial à educação moral e espiritual, na atitude de respeito e dedicação à aprendizagem, tanto de parte dos estudantes como dos professores, como também pelo elevado padrão acadêmico, pelo seu currículo progressivo e pelo uso de métodos educacionais modernos, como aulas de ciência com utilização de laboratórios e aulas de ginástica.
Para facilitar o estabelecimento e aceitação das escolas Bahá'ís para meninas no Irã e tornar possível a introdução de um currículo progressivo, 'Abdu'l-Bahá recrutou professoras altamente qualificadas da América do Norte. A participação de professoras qualificadas deu credibilidade ao empreendimento aos olhos da comunidade persa. Também, intensificou o interesse na educação de mulheres no Ocidente e abriu caminho para os Bahá'ís ocidentais colaborarem com suas co-irmãs do Oriente.
As escolas Bahá'ís no Irã alcançaram um elevado padrão de excelência e, até o fechamento delas em 1934, em decorrência de decisão governamental, foram consideradas como das melhores escolas no país.9
Para avaliar o papel de Shoghi Effendi na promoção e aperfeiçoamento da educação das mulheres, é necessário considerar o fato de como ele, como o principal líder da Fé, deu início ao processo de criação e fortalecimento das estruturas para a formação e desenvolvimento da Ordem Administrativa como condição preliminar para a expansão sistemática da Fé no mundo inteiro. Utilizou as Assembléias Espirituais como instrumentos para fazer avançar a posição social das mulheres, incluindo sua educação. Por exemplo, escrevendo em l926 às Assembléias Espirituais existentes no Oriente, Shoghi Effendi afirma que uma de suas funções principais era "promover a emancipação e o progresso da condição das mulheres e o apoio à educação compulsória de ambos os sexos". Posteriormente, em uma carta de l928, dirigida à Assembléia Espiritual Central do Irã, Shoghi Effendi enfatiza a importância das aulas de alfabetização e da criação de currículos de estudo para preparar as mulheres para seu envolvimento em funções administrativas da Fé, servindo em Assembléias Espirituais Locais e Nacionais.9 Com a expansão da Ordem Administrativa no mundo, esta ofereceu um instrumento ideal para a realização deste objetivo.
A contribuição da Casa Universal de Justiça para o processo de aplicação progressiva incluiu sua direção às comunidades nacionais e continentais para dar atenção especial às necessidades, que são primordiais, com relação à educação das meninas e das mulheres em geral. Por exemplo, escrevendo aos Bahá'ís da África em 1996, a Casa Universal de Justiça enfatizou que:
"Os pais têm uma responsabilidade muito especial com seus filhos, para que recebam, meninos e meninas, uma educação completa; e têm que tomar cuidado para que as meninas não sejam preteridas, pois meninas bem-educadas são uma garantia da excelência da sociedade futura; realmente, a preferência deve ser dada a elas, se necessário para serem educadas. Estreitamente relacionado a esta preocupação está o princípio da igualdade de homens e mulheres conforme ensinado por Bahá'u'lláh. Também é altamente desejável que os adultos, homens e mulheres, que são analfabetos, participem de programas de alfabetização de forma a que, gradualmente, todos os Bahá'ís possam ler a Palavra de Deus por si mesmos."14
Existem inumeráveis exemplos de programas educacionais Bahá'ís criados para a educação das mulheres. Eles incluem programas de alfabetização; escolas; instituições educacionais primárias, secundárias, e de terceiro grau; projetos agrícolas e de saúde, estações de rádio educacionais; institutos de capacitação em habilidades profissionais rentáveis, e programas de desenvolvimento rural e de higiene nas aldeias.
A Valorização das MulheresA elevação da posição das mulheres, com participação completa em todas as áreas da sociedade, é um dos objetivos básicos da Fé Bahá'í e uma conseqüência lógica de sua promoção do princípio da igualdade entre homens e mulheres. A realização deste objetivo está sendo alcançada através dos processos de esclarecimento progressivo e aplicação gradativa cada vez mais abrangente.
A magnitude do desafio colocado diante da Fé é evidente ao recordarmos que, por muito tempo desde o início da Fé, as mulheres no Oriente eram mantidas isoladas em suas casas, obrigadas a usar véu sobre o rosto, sob a pena de ofender os bons costumes daquela sociedade. Viviam em uma sociedade reacionária que estava muito atenta as maneiras como os Bahá'ís viviam, na esperança de encontrar alguma evidência que pudessem utilizar para sua constante oposição à Fé e renovar, ou intensificar, a perseguição implacável aos Bahá'ís. Além disso, os homens Bahá'ís só gradualmente adquiriram compreensão adequada da magnitude da mudança da posição e do papel das mulheres trazidas pela Fé Bahá'í.
Por esta razão, o enfoque para promover a valorização das mulheres no Oriente, foi bem diferente da forma utilizada no Ocidente, onde havia menos limitações às atividades femininas, e mais liberdade de participação na vida social. Minha atenção está voltada, neste ponto, principalmente às estratégicas usadas para a emancipação das mulheres Bahá'ís no Oriente.
Existem passagens profundamente comoventes nas Epístolas que Bahá'u'lláh dirigiu às mulheres Bahá'ís, dando-lhes conforto e a confiança em seus serviços à Fé, apesar das restrições que lhes eram impostas. Em uma dessas passagens, Ele se dirige desta forma a uma Bahá'í "não se considere insignificante, duvidando do que uma serva que vive atrás de um véu, pode fazer...." e Lhe dá o seguinte conselho:
"Com firmeza no coração, com uma atitude resoluta e uma língua eloqüente levanta-te para difundir a Palavra de Deus, recitando: "Ó Deus, embora eu esteja sentada escondida atrás da cortina da castidade e restringida pelo véu e exigências da modéstia, minha sincera esperança é elevar a bandeira de serviço e tornar-me uma serva em Teu Sagrado Limiar; montar em um corcel e penetrar no exército dos ignorantes, derrotar os regimentos poderosos e destruir as fundações do erro e da injustiça..."16
Não havia ainda chegado o tempo para uma campanha mais intensiva para a liberação da mulher.
Um passo importante foi dado nesse sentido através de 'Abdu'l-Bahá. Consciente do rompimento com as tradições centenárias, que poderia ocorrer e a reação que provocaria se as mulheres Bahá'ís no Oriente exigissem seus direitos a ampla participação na sociedade, Ele convocou-as a confiarem em Seu enfoque declarando: "Estou me esforçando, com as confirmações e ajuda de Bahá'u'lláh, para que o progresso do mundo das mulheres ocorre de forma a que todos fiquem surpresos.... 'Abdu'l-Bahá tomará cuidadosamente os passos apropriados. Estejam certas disso. Por fim, vocês mesmas irão exclamar: 'Esta realmente foi a sabedoria suprema!' "16
Existem quatro componentes no enfoque de 'Abdu'l-Bahá:
1. Seu encorajamento ininterrupto às mulheres, junto com a repetida promessa de que a plena emancipação das mulheres será definitivamente alcançada, e Sua afirmação inabalável de que deve ser permitido às mulheres participar integralmente na vida da sociedade humana para que a humanidade inteira possa alcançar a verdadeira liberdade e a paz mundial possa ser firmemente estabelecida;
2. Suas iniciativas no sentido do estímulo e de ações efetivas na educação das mulheres, como tratado na seção anterior;
3. O envio ao Irã, por Ele providenciado, de mulheres Bahá'ís ocidentais, educadas e capazes, como as doutoras Susan Moody e Sarah Clock, e senhoritas Elizabeth Stewart e Lillian Kappes, que deram exemplos modelares às suas irmãs Bahá'ís do Irã, além de terem sido uma fonte tanto de capacitação como de encorajamento.9 'Abdu'l-Bahá não somente proveu modelos de conduta, mas estimulou ativamente que as mulheres Bahá'ís persas adotassem tais modelos em declarações como a seguinte: "O dever de todos, neste dia, homem ou mulher, é ensinar a Causa. Na América, as mulheres superaram os homens nesta empreitada, tomando a dianteira neste campo. Elas se esforçam com mais firmeza guiando os povos do mundo e seus esforços são maiores. Elas são confirmadas com favores e bênçãos divinas. É Minha esperança que isso ocorra, também, no Oriente, que as servas do Misericordioso também exerçam idênticos esforços, revelando seus poderes e manifestando suas capacidades..."16
4. Seu chamado para que as mulheres tivessem reuniões consultivas entre elas, descritas em Seus Escritos como uma "assembléia de mulheres".16
No tempo de 'Abdu'l-Bahá, as mulheres no Oriente geralmente careciam tanto de oportunidade para se educarem, como de ter qualquer forma de vida fora de seus lares. Para compensar tal privação, 'Abdu'l-Bahá convocou essas assembléias de mulheres como um meio de fortalecer seu entendimento da Fé e elevar o nível do seu conhecimento geral e competência pessoal. É evidente que Ele via nessas reuniões todo um potencial para o desenvolvimento das mulheres, como também significativo para elevar a posição delas na comunidade. Tais reuniões criavam importantes oportunidades para elas aprofundarem seus conhecimentos sobre a Fé, e para adquirir as habilidades e competências intelectuais necessárias para participarem das instituições administrativas da Causa. Representavam, também, uma fonte de encorajamento e uma forma de elevar a sua auto-estima.
As assembléias de mulheres ocorreram em todo o Irã e tiveram um impacto vital na vida das mulheres; na verdade, inclusive na vida da comunidade Bahá'í como um todo. Por exemplo, no início da década de 1920, a escola de meninas de Tarbíyat (em Teerã), instituiu uma conferência mensal para as mães e outras mulheres que não haviam tido nenhuma oportunidade de educar-se, jamais participaram em atividades organizadas, nem tiveram qualquer envolvimento fora dos afazeres do lar. As conferências eram extremamente populares, atraindo centenas de mulheres.
Shoghi Effendi continuou o desenvolvimento desses processos. Estimulou a formação de comitês nacionais para o progresso de mulheres no Irã e em outros países do Oriente. Como havia feito 'Abdu'l-Bahá antes dele, Shoghi Effendi convocou mulheres capazes, inteligentes e práticas, para assumirem alguns compromissos internacionais sensíveis e delicados de serviço à Causa. Utilizou-se muito dos talentos de mulheres Bahá'ís ocidentais, como Keith Ransom-Kehler, para empreender missões especiais no Irã.9 Essas iniciativas demonstram a fé que o Guardião tinha na capacidade das mulheres, sendo que a presença de tais mulheres no Irã deu destaque à importância do princípio de igualdade e serviu de estímulo às crentes femininas.
Inicialmente o Guardião não desencorajou a remoção do véu em países como o Irã, onde o antagonismo à Fé era bem grande. Porém, ficou bem claro que ansiava pelo dia quando o uso do véu pudesse ser descartado. Em uma carta geral datada de 6 de dezembro de 1928, Shoghi Effendi referiu-se "a crescente impopularidade do véu entre quase todas as camadas da sociedade"10 no Irã, como um dos sinais promissores de melhoria nas condições de vida naquele país, enquanto que, em 1944, identificou "o desuso do véu" - como um sinal bem-vindo do declínio da influência do clero iraniano.11 Em países onde nem a lei civil nem o costume popular eram rígidos com relação ao uso do véu, as mulheres Bahá'ís foram encorajadas a não usá-lo. Realmente, o desuso do véu foi um requisito para a eleição de mulheres para as Assembléias Espirituais Locais e Nacionais. Por exemplo, em uma carta de 27 de dezembro de 1923 aos Bahá'ís da Índia e Birmânia, Shoghi Effendi especificou que "àquelas mulheres que já haviam adotado o costume prevalecente na Índia e Birmânia de descartar o véu, deveria ser dado não somente o direito de votar na eleição dos representantes locais e nacionais, mas também poderiam ser elegíveis à qualquer das Assembléias Espirituais Bahá'ís em toda a Índia e Birmânia, fossem elas locais ou a nacional."16
Usando um enfoque progressivo, o Guardião trabalhou para desenvolver as comunidades Bahá'ís nos países muçulmanos do Oriente Médio para que as mulheres pudessem ser eleitas às Assembléias Espirituais Locais e Nacionais, instituições que têm jurisdição tanto sobre o sexo masculino como o feminino - uma vitória que ele celebrou em 1954 quando tal ocorrência foi alcançada no Irã.
A Casa Universal de Justiça intensificou ainda mais medidas promovendo o envolvimento das mulheres em todos os aspectos da vida da comunidade. Para institucionalizar a prática da igualdade, designou metas a algumas Assembléias espirituais Nacionais, em países onde as restrições tradicionais à liberdade feminina eram bem salientes, para organizarem atividades Bahá'ís para as mulheres. Encorajou o estabelecimento de comitês Bahá'ís de mulheres, a nível local e nacional, como um meio de fomentar, de maneira consciente e sistemática, o avanço da condição das mulheres.
Além de estabelecer metas gerais e pedir que determinadas medidas fossem adotadas, a Casa Universal de Justiça destacou a contínua carência com relação à prática da igualdade dos sexos em determinadas partes do mundo. Por exemplo, escrevendo aos Bahá'ís do subcontinente indiano e áreas adjacentes, a Casa Universal de Justiça afirma: "conclamamos vocês para dar uma atenção especial ao avanço da condição das mulheres. Em quase todas as partes de sua região, as mulheres desempenham tradicionalmente um papel secundário na vida da sociedade, uma condição que ainda se reflete em muitas comunidades Bahá'ís. Medidas efetivas precisam ser adotadas para permitir às mulheres alcançar seu legítimo lugar no ensino da fé e no campo administrativo."14 De forma semelhante, os Bahá'ís no continente africano foram convocados a "multiplicar seus planos e programas para elevar a condição das mulheres e encorajar o apoio ativo dos homens em tal empreendimento."14
O estabelecimento pela Casa Universal de Justiça, em 1992, do Escritório da Comunidade Internacional Bahá'í para o Avanço da Condição das Mulheres deu ímpeto adicional aos esforços Bahá'ís em todos os países para chamar a atenção da sociedade em geral sobre o princípio da igualdade dos sexos. Atualmente, cinqüenta e duas Assembléias Espirituais Nacionais já estabeleceram seus próprios Escritórios para o Avanço da Condição das Mulheres, os quais, trabalhando em um nível nacional, recebem orientações do escritório internacional.*
*n.t.: Sediado junto ao edifício sede das Nações Unidas em Nova Iorque.
O Princípio de Convergência e de Modelagem da Ordem Social
A operação do princípio de convergência, um princípio que decorre das provisões do Convênio Bahá'í, é acionada pelos processos de esclarecimento progressivo e aplicação gradativa dos ensinamentos. A operação deste princípio traz um discernimento quanto ao enfoque Bahá'í para a modelar ordem social. Os exemplos tratados acima demonstram como os ensinamentos básicos de Bahá'u'lláh foram e continuarão sendo elucidados e aplicados de forma estratégica, com uma atenção dada às áreas de maior necessidade e de acordo com a disponibilidade dos recursos dentro da comunidade bahá'í.
O que foi descrito com relação ao avanço da condição das mulheres mostra um processo ainda inacabado. Não obstante, trata-se de um processo que gera otimismo quanto ao futuro. O enfoque Bahá'í quanto à transformação social e para a implementação da igualdade dos sexos não é utópico. Reconhece e leva em conta a atitude fundamental de mudança, até mesmo naquelas partes do mundo onde ainda são fortes as barreiras contra a participação das mulheres na vida da sociedade.
As provisões do Convênio asseguram um comprometimento permanente com a mudança e para a implementação dos princípios e ensinamentos espirituais por parte dos indivíduos e das instituições sociais Bahá'ís. O processo de implementação é desenvolvido através de programas educacionais destinados a ajudar indivíduos e comunidades a adotarem gradualmente atitudes e ações em conformidade com os princípios espirituais. As instituições Bahá'ís estão ativamente envolvidas no processo de implementação instituindo planos visando a mudança social a níveis locais e nacionais. Essas instituições assegurarão o apressamento da adoção geral da prática da igualdade dos sexos.
No curso de modelar a ordem social, inevitavelmente surgirão questões relativas à aplicação do princípio de igualdade entre homens e mulheres. Embora algumas questões possam ser solucionadas através de referências às Escrituras de Bahá'u'lláh e às elucidações de 'Abdu'l-Bahá e Shoghi Effendi, outros assuntos serão solucionados pela Casa Universal de Justiça. Além disso, a Casa Universal de Justiça tomará a iniciativa de realçar aquelas áreas onde haja carência na prática da igualdade e apontar as áreas de maior necessidade e oportunidade para se trabalhar mais intensamente em prol da evolução social.
Graças às provisões do Convênio, podemos esperar com certeza um futuro no qual a prática do princípio as igualdade dos sexos terá se aproximado mais perto da visão de unidade da humanidade esboçada nos Escritos de Bahá'u'lláh e com detalhes enfocada no documento "Quem Está Escrevendo o Futuro? Reflexões sobre o Século Vinte."4 Podemos, igualmente, estar seguros de que os Bahá'ís - indivíduos, instituições, e comunidades - saberão aproveitar as "oportunidades sem precedentes", que caracterizam este tempo crítico da História "para participar na tarefa de escrever o futuro do planeta."4
Referências Bibliográficas1. 'Abdu'l-Bahá. Palestras de 'Abdu'l-Bahá, Paris 1911. Editora Bahá'í do Brasil, 3ª Ed. 1997.
2. 'Abdu'l-Bahá. The Promulgation of Universal Peace: Talks Delivered by 'Abdu'l-Bahá during His Visit to the United States and Canada in 1912. Comp. Howard MacNutt. Rev. ed. Wilmette: Bahá'í Publishing Trust, 1995.
3. 'Abdu'l-Bahá. A Última Vontade e Testamento de 'Abdu'l-Bahá. Editora Bahá'í do Brasil, 2ª Ed. 1982.
4. Comunidade Internacional Bahá'í. Quem está escrevendo o futuro? Editora Bahá'í do Brasil, 2ª Ed. 1999.
5. Bahá'u'lláh. Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh. Editora Bahá'í do Brasil, 2ª Ed. 2001.
6. Bahá'u'lláh. O Kitáb-i-Aqdas, O Livro Sacratíssimo. Editora Bahá'í do Brasil, 1995.
7. Blomfield, Lady. The Chosen Highway. Wilmette: Bahá'í Publishing Trust, n.d., rpt. 1975.
8. Maryborough, Vic. The Compilation of Compilations. Vol. I.: Bahá'í Publications Australia, 1991.
9. Khan, Janet A. and Peter J. Khan. Advancement of Women: A Bahá'í Perspective. Wilmette: Bahá'í Publishing Trust, 1998.
10. Shoghi Effendi. Bahá'í Administration: Selected Messages 1922-1932. Wilmette: Bahá'í Publishing Trust, 1995.
11. Shoghi Effendi. A Presença de Deus. Editora Bahá'í do Brasil, 1981.
12. Shoghi Effendi. Sinopse e Codificação do Kitáb-i-Aqdas. Editora Bahá'í do Brasil, 1985.
13. Casa Universal de Justiça. Introdução do livro: O Kitáb-i-Aqdas. Editora Bahá'í do Brasil, 1995.
14. Casa Universal de Justiça. O Plano de 4 anos. Arquivos da AEN dos Bahá'ís do Brasil, 1996.
15. Casa Universal de Justiça. Messages from the Universal House of Justice, 1963-1986. Comp. Geoffry W. Marks. Wilmette: Bahá'í Publishing Trust, 1996.
16. Casa Universal de Justiça. Women: A Compilation of Extracts from the Bahá'í Writings. Comp. Research Dept. Rev. ed. London: Bahá'í Publishing Trust, 1991.